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HALF-STAR - Hannah Cantwell
77

American Songwriter

74

“HALF-STAR” é o disco de estreia da cantora Hannah Cantwell, responsável por abrir um novo caminho em sua carreira como artista. Logo em sua primeira faixa, “I\'M THAT GIRL” com St. Maud traz ao ouvinte uma mensagem empoderadora e feminista, mostrando-se contrária a ordens externas e sobrepondo, por conseguinte, sua autoconfiança, com uma composição caracterizada por refrões melódicos e versos mais simples de digerir; o que a torna uma excelente faixa de abertura. “Desire”, no entanto, soa confusa por diversos momentos, com fragmentos mais divertidos e explícitos sendo apagados por narrativas mal desenvolvidas em meio a sua construção, quebrando a expectativa e sem acrescentar ao universo até então criada pela canção, que aborda o desejo por ser desejada pelo seu interesse romântico. “Sweet & Sexy” felizmente consegue recuperar o ritmo, verdadeiramente explorando seu conceito com fidelidade e incrementando à narrativa em movimentos sutis e bem dosados, mesclando o lado mais sexy e o lado mais doce e fantasioso. “MMM… (Self-Pleasure)” peca com uma certa superficialidade e usos clichês por boa parte da canção, mas conseguindo um destaque pelo seu refrão forte e que realmente parece refletir a ideia de ser um hino de autossuficiência sexual e emocional. “GET FRISKY” possui uma boa intenção na tracklist, mas sua composição não soa animadora; o desenvolvimento inicia e termina em caminhos diferentes, além de boa parte das linhas soarem confusas ou inacabadas com a sintetização dos pensamentos que o ouvinte faz ao longo da leitura. “RIDIN\' TIL THE DAYLIGHT” soa divertida, jovem e destemida, o que traz um entusiasmo aqui, marcado pelo seu refrão pegajoso e construção; talvez a canção pudesse ter sido mais desenvolvida, se tornando um destaque ainda maior. “GIVING A CHANCE (Interlude)” explora um sentimentalismo interessante, entretanto, sua posição na tracklist ainda não parece tão condicionada assim, porém aqui ela consegue trazer o ouvinte aos seus sentimentos de certa forma, mesmo que pudesse soar um pouco mais profunda. “DROWNIN’” nos mergulha em sentimentos profundos e que acrescentam à experiência de Cantwell, abordando como é sofrer em um relacionamento abusivo, o que é feito com sucesso em seu desenvolvimento, que soa até mesmo superior às restantes, sendo um destaque. “PURPOSE” em parceria com Theodore Bellini é a composição mais robusta e intensa do long-play, um dueto que retrata sobre se sentir confortável com desconhecidos e sem estar atrelado aos seus parceiros sexuais num geral, expandindo até mesmo o ponto de vista à outros sentidos. “AFTER ALL” finaliza o disco de forma abrupta; a composição parece se desenvolver muito bem até o seu fim chegar sem avisos prévios, soando mais como uma espécie de Outro, um ponto importante, já que a canção poderia alcançar muito mais. Visualmente, o disco produzido por PRAYØR possui uma excelente conexão com o seu conceito, com um extenso uso do rosa e edições mais explicitas e fantasiosas, mas também realistas; talvez não se conecte tanto assim com algumas de suas letras, mas ainda é um ponto positivo. No geral, “HALF-STAR” é uma experiência um pouco mista; ela pode te levar a lugares interessantes, mas também a outros um pouco desgostosos, principalmente pela falta de um cuidado maior em suas composições para que todas soassem no mesmo nível, algumas superficiais e, também, seus conceitos que não imergem tanto assim o ouvinte nas suas experiências. Mesmo assim, Hannah parece ter muito mais a mostrar em trabalhos futuros.

