VOGUE Brasil entrevista Outtathisworld

VOGUE: Olá Outtathisworld! Seja bem-vinda! Como está sendo seu dia? E qual é a sensação de estampar outra capa da Vogue após tantos anos?
OUTTA: Olá VOGUE! Muito feliz de conversar com vocês hoje, muito obrigada pelo convite! Meu dia está ótimo e só ficando melhor, eu espero! Faz um tempinho que não apareço por aqui, mas é sempre uma honra, né? A VOGUE é uma revista tradicional da indústria e adoro acompanhar. Espero aparecer mais vezes.
VOGUE: Seu novo álbum, Out of This World, tem encantado tanto o público quanto a crítica. Como foi o processo criativo por trás desse quarto trabalho de estúdio? E de onde vem essa conexão tão intensa com o espaço — tanto literal quanto simbólica?
OUTTA: Eu estou muito feliz com a recepção do álbum, é muito gratificante ver tudo que está acontecendo, já que o processo do álbum foi bem intenso. Ele foi amadurecendo durante os últimos anos de forma natural, mas sua ideia inicial vem bem lá atrás e olhar pra ele é como olhar para vários e vários momentos dos últimos 5 anos e minha evolução tanto pessoal como artística. O espaço sempre foi algo que me fascinou e continua a me fascinar e eu sempre vi diversas conexões simbólicas entre aqueles astros com os mais diversos temas e situações que vivemos. Essa foi uma das ideias principais por de trás do trabalho: mostrar de forma poética e metafórica o meu estado de espírito enquanto eu vivia aquilo, comparando tudo com fenômenos e com o imaginário que temos do espaço.

VOGUE: Como uma das maiores referências do pop, como você enxerga o gênero atualmente? Há algum artista novo que tenha te impressionado ou inspirado recentemente?
OUTTA: Uma ótima pergunta. Eu acredito que o pop sempre será um gênero forte e presente na grande maioria dos trabalhos, mesmo que não aparecendo de forma explícita. Sei que nos últimos anos, temos perdido um pouco de força nas premiações, mas acredito que é algo momentâneo e cíclico, ainda temos muito trabalhos icônicos que marcam o gênero. Acho que muitos sabem que produzi o novo EP de uma artista chamada Yvonne, e ela como um todo me impressionou. Gostei de seus conceitos e letras, acredito que ela tem muito a oferecer. Além de alguns nomes mais antigos que ainda os considero como novatos, como o Petter, que trouxe um álbum muito bom.
VOGUE: Kenopsia e Kilonova se tornaram verdadeiros fenômenos, não só pelo impacto sonoro, mas também pela força lírica e o tom lúdico que carregam. O que essas músicas representam para você? E o que você vivenciou internamente para alcançar esse nível tão visceral de expressão?
OUTTA: Essas músicas em especial são bem importantes para mim, por isso resolvi as transformar em singles. Kenopsia foi uma das primeiras músicas que escrevi para o álbum e ajudou a moldar alguns dos pontos que eu queria para ele, como o tom nostálgico, um sabor agridoce e que trouxesse algum tipo de reflexão pra quem a escutasse. Acredito que consegui atingir meu objetivo. Ela veio depois de algumas experiências pessoais com lugares importantes para mim em algumas fases da minha vida que após os experienciar novamente anos depois, eu percebi que eles nunca seriam mais os mesmos que vivenciei, já que aqueles só existiam em um recorte temporal. Kilonova já vem uma atmosfera mais descontraída e esperançosa que vivi em um momento não tão distante. Ela é baseada em momentos que realmente me vi com sentimentos intensos ao ponto de achar que aquilo poderia realmente trazer uma nova era a minha vida. Não posso dizer que tudo escrito ali traz uma completa fidelidade a realidade, já que quis fazer uma coisa grandiosa e exagerada, como uma quilonova. Porém, aquele sentimento é algo que eu gostaria de deixar eternizado em uma letra, o que acredito que consegui de uma forma bem legal.

