BLACKOUT - Effie

Rolling Stone
\"Blackout\", o álbum de estreia da artista australiana Effie, lançado em 16 de maio, pela Innersound, é uma obra que mescla eletrônico, pop e alternativo em 13 faixas distintas. O álbum apresenta hits como \"Miss Destruction\", \"Virginity\", \"Apollo 11 (feat. Danny Wolf)\" e \"Camouflage\", combinando sonoridade eletrônica com composições introspectivas. Effie descreve \"Blackout\" como um reflexo de sua luta pessoal com a síndrome de burnout e o processo de cura emocional subsequente. Cada faixa busca capturar diferentes aspectos dessa jornada, desde a introspectiva \"Lady In The Moon\", que abre o álbum, até a poderosa \"Star Girl\", que o encerra em tom otimista. Effie demonstra um domínio notável na produção visual, criando paisagens que são ao mesmo tempo inovadoras e emocionalmente ressonantes. \"Lady In The Moon\" estabelece um tom emotivo e simbólico para o álbum, com uma referência carinhosa ao livro \"O Pequeno Príncipe\". A música trata de mudanças e aprendizado, narrando uma jornada de cura pessoal. A proposta é interessante e cria uma atmosfera acolhedora, embora a letra pudesse se aprofundar mais nos sentimentos abordados. \"Miss Destruction\" mistura temas de bruxaria com uma vibe Electro-Pop. A música é um manifesto de autossuficiência e crítica ao mundo virtual, utilizando um sample de \"Twinkle Twinkle Little Star\". A combinação de otimismo e escuridão é intrigante, mas a execução lírica poderia ser mais detalhada. \"Virginity\" aborda inseguranças pessoais e tabus em torno da virgindade com uma sonoridade SynthPop e Eletrônica. A tentativa de misturar temas pessoais com música eletrônica é louvável, mas as letras poderiam capturar mais a profundidade dos sentimentos retratados. \"Popular Shit\" é uma crítica à hipocrisia e egoísmo das pessoas. A música tem uma abordagem direta e agressiva, com uma mensagem clara, embora repetitiva. \"Street\" é baseada em um sonho recorrente, sendo uma das faixas mais pessoais do álbum. A tentativa de transformar detalhes oníricos em uma canção é interessante, mas a narrativa é um pouco difícil de seguir. \"Apollo 11\" é uma colaboração emocional com Danny Wolf, usando metáforas espaciais para explorar sentimentos de deslocamento. A produção é sólida e a faixa é cheia de sentimentalismo, com letras que tocam em questões profundas. \"Self Care\" é uma resposta otimista às faixas mais sombrias do álbum, falando sobre superar dificuldades e olhar para o futuro com esperança. A mensagem é positiva e a melodia é agradável, ainda que pudesse ser mais introspectiva. \"First Time\" continua o tema de \"Virginity\", explorando o medo de se relacionar. A colaboração com Marco adiciona leveza, mas a letra poderia explorar mais os medos e inseguranças abordados. \"Fools Gold\" critica o fanatismo dos fãs e a mídia tóxica, usando o conceito de \"ouro tolo\". A crítica é pertinente, embora a letra possa ser direta demais. \"Camouflage\" reflete sobre arrependimento e transformação pessoal, usando a metáfora de camuflagem. A sinceridade na letra é notável, com uma profundidade emocional que se destaca. \"Star Girl\" encerra o álbum de forma otimista, falando sobre força interior e superação. A energia positiva e a melodia são envolventes, ainda que as letras sejam um tanto superficiais. A faixa-título \"Blackout\" é uma declaração sobre superação e cura interior. A mensagem é poderosa e a produção bem-feita, com letras que transmitem sentimentos complexos. A mistura de gêneros e a experimentação com elementos eletrônicos dão ao álbum uma qualidade sonora rica e envolvente. A proposta visual do álbum é outro ponto alto, com uma estética colorida e galáctica, que reflete as características do gênero do disco, utilizando elementos visuais que reforçam os temas de transformação e cura emocional. Cada arte do álbum e material visual é cuidadosamente elaborada para criar uma experiência imersiva para o ouvinte. Apesar da produção sofisticada, um dos pontos a serem trabalhados em \"Blackout\" é a necessidade de explorar mais a profundidade emocional nas letras. Em algumas faixas, as letras poderiam se aprofundar mais para corresponder à riqueza das paisagens sonoras criadas. Além disso, uma maior coesão conceitual entre as faixas poderia melhorar a continuidade narrativa do álbum. Embora Effie explore uma variedade de temas emocionais e pessoais, a transição entre as músicas pode ser aprimorada para criar uma experiência de audição mais fluida e integrada. \"Blackout\" destaca o potencial de Effie como uma produtora e artista inovadora. Sua habilidade em criar paisagens complexas juntamente com sua dedicação à estética visual são impressionantes. Focando em desenvolver letras mais profundas e uma narrativa coesa, Effie pode transformar seus lançamentos em uma atmosfera ainda mais impactante e integrada em futuros trabalhos.

