HuaN apresenta seu novo álbum ASCENSION, que peca em personalidade e originalidade, apesar de um bom instrumental, composições razoáveis e um visual de tirar o fôlego. “Journey” é uma boa intro e bem escrita, graças à sua sample. “Rebellion” é um bom single, com parceria da lenda do alternativo Amália, a dupla consegue cativar o público com versos coesos e bem escritos. Terceira faixa, “Demons Around Me” é repetitiva e aposta muito no tema e pouco na execução, sendo levemente desconexa e amplamente má escrita. “Shore” e “Echo” são ruins, entediantes e não conseguem cumprir seus papéis dentro do álbum, sendo ambas desconexas com o resto da obra e escritas de forma infantil e monótona. “Out of My Head” é uma boa faixa que casa perfeitamente com seu instrumental mas também não estabelece uma conexão muito boa com o resto da obra, apesar de seu tema potente e abordagem boa. Em “Truth of Mine”, o conceito do track by track não se traduz na letra, que apoia-se demasiadamente em abordagens melodramáticas. “Great Scape” é divertida mas aleatória, com sérios problemas coesivos, apostando também em temáticas clichês e versos superficiais ("Agora eu vou viver e gozar"). Um sopro de ar fresco, “Underneath It All”, parceria com a falecida e amada Dominitta consegue ser a melhor faixa do álbum, com uma composição séria, compromissada e ótima métrica. “Born Again” sofre dos mesmos problemas de “Truth of Mine”, com um conceito raso e pouco explorado de forma correta em sua letra, apesar de ser divertida - e genérica. A faixa título do álbum, e também a última, fecha e amarra tudo muito bem, apesar de versos desconexos entre si e que não conseguem traçar um fio de raciocínio claro. O visual é muito bom e se vê que o artista empenhou-se muito para ter esse resultado final, que apesar de tudo, não é totalmente perfeito, uma vez que em algumas partes é possível ver a grande poluição visual, que até mesmo dificulta a leitura das faixas. O conceito é raso e superficial, sendo apenas uma saída para o artista abordar outros temas superficiais. Em geral é um álbum bom, apesar de não transmitir a personalidade e marca do artista, beirando o ordinário. Recomenda-se uma reformulação das letras, melhor organização sintática e evolução nos quesitos poéticos e metafóricos.