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landscape - Maddie Taylor
74

The Boston Globe

82

Maddie Taylor nos presenteia com um relato íntimo e apaixonado em seu novo EP, onde mergulha de cabeça em uma narrativa de amor vivida recentemente. Composto por seis faixas, o álbum é uma jornada emocional que captura os altos e baixos de uma paixão intensa. Taylor constrói suas músicas de forma a nos transportar para os momentos-chave desse relacionamento, começando pela faixa \"you know that\", que nos leva de volta ao instante em que o amor brotou. A sinceridade e entrega do eu-lírico são evidentes ao longo de todo o EP, revelando uma narrativa direta e sem artifícios. A sonoridade do projeto é uma fusão habilidosa de influências alternativas, folk, rock e pop, proporcionando uma experiência auditiva envolvente e eclética. As letras, embora simples, são genuínas e cativantes, refletindo os sentimentos intensos da artista de forma honesta e despretensiosa. Embora algumas narrativas possam parecer previsíveis, elas se encaixam bem no contexto geral, adicionando uma camada de autenticidade à obra. Entre as faixas, destaca-se \"did you get lost on the way?\", que se destaca como a joia do EP. Com uma narrativa bem desenvolvida e uma estrutura musical mais complexa, essa música cativa com sua letra envolvente e emotiva. No entanto, outras faixas do álbum tendem a cair em clichês, sem oferecer muitas nuances ou poder lírico notável. A confusão mental da artista transparece em algumas letras, mas é em \"did you get lost on the way?\" que a história ganha vida de forma mais vibrante e envolvente, sobretudo no trecho: “Você conseguiu observar do jeito que eu fiquei te olhando hoje a tarde inteira? Eu pensei que você não viria, mas você se perdeu no caminho?”. Visualmente, o EP apresenta uma estética simples, quase indie, que complementa a vibe alternativa das músicas. Embora a composição visual seja despojada e pouco técnica, isso não prejudica a experiência global, contribuindo para a atmosfera sincera e autêntica do trabalho. Algumas escolhas de design poderiam ser mais convencionais, como as caixas de texto, mas no contexto lírico, a simplicidade funciona bem. No geral, Maddie Taylor entrega um trabalho encantador e ingênuo, utilizando o poder da arte para compartilhar seus sentimentos ali mais profundos. Apesar de suas imperfeições e imaturidades, o EP é uma representação genuína do ciclo de emoções que acompanha o despertar de um amor. Ao abrir as páginas de seu diário pessoal em forma de música, Taylor nos convida a compartilhar sua jornada, com todas as suas lágrimas, risos e descobertas. Este é um passo importante em sua carreira como compositora e artista, e mal podemos esperar para ver como ela crescerá e evoluirá em um futuro próximo.

The Line Of Best Fit

65

Lançado num curto intervalo de tempo, pouco depois do seu debut com o Pop everfescente e frenético do famoso \"Love & Luxury\", Maddie Taylor revisita suas raízes e regressa ao alternativo com o pessoal e melodramatico \"landscape\". Apostando em um trabalho com composições inteiramente solo e confiando a produção nas mãos de Noan Ray, neste extended-play de seis faixas a artista decide explorar uma história de amor, que parece não ser correspondido, vivida pela artista. A temática embora não seja inovadora, aqui acaba tendo um certo brilho por ser tratada de uma forma bem pessoal. O abre-alas é a faixa-título, ela, por suas linhas, funciona como uma prévia do que virá em sequência dentro do projeto e este acaba sendo um ponto negativo porque, simplesmente, nos entrega de bandeja todo o conteúdo que está por vir e, no fim, faz com que o disco de média duração soe repetitivo. Após a abertura temos \"chains\", primeiro single deste trabalho, e mesmo não tendo uma temática ou escrita diferenciada acaba se destacando por sua sincerida e soa simpática graças a sua simplicidade. \"did you get lost on the way?\", mais um single deste lançamento, e \"the girl holding your shoulders\" são as próximas faixas e, diferente do que usualmente ocorre em qualquer disco, elas não oferecem um avanço na narrativa ou introduz um novo elemento na história contada pela artista. As faixas parecem, na verdade, uma releitura de \"chains\", além de serem cópias de si mesmas, e repetem a narrativa de um amor impossível de ser vivido fora do domínio dos sonhos. \"you know that\" traz uma nova perspectiva, porém é um breve lapso porque se trata da penúltima canção neste cancioneiro. Nesta altura temos uma Maddie reflexiva e revivendo momentos do passado com esse amado, além de temer o futuro com ou sem ele. É vunerável e fofa? Sim e isso funciona, embora seja um tanto quanto pueril. \"my next record\" faz o encerramento e nos deixa com um gosto amargo, porque mesmo a cantora-compositora tenha se atentado de que o amor não era correspondido, e que toda a humilhação que se sujeitou não valeu coisa alguma, ele ainda fala em dedicar canções para este amor. Algo que pode vir a ser facilmente relatavel. Liricamente, o \"landscape\" comete erros e isso é normal, especialmente para uma artista que ainda está iniciando. Contudo Taylor merece respeito e reconhecimento por abrir seu coração e mostrar suas vulnerabilidades sem medo em um projeto como este. Agora no que tange o visual, sentimos que a produção do sr. Ray não foi muito acertada. Em todo o projeto, parece haver uma falta maior de cuidado com os detalhes e ajustes. O encarte com variadas fotos de uma figura masculina desfocada não combina con a arte de capa e nem com o banner. Os elementos visuais inseridos nas fotografias parecem justamente isso, sem qualquer refino ou edição cuidadosa. A tipografia clara com os fundos claros da imagem também dificultam a leitura do encarte, entre outros. Tudo isso faz com que o visual acabe por vir a ser um dos pontos mais fracos aqui. Como um todo, \"landscape\" tem uma ideia e um objetivo bem claro, entretanto é a sua execução que vem a ser o seu calcanhar de Áquiles.

