TIME

“Everything You\'re Not” é o primeiro EP da cantora estadunidense Seraphine Vacchiano. A artista traz em seu primeiro compilado de canções, letras autobiográficas que extraem dela alguns momentos vividos por ela nos últimos meses, o gênero escolhido para ser trilha sonora desse projeto de apresentação foi o Pop Alternativo que se encaixa perfeitamente com a lírica do projeto. A primeira faixa do projeto é intitulada “Home”, a Seraphine canta sobre a solidão em meio a tanta gente ao seu redor e o desejo de se enquadrar em algum local e grupo. Isso fica extremamente explícito logo no primeiro verso da canção / É dentro desse isolamento que eu busco saber onde é a minha casa? / Porque certamente não é com você, eu quero saber /. O pré refrão ela reforça isso de um jeito singelo e tão verdadeiro, nos fazendo sentir a música e entender sua indagação. O refrão é bem estruturado e se a canção vinha conquistando simpatia do ouvinte, ela te arrebata nesse momento. Logo as primeiras linhas te demonstra como ela se sente vulnerável e busca ajuda nessa imensa solidão que vive / As vezes eu penso que Deus deve se esconder nas grandes cidades / Como um meio de tornar a realidade menos dolorosa, por favor me ajude /. Sem dúvida o o refrão é a parte mais poderosa da faixa. No segundo verso, a artista se demonstra mais madura e rancorosa com as pessoas ao seu redor, onde ela demonstra que as pessoas fazem ela perceber que ali não é o seu lugar. A ponte é um ponto alto da canção também, o eu lírico nos mostra mais confiança e mesmo sozinho, sabe que tem mais personalidade que muitas pessoas. Com versos honestos e crus, “Home” te faz entender com clareza o que o eu lírico quer passar. E nos excita a buscar mais desse EP de apresentação. A segunda faixa, “Sticky Love” fala sobre uma experiência da artista com um relacionamento que acaba não sendo tão agradável por seu amado a sufoca-lá a todo instante. A canção é um diálogo com seu affair, uma conversa não tão agradável, mas honesta da Seraphine tentando explicar como isso não tá sendo bom para ela. A canção não tem uma carga emocional como a anterior, mas é tão bem estruturada e é gostosa de ouvir, com versos que grudam na cabeça e te fazem querer ouvir sem parar. “Guilty” é a terceira faixa dessa compilação, ainda uma faixa sobre relacionamento, nos conta um relacionamento regado por um sentimento de culpa e a busca ainda sem resposta se existe mesmo um culpado nisso tudo, mas a resposta por mais que a eu lírico não queira enxergar está bem claro nas linhas da canção. A canção começa com o eu lírico achando que errou em ignorar seus extintos e achar que dessa vez iria dar certo dessa vez. A artista nos conta como seu amado é manipulador e dissimulado, e expõe que o sentimento dele não passa de uma mentira e de uma farsa criada por ele. Tudo ali é criado por ele, não é algo verdadeiro, e ela busca qual o motivo dele continuar nesse jogo de ilusão. “Alone” nos traz uma faixa mais sombria, sobre ela saber que não poderia contar com seu amado e mesmo assim ter medo de perdê-lo. Ela retrata isso em seus versos pela canção durante toda canção. / Talvez te ter como amigo seja tão bom quanto te ter como namorado / Mas eu não sei se estou preparada para dar esse passo / Por que eu ainda minto para mim mesma? / Eu sei que estou sozinha /. A faixa que encerra esse projeto é “Hypnotized”, uma faixa que diferente das anteriores, a artista se sente verdadeira apaixonada e disposta a viver esse amor intensamente. Os versos da canção percebe-se que é uma carta de amor de alguém quem já sofreu tanto e que agora vive o relacionando que tanto sonhou. A produção do EP é bem simples, mas não podemos também exigir muito de uma iniciante, a produção é assinada pela própria artista e por mais que seja simples tem seu charme. “Everything You\'re Not” é um bom Extended Play pop, que nos mostrou que Seraphine não quer menos que o estrelado, a artista por mais que ainda não seja uma compositora excepcional, demonstrar ter uma habilidade bem desenvolvida para tal prática, como nos mostrou principalmente na faixa “Home”. Se preparem uma nova estrela pop está surgindo no mundo pop, e a nova-iorquina veio para ficar. Faixa destaque: Home Faixa decepcionante: Alone

Pitchfork

Seraphine, uma artista estreante do ano 8, acaba de lançar seu primeiro EP intitulado “EVERYTHING YOU\'RE NOT”, usando-o como forma de se apresentar ao mundo. Apesar do extended play não ter uma linearidade em sua narrativa e não ter grandes momentos, ele surpreende com sua sonoridade pop e melodias que fixam na cabeça. Em Guilty a cantora em certos momentos culpa a sí mesma sobre não perceber comportamentos tóxicos de um relacionamento passado e em seguida se coloca em posição de observação e descobre que o culpado ali era realmente ele. Em seguida temos Hypnotized, um nome chamativo, mas que evidencia um pequeno problema, a tracklist mal posicionada. Tivemos uma musica sobre um namoro toxico e agora temos uma sobre uma relação boa e hipnotizante, como o nome já diz. O problema se repete com Alone e Sticky Love, uma sobre um namoro que não da certo e outra sobre um que é mil maravilhas, isso causou um sentimento de desconexão/ distração enquanto o EP tocava. No final das contas, Home acaba sendo o destaque, tanto liricamente, quanto sentimentalmente. Talvez o fato da música destoar das outras cause essa impressão de destaque, mas aqui é perceptível que a cantora soube exatamente o que queria dizer, como por exemplo quando diz “As vezes eu penso que Deus deve se esconder nas grandes cidades, como um meio de tornar a realidade menos dolorosa”, ela realmente demonstrou um lado que se diferenciou das outras, sua lírica é de um nivel superior aqui. No fim, “EVERYTHING YOU\'RE NOT” foi um bom start para a cantora apesar de não ter entregado grandes surpresas, talvez a cantora os esteja guardando para seu debut álbum, no qual estamos ansiosos para conhece-lo.