VOGUE Netherlands entrevista Petter

VOGUE: Olá Petter! Seja muito bem-vindo! Como você está? Esta é a sua segunda capa da Vogue, como você se sente com relação a isso?
PETTER: Olá VOGUE, devo dizer que é uma grata surpresa ter sido convidado para estampar a capa da edição de agosto, estou muito feliz. Acho que ser capa de uma revista de moda tão importante é sempre um presente muito bem-vindo.
VOGUE: Seu novo álbum, TOUCHÉ, se mostrou um verdadeiro fenômeno tanto crítico quanto de público. Como foi o processo criativo por trás do seu segundo trabalho de estúdio? E como foi para você criar todo esse universo visual que se estende dos singles até o disco?
PETTER: Comecei a trabalhar neste disco no verão de 2023 e desde então, ele foi tudo ao que me dediquei até o lançamento de fato. Acho que poderia definir o processo como intenso e longo, mas ao mesmo tempo, hoje paro e penso e sinto que tudo parece ter passado tão rápido. Eu amei cada segundo de tempo que me dediquei a esse projeto, foi um prazer construí-lo aos poucos. E bem, visualmente, particularmente adoro pensar em estéticas e estilos visuais para meus projetos. Fiz uma pesquisa muito vasta sobre designers, conceitos e técnicas que gostaria que estivessem presentes na era como um todo e honestamente, não poderia estar mais orgulhoso do resultado final até aqui.

VOGUE: Você é, inegavelmente, um dos maiores nomes do pop atualmente e o seu segundo álbum acabou por te consolidar nesta posição. Em retrospecto, o Petter, lá do começo do ano 8, conseguia vislumbrar isso acontecendo?
PETTER: Definitivamente não. Acredito que grande parte dos artistas no começo de suas carreiras, não possuem com 100% de exatidão um plano de trajeto artístico definido. No início de minha carreira, eu estava mais focado em lançar coisas à medida que sentisse vontade, planejei um disco que não cheguei a lançar, recalculei as rotas múltiplas vezes e, no final, apenas descobri que deveria apenas fazer coisas pelas quais eu me sentia pronto e seguro para tal. Acredito que o ‘Disguise.’ foi muito importante para isso, todos os conselhos, erros, tudo que fiz até o início do ‘TOUCHÉ’ foram aspectos essenciais para eu me tornar quem eu sou hoje. E claro, estou longe de onde penso em estar daqui 10 anos por exemplo, mas espero poder continuar tendo orgulho e admiração por tudo que criarei até lá para que eu consiga ser o que almejo.
VOGUE: ‘Compère’ e ‘Nemesis’ são os maiores singles deste projeto, não só pelo impacto nas paradas musicais, mas também pela força lírica e a sinceridade, além da vulnerabilidade, que ambas as canções carregam. O que essas músicas representam para você? E o que você vivenciou internamente para alcançar esse nível tão visceral de expressão?
PETTER: Atualmente elas representam um passado que tenho orgulho de ter tido, por mais que tenha sido um tanto quanto dolorido no momento em que eu estava inserido. Acho que uma lição que todos podem adotar é que você precisa relembrar para não repetir e que precisa viver para aprender ou se curar. Acho que essas músicas representam exatamente essas lições. Vejo também que me permitir ser vulnerável, deixar com que meus sentimentos fossem os ritmos das palavras que eu coloquei em cada uma dessas faixas, tenham sido a razão para a idealização e o sucesso delas.

VOGUE: Aproveitando que ainda estamos falando do seu álbum, ele conta com colaborações com nomes femininos de peso: Tammy, Hurricane Evans e ANNAGRAM. Como foi dividir o estúdio com essas artistas tão distintas? O que cada uma trouxe de novo para o seu universo criativo?
PETTER: Foi incrível! Eu amo cada uma das colaborações do ‘TOUCHÉ’, pois vejo que cada uma possui uma singularidade muito bem estabelecida. Cada uma apresenta uma temática, uma personalidade muito forte e claro, uma artista muito bem representada em cada uma delas. Sou grande fã de todas essas mulheres e sou muito grato de poder tê-las em um projeto meu.
VOGUE: Sua carreira tem um enorme apelo visual e isso se estende até mesmo para suas vestimentas, mas como é a sua relação com a moda? Quais marcas ou designers ocupam um lugar especial no seu guarda-roupa?
PETTER: Ultimamente tenho sido um pouco mais discreto em meus looks. Acho que por mais que o ‘TOUCHÉ’ seja uma era muito vivida e bem representada visualmente, minha vida pessoal precisava de um respiro. Então tenho tentado achar esse equilíbrio entre as ocasiões e as roupas que estou vestindo. Falando em designers, ultimamente tenho ficado muito interessado pelo trabalho do Hisan Silva, do Jacquemus, do trabalho do Kim Jones, entre muitos outros.

VOGUE: Recentemente, seu nome tem figurado entre as principais nomeações das premiações ao redor do globo. Como você se sente sobre isso? E de que forma essa recepção tem impactado a sua visão sobre o seu próprio trabalho?
PETTER: É sempre ótimo ser reconhecido dessa forma. Eu tento não criar expectativas ou esperar com algo desse nível em premiações, tento preservar minha saúde mental. Entretanto, quando acontece, é sempre uma surpresa muito positiva. Acho que o maior reflexo é ter a sensação de que você está fazendo a coisa certa.
VOGUE: E o futuro, o que podemos esperar? Já há novos projetos a caminho?
PETTER: No momento só penso nos próximos passos que quero dar com o universo do ‘TOUCHÉ’ e claro, com a turnê. Tenho ensaiado bastante e me dedicado a isso, então não vejo a hora de poder rever meus fãs e de celebrar esse disco da melhor maneira possível.
VOGUE: Petter, infelizmente nossa entrevista está chegando ao fim. Agradecemos sua disponibilidade e a conversa extremamente agradável. Quer deixar alguma mensagem para seus fãs e leitores da Vogue?
PETTER: Gostaria de agradecer novamente pelo convite e de dizer para meus fãs que eles me inspiram diariamente e que eu realmente espero poder inspirá-los de alguma forma. Muito obrigado, amo vocês.

Publicado em 20/08/2025 por VOGUE.