Spin

76

Maddie Taylor retorna com ‘landscape’, trazendo uma proposta totalmente diferente de seus trabalhos antigos. A primeira faixa do EP é um monólogo em ‘landscape’. Nesta canção basicamente encontramos um grande fluxo de pensamentos do eu lírico, a artista coloca o ouvinte em meio a um turbilhão de emoções intensas. A faixa, em alguns momentos, comete um deslize comum para compositores iniciantes: Tentar ser intenso e acertar na prolixidade. Embora o eu lírico seja bem-sucedido em transmitir sua mensagem de amor intenso, solidão e desespero, existem formas mais concisas e poéticas de construir este pensamento. ‘chains’ apresenta uma composição robusta e bem construída, trazendo boas descrições da relação do eu lírico com o seu amado. Além disso, a artista emprega boas metáforas durante a canção, à exemplo de: “I know it will hurt to watch all the girls being wrapped in your arms and none of them being me / In my subconscious I still believe that you\'ll break free from these chains, even if they have to corrupt”. A faixa ‘did you get lost on the way?’ segue em linha parecida com sua antecessora, mas nessa canção o eu lírico coloca o seu amado praticamente em um pedestal. A maior qualidade da faixa fica por conta da sua narrativa e a forma como a artista consegue desenvolver os seus sentimentos, tornando fácil para que os ouvintes empatizem com o que está sendo descrito. ‘the girl holding your shoulders’ tem uma proposta interessante, mas nesse momento começamos a perceber uma repetição de temática, carecendo de novos elementos a serem inseridos no contexto que a artista desenvolve. Além disso, em termos de estrutura lírica, a artista cai no ponto da prolixidade novamente. Com a temática de sonhos, Maddie poderia ter aproveitado para escrever ‘the girl holding your shoulders’ de uma forma mais etérea, feliz, fantasiosa. Após ‘you know that’, que conta um pouco de como as duas partes da história se conheceram e discorre mais sobre os pensamentos incessantes do eu lírico, a última faixa do EP é ‘my next record’, em que o eu lírico mostra estar consciente de sua cega paixão, mas de maneira alguma deseja parar com esse amor. Ambas as faixas estão no mesmo nível de qualidade das outras do EP, não inovam em temática, mas novamente evocam o carisma e a fácil capacidade de empatizar com o narrador, visto que amor não correspondido é uma temática que todas as pessoas já passaram pelo menos uma vez em suas vidas. O visual do projeto é muito bonito e bem trabalhado, traz o conceito do EP em suas páginas, mostrando a solidão, a distância entre o eu lírico e o seu amado. Além disso, traz uma sensação de frio invernal, soando ideal para acompanhar a melancolia das canções. Por fim, Maddie tem alguns pontos a trabalhar para seus próximos trabalhos: Maior polidez em suas canções e diversificação das suas letras, mostrando outros tipos de pensamentos, situações e pontos de vista, mesmo que o assunto seja basicamente o mesmo. ‘landscape’ mostra o potencial da artista em emocionar e falar sobre seus sentimentos de uma forma que o ouvinte consegue facilmente se identificar, sendo um presente para os seus fãs mais sensíveis e apaixonados.

