A cantora americana Nicole Moore lança seu primeiro álbum, que na verdade, é uma mixtape intitulada "Angel", que traz consigo temas variados, assim como gêneros, indo do Pop ao R&B. A faixa de abertura, que leva o título do disco, fala sobre uma sensação espiritual, ou liberdade? Não se dá pra saber exatamente; seus versos são curtos e repetitivos, transparecendo que a cantora aqui estava mais preocupada em rimar do que em passar alguma mensagem. Em "Last Night", há também uma falta de aprofundamento e a canção repete a mesma estrutura; Retratando sobre uma noite "especial", a canção é divertida, mas carece de uma atenção maior em seus detalhes, inclusive, possui uma ponte muito semelhante com a da faixa anterior. A terceira faixa, intitulada "Spread My Wings", lembra a faixa título "Angel" e seu significado aqui, apesar de não ter o teor celestial da citada, a mensagem é a mesma; A cantora fala sobre abraçar a luz, voar até o céu, frases que se assemelham com a faixa título. Apesar de repetitiva, "Closer To U" é, até o momento, a única faixa que consegue passar uma mensagem mais coesa com suas rimas, ao retratar uma paixão em analogia com uma melodia. "Bang Bang Bang" também entra nesse caminho de canções sobre amor, mas aqui, de forma muito simples, porém divertida em seu refrão. O single "Goddess" confirma que Nicole é apaixonada por voar e atingir às alturas; Em uma canção sobre empoderamento, ela se coloca como uma deusa que causa trovões, que transforma coisas em ouro, que brilha, que voa, que renasce, não há limite para ser uma Deusa, e o resultado é uma canção chiclete, mas sem desenvolvimento algum. "Dirty B", single de estreia da cantora, é fraca, repetitiva e, ao contrário de "Goddess", não entretém o ouvinte com frases soltas sobre estar no centro de tudo. "Show Me Love" e "Heavenly" repetem a fórmula da faixa título, com trechos e caminhos parecidos, a cantora demonstra mais ainda sua fascinação pelos céus, mas sem se aprofundar, com versos curtos e rápidos. "Superfamous Bitch", mais recente single da cantora, tem um grande potencial como uma canção HyperPop, é bem ousada, mas repete a estrutura das demais, o que resulta em mais uma canção cansativa. E isso também se repete com as demais faixas, "Down & Out" e "Forever Is Now", que concluem a Mixtape. Se pensarmos no conceito de Mixtape, um estilo de álbum muito famoso nos anos 2000, "Angel" entrega um visual que faz total sentido com o conceito do projeto, a identidade visual dá sentido de ser uma Mixtape; O brilho, as cores fortes e uma edição simples, mas explosiva, é coeso. Por fim, o primeiro álbum/mixtape da cantora Nicole é liricamente mal trabalhado, enquanto possui um visual bem legal, mas que sozinho não sustenta o peso. As canções possuem, todas, sem exceção, a mesma estrutura, mesma organização e até mesmo rimas semelhantes. É possível encontrar "Skies", "Heaven", "Fly", "Cloud", "Moonlight", entre outros termos referentes ao tema celestial, em todas as canções, o que pode transparecer uma falta de criatividade da cantora, que se importou mais em fechar o verso com qualquer palavra, do que trazer um aprofundamento em suas histórias. "Angel" tinha seu potencial, mas a cantora ainda não estava preparada para lidar com esse projeto.