‘Random Love Songs’ é lançado como o terceiro EP da cantora Penélope, com a narrativa de juntar algo desafiador para a mesma: cantar músicas sobre amor, de expressar seus sentimentos por outra pessoa de forma carinhosa e romântica, mas acaba falhando com essa proposta no EP por apresentar algo tão robotizado e roteirizado em alguns momentos, que acabamos não sentindo a conexão de Penélope com os seus reais sentimentos em nenhuma das músicas. Sendo mais específico, as músicas são consideravelmente grandes, versos enormes que chegam a cruzar a linha da página, fazendo que se torne algo extremamente cansativo de se ler, onde a experiência de ler poucas faixas acaba se tornando algo maior, então uma opção seria formular melhor a música para fluir como uma canção que traga prazer para o ouvinte, através de uma melodia. A conexão com uma música de amor deve vir de dentro, do sentimento, então o excesso de ‘palavras de peso’ nas canções acabam sendo um pouco desnecessárias, o romantismo das músicas acabam passando longe. O EP começa com ‘System Errors’, podendo ser considerada como uma música estranha: a música relata o ‘amor’ com metáfora de computadores e sistemas, mas acaba quebrando o que deveria ser algo romântico e se tornando algo mais robótico e sem paixão em uma música de amor. ‘The Louvre’ não é uma faixa tão criativa por já ser um conteúdo usado por diversos artistas como inspiração ou até menção para atribuir qualidade ao trabalho, e os excessos de referências na música à Monalisa, DaVinci, Vitória de Samotrácia e entre outros, acaba perdendo a naturalidade de uma canção de amor. ‘Dessert’ é uma música ok para a proposta, tem a conotação romântica e dá pra sentir essa paixão em alguns versos, apenas alguns momentos soam estranhos como o início do seu refrão. Em relação as anteriores, ‘In My Head’ tem uma melhora na qualidade lírica, e apresenta versos mais apaixonantes que os anteriores, mas talvez junto com as anteriores, não tem uma ‘musicalidade’ nos versos, soa como um texto sendo reproduzido. ‘Young Romance’ começa com um verso bem envolvente, que seduz e mostra romantismo, mas não segura quando chega nos próximos versos como o pré refrão, que tem novamente uma quebra na musicalidade da música como em ‘In My Head’ e na faixa final, mas a diferença para ‘Loser’, é que a música soa mais romântica e apaixonante, sendo uma das melhores na parte de composição, por ser um pouco mais intensa que as anteriores. Seu visual é mais visível como um todo, mas o encarte é praticamente inexistente, mesmo com a ideia apresentada pela cantora, é algo que faz falta na nota final, e também as cores escolhidas para as fontes, ou até mesmo as fontes escolhidas não ajudaram muito na qualidade visual já que as cores escuras dificultam a visualização, deixando a desejar muito vindo de uma produtora como Penélope. O ‘Random Love Songs’ é autoexplicativo em diversas maneiras: são músicas realmente aleatórias sobre amor, mas que não conseguimos sentir o amor dentro das suas composições na maioria das vezes pelo exagero em querer deixar a composição mais ‘culta’, que acabou prejudicando todo o processo de conexão com o ouvinte/leitor, sendo o maior erro de Penelope nesse projeto. Ainda podemos dizer, que em alguns momentos, Penélope consegue mergulhar fundo em suas emoções como em músicas como ‘Loser’, só precisa ter cuidado com os adicionais que coloca no seu trabalho, porque as vezes menos é mais. Composição: 16 / Visual: 13 / Coesão: 18 / Criatividade: 10