The Line Of Best Fit

68

A mudança abrupta presente em \"landscape,\" o segundo álbum de Maddie Taylor, representa uma virada inesperada em sua carreira, especialmente depois do estrondoso sucesso de seu álbum de estreia, que parecia ter dado forma a uma nova identidade para o até então decadente gênero dance. O contraste entre seu trabalho inaugural, repleto de faixas animadas e direcionadas às pistas de dança, e seu atual EP, imerso na melancolia alternativa e no rock, é inegável. No entanto, talvez essa metamorfose tenha chegado cedo demais, deixando perguntas sobre o caminho a seguir em aberto. A faixa de abertura, \"landscape,\" desempenha o papel de um resumo antecipado das composições que seguirão. No entanto, essa abordagem levanta a questão de sua necessidade imediata. Ao oferecer uma visão prévia tão completa do que está por vir, pode-se argumentar que a faixa inicial pode tirar parte da surpresa e do mistério que tornam o álbum uma experiência envolvente. \"Chains\" é inegavelmente uma faixa destacada e possivelmente a melhor de todo o trabalho. No entanto, um desafio que ela enfrenta é sua extensão, que pode causar certo cansaço ao longo do percurso. Com versos longos que exploram, ás vezes profundamente, ás vezes nem tanto, as suas emoções, a música demanda um comprometimento significativo por parte do ouvinte. Embora sua riqueza lírica seja admirável, a longa duração pode desafiar a paciência, deixando a sensação de que a experiência poderia ser mais agradável se fosse mais enxuta. A canção \"did you get lost on the way?\" compartilha com \"chains\" a característica de ser uma faixa extensa e, infelizmente, desinteressante em sua longa duração. A capacidade de síntese é fundamental para que uma música consiga transmitir sua mensagem de forma envolvente. Além disso, algumas das poesias contidas em \"did you get lost on the way?\" podem parecer piegas e até um tanto genéricas, perdendo a oportunidade de trazer uma perspectiva mais distinta e impactante à narrativa da canção. Por outro lado, a descritiva \"the girl holding your shoulders\" destaca-se por introduzir diversidade através de seu desenvolvimento onírico, revelando como a personagem se ilude com as fantasias criadas pela sua psique. Em seguida temos \"you know that\", que segue o padrão estabelecido pelas faixas anteriores, principalmente \"chains\", mantendo-se dentro das mesmas diretrizes e sem apresentar inovações significativas. Em \"my next record\", a cantora sugere a possibilidade de lançar mais álbuns com a mesma temática, porém, essa ideia pode ser vista com ressalvas. Ao longo das seis faixas deste EP, não observamos uma diversidade significativa tanto em termos conceituais quanto líricos, o que levanta dúvidas sobre como a artista conseguiria manter o interesse e a originalidade ao expandir essa narrativa para um álbum completo, com dez ou mais faixas. Tal abordagem poderia resultar em um trabalho ainda mais repetitivo e limitado, diminuindo a capacidade de inovação que é muitas vezes crucial para manter o interesse dos ouvintes ao longo de um álbum. O visual adotado por Maddie Taylor, em especial a capa, parece fortemente influenciado por obras como \"folklore\" de Taylor Swift. Embora inspirações sejam bem-vindas na construção de um estilo visual, é essencial encontrar um equilíbrio para evitar uma associação imediata com o trabalho referenciado. No que diz respeito às páginas do encarte, a simplicidade e harmonia são características agradáveis. No entanto, vale mencionar que alguns efeitos visuais, como a representação do homem em chamas na capa, podem ser considerados excessivamente rudimentares, manchando e acrescentando uma nota discordante ao conjunto. Encontrar uma abordagem visual mais distinta e coesa pode fortalecer a identidade artística de Maddie Taylor e oferecer uma experiência visual mais envolvente para seu público. Em resumo, Maddie Taylor demonstra talento na escrita, mas precisa aprimorar a capacidade de contar histórias de forma mais sucinta. A mudança abrupta de gênero musical logo em seu segundo trabalho deixa a cantora em busca de uma identidade artística, e nos perguntamos se ela mesma se perdeu no caminho. Com a narrativa fraca apresentada neste EP, surgem preocupações sobre o futuro de seus discos caso continuem seguindo essa mesma linha. É evidente que há potencial e criatividade em seu trabalho, mas é importante que Maddie Taylor encontre sua voz e explore novas direções criativas que evitem a monotonia e proporcionem uma experiência mais rica e envolvente para seus ouvintes.

