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The Man with the Dancing Eyes - BRUCE
85

Spin

76

Em seu segundo disco, BRUCE entrega “The Man With the Dancing Eyes” — seu segundo LP, contendo 12 faixas. Explorando um cotidiano doméstico do eu-lírico e com faixas bem diversas em conteúdo lírico, o projeto começa com “Montage”, uma faixa que parece narrar um amor em crescida, com expressões em duplo sentido que mostram uma certa ousadia do artista. É uma faixa interessante em certo ponto, mas curta, o que pode deixar lacunas. “Pale Eyes” é bem romântica e com bons momentos na sua composição. Em certos momentos a faixa soa um pouco inofensiva, mas em outros soa agradável. “Lovers in the Parking Lot” aborda a entrega mútua de um amor e tudo que vem com isso. A composição é interessante, mas é de certo modo parecida com a anterior, algo que deve ser pontuado. “Guys & Dolls” em parceria com Aster Major traz metáforas interessantes e uma ambientação legal, com uma lírica que tem altos e baixos. É uma canção bem válida no disco, e traz uma mudança das anteriores. “Revolver” é bem ousada e marca um momento sem limites do eu-lírico. Aqui direcionando a palavra a outra pessoa, é uma composição divertida, que por vezes desliza em algo, mas funciona. “Bloomer” é apaixonada e sexy, com versos bem colocados e metáforas que se encaixam. É uma canção bem interessante, e é um destaque no álbum. “Catch the Artist” traz bastante sobre a arte e suas divisões e opiniões, e a lírica dela em si parece confusa e desconexa, por suas intenções não parecerem tão marcadas. É o tipo de faixa que faria mais sentido se sua apresentação fosse reformulada. “Beyond the Valley” traz algo mais apaixonado, marcante e ao mesmo tempo certeiro. É uma faixa com bons momentos e metáforas interessantes. Um destaque. “Paranoid” em parceria com Rubia, parece mesclar sentimentos e momentos de faixas anteriores. Não que a faixa seja ruim, longe disso; e sim que, em certo ponto, o projeto pode se tornar repetitivo, como se tornou nesse momento e alguns outros. “Reckless” é promissora e traz um questionamento bem interessante no disco, mas soa curta; poderia ser bem mais desenvolvida e se tornar até mesmo um highlight no disco. “Fuss” e “Outro: Fuss” finalizam o disco. A primeira traz um sentimento de superioridade do eu-lírico diante o fim de uma relação e todas as suas divisões. A letra é mediana, com momentos pouco surpreendentes. A segunda é uma repetição da Outro da canção anterior. O visual, produzido por MOE e Tammy, é bonito e traz boas expressões ao disco. O encarte tem uma edição bem ousada e é bem executado num geral. Em síntese, “The Man With the Dancing Eyes” é um disco que apresenta oscilações; ao mesmo tempo que aqui tenhamos as melhores canções de BRUCE, ao mesmo tempo temos faixas que são dispensáveis para o que o mesmo já apresentou. Faltou ao projeto um pouco mais de visão dessas questões. Mas o que há de positivo aqui é, realmente, muito positivo.