The Boston Globe
Effie lança seu tão esperado álbum de estreia, intitulado “BLACKOUT”, imprimindo suas melhores características como artista, mas também revelando deslizes nesse terreno escorregadio que é a composição de um álbum coeso. Iniciamos com uma introdução imersiva e atmosférica, “Lady In The Moon (Intro)”, que eleva as expectativas. “Miss Destruction”, a primeira canção completa, mostra uma intrigante junção de conceitos que nem sempre se harmonizam, mas resulta em uma faixa muito bem executada. “Virginity” é um destaque positivo pela sua ousadia, mas peca pela abordagem literal. Uma abordagem mais poética ou teatral teria causado mais impacto, já que a letra soa descritiva e, em alguns versos, piegas. “Popular Shit” mantém o tom crítico, com um leve desvio na abordagem, mas se mostra mais promissora do que a anterior, especialmente pela letra incisiva. “Street”, inspirada em sonhos, é onde a cantora brilha em sua totalidade, levando o ouvinte a mergulhar na música e sonhar ao longo dos versos. A colaboração com Danny Wolf em “Apollo 11” sustenta as expectativas, assim como o dueto com Marco em “First Time”. Em uma breve comparação, a segunda se sobressai, especialmente pelos versos performados pelo cantor, além de buscar e alcançar a redenção de “Virginity”. “Self Care” mantém o padrão indicado pelo disco, cometendo os mesmos deslizes de faixas citadas anteriormente. “Fools Gold” é interessante e bem executada, apesar de carecer de elementos poéticos; ainda se sustenta pela ideia. “Grace”, com a participação de Coline, mostra-se uma colaboração polida, profunda e de certa maneira, relacionável. “Star Girl” e “Blackout” finalizam o disco. A primeira é um tanto imemorável, com uma lírica mediana, faltando profundidade e usando uma linguagem direta demais. A segunda finaliza o disco homônimo de forma esperada: otimista e redentora. O aspecto visual do álbum talvez seja a maior tragédia da obra e certamente a mais preocupante. Além de não comunicar quase nada com o conteúdo do disco, as imagens escolhidas são bonitas, mas desfavorecidas ao extremo quando colocadas na mesma ambientação. A capa, por outro lado, escapa das críticas negativas, sendo talvez o único ponto positivo presente no visual. Aliás, a do vinil é bem melhor. Effie não decepciona e consegue entregar um trabalho cheio de vida. Algumas músicas não possuem ligação conceitual ou narrativa, mas é nítido um padrão na tracklist que faz o disco não parecer tão bagunçado ou aleatório. Apesar das ressalvas ao estilo literal de compor da cantora, que deve ser algo a se atentar no futuro, ela mira para uma carreira promissora.
TIME
Após uma sequência de singles prévios de seu primeiro álbum de estúdio, Effie lançou “BLACKOUT” o seu primeiro disco oficial. Iniciando com “Lady In The Moon (Intro)”, temos uma faixa que brinca com referências literárias para relacionar o conceito abordado na faixa sobre crescer e amadurecer. É um ótimo pontapé inicial. A seguir temos a já conhecida “Miss Destruction” que tem como propósito narrar um otimismo empoderador com a metáfora da “senhora destruição” no comando. É uma faixa agridoce no sentido de abranger dois conceitos diferentes, mas que funciona bastante por aqui. “Virginity” é mais uma faixa conhecida há um certo tempo, e que é um grande destaque do disco por abordar temas como a autoestima e os reflexos em relação aos desejos implícitos ao se auto conhecer. Grande acerto dentro do LP. “Popular Shit” e “Street”, são faixas opostas umas as outras, mas ainda sim tem um fator único presente em cada uma delas, trazendo novas nuances para o projeto sem que a narrativa da história apresentada por Effie se torne chata ou monótona. A colaboração com Danny Wolf está em “Apollo 11” e é mais uma faixa já previamente conhecida pelo público, onde a metáfora da missão espacial está presente no imediatismo e na intensidade de se relacionar com um outro alguém. “Self