Los Angeles Times

82

Após longos anos de carreira, Hannah finalmente debuta com seu álbum chamando \"Half-Star\'\'. Com músicas variadas e diversificadas entre si, o projeto traz não só a sensualidade e liberdade sexual da cantora, mas também um lado vulnerável. \\\\\"I’M THAT GIRL\"\\\\ é a faixa de abertura e tem a colaboração com a bem sucedida: St. Maud. Com uma temática de sucesso e empoderamento, a canção escolhida é muito bem composta e com uma ótima relação entre as duas artistas entre os versos. É um POP extremamente interessante e que serve perfeitamente como inicio desse projeto, traz uma ótima relação não só com o visual mas com a ideia por trás do nome. O refrão tem um destaque e a parceria das duas funciona muito bem, entregando o simples mas polido. \\\\\"DESIRE\"\\\\ é a segunda faixa e tem a colaboração da composição com Serina Fujikoso, a música exclama sensualidade, sexo e toque, é uma letra simples mas direta e de certa forma interessante, Hannah consegue transparecer todo o sentimento aflorado nas palavras e serve como uma boa continuidade. \\\\\"SWEET & SEXY\"\\\\ soa como uma evolução de \\\\\"DESIRE\"\\\\, talvez uma troca em sua ordem faria um sentindo maior em termos de storytelling, aqui temos uma versão sensual mas com uma descrição e conceito por trás mais implícito que a anterior. É uma ótima composição e que trás uma linearidade ao conjunto. \\\\\"MMM… (SELF-PLEASURE)\"\\\\ é divertida, impressionante e muito bem executada. É de grata surpresa a dualidade presente na música e como ela consegue trazer a temática do empoderamento sexual de maneira que deixa a música interessante e com a camada POP/R&B presente, um dos pontos altos do \"Half-Star\" em que Hannah trouxe sua personalidade a composição. \\\\\"GET FRISKY\"\\\\ soa perdida, não em termos de temática, mas em maturidade como compositora, visto o longo tempo de lançamento, cabia uma reformulação ou até mesmo um descarte da faixa. É nítido que ela não acompanha as outras e o crescimento que Hannah teve como artista em toda a sua jornada, é uma canção que quebra a ótima continuidade do projeto. \\\\\"RIDIN\' TIL THE DAYLIGHT\"\\\\ é definitivamente a alma da festa! voltando a grande crescente das faixas anteriores, Hannah apresenta mais uma ótima faixa POP, de temática leve e composição bem estruturada, a cantora consegue trazer um conceito comum soando despretensioso. É uma ótima escolha, trazendo uma nova amplitude na temática de autodescobrimento e empoderamento, sem soar repetitiva. \\\\\"GIVING A CHANCE\"\\\\ é a única interlude presente e é a primeira balada e com certa vulnerabilidade até então, tem uma composição mais detalhada e que enrique o álbum como um todo, diversificando. \\\\\"DROWNIN\'\"\\\\ cai perfeitamente como a posterior da interlude, que serve de ótima abertura para a canção que fala sobre cair perdidamente em um amor e se afundar, o que pode fugir da temática proposta, mas é novamente em uma forma inteligente, afinal o empoderamento é abrangente e possui seus altos e baixos. A canção não é um dos destaques do projeto mas é de bom gosto, apenas não tão polida o suficiente como a maioria. \\\\\"PURPOSE\'\"\\\\ é outra canção emocional do projeto, desta vez em colaboração com Theodore, na qual a temática é de um desencontro entre sentimentos em uma relação. Em termos de estrutura e composição temos um ótimo desenvolvimento, mas em temática acaba se perdendo e facilmente deixando em evidência que foi apenas uma música encaixada. \\\\\"AFTER ALL\'\"\\\\ é de composição mais singela e tem uma tonalidade de despedida, apesar de possuir bons versos, soa fraco e não faz jus ao início do projeto, talvez em uma posição de interlude trouxesse um sentido maior. O visual tem a assinatura de Prayor e traz a temática Star com uma mistura Urban, é polido e bem executado, a fotografia se destaca a e os tons de rosas representam a sensualidade que é vista na maior parte inicial do álbum. Comparados aos lançamentos mais atuais, é nítido que faltou uma maior dedicação em entregar talvez uma descrição do projeto ou uma imersão maior que o enriquecesse. O \"Half-Star\" apresenta altos e baixos, com um ótimo começo porém acaba se perdendo em sua construção e adições de faixas que poderiam ser reformuladas. A ordem do projeto talvez tenha prejudicado, dividindo muito em suas temáticas e deixando um seguimento apenas de composições melancólicas que não fazem jus ao conjunto ao todo. Dito isso, Hannah possui grandes acertos e faixas hipnotizantes que se destacam, com uma grande ousadia de trazer a sensualidade explícita e muito bem desenvolvida em sua composição. A cantora ainda tem a evoluir mas apresenta uma forte identidade que facilmente se destaca entre os demais, apenas um maior polimento para a projetar na indústria é necessário.

