tribute to a lifetime - Stelar

Spin
Após enfrentar problemas na produção do projeto, Stelar finalmente lança o aguardado \"tribute to a lifetime\", seu terceiro álbum de estúdio. O álbum mergulha nos sentimentos mais profundos da cantora, e consegue transmitir toda a peculiaridade das suas emoções mais depreciativas. Começando o álbum por \"all about my skin\", Stelar introduz bem a sua perspectiva lírica acerca das suas dores mais profundas de forma leve e sensível, fazendo com o que o ouvinte consiga sentir a letra penetrar por tamanha profundidade. \"Canyons\" expressa a dependência de Stelar enquanto está afundada em uma narrativa depreciativa e depressiva sobre a sua vida, e os versos são bem colocados na canção; e isso a torna uma música rica no quesito lírico. \"deepform\" acaba se tornando a mais fraca do LP até então. Os seus versos não conseguem impressionar por transparecer que os versos já foram apresentados nas músicas anteriores, onde mesmo que a música seja diferente, a atmosfera parece a mesma. \"a place to rest\" contém uma base lírica bastante cativante, e a música mostra a conexão de Stelar e Steve, seu marido. A música contém todo um clima que combina com o álbum, e seus versos não deixam a desejar. Porém, uma observação é que na canção não é possível deduzir quais versos são de Steve, ou se ele não fez participação na música de forma efetiva já que não foi deixado claro. \"forever\", embora contenha uma lírica agradável, não casa tão em transição com a música anterior. \"lost in your footsteps\" mostra a versão mais vulnerável da cantora, que em versos totalmente crus e sinceros, consegue entregar a melhor música do álbum. A música transparece toda a emoção que a cantora está tentando passar, e mostra Stelar tirando seu melhor momento de onde pode ter sido o pior momento de sua vida. Emendando com a canção anterior, \"Lucy\" é encantadora e sensível, sendo uma ótima homenagem para a sua mãe. \"unknown poetry\", em parceria com Alex Fleming e Maddie Taylor, é uma parceria que poderia ter sido melhor desenvolvida. Os versos acabam se tornando monótonos, e não crescem no ouvinte em momento algum; e talvez falte um pouco de força nos versos para que atingisse um ápice satisfatório que apenas a ponte da canção conseguiu atingir. \"i hate everything\" consegue se sobressair pela lírica mais agressiva e isso faz com que ela se diferencie das outras faixas, sendo um pouco positivo. A música contém versos inteligentes, como o verso \"a poesia do medo escorre pelos meus dedos\", e isso transparece em toda a música. Na reta final do projeto, \"madness\" mantém uma linha agradável na sua composição. \"HELLRAISER\" é a música mais peculiar da carreira de Stelar, e contém um tom totalmente único dentro do álbum também pela sua temática. A música esbanja agressividade e complexidade em seus versos visivelmente doloroso, e isso é um fator bom para o projeto como um todo porque a artista soube expressar. Por não conter uma estrutura musical usual, a canção se torna um pouco cansativa, mas contém versos raivosos o suficiente para segurar uma boa base lírica. \"thisisatimelessride\" termina o álbum de forma exemplar, com uma reflexão sobre os sentimentos da cantora enquanto expõe seu coração em seus versos. Visualmente, Stelar apostou em um visual mais vintage, e não poderia ter sido melhor. O visual casa perfeitamente com a proposta da artista, e faz com que o trabalho cresça. Os detalhes são bem colocados, e embora alguns detalhes do visual pudessem ter tido um acabamento mais polido, acaba passando despercebido aos olhos nus. Em suma, o álbum contém músicas incrivelmente bem elaboradas e dificilmente acaba caindo em uma casca de banana, mesmo que exista tais momentos. Levando em consideração toda a demora para o lançamento do seu projeto, Stelar fez valer a pena. O \"tribute to a lifetime\" é um álbum com acertos e poucos erros, e com composições ricas que colocam Stelar na posição de uma artista que sabe fazer uma poesia com seus versos de forma leve, sutil e louvável.