Pitchfork

73

Após o seu bem sucedido álbum de debut, Maddie Tyalor nos agracia com o seu primeiro EP \'landscape\'. Seguindo uma roupagem totalmente oposta a do \'LOVE&LUXURY\', se no álbum de debut de Taylor encontramos muitas batidas dance e letras alegre, aqui encontramos canções mais pessoais e intimistas, flertando muito com Folk e Rock. Contendo 6 faixas, sendo um delas um monologo, Maddie se arrisca a trazer canções com um apelo mais sentimental. Em certas canções a cantora consegue fazer isso de uma maneira satisfatória, entretanto, em outras acaba sendo muito canções extremamente exageradas sentimentalmente, tentando passar um apelo pessoal que não parece genuíno e não permite que o ouvinte sinta o que Maddie diz estar sentindo. Iniciamos com \' landscape (monologue)\' que traz uma ideia legal sobre cada faixa corresponder a uma faixa do trabalho, entretanto por mais que seja uma boa ideia, a execução não é tão boa assim, sendo uma faixa que fica extremamente longa e cansativa, e que quando chega no verso 5 você já começa a se perguntar sobre do que a cantora estava falando. \'chains\' é a proxima faixa e a que serve como single do EP, e a escolha não poderia ser mais certeira, pois aqui Taylor acerta muito em expressar seus sentimentos, mesmo tendo problemas em sua estrutura, a cantora consegue contar uma história coesa e que o ouvinte pode facilmente se identificar e compreender. \'did you get lost on the way?\' é uma das canções mais belas do disco, com Maddie compensando seus versos enormes com uma estrutura menor, dessa forma permitindo o ouvinte se conectar melhor com a cantora. A canção nos traz uma melodia sentimental com uma letra doce, é a melhor canção que representa o trabalho sem dúvidas.\'the girl holding your shoulders\' e \'you know that\' acabam caindo na falha que mais aparece em Maddie nesse projeto, que são canções que parecem tentar entregar muito sentimento mas acabam exagerando na dose colocada nas músicas. Não são faixas necessariamente ruins, mas os versos longos, o excesso de linguagem lúdica e uma estrutura poluída, tornam essas faixas boas em faixas dificeis de querer escutar novamente infelizmente. O projeto é encerrado com \'my next record\', uma faixa que mesmo encerrando, deixa uma abertura para um proximo projeto da cantora. É uma canção com uma estrutura bagunçada novamente, a diminuição dos versos resolveria isso, pois por trás dessa desordem, existe uma canção muito bela. O visual do EP, assinado pro Noan Ray, é o ponto alto do projeto. Noan consegue transmitir toda a ambientação do EP e o seu conceito através das artes, que parecem ter sido escolhidas a dedo com muito capricho. A única crítica ao trabalho seria o fato da fonte ser bastante pequena, muitas vezes dificultando de se ler o que está escrito sem forçar um pouco a visão. Maddie Taylor está claramente no passo certo para achar sua identidade como cantora, se aventurando a escrever tudo sozinha e falar sobre novos assuntos, e parabenizamos a cantora por isso. Apesar dos escorregões no EP, Maddie nos entregou um bom trabalho e que consegue deixar a gente muito curioso para os projetos futuros da cantora.