Care” e “First Time” em parceria com Marco, são duas faixas que assim como “Popular Shit” e “Street”, apresentam vislumbres diferentes ao disco, mesmo que em “First Time” ocorra uma certa similaridade a outras perspectivas já abordadas no disco, mas mesmo assim são bem-vindas aqui. “Fools Gold” é uma crítica ao fanatismo e como os reflexos disso podem ser negativos para a vida pessoal de uma pessoa. É uma faixa e um conceito que casam bem e soam “frescos” para a indústria. “Star Girl” talvez seja a faixa mais desinteressante do projeto até aqui, não trazendo grandes temáticas ou surpresas. É uma faixa que poderia ter sido deixada de fora. Como conclusão, encontramos a faixa-título “Blackout” que sintetiza tudo que vimos até aqui de forma estonteante e cítrica, ainda adotando um tom de otimismo e resiliência que serve como impulso para quem quer que esteja recebendo essa mensagem em qualquer que seja o momento. Sobre os visuais, temos um cenário que funciona muito bem em alguns momentos, mas em outros nem tanto. O uso de edições por Effie é muito bem feito, mas ainda sim em alguns momentos há a impressão de que poderia ter existido um cuidado um pouco maior em relação a elaboração e polidez de algumas páginas do encarte. Entretanto, é um visual que agrada e que acompanha o conteúdo lírico que foi apresentado. Em sumo, o “Blackout” de Effie demonstra um lado da artista que ainda não tínhamos conhecimento, mas que agora atenua todo o seu esforço e talento em um projeto completo que soa honesto e delicado, fazendo com que as expectativas para o futuro da jovem cantora estejam mais do que carregadas agora.

Spin
Effie parece ter trabalhado intensamente para combinar elementos de eletrônico, pop e alternativo. Isso é evidente na diversidade sonora mencionada nas faixas. A mistura desses gêneros cria um ambiente sonoro que pode atrair uma ampla gama de ouvintes. A produção experimental citada sugere que Effie se arriscou além dos padrões convencionais, buscando inovação. As letras das músicas, conforme descritas, são introspectivas e pessoais. \"Miss Destruction\" explora o lado sombrio, mas com um tom otimista, \"Virginity\" aborda questões de autoestima e insegurança sexual de forma honesta, e \"Popular Shit\" critica as atitudes hipócritas das pessoas. As faixas \"Apollo 11\" e \"Self Care\" refletem uma transição para uma perspectiva mais positiva, enquanto \"First Time\" e \"Fools Gold\" continuam a explorar temas de vulnerabilidade e desilusão. A presença de colaborações com outros artistas, como Danny Wolf e Coline, adiciona variedade e profundidade às músicas. O álbum é claramente autobiográfico, narrando a jornada pessoal de Effie através de dificuldades emocionais, culminando em autodescoberta e cura. O título \"BLACKOUT\" e a faixa-título refletem o ponto mais baixo da trajetória emocional da artista, simbolizando a Síndrome de Burnout que ela sofreu. As músicas parecem seguir uma linha cronológica de sofrimento, introspecção e, eventualmente, superação. Effie mostra inovação ao incorporar elementos literários, como a citação de \"O Pequeno Príncipe\" na introdução, e ao abordar temas pessoais de maneira direta e sincera. A produção experimental sugere que ela não se contenta em seguir fórmulas estabelecidas, o que pode ser um atrativo significativamente novo e autêntico. \"BLACKOUT\" é um álbum corajoso e pessoal de Effie, que se destaca por sua honestidade emocional e produção inovadora. Combinando elementos de eletrônico, pop e alternativo, Effie cria um som único que reflete sua jornada pessoal de superação. Através de letras introspectivas e colaborações significativas, ela oferece uma narrativa de cura e autodescoberta. Se a artista conseguir equilibrar a diversidade sonora com a coesão, \"BLACKOUT\" pode ser uma estreia marcante na carreira de Effie, ressoando profundamente com aqueles que apreciam música autêntica e emocionalmente rica.

