Em seu novo álbum de estúdio, Jude Cumming mergulha em um mundo pop criado pelo mesmo para soar como uma amostra do que a música pop tem a oferecer. Seu conceito não é especificamente detalhado, porém seu título soa autoexplicativo; sua ideia é criar apenas mais um álbum pop, sem pretensões de ter algo maior criado por trás, apenas apresentar sua música como ela parece ser: algo comum. O cantor inicia o álbum com a faixa título, onde ‘Another Pop Song’ é uma música que tem conteúdo raso e tem versos pequenos. É algo que é demonstrado no título, é apenas outra música pop, nada de especial ou diferente sobre ela que deva ser mencionado. Mas não é necessariamente uma música ruim, é ‘ok’, apesar de que espera-se algo maior de uma faixa título. ‘Summer Rain’ mostra que as letras do álbum vão seguindo sem ser muito trabalhadas e nem vão ter um aprofundamento melhor. Não tem nada de erro em fazer ‘mais um álbum pop’, mas albums pop de qualidade também apresentam letras mais completas. É a melhor música entre as três primeiras do álbum, contém versos mais trabalhados como citado antes, contam uma história interessante. Mas porque não ser a música 13? Quando você diz que essa é décima terceira música de amor que você escreve e estamos no começo do álbum, soa estranho. ‘Club Nighmare’ é uma das melhores música do álbum, onde o cantor usa metáforas para complementar a música e é mais envolvente, mais ‘carregada’ de versos interessantes. Soa como uma música mais completa que ‘Summer Rain’, por exemplo. ‘Great Kisser’ é uma música clichê, mas talvez seja sobre isso que todo esse álbum seja. Mas é um clichê que beira ser superficial pelos versos casuais, é bom tomar cuidado. E uma ressalva também é o instrumental que não combina nada com a vibe ‘romântica’ da música. ‘Question Mark’ é a melhor música do álbum, contém versos mais intensos e mais profundos, demonstra um sentimentalismo mais forte do que as outras músicas, fazendo se destacar por isso. A letra parece ser sincera e o instrumental cai muito bem. ‘Insecure’ é uma letra mais triste, portanto é uma letra que fica apenas na média, nada muito especial sobre. ‘Used to Be’ soa como uma faixa pop/country que encontraríamos no álbum de um artista em ascensão. ‘International Love’, junto com ‘Te Quero’, são as músicas mais fracas do álbum. Aqui, o cantor volta ao pop dance depois do pop country, com letras rasas ditas no começo do álbum. As vezes é um preço se pagar por fazer álbums longos, algumas músicas acabam não ficando tão boas quando outras. ‘Back to Real Life’ parece uma nova versão de ‘Gold Boy’, principalmente no primeiro verso da música. Mas aqui, ao menos, a música soa ser uma música pop ‘divertida’. ‘Drop That Beat’ é uma música perfeita para a pista de dança, algo que você encontraria no álbum do David Guetta anos atrás. Todavia, apesar de ser uma música pop que encaixa no contexto do álbum, a música pop tem outras camadas além do famoso ‘música clichê’, a menos que você pegue a pior parte da mesma para se influenciar. ‘How To Move On’ encerra o álbum de forma otimista, que é um ponto positivo. Após músicas de amor, o cantor se conforma e olha para o futuro ao invés do passado. Entre erros e acertos ao percorrer do álbum, um dos maiores é a coesão entre os instrumentais, onde o artista varia de música country, música dance, música r&b, PC music, baladas mais calmas e mais agitadas, e por aí vai. Instrumental não é algo que pesa tanto, mas também é algo que se encaixa na coesão geral do projeto, que é onde o artista mostra qual sonoridade ele quer passar; onde não é ele que produz o som, mas tem o poder de escolha. Seu visual, no seu encarte, não tem muitos detalhes, são página de um encarte que encontramos em lojas comuns, o que não é ruim, mas diante de tantos trabalhos grandes na indústria, é algo que não lhe destaca; porém, como um todo, o álbum possui um visual cativante, desde os banners até as cores harmônicas. Em um geral, Jude parece não ter mostrado o que tem de melhor como artista, mas também está longe de ter mostrado seu pior. ‘Another Pop Album’ soa exatamente como seu título, é apenas mais um álbum pop comum, o que não é ruim, já que conceito mirabolantes nem sempre caem tão bem quanto esperamos, mas mesmo com toda sua intenção de não ter um conceito base específico, poderia ter entregue um outro álbum pop com um nível de qualidade mais elevado, mais elaborado e mais intenso, que surpreenda. De toda forma, estamos ansiosos para novos lançamentos do cantor, caso ele consiga melhorar os detalhes que falharam nesse álbum. Composição: 22 / Visual: 20 / Criatividade: 13 / Coesão: 15