TIME
“tribute to a lifetime” carrega os gêneros alternativo, rock e folk. Esse é o quarto álbum de estúdio de Stelar. O álbum apresenta uma jornada sonora que explora profundamente os temas cruciais da depressão, traumas, luto e fama ao longo de suas 12 faixas distintas. A primeira faixa do novo álbum de Stelar é uma jornada íntima e poderosamente evocativa através dos cantos mais sombrios da psique humana. Intitulada “all about my skin”, a música estabelece um tom melancólico desde os primeiros acordes, mergulhando sem medo nos temas complexos de depressão, identidade fragmentada e busca por redenção. Nos versos subsequentes, a cantora revela camadas profundas de sua alma ferida. “Se meu corpo falasse, ele diria para você me olhar / Para penetrar em meu inconsciente e mergulhar nas profundezas da minha tristeza”, ela canta com uma melancolia palpável. Cada palavra parece carregada de uma angústia silenciosa e uma busca desesperada por compreensão. “Canyons”, é a peça central do álbum, uma poderosa exploração da solidão e do desamparo emocional. A faixa mergulha profundamente nos cantos mais sombrios da psique da artista, revelando uma vulnerabilidade raramente vista em seu trabalho anterior. A poesia lírica de Stelar atinge seu ápice na ponte emotiva da música: “Eu acho que as coisas que poderiam me fazer ficar são as coisas que me fazem ir / Estou perdida nessa estrada sem fim”. Aqui, ela encapsula a ambivalência de suas emoções, destacando a luta entre o desejo de ser amada e o medo de ser abandonada. “a place to rest” a colaboração estelar entre Stelar e Steve Bowie, emerge como não apenas o ápice do quarto álbum de Stelar, mas também como um marco definitivo em sua carreira. A música transcende as expectativas, oferecendo uma experiência emocional profundamente catártica. O refrão surge como um momento de pura beleza e consolação: “Eu quero te fazer feliz, você pode confiar em mim, não é uma armadilha / Você não precisa correr, eu te prometo que a dor não vai durar muito”. Aqui, Stelar e Steve Bowie oferecem uma promessa de apoio e amor incondicional, elevando a música a um nível de ressonância emocional que é verdadeiramente arrebatador. É uma obra-prima de emoção e vulnerabilidade, que firma Stelar e Steve Bowie como colaboradores excepcionais capazes de tocar profundamente o coração dos ouvintes com sua música sincera e profundamente humana. “unknown poetry” a colaboração entre Stelar, Alex Fleming e Maddie Taylor, oferece uma mistura intrigante de poesia lírica e sentimentos profundos, mas com alguns altos e baixos. A música começa com versos profundos e evocativos, como no primeiro verso onde se explora a poesia encontrada na morte e na vida após a morte: “Eu acredito que com a morte vem a poesia / Uma coisa tão divina que vem de forma tão mundana”. Essa abordagem poética inicial estabelece um tom introspectivo que permeia toda a canção. Os versos subsequentes continuam a explorar temas universais de desejo e renascimento, como evidenciado no verso de Alex Fleming sobre tocar o intocável e encontrar a verdade através dos olhos: “Tudo que nós queremos é poder ver através de almas / Tocar o intocável / Sorrir quando você sabe que esse é o seu último dia na terra”. No entanto, apesar da profundidade lírica, a música pode perder um pouco de sua coesão em certos momentos. “HELLRAISER” mergulha o ouvinte em uma atmosfera sombria e intensamente introspectiva. Stelar enfrenta temas como violência sexual, negligência e transtornos psicológicos com uma honestidade brutal. A música não busca romantizar ou suavizar essas questões dolorosas, mas sim expô-las de maneira crua e visceral. Os versos são como pinceladas de um retrato angustiante, onde a narrativa é conduzida por imagens vívidas e emocionalmente carregadas. “HELLRAISER” não é apenas uma canção, mas uma experiência que desafia o ouvinte a confrontar realidades desconfortáveis e a refletir sobre a resiliência humana. É uma demonstração impressionante da capacidade de Stelar de usar a música como uma forma de catarse e expressão pessoal profunda. “madness” não é apenas uma canção, é uma prova do talento de Stelar em transformar experiências pessoais complexas em uma obra de arte universalmente cativante. Com sua habilidade de explorar temas profundos de forma acessível e comovente, Stelar mais uma vez demonstra por que é uma das artistas mais distintas e impactantes da música. A estética escolhida complementa perfeitamente a temática do álbum, refletindo uma simplicidade que permite que a verdade emocional das músicas brilhe. As imagens e o design evocam uma sensação de intimidade e introspecção, essenciais para transmitir a profundidade das letras de Stelar. “tribute to a lifetime” é uma prova de que, na música, a verdade e a vulnerabilidade têm um poder transformador, capaz de tocar profundamente o coração de quem ouve.