The Line Of Best Fit

63

Hannah Cantwell finalmente entrega a seus fãs seu primeiro álbum de estúdio, depois de uma década de espera. Em \"Half-Star\", a cantora explora uma variedade de temas, partindo de suas questões emocionais até momentos mais quentes e de empoderamento feminino. O álbum abre com \"I\'m That Girl\", uma colaboração digna de um ato de abertura, com St. Maud. A canção transmite uma mensagem poderosa de autoconfiança e independência, se encaixando na temática de empoderamento feminino. A faixa apresenta uma lírica boa, com grande destaque a participação de St. Maud, que traz muito de sua autenticidade para a faixa. \"Desire\" e \"Sweet & Sexy\" são dois lados opostos da mesma moeda, ambas abordam temas relacionados, porém uma soa mais bem trabalhada que a outra. Dentre as duas, \"Sweet & Sexy\" se sobressai com sua lírica mais envolvente. Enquanto \"Desire\" soa obsoleta e sem inspiração, mesmo sendo a mais recente das duas. Hannah parece um pouco tímida ao compor, sem inspiração e talvez sem um norte, um ponto de partida. \"Get Frisky\" se junta a \"Desire\" para ocupar o posto de canções mais fracas do disco. Apresentando a mesma temática sensual, Cantwell mantem a formúla rasa e superficial aplicada em \"Desire\". Gostaríamos de ver a cantora ser um pouco menos tímida quando estiver trabalhando em suas temáticas sensuais, como é no caso de \"Ridin\' Til The Daylight\", que aborda a sensualidade de uma maneira satisfatória e mais inspirada. Após uma breve interlude desnecessária na sétima faixa, é apresentado um lado mais sentimental da personalidade de Hannah. \"DROWNIN\'\", surpreende e demonstra intensidade e se consagra como a melhor faixa desde a abertura. Aqui vemos que letras inspiradas ajudam significativamente na construção de narrativa, atmosfera e conexão com os ouvintes. \"Purpose\" e \"After All\" se encaixariam mehor como faixas de encerramento se \"Half-Star\" tivesse começado na sétima música. Olhando como um todo, não parece concluir nenhum ponto apresentado no começo do álbum. Nos aspectos visuais, o álbum é polido, com cores vibrantes e tons fortes que se alinham bem com o que é esperado, baseado no titulo e nos singles lançados previamente. Em resumo, o \"Half-Star\" apresenta uma proposta interessante, mas com uma execução ultrapassada e oca. Hannah Cantwell não é nova aos holofotes e a indústria, seus anos de experiência poderiam ter refletido na atuação lírica e conceitual do disco, o que impediria o álbum de soar como um compilado de canções que não conversam entre si. No entanto, os acertos do álbum se mostram muito promissores e mostra tudo, ou quase tudo, que gostaríamos de ter visto em \"Half-Star\". É evidente que Hannah nasceu para o estrelato, com uma maior atenção á coesão e o aperfeiçoamento de suas habilidades líricas, logo todos se sucumbirão ao seu talento