VOGUE: E falando em Kilonova, o remix com ANNAGRAM deu uma nova camada à faixa, assim como sua colaboração com PRAYØR em The Fugitive. Como foi dividir o estúdio com esses artistas tão distintos? O que cada um trouxe de novo para o seu universo criativo?
OUTTA: Eu adoro muito o Prayor. Ele sempre foi um dos artistas que sempre desejei trabalhar e essa foi a oportunidade perfeita. Tivemos momentos muito divertidos na criação e divulgação desse single que eu sempre levarei comigo. Ele é fantástico e tem ideias ótimas. Tenho muito orgulho de ter ele no álbum, sendo a única colaboração, ele completa a canção de forma impecável. Anna é um caso mais recente. Ficamos mais próximos no último ano, mas sempre a achei uma pessoa muito legal que sempre foi muito prestativa e simpática. Eu gosto muito da sua canção "insomnia" e estive explorando o seu trabalho nos últimos tempos, o que levou a pensar nela assim que cogitei o lançamento de um remix para Kilonova. Não sei porque, mas a vibe da canção é algo que sempre a vi ali. Fiquei muito feliz quando ela aceitou participar e entregar aquele verso incrível. É um dos meus remixes favoritos da carreira.
VOGUE: Como é sua relação com a moda? Quais marcas ou designers ocupam um lugar especial no seu guarda-roupa?
OUTTA: A moda sempre está presente por toda minha carreira e vida. Acredito que ela é também uma forma de me expressar e complementar o meu trabalho. Gosto de peças que mostrem um pouco da minha personalidade e que exprimam algo que quero passar naquele momento. Meus tapetes vermelhos sempre são formas de usar a moda como aliada. Já usei as mais diversas marcas e designers, mas Givenchy e Valentino tem um lugarzinho guardado no meu coração. Vários dos meus looks favoritos que usei vem delas e elas sempre me fazem sentir linda! Gosto muito também de Gaultier, Balmain, Vivienne Westwood e Swarovski.

VOGUE: Recentemente, você levou os principais prêmios no Visual Music Awards. Como você se relaciona com arte, design e criação de forma mais ampla? E que conselhos daria para quem deseja explorar esses múltiplos campos?
OUTTA: O design e o visual fazem parte de mim, eles me ajudam a me expressar como artista de uma forma que eu não conseguiria apenas com as letras. Eles me ajudam a montar o meu universo e trazer o meu mundinho a vida. Quando produzo algum trabalho, é como se eu estivesse o trazendo a realidade, é um processo que me faz conectar ainda mais com o que crio. Quando crio um trabalho, quase sempre o crio imaginando-o como um pacote completo. Não existe Out Of This World sem a sua capa, do mesmo jeito que a primeira coisa que pensamos quando lemos Kilonova é a sua capa. O visual é o primeiro contato do público com o trabalho e é o que vai ficar marcado na memória, então eu gosto que essa experiência sempre seja bem prazerosa. O conselho que dou pra quem quer começar a explorar essa lado é que não é um bicho de sete cabeças e que você não deve ter medo de errar e de explorar. Técnica é algo que você aprende se você se esforçar e continuar tentando. Eu já produzi tantas coisas que não tenho tanto orgulho, mas elas me trouxeram aqui hoje. Então tentem, façam coisas ruins, não tem como ficar pior. Uma hora você vai conseguir trazer aquilo que está na sua mente a vida.
VOGUE: E o futuro, o que podemos esperar? Já há novos projetos a caminho?
OUTTA: Sim! Completamente! No momento eu estou focando em montar um show. Pretendo sair em turnê mundial com meu álbum e estou muito animada para isso. Quero ver todos aqueles que me apoiaram ao redor do mundo e quero entregar um bom espetáculo, além de fechar essa ótima era com chave de ouro. Quem sabe também um último single para ir com a turnê? Além disso, tenho criado algumas coisas novas e bem interessantes musicalmente, que acredito que não vai demorar muito para sair. Espero. Estou no estúdio de forma mais espontânea e sem muita pressão, como tive no meu último álbum. Sinto que não quero mais provar nada a ninguém, nesse momento quero apenas trazer coisas que gosto e me conecto.
VOGUE: Outta, infelizmente nossa entrevista está chegando ao fim. Agradecemos sua disponibilidade e a conversa extremamente agradável. Quer deixar alguma mensagem para seus fãs e leitores da Vogue?
OUTTA: Own... Estava me sentindo em casa! Adorei a entrevista e agradeço a todos da Vogue por terem me recebido. Aos meus fãs, algumas coisas muito especiais vindo por aí, quero muito agradecer pelo apoio e por sempre estarem comigo nos baixos e nos altos, espero muito ver a maior parte de vocês logo logo. As leitores da Vogue, os convido par conferir meu álbum e meus últimos singles, eles são como uma parte de mim que fiz com muito muito carinho e espero que vocês possam sentir isso enquanto os apreciam. Muito obrigada!!

Publicado em 28/07/2025 por VOGUE.