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TACHYCARDIA - Yeule
82

Pitchfork

70

Yeule é uma artista única, seja pela sua personalidade emo-gótica, quase satanística ou seja por suas letras fatais, sua essência de forma autêntica é cativante. Sua jornada na música tem sido marcada por uma expressividade fora do comum, e seu EP \"TACHYCARDIA\" é mais uma evidência desse talento singular. Ao longo das faixas, é evidente que Yeule não tem medo de ser vulnerável e de compartilhar suas emoções mais intensas e verdadeiras. A faixa introdutória \"Press The Play\" serve como uma porta de entrada para o mundo intenso e dramático que a artista deseja transmitir, preparando o terreno para as profundezas emocionais que estão por vir. É como se o ouvinte fosse convidado a embarcar em uma jornada íntima através da mente complexa de Yeule. \"Existential Crisis Hour\" mergulha ainda mais fundo nesse turbilhão emocional, com versos carregados de emoção e introspecção. Embora alguns momentos possam parecer menos coesos em relação ao todo, a faixa ainda consegue transmitir a intensidade das reflexões da artista de forma envolvente. Por outro lado, \"Sterile Rock\" é vista como a faixa mais fraca do EP, onde a personalidade vibrante de Yeule parece um tanto escondida por trás de versos que não deixam uma impressão tão marcante no ouvinte. No entanto, \"Not the Same Person\" se destaca ao equilibrar diversão e seriedade em suas confissões, levando o ouvinte a uma montanha-russa de emoções e pensamentos profundos. A atmosfera sombria e intensa atinge seu ápice em \"Huge Blackout\", onde Yeule explora temas de terror e psicopatia com uma maestria assustadora. A capacidade da artista de criar uma aura de mistério e morte ao longo do EP é notável, despertando uma gama diversa de sentimentos em quem se aventura por suas faixas. Quanto ao aspecto visual do EP, ele segue de forma coesa a proposta obscura e intensa do álbum, transmitindo visualmente a mesma intensidade emocional presente nas músicas. No entanto, é válido apontar que em certos momentos a repetição de elementos, como o coração de fundo e as imagens de TVs, pode dar uma sensação de falta de inovação e originalidade. Em resumo, \"TACHYCARDIA\" é mais do que um simples EP; é uma declaração de autenticidade e coragem artística por parte de Yeule, porém os erros supracitados poderiam ter sido recuperados com uma curadoria em certaz composições, realocações de tracklist e um visual mais poderoso, polido e objetivo. Sua capacidade de se abrir de forma vulnerável e transmitir emoções complexas e profundas é o que faz deste projeto uma experiência musical envolvente e impactante para quem se aventura a explorá-lo em sua totalidade.

American Songwriter

88

Chegando à indústria com um conceito criativo e diferente do usual, Yeule lança \'TACHYCARDIA\', seu primeiro extended-play. A primeira faixa é a rápida \'Press Play\', que é muito bem-sucedida ao introduzir o ouvinte na atmosfera do álbum, contendo versos afiados e sem medo da artista em soar agressiva e aterrorizante em seus versos. \'Existential Crisis Hour\' traz uma composição robusta e bem desenvolvida, capaz de criar cenários na mente dos ouvintes através do nível de descrição e detalhamento. Além disso, é notória a capacidade do eu lírico de trabalhar com gamas variadas de metáforas e ainda sim soar de forma natural e coesa. \'Sterile Rock\' é divertida e sarcástica, trazendo um ar inusitado ao projeto. A faixa não está em mesmo nível de sua antecessora em termos de composição robusta, mas traz conexões e jogos de palavras muito inteligentes. A crítica fica por conta da ponte, que poderia ter sido melhor desenvolvida e acrescentar novos elementos para a canção. \'Not The Same Person\' retoma o clima de terror e envolve o ouvinte em um momento de total mistério e incerteza. A composição traz ótima estrutura lírica e um dos melhores versos do EP, o simples pré-refrão, em que com apenas duas linhas o eu lírico conseguiu fazer uma quebra perfeita para o refrão e concede o acabamento perfeito para a canção. \'Huge Blackout\' segue aprofundando o trabalho em temáticas de terror, trazendo a letra mais pesada do EP. Nesta faixa, a atmosfera criada atrelada a boa execução do desenvolvimento da composição faz com que o ouvinte sinta medo e, ao mesmo tempo, queira entender o eu lírico. Sem dúvidas, a artista consegue instigar os seus fãs por mais de seu trabalho, Yeule construiu este EP em torno de uma aura de mistério, morte e psicopatia, despertando sentimentos diversos em todos os que irão se aventurar pelas faixas do projeto. O visual do trabalho combina com o teor da obra e contém a atmosfera necessária para o EP, mas perde um pouco em polidez, as páginas do encarte poderiam conter um acabamento melhor e atenção aos pequenos detalhes em suas páginas. Com criatividade gigantesca e coragem para abordar assuntos complexos, Yeule executa um ótimo trabalho em \'TACHYCARDIA\', captando a atenção e marcando sua identidade única.