Billboard
Effie lança finalmente, após um grande tempo de espera, o seu primeiro álbum de estúdio, intitulado “BLACKOUT”. O disco retrata, como descreve a artista, um período de sobrecarga pessoal e a busca pela superação de tais problemáticas, sendo assim, uma jornada de autoconhecimento da artista. O projeto conta com os gêneros eletrônico, pop e alternativo durante suas 13 faixas, incluindo grandes canções trabalhadas pela artista previamente, como “Camouflage”, “Miss Destruction” e “Apollo 11”, a última em parceria com o cantor Danny Wolf. “Virginity” é um dos grandes momentos do álbum, faixa que descreve problemas de confiança com relação ao seu corpo e o tabu da virgindade. Os versos são bem escritos e claros com relação a temática proposta, demonstra de maneira sútil a vulnerabilidade do eu-lírico com relação as suas questões de insegurança, tendo o seu segundo verso como o grande destaque lírico da obra em geral. A canção \"Street\" é o ápice lírico de Effie no projeto, muito bem construída e com uma boa temática, a artista aborda uma rua de medos que vivencia todas as noites através de seus sonhos, sendo esse um ciclo sem fim. Nesta faixa podemos enxergar com muita clareza a profundidade das inseguranças do eu-lírico, que detalha os sentimentos de injustiça e medo com relação a sua vida. \"Self Care\" é uma ótima faixa sobre superação com relação às suas frustrações e medos, a canção se conecta diretamente com as duas faixas anteriores — \"Street\" e \"Apollo 11\" — e contém um olhar otimista e de resiliência por parte do eu-lírico, onde, pode-se destacar a última linha da faixa — \"Então entre todas as cores, escolha a transparência\" — como um dos grandes momentos do álbum e que traz toda a sutileza para a estrutura da música. Menção honrosa para a faixa em colaboração com o artista Danny Wolf, \"Apollo 11\", que está entre os últimos dois destaques citados na sequência de faixas, esta que apresenta uma sintonia entre os intérpretes sobre o sentimento de deslocação. Em contrapartida, a canção \"Popular Shit\" se mostra como um destaque negativo do projeto, entre todas as faixas é a que mais desvia da abordagem principal que, apesar de se tratar de uma sensação de fúria, destoa em qualidade com relação as demais. Visualmente o álbum é agradável, entretanto, poderia ser mais polido, ademais, não há tanta relação com a proposta do long-play de Effie. Em conclusão, a artista entrega um bom projeto de estreia, que contém seus deslizes mas nada muito exagerado para um primeiro álbum de estúdio. “BLACKOUT” tem um conceito interessante, não chega a ser inovador mas entrega o que seria esperado, considerando o conceito proposto. Espera-se que a artista possa evoluir em seus próximos projetos e que possa se atentar mais aos detalhes dos mesmos, apesar de tudo, “BLACKOUT” é um bom álbum de estreia sem erros alarmantes, porém, poderia ser melhor executado.

Pitchfork
Effie lança seu tão aguardado primeiro álbum de estúdio, colocando toda a sua força e potencial em uma obra de arte que mostra perfeitamente seus pontos altos como artista, mas não sem os habituais solavancos. O álbum começa com “Lady In The Moon (Intro)”, uma peça emocionalmente rica que dá o tom com uma citação pungente de “O Pequeno Príncipe”, sugerindo os temas de cura e crescimento pessoal que permeiam o álbum. “Miss Destruction” segue com uma mistura intrigante de poder sombrio e otimismo, um testemunho da capacidade de Effie de mesclar conceitos aparentemente opostos em uma faixa coesa e atraente. “Virginity” se destaca como um hino ousado e libertador, em que a exploração sincera de Effie sobre questões de autoestima e ansiedades sexuais ressoa profundamente, capturando a essência da vulnerabilidade e aceitação juvenis. “Popular Shit” faz uma crítica mordaz ao egoísmo e à hipocrisia humana, mostrando o talento de Effie para um lirismo incisivo e afiado. A surrealista “Street”, inspirada em sonhos recorrentes, é uma das faixas mais pessoais, oferecendo um vislumbre do subconsciente de Effie e sua luta para dar sentido ao seu mundo interior. A colaboração com Danny Wolf em “Apollo 11” é um destaque, o rápido processo de criação da faixa reflete a urgência e a intensidade dos sentimentos de Effie de estar sobrecarregada, mas brilha com uma resiliência esperançosa. “Self Care” é uma resposta triunfante às suas introspecções anteriores, um belo lembrete da importância do amor próprio e do otimismo. O dueto com Marco em “First Time” continua a narrativa de “Virginity”, acrescentando camadas de introspecção sobre medos relacionais, e a contribuição de Marco enriquece a faixa com profundidade metafórica. “Fools Gold” impressiona com sua visão crítica sobre a cultura dos fãs e a toxicidade da mídia, demonstrando a capacidade de Effie de lidar com questões sociais complexas com inteligência afiada. “Grace”, com a participação de Coline, transforma um poema sincero em uma canção assombrosamente bela sobre a inocência perdida e a saudade, com a colaboração de Coline acrescentando uma qualidade delicada e etérea. “Star Girl” é um hino poderoso, repleto de força interior e otimismo, perfeitamente posicionado para fechar o álbum com uma nota alta. Por fim, a faixa-título “Blackout” é uma declaração poderosa sobre a superação da adversidade e a aceitação de suas cicatrizes, encapsulando a mensagem central do álbum sobre resiliência e crescimento pessoal. O aspecto visual do álbum, apesar de conter imagens maravilhosamente elaboradas e uma energia hipnotizante, às vezes parece esmagador e, em seguida, é seguido por um momento desanimador. É uma montanha-russa de emoções, não gerenciada em nome de um produto final melhor. É uma conquista sólida, que obteve a impressionante nota 84 de um total de 100, marcando-a como um novo talento importante a ser observado no setor musical. Esse álbum não só mostra a capacidade de Effie de criar músicas que se relacionam e carregadas de emoção, mas também destaca seu potencial para crescer e evoluir como artista, deixando os ouvintes ansiosos pelo que ela oferecerá em seguida.