Billboard

68

Após uma longa espera, Hannah Cantwell finalmente lança meu primeiro álbum de estúdio apostando em músicas sensuais, empoderadas e algumas sentimentais. Sua base lírica é linear em diversos momentos, e a coesão do álbum acaba se tornando frágil por tomar diversos rumos líricos. O álbum inicia com \"I\'m That Girl\", que em parceria com St. Maud, apresenta uma boa mensagem de empoderamento e sentimento de auto suficiência. A música tem uma lírica bem empolgante, e a introdução da parceria faz com que a música não se torne tão repetitiva. \"Desire\" é mais sensual e desinibida, e quebra um pouco da expectativa do ouvinte após a intensidade da faixa anterior; nesta faixa, os versos são mais rasos e modestos. \"Sweet & Sexy\" carrega uma lírica mais apaixonante que a anterior, mesmo seguindo a mesma linha sensual no álbum. A letra é envolvente e dita as palavras de um coração apaixonado. \"MMM (self pleasure)\" mostra uma Hannah mais confiante em seus versos, ditando o amor próprio e consegue entregar versos que mantém a proposta da música, mesmo que a faixa pudesse ter versos mais fascinantes. Ao lado de \"Desire\", \"Get Frisky\" é a faixa mais fraca do álbum. A música entrega sensualidade, mas seus versos são escassos em conteúdo lírico e acabam se tornando um pouco vazios. \"Ridin\' Til The Daylight\" transpira sexualidade, e nessa faixa funciona facilmente; a música contém versos mais quentes e completos, se tornando ótima para uma pista de dança. Após uma breve interlude, Hannah mostra um lado mais sentimental do \"HALF-STAR\" com a faixa \"DROWNIN\'\", mostrando uma intensidade em seus sentimentos, e um lado da artista que ainda não havia sido mostrado no álbum; onde podemos sentir a emoção nas palavras. Nas últimas faixas, \"Purpose\" relata bem a angústia de um coração partido, com uma composição bem estruturada e sentimental. Enquanto \"After All\" encerra o álbum com uma composição mais rasa e menos empolgante nos versos. Seu visual é polido, e entrega uma experiência visual agradável, com cores vivas e tons fortes, o que faz o álbum ganhar pontos extras também pela conexão com a proposta conceitual. O \"HALF-STAR\" contém uma boa proposta, mas Hannah peca em conseguir fazer o álbum soar coeso entre as faixas de sensualidade, empoderamento e faixas melancólicas sobre um amor tóxico; elas podem funcionar separadas, mas juntas em um álbum acabam brigando entre si por não conseguirem se conectar. Pode-se dizer que Hannah está no caminho para se tornar uma artista renomada, e com uma certa polida em suas composições adicionando mais emoção lírica, ela deverá conseguir se tornar uma estrela completa.

TIME

92

Compilando singles no decorrer de seus 10 anos de carreira, Hannah Cantwell finalmente lança o seu tão aguardado disco de estreia, \'Half-Star\'. Utilizando temáticas comuns como fim de relacionamento, autoestima e sexo, a cantora escolhe não reiventar a roda e nos entrega um álbum simples e dinâmico, se tornando um sopro de ar fresco em meio a tantos lançamentos complexos na indústria musical. E é justamente por essa despretensão que Hannah conquista nossos ouvidos ao colaborar com um grande time de compositores, como Serina Fujikoso, Leonardo Davi, Liv Miller e PRAYØR, além de St. Maud, artista convidada na primeira faixa do disco, \'I\'m That Girl\'. Na canção, as cantoras gritam para o mundo que jamais se encaixarão nos moldes impostos às mulheres e se rebelam cantando a plenos pulmões versos fortes como \"não sou uma marionete, não sou a fantasia deles\". Hannah também triunfa ao discorrer sobre suas experiências sexuais sozinha, como em \'MMM... (self-pleasure)\', ou com outra pessoa, como em \'Desire\'. A veterana consegue a difícil proeza de cantar sobre seus afetos conjugais de forma elegante, nunca vulgarmente ou de mau tom. Apesar de ser uma garota festeira, como mostrado em \'Get Frisky\', Cantwell também nos confia suas inseguranças e sensibilidades, como mostrado em \'Drownin\'\' e na incrível \'Giving a Chance\', uma poética interlude, com rimas simples e fluídas, que definitivamente merece mais atenção. Em relação ao visual do disco, produzido por PRAYØR, este se casa perfeitamente com o título do projeto, mostrando uma Hannah chegando a Hollywood e ilustrando seu caminho até se tornar uma grande estrela. Se utilizando de montagens polidas, o encarte consegue nos transmitir a sensação que temos ao ouvir o álbum, algo difícil a ser alcançado. Em contrapartida, apesar de muitos êxitos o disco nos decepciona no que diz respeito à quantidade de músicas inéditas: em um CD de 10 faixas, apenas a metade delas foram lançadas juntamente ao disco. Além disso, três delas foram lançadas entre 2019 e 2020. Em um projeto trabalhado há tanto tempo, esperávamos mais faixas inéditas. Além disso, a cantora derrapa em alguns momentos do disco, como durante \'Ridin\' Til The Daylight\', que poderia ser menos repetitiva e mais imaginativa. Em suma, Hannah acertou em cheio ao apostar no simplório, nos entregando um disco divertido e acessível e provando que é muito mais que uma \"meia-estrela\", mas ainda tem um pequeno caminho a percorrer pela frente.