The Boston Globe

84

Mostrando seu potencial à indústria musical, Yeule lança TACHYCARDIA — seu primeiro extended-play. Iniciando com “Press Play”, que mostra sua raiva e sua indignação com a forma que foi tratada (e como não foi tratada), trazendo versos despojados e uma lírica também despojada, servindo de introdução para a próxima canção. “Existential Crisis Hour” segue a anterior, agora aqui com a ideia tomando forma em uma canção que mostra como o eu-lírico convive e como o seu passado perfurou todos os seus sentimentos e sentidos. A ideia da canção se cumpre com a boa dosagem de Yeule e seu dom em saber espalhar os acontecimentos pela letra. “Sterile Rock” é bem divertida e consegue captar por tempo sua intenção, mas sua lírica perde força com linhas muito superficiais ou muito óbvias. Mas consegue trazer uma boa linha para o projeto, mesmo que pudesse ser melhor desenvolvida se seguisse o cuidado das anteriores. “Not the Same Person” se destaca por mesclar a diversão com a seriedade das suas confissões. A sua composição é muito bem conduzida e leva o ouvinte a muitos pensamentos, mas o principal é a forma como a mensagem consegue ser bem transmitida. Finalizando o EP, “Huge Blackout” descreve muito bem a psicopatia e todas as suas consequências e sintomas mais conhecidos, aqui adicionando à narrativa mais expressões e mais energia. O visual, produzido por ANNAGRAM, acaba deixando o brilho de lado. A edição da página possui muitas lacunas “mal preenchidas”, além do conteúdo gráfico que soa bastante precário. A capa é interessante, mas o restante acaba sendo bem abaixo do que o EP precisava. Desse modo, “TACHYCARDIA” mostra que Yeule é uma daquelas artistas que não tem medo de errar ou de ser ousada com intensidade: isso faz com que suas letras e conceitos sejam inesperados, e num bom sentido.

Spin

80

Com \"TACHYCARDIA\", Yeule inicia sua carreira musical de forma precisa e coerente com a proposta que quer passar: uma experiência através de uma sonoridade mais raivosa e letras agressivas, mas ainda intensas em demonstrar sua personalidade como artista. É possível sentir a essência do \"TACHYCARDIA\" através de sua sonoridade e precisão nas letras, que são carregadas com a personalidade forte da artista. Iniciando o projeto com a intro \"Press The Play\", a faixa introduz perfeitamente a proposta que a artista quer passar: vamos ouvir a história de Yeule da forma mais intensa e dramática que ela conseguir transmitir, e isso vem de forma positiva. \"Existential Crisis Hour\" tinha potencial para ser uma música um pouco mais intensa na sua letra, com versos mais emotivos; o verso 2 da música deixa a desejar em relação ao resto, que soa coeso com a proposta que o EP quer mostrar. Seguida por \"Sterile Rock\", que é a faixa mais fraca do EP, onde a personalidade da artista fica um pouco escondida atrás de versos que não impressionam o ouvinte. \"Not The Same Person\" chega como a melhor música do álbum, com versos que mostram que a artista está progredindo e usando a sua dor de base para se manter firme; com versos que entregam mais intensidade e um tanto de sinceridade em relação a anterior. \"Huge Blackout\" chega perto do final empatando como a melhor música, onde está próxima do seu auge de psicopatia e isso está evidente em seus versos. Encerrando com \"Make a Panda Fly\", Yeule faz uma reflexão sobre seu estado emocional e tenta debater consigo mesma sobre a responsabilidade dos seus atos até então, sendo uma ótima faixa de encerramento. Em seu visual, a artista segue a proposta obscura do álbum e entrega um visual coeso com o que quis mostrar com o \"TACHYCARDIA\", mas também é um pouco repetitivo. Através das páginas do encarte, podemos ver a mesma coisa: um coração de fundo, as letras das músicas por cima e uma TV com fotos dento em todas as páginas restantes; e esperávamos algo mais atrevido e criativo da cantora em relação ao seu visual, para combinar com a rebeldia entregada no conceito até então. \"TACHYCARDIA\" é entregue como um EP de estreia promissor e deixa um gosto de quero mais, e sabemos que com certos ajustes como a entrega de um visual mais diversificado e algumas letras ajustadas para não soarem fracas, Yeule se colocará nos trilos para ser uma das maiores estrelas do rock existentes na música.

Billboard

88

YEULE sempre foi uma artista fora da curva desde que passou a mostrar mais de sua essência. Em seu EP \"TACHYCARDIA\", a cantora coloca suas garras de fora (no sentido figurado) e expõe seus pensamentos mais pervertidos e conflitantes entre si (no sentido concreto). Ela não parece ter filtros na hora de expor suas emoções por meio dos versos, concisos e diretos ao ponto; parece ser um dos novos nomes da indústria a saber exatamente o que está fazendo - ao mesmo tempo que suas confissões parecem vir de uma mente que trabalha a mil por hora. YEULE apresenta seus pensamentos e suas ações mais chocantes ao grande público em faixas como \"Existential Crisis Hour\" e \"Sterile Rock\", que misturam alusões a sexo e violência de forma por vezes gutural, como pede o gênero do rock, mas que ainda assim fazem o ouvinte se perguntar: é isso mesmo o que eu acabei de ouvir? É isso mesmo o que YEULE acabou de falar? A intro \"Press Play\" soa como uma canção de ninar perto das revelações de que ela convive com o sangue e com a perversão da humanidade na própria pele. \"Not the Same Person\" é a canção mais introspectiva de todo o EP. Vindo ao final da experiência, a track apresenta uma Yeule mais confusa do que nunca, perguntando-se se todas as atitudes das faixas anteriores a representam de alguma forma, se ela é mesmo a pessoa que se orgulhou tanto em dizer que era até aquele momento. No final de tudo, somos humanos e mudamos de ideia tão rápido quanto a velocidade da luz; mesmo não sendo a mensagem principal do projeto, é uma das mais curiosas, porque a cantora pode tanto continuar nesse trajeto caso lance um álbum completo no futuro como também resgatar os conceitos do resto do EP futuramente, em outro projeto como este. Em todos os casos, estaremos de ouvidos atentos a saber sobre a vida de YEULE e entender mais a psique de uma pessoa tão profundamente deslocada dentro da própria crueldade com a qual somos obrigados a conviver porque vive dentro de nós.

2018 - © FAMOU$