The Line Of Best Fit
Após quase 4 anos (ON) do seu surgimento, Effie lança seu tão aguardado álbum intitulado “BLACKOUT”. O compilado tem 13 faixas, e passeia por gêneros como o Eletrônico, Pop e Alternativo que nos conta sobre uma exaustão emocional que a artista teve durante os últimos meses, assim perdendo a luz. Fazendo-a buscar métodos para encontrá-la novamente. O compilado tem início com “Lady In The Moon”, uma espécie de intro que narra de forma crua e emocional a fase que a artista se encontra dentro dessa história, fazendo uma ligação inteligente e interessante com a lua, nos entregando uma grande escrita e nos trazendo ansiedade para o que estar por vir. Essa abertura de álbum também contém uma citação de “O pequeno Príncipe” que por mais que tenha sido colocado por resgatar um bem-estar da artista, não acrescenta muito a apresentação, que poderia facilmente apenas conter as palavras sinceras da australiana. Em seguida, temos a já conhecida “Miss Destruction”. A faixa tem uma letra poderosa, inteligente e agressiva, mas não apresenta o que o álbum promete, pelo menos para o seu início, era esperado começarmos a ouvir uma mensagem mais intimista, a faixa poderia está locada nas posições finais, onde a artista já estaria na narrativa de entender o processo e buscar supera-lo. “Virginity” é uma pop balada que traz em sua letra alguns dilemas vividos por Effie que causam conflitos internos. Effie tem um grande acerto aqui, essa faixa seria a escolha certa para suceder a intro. A australiana consegue trazer assuntos sérios e que propõe discussões em uma canção inteligente e criativa em um nível elevado, fugindo do convencional e mostrando que tem um grande potencial e diferencial. “Popular Shit” é mais uma faixa super ácida, onde Effie canta sobre pessoas que a decepcionaram com suas índoles duvidosas. A canção tem boas sacadas e uma lírica bem específica parecendo trazer algo específico do mundo famou$. “Street” é a canção que até aqui tem o melhor conceito, também traz uma lírica madura e muito bem desenvolvida se encaixando totalmente no conceito apresentado para o compilado. Effie se entrega a canção narrando um sonho que ela teve repetitivamente durante anos, nesse sonho ou talvez seja um pesadelo, ela encontra vários conflitos internos e problemas enfrentados por ela, e todo esse conjunto faz ela entregar a melhor canção até o momento. A primeira colaboração do projeto é “Apollo 11”, parceria com o artista Danny Wolf, nessa canção dos dois trazem em seus versos sentimentos vivenciados em um determinado período conturbado das suas vidas. Nesta faixa vemos uma lírica formidável e uma coesão entre os dois artistas sem defeitos, as metáforas utilizadas são interessantes nos fazendo olhar para a canção de forma positiva, a analogia do foguete Apollo 11 em que ele é utilizado para fugir dessa turbulência emocional e das reprovações e palavras negativas em volta é inteligente, e Danny Wolf agrega a canção de forma grandiosa. “Self Care” é uma resposta em forma de canção para a própria artista, aqui Effie tenta encorajar a si mesmo a superar os seus pesadelos. Com uma letra bem vulnerável e a palavra chave da mensagem sendo autocuidado, somos agraciados com uma letra bastante significativa e bonita, uma letra que realmente deve ter encorajado a artista e deverá encorajar muitas pessoas que possam ouvi-la. “First Time”, mais uma parceria dentro do compilado, dessa vez o convidado para a faixa é o respeitado artista Marco. A canção fala sobre a timidez da artistas em ter relacionamentos, mais uma vez encontramos metáforas criativas e inteligentes, Effie se mostra muito boa nessas sacadas líricas. Marco como convidado contribui com uma leveza e coesão absurda na canção, os dois artistas entregam um grande dueto que seria uma ótima escolha para