Pitchfork

70

O primeiro álbum de Hannah Cantwell, \"HALF-STAR\", une o melhor das demarcações do R&B e dos refrões quentes do Pop. A artista que lançou de surpresa o seu esperado primeiro disco prometeu trazer o seu amadurecimento como artista no decorrer de sua carreira e, complementando o nome do álbum, ela só está na metade de sua caminhada. \"I\'M THAT GIRL\" é um canção super empoderada, feminista e divertida, sem militar. As estrofes colaborativas com St. Maud entregam uma letra calorosa e original, que abusa de recursos líricos explícitos ou não, por que mulher pode falar, fazer e cantar e também ser o que ela quiser. Logo na segunda faixa, \"Desire\", Hannah se perde em seu momento de ativismo e busca a troca erótica e da paixão com outro cara, alegando no final da letra estar bonita demais e isso estar fazendo ela infeliz, já que nenhum homem de atitude pretende tocá-la por este motivo. É uma grande contradição logo no começo do projeto, tornando essa faixa muito filler, não apenas pela falta de coerência, mas também pelas estrofes clichês e que entregam nada demais. O segundo single oficial da era é conhecido por muitos e \"Sweet & Sexy\" é onde o sol chega depois do tempo ter fechado, porém, ainda há resquícios de chuva. A letra da canção é bem desenvolvida e trás algumas metáforas muito bem colocadas, estrofes bem organizadas e uma atmosfera super envolvente, o problema aparece na analogia \"doce\" que o eu-lírico pretende: é muito juvenil e básico. \"All of that candy arround the world / Isn\'t sweeter than mine\" mostra um pouco disso e a continuação desse verso é um clássico tiro explícito que não tem nenhum propósito. Logo em seguida, o teor continua, mas parece retomar ao eixo empoderador da primeira faixa e \"MMM... (Self-Pleasure)\" pode ser um hino da masturbação feminina. A canção é divertida, une os universos de Hannah Cantwell e é um acerto no que se diz a se divertir sozinha, conhecendo seu próprio corpo, sendo sua melhor amiga. A forma que o eu-lírico desenha a corrida dos dedos de Cantwell até o seu ponto G é fenomenal, é um jogo de palavras, acontecimentos e adjetivos que deixam a canção rica e excitante. A irmã mais nova de \"Desire\" surge em \"Ridin\' Til The Daylight\". A faixa retoma a narrativa de ostentação, sexo e pegação,, desta vez melhor trabalhada, mas retomando ao conceito do álbum... Onde está a descoberta, o processo de amadurecimento e o progresso da vida? Se for regado a curtição, é o que transparece, mas seguindo pela primeira faixa, não é. Continuando na sexta faixa, Hannah Cantwell se diverte com carros, homens e mulheres, ela está em seu momento de comemoração, por nada, mas está. É uma canção que quer ser um hino pop, feito para as pistas, a canção chiclete do projeto. Analisando faixas seguintes, sendo \"Drownin\'\" o melhor acerto lírico do projeto, a cantora de R&B revela estar se afogando num relacionamento abusivo. A faixa permeia numa melancolia, única praticamente no álbum, que corrói o ouvinte de tanto sofrimento. Hannah Cantwell dá um show de composição trazendo seus sentimentos finalmente à tona e cantando um refrão de tirar o fôlego, brincando com a ideia da água, do mar, dos pulmões e da respiração. Sutileza é nome! O encerramento com \"After All\" dá a entender que a trilogia final das faixas é a única narrativa que tem sentido dentro do projeto. Hannah Cantwell, na canção, aprende com suas experiências amorosas, mas tem como retorno, como um karma, as portas fechadas ao seu coração. Ela está desiludida e devastada. O mais legal da faixa é quando a cantora diz que os toques de outras pessoas que caminham pelo seu corpo não a agregam mais e ela não sente mais reciprocidade por ninguém. Concluindo as faixas, analisamos a produção assinada por PRAYOR, que tem como maior ponto a fotografia. Cercada pelas noites e pela atmosfera Hollywoodiana, Cantwell posa para as câmeras de Paulo Gama que não pesa no uso dos efeitos especiais em rosa e nos flashes da pós-produção. Ainda no encarte, podemos ver que a tipografia é, em maioria, toda em maiúsculo e serifada, traz um ar clássico, mas ficaria mais chique com fontes finas e sutis. É um booklet muito bonito de se ver, sem muitas mirabolâncias de design. Antes de concluir, e após apontados os erros do disco, podemos entender como poderia ser \"HALF-STAR\" se cumprisse o que prometeu. A primeira forma de contornar esses obstáculos seria remodelando a tracklist, que enrola o ouvinte por ´varias vezes em canções sensuais e que hora é empoderada, hora não. Apesar de começar excelentemente com \"I\'M THAT GIRL\", a faixa deixa o gosto do processo de amadurecimento de Hannah e que este progresso será para com a mulher que ela está se tornando, o que acontece muito pouco. Outra questão é, se Hannah Cantwell tivesse organizado melhor suas ideias, ela teria dois álbuns, \"HALF-STAR\" com letras que contassem sobre suas reflexões como mulher, conhecendo seu próprio corpo, entendendo seus sentimentos, tratando suas cicatrizes e sim, curtindo a noite. O que pesou aqui foi que a curtição extrapolou os sentidos de seu amadurecimento, talvez esquecendo que esse era o ponto chave do disco, levando para um projeto quase completamente comercial. Portanto, Hannah Cantwell mostra que sabe ser a voz das músicas de sedução, mostra também que é uma compositora muito criativa, porém peca em colocar tanta ideia em prática, de forma incoerente, esquecendo de passar o rodo nos excessos e projetando exatamente o que ela queria. Veremos, talvez, se a próxima metade dessa estrela, será melhor do que a sua estreia.