TIME

82

BRUCE lança seu enigmático segundo álbum de estúdio, \"Chronicles of The Man with the Dancing Eyes\" ou simplesmente \"The Man with the Dancing Eyes\". Composto por 12 faixas que abordam o drama da vida cotidiana e o amor em suas variadas formas, o cantor e compositor irlandês demonstra seu estilo único de contar histórias em um disco repleto de metáforas, que por vezes podem não esclarecer totalmente a jornada que ele deseja conduzir. O álbum se inicia com \"Montage\", uma faixa que nos introduz à narrativa que o eu-lírico desenvolverá ao longo das 12 canções, refletindo sobre as mudanças da vida e a renovação proporcionada por novos começos. Em seguida, a romântica \"Pale Eyes\" traz BRUCE descrevendo um amor mútuo e intenso, onde as partes envolvidas compartilham uma conexão profunda. A letra é poética, rica em metáforas e habilmente estruturada, fugindo dos clichês comuns em canções românticas. No entanto, \"Lovers in the Parking Lot\" marca um deslize, onde o cantor troca a lírica poética por uma abordagem confusa e sem emoção. A faixa, embora mantenha a temática do amor vibrante, se perde em versos superficiais que não capturam o potencial da narrativa. A quarta faixa, \"Guys & Dolls\", em colaboração com Aster Major, utiliza a metáfora dos jogos de azar para explorar as escolhas do eu-lírico em um cassino. Apesar da boa sintonia entre os cantores, a canção parece dispersa, chegando a ser maçante em certos momentos. \"Revolver\" apresenta uma abordagem mais intensa, mostrando um eu-lírico que busca adrenalina no relacionamento, sem arrependimentos por suas ações inconsequentes. Apesar do refrão repetitivo, a canção mantém sua mensagem e narrativa firmes. \"Bloomer\" aborda um relacionamento introspectivo e complexo, onde o eu-lírico reflete sobre o tempo, as emoções e o renascimento dentro da relação, usando a metáfora do desabrochar para representar o amadurecimento. Em \"Catch The Artist\", BRUCE explora a busca do artista por compreensão, utilizando metáforas complexas, como o \"punhal\" e o \"corte\", para simbolizar a entrega emocional e intensa do eu-lírico. \"Beyond The Valley\" trata de um relacionamento em transição, com o eu-lírico reconhecendo os desafios e expressando um desejo de superar as dificuldades juntos. A estrutura da canção é confortável, com o refrão sendo repetido várias vezes para reforçar o conceito. Na segunda colaboração do álbum, BRUCE e Rubia exploram a idealização em um relacionamento, com o eu-lírico tentando moldar a parceira em uma imagem \"perfeita\", enquanto Rubia busca se afastar dessa idealização. A canção é bem estruturada, com versos detalhados, e Rubia se destaca ao capturar o espírito da faixa. \"Reckless\" é o ponto fraco do disco, apresentando uma narrativa confusa e pouco elucidativa. O eu-lírico parece estar imerso em dor e culpa, mas BRUCE não consegue construir essa narrativa de forma satisfatória, com a letra estagnando ao longo dos versos e do refrão repetitivo. O álbum se encerra com \"Fuss\", uma faixa que exala soberba e autossuficiência, onde o eu-lírico termina um relacionamento se sentindo superior. A estrutura da canção cativa o ouvinte, envolvendo-o na narrativa, e o disco termina com um outro que reforça a mensagem final. O visual do álbum, assinado por sua esposa MOE, é coeso e atraente, com cada página evocando a ambientação de um apartamento diferente, refletindo os diversos eu-líricos presentes no disco. Em \"The Man with the Dancing Eyes\", BRUCE se propõe a contar histórias que fogem dos temas comuns e, embora algumas faixas careçam de um toque poético mais robusto, o álbum se destaca de forma positiva, sublinhando o talento de BRUCE como compositor.

The Boston Globe

95

Após o lançamento de dois singles bem sucedidos (‘FUSS’ e ‘GUYS & DOLLS’), Bruce lança o seu tão aguardado segundo álbum de estúdio com intitulado de ‘The Man with Dancing Eyes’, descrito como um LP que narra sobre as situações cotidianas, tal narrativa acaba por se dividir nas 12 faixas que formam o escopo do álbum. Por se tratar de um álbum um tanto quanto fora do habitual na indústria, em um primeiro instante, o conceito pode gerar curiosidade imediata no ouvinte, mas, também gerar a responsabilidade de entregar algo a altura do que se espera. E isso é definitivamente o que BRUCE faz aqui. Seu passeio rotineiro pela tracklist do CD torna a experiência de quem quer curtir um bom álbum ainda mais agradável, iniciando por exemplo com a ótima ‘Montage’, onde a narrativa de um relacionamento é ampliada pelo eu lírico em um campo de visão esmeril e pomposo, com suas qualidades e características extremamente bem difundidas, além de perpetuar uma lírica que pode ser lida como simples, mas que abriga um grande desafio que é a competência de gerar uma síntese clara e objetiva, e é o que acontece aqui. ‘Lovers in the Parking Lot’ é outro exemplo de grande ápice lírico do TMWTDE, onde a utilização de metáforas para abrigar um relacionamento em suas linhas é articulada de maneira brilhante. ‘Pale Eyes’ e ‘Revolver’ são outros dois exemplos de simplicidade arrojada que BRUCE adota em seu projeto, especialmente pelo destaque em como as letras tem poder de envolver o que o cantor quer transmitir. Como citado anteriormente, o disco possuiu dois grandes singles, sendo ‘Guys & Dolls’ em pareceria com Aster Major o maior deles e, que aqui adota uma abordagem um pouco mais contemporânea e fantasiosa, mas que ainda sim exerce o papel de ocupar um espaço especial dentro do disco. ‘Bloomer’ e ‘Catch the Artist’ são duas faixas que ocupam uma lacuna significativa no LP, com atenção especial para ‘Catch’ que possui uma analogia muito interessante que é sobre a relação que adotamos entre o trabalho e o artista e, como a singularidade é quase sempre uma dinâmica única e exclusiva de cada indivíduo. ‘Beyond the Valley’ é uma faixa que aborda basicamente a fervura de se apaixonar e, como esse sentimento pode se desdobrar em outras situações em sua vida, mesmo que por muitas vezes, tudo o que você sente agora, seja só um ideal. ‘Paranoid’ é uma colaboração com a latina Rubia e, retrata também um amor, mas dessa vez juvenil. Não possui grandes surpresas, mas é uma boa adoção ao projeto também. ‘Reckless’ entra na reta final do projeto com uma abordagem um tanto quanto mais agressiva no sentido pessoal com o cantor explorando mais o lado destrutivo que alguém pode ter sobre ela mesma. É uma faixa muito inteligente e pessoal, um outro grande destaque. ‘Fuss’ e ‘Outro: Fuss’ encerram o disco de forma nostálgica, já que o single foi lançado há um certo tempo, mas que ainda soa muito atual para o universo que BRUCE nos apresentou. Na parte visual, temos MOE assinando a produção do disco e, pode-se dizer que é um dos visuais mais vibrantes e originais dos últimos anos, com um desenvolvimento muito cuidados que tem cumpre muito bem o conceito cotidiano através da mistura de elementos retrô, clássicos e contemporâneos, bem como com a paleta escolhida para representar a era. É um acerto em cheio para o casal. Por fim, pode-se dizer que o ecossistema lírico introduzido pelo irlandês é muito bem desenvolvido no que foi proposto. Sua periodicidade lírica é cativante e envolvente, ampliando a imagem do cantor em relação aos temas abordados em seu primeiro disco. Seu progresso como artista está evidente no ‘The Man With The Dancing Eyes’ e, já é seguro dizer que seu nome após esse álbum, está no caminho para se tornar um daqueles que permanecem por um bom tempo na indústria.