um futuro single. Como uma crítica aos fãs que tem uma idolatria doentia e a mídia que geralmente busca ser ácida, surge “Fools Gold”. Aqui encontramos a lírica mais fraca até o momento, Effie consegue expressar bem o que canta, mas a lírica não se equipara a das outras faixas. A última colaboração do álbum é “Grace” que tem a participação da artista francesa Coline. A faixa fala sobre a perda da criança interior e toda a sua felicidade. Os versos fluem bem, são coesos, mas aqui o melhor momento da canção é o verso poderoso da Coline que eleva o nível, agregando de forma esplêndida aos versos da sua colega Effie. “Camouflage” fala sobre como relações pessoais podem mudar as pessoas, transformando-as em quem elas não são. Effie também verbaliza em seus versos como ela tem a maturidade de assumir seus erros e como as relações podem ser arruinadas em tão pouco tempo. A lírica usada aqui é simples, mas é empregada de forma formidável, não é a melhor faixa do álbum, mas tem sua carga emocional bem explícita e no ponto certo. “Star Girl” é uma canção positiva, mas segue também uma linha ácida como “Miss Destruction “ e “Pupular Shit”. Mas desta vez, Effie se mostrar confiante, cantando com vigor que ninguém mais pode controlá-la ou impedi-la em versos de ataque e sempre trazendo a lua como analogia. “Blackout”, faixa título, encerra o disco. A canção entra pro grupo de melhores músicas do compilado. Com uma lírica sincera e que não máscara seus erros, arrependimentos, exalta a aceitação e superação, Effie termina o álbum com uma perfeita escolha. Aqui podemos ver o que o conceito do álbum promete de fato, e podemos sorrir com a evolução da Effie em todos os sentidos. Visualmente o álbum que é produzido pela própria artista tendo ajuda da sua amiga e produtora Tammy, é lindo e bem cuidado. O encarte traz a ligação do projeto com a lua, onde Effie sempre conecta o astro de algum modo durante faixas do disco. É um grande visual podendo ser lembrado em categorias técnicas. A australiana Effie entrega um debut álbum com grandes canções, mas enfrenta também erros nítidos devido a sua falta de experiência em montar um compilado. “Blackout” promete entregar algo intimista, mas a acidez em algumas faixas em certos momentos fazem desaparecer a vulnerabilidade que o projeto necessitava, a ordem das faixas também é um ponto a se olhar, já que muitas das vezes o enredo que deveria ser crescente até o momento da saída dessa escuridão que Effie tanto fala, fica perdido com faixas otimistas intercalada com faixas pessimistas. Faixas como “First Time”, “Blackout”, “Street”, “Self Care”, “Apollo 11” e “Virginity” demonstram o quão poderoso poderia ser esse disco se seguisse a vulnerabilidade, crueza e encorajamento que essas faixas transmitem. Em resumo, “Blackout” tem acertos e erros como geralmente se encontra em álbum de estreia, mas os acertos aqui mostram um futuro promissor para Effie.
TIME
Em seu primeiro álbum, Effie incentiva o ouvinte a ter um verdadeiro BLACKOUT para conseguir entender tudo o que a artista passou durante a construção do álbum, e algumas músicas conseguem transmitir claramente todo o sentimento da artista de forma pontual, mas também algumas músicas pecam em ser profundas o suficiente para isso. \"Lady in The Moon\" introduz o álbum de forma sutil e graciosa, com uma letra pontual; porém o trecho utilizado de \"O Pequeno Príncipe\" não soa necessário na introdução por não acrescentar muito, nem para a faixa e nem para o corpo do disco, sendo apenas um acréscimo em forma de capricho que poderia ser facilmente descartado. De todo o modo, ainda é agradável. \"Miss Destruction\" não apresenta uma boa narrativa em relação a sua intro, e mesmo com versos agressivos, não consegue entregar uma lírica tão aprofundada e atraente. \"Virginity\" mostra Effie explorando melhor sobre o seu corpo, e adentra em um tema sensível para muitas pessoas, a virgindade. A cantora passa uma boa mensagem para os ouvintes respeitarem o seu próprio tempo, embora seus versos precisem ser um pouco polidos. \"Popular Shit\" mostra a artista em uma versão mais afiada, e contém algumas linhas que podem ser consideradas ambiciosas e inteligentes, mas outras também pecam em demonstrar o quanto a sua criatividade pode se mostrar afiada também, como por exemplo \"Tell me, since your best inspiration comes from a bot...