The Boston Globe
“tribute to a lifetime” chega ao mercado como uma prova de resiliência da artista por trás da obra. Stelar, como é conhecida na indústria musical, descreve no encarte principal que o resultado desse projeto veio de “retalhos de versões anteriores”, soando como uma colagem de momentos de sua história nos últimos anos, uma “odisseia mental”. Liricamente, o álbum inicia sua jornada para o ouvinte com a faixa número 1, “all about my skin”, onde a cantora discorre sobre o quanto se sente ultrapassada por seus próprios fantasmas que convivem com seus dilemas, “debaixo e entre sua pele”. A progressão narrativa soa como um convite instigante em busca de entender os motivos pelos quais a autora se sente assim, sendo um começo promissor para a obra. “canyons”, faixa previamente lançada como single e já conhecida pelo público, continua a narrativa exatamente de onde a mesma parou na canção anterior, um feito interessante quando se leva em conta o tempo entre a produção das duas letras; Stelar compara o processo de envelhecimento e desaparecimento a uma sensação de queda cada vez mais iminente e sem modos de ser evitada. “deepform”, por sua vez, vê a artista confessando um limiar entre estar acostumada com a situação emocionalmente frágil em que se encontra e saber que não deveria estar acostumada a isso. A construção lírica favorece a sensação de desespero buscada pela artista, trazendo a agonia ao ouvinte de forma bem direta. Em “a place to rest”, canção escrita e performada em parceria com seu marido Steve Bowie, os dois deliberam sobre como proceder após a partida de uma pessoa querida; Stelar descreve o modo como se sente após a perda, enquanto Steve oferece um alento que está ao seu alcance. A sintonia entre os artistas na canção é nítida e a torna um dos pontos mais altos do projeto. “forever”, lançada como single promocional anos antes do álbum, reflete sobre os pensamentos da cantora na iminência da perda retratada na faixa anterior, servindo como um flashback da agonia de precisar estar presente pela pessoa amada quando não se tem certeza do que pode acontecer no dia seguinte. Stelar utiliza de uma lírica mais direta ao assunto e entrega exatamente o que propõe para seu ouvinte se identificar, ainda que alguns elementos soem repetidos entre o começo e o final de suas dissertações. “lost in your footsteps” é uma faixa de alt-folk na qual a compositora confronta a nova, recém-chegada necessidade de viver por conta própria quando não se tem mais a companhia desejada para o resto de seus dias; a música retoma o patamar estabelecido pelo começo do álbum e proporciona uma experiência específica da cantora, mas com apelo universal o suficiente para ser entendida. Os trabalhos da segunda metade do CD se iniciam com “Lucy”, uma homenagem singela e mais curta à falecida mãe de Stelar; encapsulando as motivações por trás do título do álbum em si, a cantora brilha no modo conciso como apresenta sua ideias. Em “unknown poetry”, a artista se une a Alex Fleming e Maddie Taylor em uma canção que atua como ode à poesia, ao ato de compor e de deixar que suas ideias, pensamentos e medos se espalhem por meio de versos; o caráter metalinguístico que a faixa tem por si mesma e pelo contexto em que está inserida é bem trabalhado, bem como as harmonias entre os versos dos três compositores envolvidos, que entregam suas particularidades quando recebem seus momentos. “i hate everything”, por sua vez, muda os rumos do álbum pelo instante de sua duração enquanto exibe uma versão mais revoltada de Stelar, consigo mesma e com o mundo à sua volta. A faixa é bem construída e possui uma abordagem mais agressiva que o ouvinte demora a se acostumar dados os rumos que as faixas anteriores vinham entregando, e por mais que possa soar deslocada a princípio, ainda funciona dentro da construção psicológica. “madness” atenua a revolta da canção anterior enquanto Stelar reflete sobre como o contexto onde ela tem vivido contribui ou não para ela se sentir mentalmente em desequilíbrio; trabalhada como single simultaneamente ao lançamento do disco, a faixa também une o lado mais confessional da artista junto a pensamentos sobre a indústria que a cerca, fatores chamativos para o single. “HELLRAISER” descreve os eventos de uma relação não-consensual entre o eu-lírico e um homem desconhecido, mas que a ataca com forças descomunais para conseguir o que deseja. Sendo uma faixa apresentada com aviso de gatilhos emocionais e psicológicos para outras pessoas que também possam ter sido vítimas de situações como esta, é uma composição bem amarrada e um dos destaques do álbum, unindo a brutalidade à inocência de não entender por que isso aconteceu com ela mesma. “thisisatimelessride”, última música do disco, entrega os versos mais introspectivos de Stelar de todo o projeto; ela reflete sobre a jornada vivida em todas as canções do álbum, com direito a referências diretas e mudanças de perspectiva, para atingir o objetivo de contar ao seu ouvinte que está pronta para renovar sua pele mais uma vez e se despedir da dor que tanto a acompanhou. Na produção visual, assinada pela própria Stelar enquanto os créditos do HTML vão para TAMMY, “tribute to a lifetime” se direciona a tons de cor serenos e que combinem com a atmosfera mais melancólica e reflexiva da maior parte das faixas presentes no álbum, enquanto as canções mais agressivas também recebem um tratamento único no seu encarte, marcado por rabiscos e rastros de máquinas datilográficas, como uma confissão antiga deixada pelo tempo, resultando em um visual bonito e sem rodeios para a proposta. A experiência de se acompanhar este novo passo na carreira de uma das cantoras e compositoras mais conhecidas dos últimos tempos culmina em um álbum que não se perde nos seus objetivos, ainda que faixas de confronto acabem destoando dos momentos mais serenos e bucólicos acompanhados na primeira metade; Stelar assume a postura que sente ser necessária para amarrar suas pontas narrativas e deixar o ouvinte ainda mais interessado no que vem a seguir.