Billboard

75

Depois do fervescente álbum debut \\\"LOVE & LUXURY\\\", recheado de uma sonoridade Dance e Pop, a cantora e compositora Maddie Taylor decide optar por uma caminho diferente do seu primeiro disco. \\\"landscape\\\" é o seu primeiro EP e tem como gênero principal o Alternativo e Rock. Nascido sem que fosse um planejamento, Maddie se encontrou escrevendo as faixas desse projeto e percebendo seu grande potencial para um lançamento no que podemos chama-lo de mini-album. A decisão da cantora em se jogar em outro estilo, em um novo projeto, muito diferente e com características diferente do que ela vinha trazendo na sua ascensão como uma artista nova, é desafiador e ao mesmo tempo ousado, atitude que a cantora já demostrava em \\\"LOVE & LUXURY\\\", aqui continuamente captadas. As canções retratam uma paixão incorrespondida, onde Maddie se encontra apaixonada loucamente, pensando em loucuras e sonhando com esse amor intenso. Aqui, em \\\"landscape\\\", há uma mudança na escrita da cantora que, no entanto, não explora uma mudança na forma de criação entre as faixas, onde todas seguem a mesma temática, desenvolvimento e mesmos sentimentos explorados, ainda quando existe essa mudança de \"ambiente\", que não é muito explorada nas canções a ponto de sobressair essa problemática. As faixas \\\"chains\\\", \\\"you know that\\\" e \\\"my next record\\\" traz uma sensação de repetitividade, tendo uma estrutura e abordagem semelhantes até demais. Os destaques são \\\"did you get lost on the way?\\\" e \\\"the girl holding your shoulders\\\", que ainda, também, demostre esse sentimento de repetitividade igual as demais, são canções que fogem da mesma estrutura e Maddie não mede palavras pra demostrar seus sentimentos, construindo versos mais descritivos. O visual produzido por Noan Ray, é sofisticado e sutil, com cores bem interessantes e fotos que exalam o teor Alternativo, fazendo bastante jus à abordagem do EP. Por fim, pode-se concluir que ousadia é a grande marca no nome de Maddie Taylor, que ainda que não tenha se encontrado completamente e esteja em evolução, não há como não negar a sua sede por aventuras, mesmo que estas possuam riscos. \\\"landscape\\\" é uma aventura perigosa, onde há rotas fáceis de caminhar, assim como há algumas pedras no caminho, mas nada como uma experiência pra um futuro mais bem maduro.

Los Angeles Times

70

Maddie Taylor utiliza do jumpscare de ir do Dance/House e surpreende num extended-play de 5 faixas totalmente embasadas na melancolia alternativa e rock. O monólogo da primeira faixa \"landscape\" resume as seis faixas totais em seis versos e uma parte falada, o que é interessante, porém, se escutamos a primeira faixa que já entrega tudo de bandeja, pra que ouviríamos o restante se já sabemos início, meio e fim desse roteiro? Aí que está, por que Maddie Taylor em \"chains\" destroça o monólogo com a impecável primeira faixa. É possível imaginar toda a cena criada por Taylor no grandioso primeiro verso, com diversas linhas que se complementam, introduzindo com êxito todo o desastre sentimental que há por vir. Com o fim de \"chains\" o mais temível acontece, recebemos mais 4 faixas, essas que são tão semelhantes em sua conjuntura que tornam-se irrelevantes aprecia-las individualmente. \"did you get lost on the way?\" permeia no cansaço de Maddie Taylor na espera da reciprocidade do seu amado ou amada, com traços poéticos em sua lírica, deixando longe a canção de uma filler, mas ainda assim, por conta de suas posteriores, é só uma parte de um todo igual. \"the girl holding your shoulders\" é diversidade pela ideia do sonho, e como ela se ilude com tudo o que acontece no seu momento de frenesi e R.E.M, utilizando de artefatos imaginários para se aproximar e ver cada vez mais perto esse alguém que ela tanto almeja. Mas tudo infelizmente é um sonho, e \"you know that\" serve como o momento em que você é acordado durante um sonho perfeito, rebobinando para a faixa \"chains\" mais uma vez, sem novidades líricas, sem novidades conceituais, sem novas mensagens, temos uma terceira parte do lead-single. Ansiando por uma reviravolta ou por uma conclusão reflexiva, Maddie mantém-se na mesma vibe, de novo, das faixas anteriores, de alimentar o ego desse alguém que tanto quer e se nega a superar o inevitável. Por mais que relações assim existam e pessoas realmente dão suas vidas por pessoas que não as veem, escrever seis faixas sobre isso, diferenciando-as por estrofes que ganham o mesmo sentido, leva essa possível crônica a um morno fato do cotidiano. Maddie Taylor poderia ter abusado mais de suas nuances ambientalizando suas faixas em diferentes perspectivas, utilizando de metáforas para provocar mais alegoria e criatividade, não forçando malabarismos líricos, mas trazendo canções clichês com toques de originalidade. Após \"chains\", não há novidade. A produção de Noan Ray é simples, porém deslumbrante. Apenas com fotografias que reforçam o contexto do projeto, tudo fluiu esteticamente. Apenas tipografia, textura e imagens muito bem tratadas recorre o útil ao agradável. Maddie Taylor exala contraste em relação a sua estreia pop-house, super farofa, feita para as pistas e agora um EP feito para ouvir em tempos chuvosos, com um café e um vinil. Sua dificuldade em saber separar as coisas transformou seis faixas em cinco franquias de \"chains\", tudo soa degustável, mas não novo.