\". Em \"Street\", Effie mostra seu lado mais vulnerável em versos assertivos e repassa toda a sua emoção para o seu público. A letra é modesta e ao mesmo tempo carrega a sua força lírica. \"Apollo 11\" é uma boa colaboração, mas seria interessante prestar atenção na estrutura musica, que soa quebrada durante a leitura. Os versos de Effie e Danny se conectam, e expressam bem os sentimentos de ambos artistas. \"Self Care\" entrega uma boa mensagem em relação a autoestima da artista, e como ela está lidando com isso. Effie faz referências as suas músicas antigas de forma inteligente, demonstrando ao ouvinte que está em processo de crescimento pessoal enquanto reflete sobre si mesma. \"First Time\" volta até \"Virginity\", onde a artista mostra um lado mais liberal. A música contém versos inofensivos, que poderiam ser mais ambiciosos. O verso de Marco dá uma leve elevada na canção, mas toda a canção transparece um ar de que poderia ter sido melhor trabalhada. Assim como em \"Popular Shit\", a artista mergulha no universo midiático para desabafar sobre as adversidades da indústria. A música peca em demonstrar versos impactantes, e ficam à beira do \"raso\" durante boa parte da música. \"Grace\" se destaca pela lírica honesta e crua que a artista entregou os seus versos, e entrega tudo o que se propõe; apesar de que, por a faixa ser tão pessoal, a adição dos versos de Coline poderiam facilmente serem deixados de lado, apesar de também serem bons. Na reta final do álbum, \"Camouflage\", escolhida como um dos singles do álbum, tem uma das letras mais fracas do álbum. A narrativa é neutra, e não engata em momento nenhum, enquanto \"Star Girl\" serve perfeitamente para ser um novo single por seus versos bem colocados. \"Blackout\", faixa título do álbum, encerra o álbum como uma reflexão e de que Effie está atrás de melhorias para si mesma, enquanto motiva em seus versos a continuar sempre em frente, servindo como um ótimo encerramento. Seu visual é bastante chamativos pelas suas cores, e aqui, Effie explora um pouco os elementos do universo para elevar seu trabalho. A sua capa é bastante elegante, e combina bastante com o visual proposto como um todo, mas talvez não tanto quanto a narrativa que o álbum transmite. Seu encarte contém páginas que foram bem trabalhadas, mas também em algumas páginas alguns pngs parecem que foram colocados por cima do encarte, e um manuseio melhor poderia ter sido feito para deixar mais natural (as três primeiras páginas). Como um todo, seu visual é bastante agradável visualmente, mesmo que alguns detalhes poderiam ter sido melhorados. O álbum peca um em demonstrar coesão entre as músicas em si, já que a artista caminha entre falar sobre mensagens íntimas, mensagens de autoestima, músicas direcionadas à indústria, sexo, e em alguns momentos não parecem pertencer ao mesmo projeto. No geral, o \"BLACKOUT\" é um álbum que não é o ponto mais alto que Effie poderia ter atingido, e alguns ajustes poderiam ter sido feitos para evitar a coesão do projeto como um todo. Sem dúvidas, algumas letras poderiam ser melhores exploradas; mas em suma, Effie demonstra potencial em ser uma das artistas em que todos devem ficar de olho, pois seus próximos passos possuem grandes chances de surpreender.