Rolling Stone
Após um longo período sem lançar um álbum completo, Stelar finalmente compartilha com o mundo o seu quarto álbum de estúdio intitulado de \\\"Tribute to a Lifetime\\\", apostando em como o título já diz, num momento de tributo a vários momentos e sentimentos da cantora. Pairando sob um universo pessoal, sensitivo e delicado, a artista discorre sobre pensamentos e assuntos não tradicionais afim de fazer com que o leitor se sinta parte da sua trajetória temática em temas que circundam a fama e a perda por exemplo. É visível o esforço e dedicação empregado pela artista aqui no projeto, onde a brutalidade de suas palavras resultam em um espectro vivido e resiliente, com a representação clara de momentos onde sua identidade se torna um objeto ainda mais poderoso. Podemos ver tais momentos em faixas como a já conhecida \\\"Canyons\\\" ou em \\\"Deepform\\\" que discorre sobre a sensação do vazio se tornar uma parte evidente de seu corpo e alma.\\\"A Place to Rest”, que é uma colaboração com o astro do rock Steve Bowie, aborda a continuação de “Deepform” ao descrever a vontade de manter memórias e histórias vivas mesmo depois da perda de alguém. Em \\\"Forever\\\" a abordagem se mostra mais densa porém menos intrínseca a dor. \\\"Lost in Your Footsteps\\\" e \\\"Lucy\\\", são faixas únicas e que se diferem completamente ima da outra, mas que no segundo caso, ganha holofotes por prestar uma homenagem a um ente querido de forma gringa te e irreverente, promovendo uma identificação imediata a todos que se sentem confortáveis de alguma maneira em sua família. \\\"Unknown Poetry”/ é uma parceria com Alex Fleming e Maddie Taylor e é uma canção doce que aborda a respeito da praticidade da vida, amplificada pela reflexão de como a vida pode ser complexa mas na verdade é bem simples. \\\"I Hate Everything\\\" é uma especie de crítica a atualidade e toda a sua toxidade. \\\"Madness\\\" que é o novo single do projeto, narra as implicações de se estar na indústria do entretenimento e como isso pode influenciar na vida pessoal de um artista. \\\"HELLRAISER\\\" também já é conhecida e, aqui talvez se mostre como uma das maiores potências latentes do disco ao abordar temas mais obscuros de forma sublime e sincera. \\\"Thisisatimeletimelessride\\\" encerra a jornada de tributo de estelar e, basicamente fala sobre o medo do futuro e de como as coisas podem terminar sem uma explicação. Visualmente, temos a própria artista ao lado de Tammy comandando o projeto gráfico e, que aqui os recortes, bem como a utilização de fontes e fotos passam a sensação de introspecção e vulnerabilidade que o disco necessita. É um acerto e tanto se nos basearmos no conceito do disco em si. Em sumo, o quarto álbum de Stelar não poderia fazer mais sentido e não poderia ser mais justificável pela demora após toda a jornada que a artista descreve para nós. Suas experiências nos mostram que a artista ainda tem muito o que dizer para nós e, que suas palavras podem ser amuletos para todos, sendo em momentos mais conturbados ou em situações onde apenas devo agradecer e pensar. Esse é o melhor projeto já feito por Stelar, feito admirável para se estar em seu quarto disco.