Rolling Stone

79

Após lançar o seu álbum de estreia – o tão dançante “LOVE & LUXURY” –, Maddie Taylor deixa de lado todo o glitter roxo e a discoteca de lado e começa a explorar um novo caminho para a sua carreira. Com o EP “landscape”, a cantora aposta em uma sonoridade calma e alternativa, que tinha sido apresentada anteriormente por ela. É um contraste perfeito, mas será que isso mostra alguma evolução ou apenas é um retorno – muito comum, inclusive – para as origens? “landscape (monologue)” inicia o projeto com uma ótima energia introdutória. O violão e os vocais suaves presentes na faixa-título são um ótimo ponto, e a sua composição também tem os seus fortes. Diria que é confuso uma canção não ter um refrão definido, mas talvez possa parecer uma boa ideia já que a música é uma sequência, bem como é descrito que cada verso é uma leve apresentação para as outras canções. O primeiro single promocional já vem mostrando uma diferente forma do início, ainda continuando com uma certa coesão. “Chains” é um das chaves-de-ouro do projeto, pois trabalha com um lado comercial – tendo uma apresentação de um refrão chiclete e um instrumental agitado –, mas não deixando de lado toda a melancolia e a aura misteriosa. “did you get lost on the way” é uma canção teatral, mas infelizmente a sua composição não parece acompanhar tanta essa energia. Apesar de alguns trechos serem bem construídos, como “Em Maio prometi que não me apaixonaria por alguém que eu não alcançaria / Mas você foi uma armadilha no meio do caminho traiçoeiro da minha vida”, ainda sinto com que o instrumental pareça “elevado” – ou animado – demais para uma composição depreciativa direcionada a alguém. Caso a canção tenha sido feita com essa intenção, diria que há uma mudança de perspectiva, só que não foi encontrada nenhuma informação sobre isso, então diria que é uma pena. A quarta canção é, sonoramente, a mais perdida do álbum, e liricamente ela é como uma bússola. Os versos de “the girl holding your shoulders” descrevem um amor que foi perdido e que vive apenas nos sonhos, contando uma história bem emotiva e com uma melancolia tremenda. O segundo single promocional é “you know that”, uma canção envolvente e surpreendente. Depois de um pequeno momento baixo, ela retorna com uma energia ótima, se consagrando como a melhor canção de todo o projeto. A paixão é tão presente nos trechos, como “And you know that I would do anything for you, that at any opportunity I would be by your side. / As long as I\'m in love with you, you will always be my chosen one and you know it”, que chega a ser imersivo. Mais músicas nesse estilo seria um bom gancho para a carreira da Maddie. E encerrando o disco, “my next record” é definida em tristeza. Com uma sonoridade fria e uma letra tão dolorosa quanto, a canção é a mais transparente de todo o EP, onde podemos perceber e sentir tudo o que está sendo transportado e exposto para nós que ouvimos e lemos. A faixa também foi uma boa escolha para encerrar o projeto. Depois de – possivelmente – descartar um álbum com raízes alternativas, a Taylor mostra que talvez não devesse ter saído desse caminho. Não sei por quais motivos a levaram para o Dance Pop/Disco, mas é perceptível um certo conforto e personalidade da cantora nesse gênero, e aqui ela pode ter um lugar de verdade e não ser mais alguma artista passageira. “landscape” tem um grande problema de sequência sonora, mesmo compartilhando do mesmo gênero musical. Diria que é de simples entendimento, já que não é porque todas são dos gêneros “Pop/Alternativo” que causa uma sonoridade sequencial e agradável, sem contar que uma organização na tracklist poderia fazer com o que isso passe batido. As composições são a alma de todo o EP, podendo até camuflar algumas falhas ocorridas. E, como já foi dito, a Maddie Taylor brilha muito no Alternativo, e caso conserte alguns pontos – que também estão mencionados –, ela pode brilhar e se descatar muito mais do que uma simples \"paisagem\".

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