DANGERZONE - Naomi
American Songwriter
Zona de perigo! Naomi lança seu terceiro álbum de estúdio, sendo uma das artistas mais autênticas e fervorosas da música, ela busca em cada álbum embarcar em novos gêneros para ter algo que justifique o porque é versátil no que faz. Nada do mesmo, mas muito da nova e perigosa Naomi, sempre falando sobre si, mas agora de forma madura, depois das baladas lançadas nos álbuns anteriores. Naomi parece ser agora uma mulher e não uma cantora de público teen, ela marca a transição junto ao amadurecimento dos seus fãs e suas músicas. Músicas maduras e bem politizadas para fãs que cresceram e agora são grandes personalidades em sua própria vida. Naomi nem sempre é uma mulher forte, porque descobrimos pontos fracos e fragilidade emocional da cantora em algumas faixas; começando com o lead single In Your Arms, uma música que mostra o quanto a cantora tentou e insistiu em um relacionamento que apesar de parecer ter solução, nunca mais seria o mesmo, Naomi se entregou de corpo e alma, mas seu parceiro não, o que provocou delírios e fraqueza emocional, onde a cantora questiona se realmente está feliz e deve continuar tentando ou acaba tudo ali e tenta uma nova história sozinha. Depois desse relacionamento conturbado, Naomi surge com Bronx, na poderosa UNTAMED, diferente da anterior, aqui a cantora é segura de si e se vangloria por tudo que conquistou sozinha, mesmo desacreditando e sendo pressionada pela mídia, nada à abala. BRONX se destaca com um verso de tirar o fôlego, sendo um dos maiores destaques do álbum, a sintonia entre os dois artistas teve uma conexão muito significante para completar a história da música, porque os dois viveram e vivem sobre pressão da mídia e de pessoas que tentam acabar com seu sucesso e conquistas, o que também vemos no terceiro single DANGERZONE, faixa título do álbum. Logo em fim, chegando aos grandes destaque do álbum dentre os singles, as canções REBEL HEART com Heccy e RENDEZVOUS, faixas poderosas onde sentimos toda força e coragem ao ouvir cada verso, mesmo com alguns pontos frágeis, não deixa a desejar o propósito da faixa em exalar poder e auto motivação. Depois de todos os singles, muito acertiva nas escolhas, vemos grandes tracks que talvez possam ter o seu momento em destaque como um possível single; como APOLOGIZE, uma faixa forte e sincera, aqui é a Naomi que dá as ordens, exige retratação e pedido de desculpas de todos aqueles que lhe machucou, ela assiste a derrota e queda deles, mas friamente só se importa com um pedido de desculpas, com muito rancor e desejo de vingança em ver quem um dia lhe pressionou/humilhou, se curvar diante de seus pés. E também na track Kill For You (Die For You) que grita para ser single, uma vibe diferente das outras, Naomi tem um amor obsessivo e é capaz de tudo para ficar com um pessoa, até mesmo matar ou morrer, sem nenhum ponto frágil, apenas os pensamentos insanos em ter alguém só pra você. DANGERZONE é tudo que se propõe ser, forte, frágil, poderoso, perigoso e até mesmo sexy, uma verdadeira “zona de perigo”, uma Naomi que nunca vimos antes, uma mulher que se propõe a fazer de tudo para sua própria satisfação. Há seus erros, como em todos os álbuns, nada chega a ser perfeito; como alguns momentos que parece que ja ouvimos um trecho na faixa anterior, por ter um conceito meio parecido ou abordar um assunto semelhante que parece que é a continuação da faixa anterior, talvez seja proposital, mas nada que tire o brilho deste trabalho grandioso.
Rolling Stone
\"Cuidado. Esse é o verdadeiro ponto de encontro para todos os monstros que se passam pela (sua) cabeça\" são as primeiras palavras que Naomi canta ao introduzir o seu terceiro disco ao curioso ouvinte. \"DANGERZONE\" marca uma nova e ousada fase de Naomi que se iniciou no final do Ano 6 com a canção \"In Your Arms\" — faixa que causa um sentimento de \"quase lá\" em seu âmbito lírico que carece de pontos maiores, mas cumpre o seu papel no percurso do disco, além de ótimos números e um hype considerável ao LP. Sendo assim, \"DANGERZONE\" permeia atos que marcam a identidade do disco: egocentrismo, perseguição, paranoias, inseguranças e, principalmente, a busca pela melhora de pontos que a cantora considera fracos. Isso é mais explícito em \"APOLOGIZE\", aonde ela pede por desculpas da mídia e de pessoas que a machucaram ao longo do caminho, ou em \"PARANOID\" — faixa que traz confissões mais assíduas e profundas que trazem sua vida na indústria e sua vida pessoal. Vários pontos altos podem ser mostrados além dos supracitados, como \"UNTAMED\" — um sucesso mundial que traz Naomi trajando a persona do disco de um modo intenso, real e ambicioso, ou \"GIVE IT TO ME\", trazendo um lado ousado, sexy e extasiante da cantora estadunidense. Também é interessante citar as referências feitas às diversas expressões usadas por Naomi nas canções do álbum, algo que pode ter sido proposital ou espontâneo, mas explicita um certo esforço da mesma. Entretanto, alguns passos em \"DANGERZONE\" não foram feitos com um cuidado necessário (como visto nos pontos citados), como \"RENDEZVOUS\" que, mesmo possuindo um background interessante, traz uma letra consideravelmente precária, \"In Your Arms\" que não parece polida ou colocada de uma forma produtiva no disco por possuir uma abordagem não tão promissora e versos não tão profundos e \"LOSING MY RELIGION\" que poderia ser o maior ponto do álbum, mas acabou sendo deixado como mediano por ser curta demais, já que o conteúdo, em si, poderia ter sido muito mais explorado pela artista. Portanto, \"DANGERZONE\" é um disco interessante. Mesmo com deslizes e algumas (poucas) incoerências, Naomi trouxe um terceiro disco recheado de confissões, sentimentos e vivências, com colaborações bem escolhidas e uma lírica que traz uma evolução mais que considerável se comparado ao \"DANGEROUS\", sei disco anterior. O visual é um ponto-chave para boa parte do destaque que o Long Play possui, desde a uma capa chamativa e expressiva a um encarte com imagens escolhidas de forma inteligente e com um processamento necessário para amarrar tudo de uma maneira harmônica. Dito isso, Naomi poderá experienciar sentimentos estranhos e uma recepção não tão calorosa quanto no passado, mas uma coisa é certa: ela possui controle de sua narrativa, e isso já basta para ela, como já explícito nas canções do disco.