Variety
Depois de grandes singles de apresentações, finalmente temos por completo o quarto álbum de estúdio da artista canadense, Stelar. O disco que possui 12 faixas e percorre todas as vertentes dos gêneros alternativo, folk e rock, é intitulado de “tribute to a lifetime”. Stelar promete entregar durante as faixas do compilado sua versão nua, despida de armaduras que a façam parecer destemida e forte, abrindo um lado vulnerável e apresentando seus grandes medos ao público. A faixa que abre o compilado é “all about my skin”. Uma canção poética, que indaga ao seu amado ou também as pessoas que a rodeia se ficariam próximos a ela, se ela se despisse de todas as máscaras e mostrasse seu lado sombrio em que ela próprio revela não se conhecer, distante daquele lado que as pessoas adoram. A faixa é linda e com uma lírica de alta qualidade, abrindo o disco de forma única e grandiosa. “Canyons” é uma faixa forte e impactante, encontramos uma Stelar confusa e perdida dentro de buracos que ela mesmo cavou em seu ser. A letra da canção é muito dolorosa e solitária, e em cada verso entendemos a dor e angústia da artista que tentou esconder suas dores de si própria, e que por isso não consegue mais encontrar a verdade sobre quem é, assim não podendo juntá-las para buscar se transformar em quem tanto almeja ser. Em apenas duas faixas do compilado, faltando ainda 10 canções já podemos notar o quanto interessante, perturbador e único esse projeto será. Dando continuidade a sua história de se desencontrar dela mesma, Stelar canta sobre caminhar sem rumo, apenas caminhar em “deepform”. A artista traz a tristeza e a loucura que é ter consciência de que está desaparecendo, que não se reconhece e todo o medo e agonia que isso traz. A faixa segue uma lírica única e de alta qualidade das faixas anteriores, e nos faz entender como ela convive com a depressão. A primeira colaboração do projeto, temos como colaborador nada menos que o companheiro da artista, Steve Bowie. “a place to rest” é uma faixa que canta sobre a negação, onde a artista explana toda sua dor e revolta em não aceitar a partida de alguém que a fez experimentar a reciprocidade do amor. A faixa é lindamente triste, nos fazendo mergulhar nessa grande história. “forever.” complementa a ideia da faixa anterior, mas aqui a artista fala de forma mais clara, nos fazendo entender sobre a dor do luto pela perda da sua mãe. A canção é extremamente pessoal, com uma lírica menos poética e mais crua, acaba sendo uma das canções mais sentimentais e emocionantes do compilado. “lost in your footsteps” cria a ambientação para as duas faixas anteriores, aqui de forma mais detalhada e complexa podemos visualizar o local distante da luz que a canadense visitou durante a negação do luto por sua mãe, onde ela lutava para continuar fazendo sua genitora viva e presente em sua memória. A sétima canção é uma faixa curta, onde o amor é exaltado, o amor que a artista sente e sempre sentirá por sua mãe. A lírica aqui volta a ser simplória, mas que funciona nessa grande homanagem. Temos mais uma parceria no compilado, dessa vez com grandes amigos da Stelar, os artistas Alex Fleming e Maddie Taylor. A canção se chama “unknown poetry” e é uma linda canção sobre cura. Onde os 3 grandes amigos se encaixam perfeitamente para cultuar as coisas simples da vida, onde se origina a poesia, onde a poesia é um ingrediente na fórmula da cura. Alex e Maddie contribuem de forma positiva em seus versos, entregando um trabalho bem feito e cativante. Em “i hate everything” encontramos uma Stelar raivosa e frustrada, que canta em cima de acordes metal rock sobre suas frustrações e descontentamentos sobre tudo e todos que a rodeia. A artista entrega tudo que se pede em uma canção metal rock, nos fazendo querer mais dessa persona artística. “madness” é uma faixa intrigante e interessante, como forma de ilustrar a loucura vivenciada por ela, a artista canta versos na primeira pessoa e em outros versos se faz perguntas para ela mesma na terceira pessoa. A faixa faz uso de metáforas inteligentes que enriquece toda a narrativa. “HELLRAISER” é uma faixa perturbadora onde se é cantado assuntos polêmicos e que causam gatilhos. Em versos que carregam dor, ódio, tristeza e uma forte certeza que nunca será mais a mesma, Stelar narra de forma crua e aberta sobre um abuso sexual vivenciado por ela e alguns outros monstros que a devoram. É uma canção única e forte, que tem um grande valor na narrativa do álbum, mesmo sendo destinta. Para finalizar a obra, Stelar nos apresenta a canção intitulada “thisisatimelessride”. É uma ótima escolha para encerrar o compilado, com uma letra feroz e bem construída, a artista se abre e conversa novamente sobre a loucura que a rodeia fazendo-a se perder de si própria, e como todo esse contexto causa um grande medo em não alcançar o status de ser reconhecida, de sua passagem por essa vida não ser eternizada para alguns, ou seja, ter vivido e lutado constantemente em vão. O visual do projeto é assinado pela própria artista com auxílio da produtora Tammy. Tudo nesse projeto visual é arquitetado de forma cuidadosa, o encarte é simples e lindo, conseguindo traduzir visualmente toda a experiência lírica expressada pelas 12 faixas do disco. Em sumo, a espera por 4 longos anos que o público enfrentou na espera pelo quarto álbum de estúdio da Stelar deu resultado. A canadense entrega um álbum único e extremamente pessoal que contém uma lírica poética e de excelente qualidade. “tribute to a lifetime” certamente marcará de forma positiva a carreira de Stelar e o gênero alternativo.