American Songwriter
Depois de muita espera, a cantora australiana Effie lança o seu tão aguardado álbum de estréia, intitulado \"BLACKOUT\". O disco faz alusão à Síndrome de Burnout, descrita como um distúrbio que caracteriza-se como uma exaustão extrema e estresse. Aqui, Effie retratará um esgotamento após excessos de responsabilidade que obteve e sua superação. O álbum se inicia com a Intro chamada \"Lady In The Moon\", que é simples, mas objetiva, com sua carga emocional, abrindo de forma inocente e reflexiva sobre uma transformação após uma onda de pressão. Ao contrário da intro, \"Miss Destruction\" chega com uma sonoridade mais sombria e reivindicativa, onde Effie quer assumir o seu papel de protagonista na sua vida. O conceito é interessante e faz jus a esta questão de se colocar em primeiro lugar após sempre ser deixada de lado. No entanto, os trechos aqui são um pouco clichês, que vão de \"Cortei os cabos da internet, eles ficaram presos, parecendo um bebê recém-nascido\" para \"Posso dar um soco na sua cara de inseto\", frases que soam infantis para um tom sombrio, o que afasta do objetivo da cantora, que parece perdida em rimas fracas. \"Virginity\" é uma canção já conhecida e lançada antes dos acontecimentos que inspiraram a cantora na confecção do disco. Acredita-se que a canção entrou no disco pelo seu impacto e gosto da cantora, que, apesar de ser uma grande faixa e sucesso, tem uma escrita super interessante, mas traz um tema que não condiz com a proposta do disco. Ainda assim, isoladamente, é uma canção com um tema importantíssimo e que marcou a carreira da cantora. Em \"Popular Shit\", que podemos chamar de uma diss-track hyper-pop, a cantora soa específica e irritada sobre alguém específico, e isso fica claro com menções mais específicas ainda sobre acontecimentos não tão comuns. Com certeza, esta pessoa foi um grande peso na consciência de Effie e contribuiu com o seu desgaste mencionado. Com um grande peso lírico, \"Street\" brilha ao retratar fragmentos de sonhos, que demonstram vestígios de que Effie está passando por um momento ruim. Estes fragmentos combinados, o que faz jus a uma \"rua/estrada\", uma caminhada. Uma canção muito bem escrita e um conceito muito bem aplicado e organizado. O single \"Apollo 11\", em colaboração com o talentosíssimo Danny Wold, é uma caixa que se encaixa na narrativa, com o seu teor mais contido, retratando a sensibilidade de ambos os artistas. Seria exatamente o que Effie retrataria no seu álbum de estreia e aqui está. Com \"Self Care\", Effie faz uma passagem perfeita entre três faixas que se combinam com suas narrativas, esta, em específico, mostrando o lado de superação, cuidado e consentimento dos processos que vinham acontecendo. É sensível, mas também é confiante, uma canção muito bem escrita e que poderia ser maior em sua estrutura. Em colaboração com o cantor Marco, \"First Time\", apesar de ter como continuidade uma canção que não se encaixa no disco, o single \"Virginity\", aqui Effie traz uma perspectiva mais atual e sua relação com o sexo hoje, o que faz com que \"First Time\" seja certeira em seu objetivo. \"Fools Gold\" faz uma crítica ao fanatismo, que também é um grande responsável pelo desgaste mental dos artistas. A cobrança, a pressão, às vezes vêm daqueles que mais te consomem, e a canção é bem direta em seu ponto. Enquanto em \"Grace\", com participação da cantora Coline, é uma breve passagem nostálgica sobre a infância. Apesar de uma letra linda, há uma quebra no desenvolvimento, mas totalmente entendível a necessidade de uma reflexão sobre o passado em uma canção pessoal. Em \"Star Girl\", poderia ser uma breve irmã mais tímida da faixa \"Popular Shit\", sendo mais elaborada, em certos pontos mais diretos e em outros mais metafóricos. Mas onde seu potencial mesmo já está no seu primeiro verso, onde a cantora trata de forma nua e crua o interesse das pessoas em suas aproximações e como isso atrai um estresse mental quando descoberto ou percebido. Assim como a faixa anterior tem sua irmã, \"Blackout\" é como uma versão estendida de \"Self Care\", bem mais organizada, precisa, mais confiante e onde a cantora desenvolve mais a necessidade de se erguer, se posicionar e superar tudo que passou. Fecha o disco de forma exemplar sendo o grande destaque lírico. O visual, assinado pela própria Effie e Tammy, de \"Blackout\" não possui aparentemente nada, aprofundando-se mais em um conceito mais astral, muito colorido, que, apesar de bem feito, não parece ter conexão com a lírica do disco, que demonstra mais aspectos intimistas, pessoais e superativos. Por fim, \"BLACKOUT\" soa como dois discos em um, seu polo central em tratar sua fadiga emocional, seu processo e sua superação é retratada duas vezes no álbum, então você encontrará canções com temas repetidos, porém, uma muito mais polida que a outra. Alguns singles lançados antes do disco conseguiram com sucesso integrar o conceito do álbum, enquanto \"Virginity\" transparece como um skip, mesmo sendo uma canção marcante. Então, o álbum debut da cantora Effie é excepcional, um bom debut, mas que poderia ser mais aproveitado, explorando mais emoções da cantora, com um desenvolvimento maior dos acontecimentos, visto que o resultado parece girar em círculos, com vários começos e vários fins, mas sem muito meio. Possui um potencial enorme e sua lírica é o grande destaque aqui, mesmo com os problemas pontuados, visto que o visual parece destoar um pouco do tom do projeto. \"BLACKOUT\" é um bom debut, com boas canções, porém, inofensivo e não demonstra todo o potencial da brilhante Effie.