AllMusic

82

O nome de Hannah Cantwell circula pelas mídias da indústria musical há bastante tempo, mas somente no ano 10 a cantora entregou ao mundo seu tão aguardado álbum de estreia. Intitulado \'HALF-STAR\', o LP impressiona pelo seu conceito, apresentando Hannah como uma pessoa que ainda tem muito a fazer pela sua carreira, como se ainda não fosse uma estrela completa e ainda não mostrasse todo o seu potencial. Entretanto, o que o ouvinte percebe durante as faixas é o quão preparada a artista se encontra para voos maiores do que os alçados até o momento; talvez ela apenas não tenha percebido isso em meio às histórias contadas. Os visuais, inspirados pelo Hall of Fame de Hollywood, combinam com a figura pública representada por Hannah ao longo dos anos, ainda que não sejam tão intimistas quanto as faixas novas. \'Get Frisky\', single lançado ainda em 2019, está incluída na tracklist do disco, e por mais que sua vida tenha sido encerrada há bastante tempo, a lembrança de outros tempos da artista Cantwell é bem-vinda com suas letras descontraídas e uma produção sem rodeios, expressando a vontade da cantora em se dar prazer da maneira que achar melhor. \'DROWNIN\', último single da artista antes de um hiatus não anunciado, traz as letras mais maduras da artista até o momento em que foi lançado; incluindo referências ao cantor Bronx e metáforas menos óbvias sobre afogamentos, Hannah entrega sua verdade com um fervor nunca visto antes. \'I\'M THAT GIRL\', single de retorno dela à indústria e uma parceria com St. Maud, é destaque entre as faixas inéditas; ambas as artistas demonstram autoconfiança no trabalho que fazem e se sentem prontas para provarem seu valor a quem quer que duvide delas, sendo uma escolha óbvia e bastante merecida para single. \'MMM... (SELF-PLEASURE)\' não promete ir além do que seu título explicita, mas também não dá dois passos para trás no assunto; Hannah se compromete a dar a si mesma o prazer que já havia sido mencionado em \'Get Frisky\', mas dessa vez, sem precisar de mais ninguém para se sentir satisfeita consigo mesma. \'RIDIN\' TIL THE DAYLIGHT\' é a faixa mais liricamente visual do álbum; com descrições de todas as loucuras de uma noite de diversão que Hannah pretende viver por si própria, o refrão cativante e facilmente decorável e uma performance urgente nos vocais, é uma prova do quanto o espírito divertido da cantora não se perdeu com o tempo. \'HALF-STAR\' é um debut album cuja proposta e suas realizações são fruto de mudanças criativas, mas esse detalhe se esconde por trás da figura de Hannah em ser honesta consigo mesma em vez de justificar o que não precisa ser justificado. A estrela já brilha antes mesmo de se sentir completa.

Spin

88

Hannah Cantwell é uma figura já muito presente na industria, desde muito tempo lançando seus trabalhos ambiciosos e sempre despertando a curiosidade dos ouvintes no que seria seu, finalmente, album de estréia. Agora, já entre nós, \\\"Half-Star\\\" traz uma demostração de amadurecimento, que pode-se resumir como um reencontro de como a própria Hannah quer se vista e ser lembrada com o seu grande primeiro projeto, mesmo que ainda demostre um interesse de evolução pessoal. Requer tempo pra um artista se encontrar, alguns decidem arriscar rapidamente, outros decidem esperar o momento certo, isso torna o lançamento de \\\"Half-Star\\\" muito bem trilhado. Ao adentrar-se no disco, há de se encontrar uma cantora que está provando aventuras, sem muita certeza do objetivo, mas com uma grande vontade de explorar o mundo, seus desejos, ambições e imperfeições. Canções como \\\"Sweet & Sexy\\\", \\\"MMM... (Self-Pleasure)\\\" e \\\"Ridin\' Til the Daylight\\\", exploram o desejo sexual de forma livre e ousada, sem parâmetros e sem momentos pra limites, como uma garota que está dando seus primeiros passos na sua vida sexual. Em uma quebra repetina, o disco traz a faixa \\\"Drownin\'\\\", que repetinamente traz um peso dramático, principalmente após seguir três faixas com conceitos muitos opostos, o que assusta de primeira instância, no entanto, a canção se destaca liricamente no album, mesmo seguindo uma ordem muito estranha na tracklist. O disco termina com as faixas \\\"Purpose\\\" e \\\"After All\\\", que refletem as tramas trazidas anteriormente, dando um ponto final em tudo que foi dito e trazido pro ouvinte, Hannah decide que tudo não passou apenas de um momento na sua vida. Visualmente, o disco traz um glamour ao estampar a cantora na calçada da fama e sob holofotes, dando ênfase ao título \"Half-Star\", enquanto liricamente o disco traz uma experiência momentânea sobre relacionamento e sexo, dando-se a entender que essas experiências são as responsáveis por Hannah não se sentir uma estrela completa e, sim, metade de uma. No entanto, o album não deixa tão explícito o porquê tais experiências são tão preocupantes a ponto de ser um empecilho pra ser uma estrela, quando conseguimos visualizar facilmente que Hannah é definitivamente uma.

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