All Music
\"Tribute to a Lifetime\", o quarto álbum de estúdio de Stelar, é um projeto ambicioso que se destaca tanto pela sua profundidade emocional quanto pela sua sonoridade diversa. Lançado em 30 de maio de 2024, o álbum percorre os gêneros alternativo, rock e folk, explorando todas as suas vertentes para criar uma tapeçaria musical rica e multifacetada. A temática do álbum é sombria e introspectiva, abordando questões como depressão, traumas, luto e fama. Stelar descreve o álbum como um estudo sobre sua vida, uma afirmação que se reflete nas letras cruas e nos arranjos melódicos. A artista se despede da irreverência e força que costumavam caracterizar seu trabalho, mergulhando em uma vulnerabilidade que é tanto calculada quanto espontânea. Este álbum não busca agradar pela felicidade ou romantismo, mas pela autenticidade de suas emoções trágicas e realistas. O processo criativo do álbum foi longo e tumultuado. Desde 2021, Stelar trabalhou em diversas versões do projeto, enfrentando um contratempo significativo em 2022, quando um drive contendo uma versão quase finalizada do álbum foi perdido. Esse incidente forçou a artista a reconstruir o álbum a partir de fragmentos e singles salvos. O resultado é uma obra que, embora baseada em retalhos, mantém uma coesão impressionante e uma identidade única. Esse processo de recriação, paradoxalmente, fortaleceu a mensagem central do álbum sobre resiliência e beleza emergente da adversidade. \"All About My Skin\" conta com a reflexão sobre a auto identidade e a única certeza que a artista possui sobre suas dores e sonhos. \"Canyons\" é provavelmente a canção mais triste do álbum, abordando a solidão e a busca por completude dentro de si mesma. \"Deepform\" narra a confissão sobre a luta contínua contra a depressão e a tentativa de evitar o sentimento avassalador do vazio. \"A Place to Rest (com Steve Bowie)\" é uma colaboração que explora a negação do luto e o desejo de manter viva a memória de um ente querido. \"Forever\" é uma abordagem pessoal e reflexiva sobre perda e luto. \"Lost in Your Footsteps\" narra a complexidade sobre a perda da mãe da artista, tentando resgatar memórias para manter seu espírito próximo. \"Lucy\", uma homenagem tocante à mãe de Stelar, destacando o amor e a importância dela em sua vida. \"Unknown Poetry (com Alex Fleming e Maddie Taylor)\" celebra a beleza nas coisas simples da vida, enriquecida pela colaboração de amigos próximos da cantora. \"I Hate Everything\" é uma crítica contundente aos tempos modernos e ao ciclo tóxico de frustração e auto-ódio. \"Madness\" é um conjunto de metáforas sobre traumas psicológicos e a fama. \"HELLRAISER\" é a faixa mais distinta do álbum, abordando temas como violência sexual e negligência. \"Thisisatimeletimelessride\" é uma faixa grandiosa que fecha o álbum com uma reflexão sobre o medo do esquecimento e a luta para seguir em frente. \"Tribute to a Lifetime\" é uma obra-prima de Stelar, que combina sua habilidade musical com uma vulnerabilidade emocional profunda. O álbum é um tributo tanto à sua própria jornada quanto às experiências universais de perda e autodescoberta. Com uma produção que equilibra precisão e espontaneidade, e letras que convidam o ouvinte a sentir a agonia da artista, este álbum é um testemunho poderoso do poder da arte como meio de cura e expressão.
Los Angeles Times
Tribute to a Lifetime é o quarto álbum de estúdio da multifacetada artista Stelar. Este trabalho ambicioso navega pelos gêneros alternativo, rock e folk, e suas diversas vertentes, para explorar temas profundos e universais como depressão, traumas, luto e a complexidade da fama. Desde 2021, Stelar vem se dedicando a este projeto, que passou por inúmeras transformações antes de assumir sua forma definitiva. Descrevendo o álbum como \"um estudo sobre minha vida,\" Stelar oferece um olhar introspectivo e nu sobre suas experiências e emoções. A trajetória de \"Tribute to a Lifetime\" é tão intensa quanto as músicas que o compõem. Uma versão quase finalizada do álbum, pronta em 2022, foi tragicamente perdida devido a problemas técnicos, salvando apenas alguns singles de divulgação. Esta perda forçou Stelar a reconstruir o álbum praticamente do zero, resultando em uma obra que, paradoxalmente, se beneficiou da adversidade. Segundo a artista, \"o álbum é uma bagunça de sentimentos,\" um mosaico de emoções cruas e complexas que emergiu das cinzas da versão perdida para se tornar algo único e sublime. \"All About My Skin\" faixa de abertura é um mergulho profundo na autoexploração. Stelar confessa a sua luta para se entender, revelando que suas dores, traumas e sonhos são as únicas coisas que realmente conhece sobre si mesma. Em\" A Place to Rest\" uma colaboração emotiva com Steve Bowie, esta música fala sobre a negação do luto e o medo de liberar a memória de um ente querido. É uma declaração de amor eterno, prometendo que a memória da pessoa amada sempre terá um lugar para descansar no coração da artista. Ja em \"Lost in Your Footsteps\" Stelar oferece uma exploração mais complexa do luto, abordando a perda da mãe e a tentativa de manter suas memórias vivas. A canção que é uma jornada emocional ao passado, na busca de resgatar e preservar momentos