Arcangel é o primeiro álbum de estúdio de Ashford, e conseguimos notar pontos fracos porém comuns em primeiras obras. Em um álbum coeso liricamente, a cantora nos insere em um contexto angelical que envolve arte barroca que, por sua vez, possui grande referência a religiões e figuras mitológicas principalmente gregas. Ashford atribuiu uma boa essência visual ao seu álbum, deixando uma certa curiosidade, porém, também nos deixa com a vontade de um visual mais elaborado e com mais referências ao barroco. Um encarte simples ou sem um grande impacto é algo comum em trabalhos de artistas novatos, que ainda não possuem grande experiência. Enquanto o visual não nos prende por completo, o lado lírico usa e abusa de sons interessantes e versos coesos e cativantes, nos fazendo querer ouvir mais. São canções que ficam na cabeça e nos fazem querer consumir mais e mais. Damos o destaque a Touched, canção que possui um duplo sentido, além de também Hurting Ourselves, com participação especial de RAWAK. A instrumental que utiliza sons graves e mais agudos é curiosa e repentina, além de abraçar o conceito da faixa por completo. Na parte lírica, a artista fala sobre um relacionamento confuso e conturbado, onde ambas partes estão na dúvida se realmente desejam esse relacionamento. Essa confusão machuca ambas as partes, e cabe ao resto do álbum explicar como essa narrativa se desenrola. Ashford soube escolher suas melhores composições para preencher seu álbum, porém faltou a mesma qualidade no visual. É um álbum que nos deixa ansiosos para um próximo trabalho da artista, que demonstra possuir um grande talento para composições.