preciosos. \"HELLRAISER\" é a faixa mais distinta e polêmica do álbum, em \"HELLRAISER\" aborda temas difíceis como violência sexual, negligência e transtornos psicológicos. É uma música poderosa que reflete as vivências mais sombrias da artista. Chegamos em \"Thisisatimelessride\" faixa que finaliza o disco, é uma obra grandiosa que encapsula o medo de ser esquecido e a luta para ser reconhecido e inspirador. Stelar revela suas ansiedades e inseguranças, oferecendo uma visão íntima de sua psique. A música é uma ode à persistência e à resiliência, mesmo diante do desespero. \"Tribute to a Lifetime\" é uma obra-prima visceral e emocionalmente intensa. Stelar oferece um álbum que é tanto um testamento de sua resiliência quanto uma exploração profunda de suas emoções mais cruas. Através de letras profundamente pessoais e instrumentais meticulosamente calculados, ela cria uma experiência auditiva que é ao mesmo tempo dolorosa e bela. Este álbum não apenas captura a essência da vida de Stelar, mas também ressoa universalmente, tocando os corações dos ouvintes com sua autenticidade e profundidade emocional. É uma jornada que deixa uma marca que não se pode apagar, uma celebração da vida em toda a sua complexidade e intensidade.

American Songwriter
“Tribute to a lifetime”, o quarto álbum de estúdio de Stelar, é uma exploração crua da depressão, do trauma, do luto e da fama. Misturando alternativa, rock e folk, as letras pungentes e emotivas do álbum convidam os ouvintes a uma jornada profundamente pessoal e assombrosamente bela. A faixa de abertura, “all about my skin”, atrai imediatamente o ouvinte com sua exploração crua da autoidentidade, em que a dor e os sonhos de Stelar são expressos de forma vívida. Essa música definiu um tom emocional que se estendeu por todo o álbum. “Canyons” é o desgosto em forma musical. O desespero na escrita de Stelar, seu desespero existencial e sua solidão são retratados de forma tão vívida que é impossível não se comover. Em “deepform”, uma batalha contra a depressão é revelada com uma honestidade brutal. A maneira como ela descreve como evitar o vazio avassalador é algo com o qual muitos podem se identificar, e sua franqueza é ao mesmo tempo revigorante e de partir o coração. Essa música ressoou em mim em um nível profundamente pessoal. “a place to rest”, com a participação de Steve Bowie, é um dueto impressionante sobre luto e memória. A presença de Bowie acrescenta uma camada de profundidade e conforto, tornando essa faixa inesquecível. “forever” é um tributo assombrosamente belo à mãe de Stelar. Saber que ela a escreveu durante um período difícil na vida de sua própria mãe e na dela acrescenta muito peso à letra. A dor da perda antecipada é capturada de forma tão pungente, e a música é um testemunho do vínculo entre elas. É profundamente tocante e um dos destaques do álbum. “lost in your footsteps” se aprofunda nos aspectos mais sombrios do luto. A exploração de Stelar de sua queda na escuridão mesmo antes do falecimento de sua mãe e seus esforços para recuperar memórias perdidas é assombrosa. A complexidade e a emoção crua dessa música a diferenciam e deixam qualquer ouvinte profundamente comovido. “Lucy” é puro amor e perda destilados em música. O tributo de Stelar à sua mãe é repleto de sinceridade e profundo afeto. A simplicidade da letra torna a música incrivelmente tocante, um momento de destaque no álbum. “unknown poetry”, com Alex Fleming e Maddie Taylor, acrescenta calor e autenticidade ao projeto, tornando-a uma peça de destaque que contrasta lindamente com os temas mais pesados do álbum. “i hate everything” é uma liberação catártica de frustração e raiva. A crítica de Stelar à sociedade moderna e aos fardos impostos aos jovens de hoje é poderosa e instigante. Sua expressão crua de descontentamento é algo que pode ser percebido e que causa impacto. “madness” é um turbilhão de emoções. Stelar usa metáforas vívidas para desvendar seus traumas e o caos da fama. As letras são intensas e deixaram uma impressão duradoura, mostrando seu talento para transformar lutas pessoais em arte atraente. “HELLRAISER” é a faixa mais ousada do álbum. Stelar confronta questões como violência sexual e distúrbios psicológicos com honestidade inabalável. A letra é poderosa e perturbadora, marcando essa música como uma declaração ousada e significativa em sua carreira. O álbum termina com “thisisatimelessride”, uma reflexão sobre o medo da insignificância e a busca incessante pela identidade. As letras de Stelar capturam suas inseguranças e determinação, tornando-a um final poderoso e adequado para o álbum. Essa faixa final encapsula a jornada por sua psique, deixando um impacto profundo. Seguindo o peso da letra, o visual simplista e rural do álbum é uma delícia e também uma experiência assombrosa, pois evoca uma energia nostálgica e infantil ao mesmo tempo em que mistura emoções de inquietação e ansiedade com seus detalhes mais sombrios. No geral, “Tribute to a lifetime” é uma jornada inesquecível pelas emoções e experiências mais profundas de Stelar. A honestidade e a vulnerabilidade de suas letras, combinadas com a música assombrosamente bela, criam um álbum atraente e comovente que deixou uma impressão duradoura.

The Line Of Best Fit
Stelar lança, 4 anos após o lançamento de seu aclamadíssimo “Lovenotes”, seu quarto álbum de estúdio intitulado “tribute to a lifetime”. Após um grande tempo de espera e imprevistos que interromperam o desenvolvimento do projeto, a artista nos entrega o seu mais novo álbum, que carrega os gêneros alternativo, rock e folk. Apresentando canções que passeiam pelos temas centrais do álbum, sendo eles, depressão, traumas, luto e fama, durante suas 12 faixas, o álbum se destaca, para o ouvinte, como um período de contemplação do diário pessoal da artista, a qual descreve o mesmo como “Uma odisseia sobre minha mente e meus medos”, classificando-o como “trágico, cru e extremamente realista”. O carro-chefe do álbum, “Canyons”, é um dos grandes destaques líricos do projeto, com uma estrutura rica e uma composição bem feita, Stelar entrega uma obra digna de premiação por sua escrita. O primeiro single do álbum transmite uma sensação de acomodação com a melancolia, tristeza e solidão, sendo perceptível um sentimento de deslocação por parte do eu-lírico que, exausto de lutar por uma esperança de vida, se entrega a conformidade do fracasso pessoal. Destaque para o pré-refrão da faixa que é muito bem elaborado em suas linhas e que, em partes, carrega grande peso da profundidade da canção. “a place to rest” com Steve Bowie é gloriosa e compete com a faixa citada anteriormente como as melhores do projeto, aqui Stelar discorre sobre a sua relação conflituosa com o luto, com a perda de alguém amado. É uma canção de lírica sensível, forte e vulnerável que, apesar de ser uma faixa melancólica, tem o seu destaque e essência única, que é necessário para que não seja apenas mais uma canção triste. A abordagem tão pessoal relacionada ao luto é claramente de identificação imediata com o ouvinte, é possível sentir e visualizar a dor do eu-lírico, ainda mais quando se passa por alguma experiência relacionada, é uma lírica precisa em suas palavras, é direta e, realmente, muito crua, podendo ser classificada como uma melancolia agressiva por parte da artista. “unknown poetry” é o terceiro grande destaque do projeto, a canção em colaboração com os artistas Alex Fleming e Maddie Taylor é verdadeiramente uma ótima poesia, uma sinfonia que soa harmoniosamente entre os três, contém versos bonitos e muito bem construídos. A faixa contém um ar mais puro, leve e feliz em comparação as demais faixas do projeto, podendo funcionar até como um hino para os sonhadores que, por muitas vezes, desacreditados de suas vidas e futuros mas que, ainda assim, esperam pelo o melhor da jornada. Menção honrosa para a belíssima “Lucy”, homenagem íntima de Stelar que, com certeza, traz um toque fundamental para a construção do álbum. Visualmente o álbum é agradável, entretanto, sem muitos riscos, mas funciona muito bem ao analisarmos a ideia proposta pelo álbum e levarmos em consideração uma Stelar despida de tudo o que lhe faz forte. Por fim, após extensa análise do quarto projeto de estúdio de Stelar, podemos apontar a maestria da artista em descrever e transformar seus sentimentos em canções, ela nos entrega um trabalho completo e que apenas reafirma o talento da artista. “tribute to a lifetime” é um lindo álbum, é bem feito, apesar que, em alguns momentos, pode chegar a ser cansativo para o ouvinte com relação as suas temáticas que, apesar de serem precisas, chegam a ser muito repetitivas entre as canções em uma visão ampla, como, por exemplo, a sequência de três músicas que abordam sobre o luto — “a place to rest”, “forever” e “lost in your footsteps” — que, em certos momentos, se demonstram similares, onde, se houvesse a troca de versos entre as mesmas, não seria algo perceptível e deslocado. É um grande projeto que desliza somente por se manter, em momentos específicos, numa melancolia padronizada, sem diferenciais ou aprofundamento. Em conclusão, Stelar nos entrega um majestoso projeto, não perfeito, mas que demonstra enorme potencial e que, com toda certeza, é um dos destaques do ano. É um clássico instantâneo de fácil identificação do ouvinte, é sincero e muito belo.