Rolling Stone

85

\"The Man with Dancing Eyes\", segundo álbum de estúdio de Bruce, é aquele tipo de álbum que te leva por uma viagem suave e refrescante, onde cada faixa parece tocar em algo profundo, mas de uma forma que não te sobrecarrega. Desde a abertura com \"Montage\", você já sente que está entrando em um universo onde temas como amor, a vida e a introspecção são os protagonistas, tudo envolvido por letras simples, mas que conseguem cativar. Faixas como \"Pale Eyes\" e \"Lovers in the Parking Lot\" exploram o amor de maneiras diferentes, uma mais pura e outra mais poética, mas ambas com uma delicadeza que te faz querer ouvir no repeat. \"Pale Eyes\" especialmente se destaca por sua simplicidade envolvente, retratando o amor em sua forma mais crua e honesta, quase como um olhar introspectivo para dentro de si mesmo. Já \"Lovers in the Parking Lot\" capta a efemeridade e a paixão dos amores jovens, com uma poética que flutua entre o real e o idealizado, criando uma atmosfera que é ao mesmo tempo nostálgica e esperançosa. \"Guys & Dolls\", com a participação de Aster Major, é aquele momento em que o álbum ganha um pouco mais de cor, com uma dinâmica interessante e um ar lúdico, afirmando um toque criativo e bem singular do artista. \"Revolver\" tenta ser mais assertiva, mas acaba ficando meio no seguro, sem aquele impacto esperado. Em compensação, \"Bloomer\" é como uma brisa leve, com uma letra que te faz sorrir sem perceber. \"Catch the Artist\" é uma daquelas faixas que faz você pensar na relação entre o artista e quem ouve, deixando um mistério no ar que é irresistível. Nessa faixa, Bruce parece questionar o papel da arte e do artista, sugerindo que há sempre mais por trás do que é visto e ouvido, o que faz com que o ouvinte se sinta parte desse processo criativo e reflexivo. Quando chega em \"Beyond the Valley\", você sente que o álbum fica mais pessoal e apostando mais no introspectivo. Bruce explora a ideia de um amor idealizado, onde ele se volta para o futuro, cheio de otimismo e desejo de construir algo duradouro e significativo. \"Paranoid\", com a parceria de Rubia, traz uma paixão jovem e os versos da estrela latina se destacam bastante, sendo uma escolha bem assertiva tê-la como participação. \"Reckless\" muda o tom de novo, mergulhando em temas de destruição e perda, mas de um jeito que ainda assim soa protetor. E para fechar, \"Fuss\" e \"Outro: Fuss\" amarram tudo de um jeito que nos deixa pensando no ciclo emocional que o álbum todo percorreu. A estética visual do álbum, assinada pela talentosa MOE, só complementa essa vibe, misturando o clássico com o moderno de um jeito super harmonioso. No fim, \"The Man with Dancing Eyes\" não precisa de grandes explosões para marcar presença; ele te conquista pela sua suavidade e consistência, afirmando a capacidade de Bruce em abordar temas complexos com uma sutileza que, longe de ser superficial, revela uma profundidade cuidadosamente construída ao longo do álbum.

Variety

90

Após um ótimo ínicio de ano, em que garantiu seu primeiro hit #1, BRUCE lança o seu segundo álbum de estúdio \'The Man with the Dancing Eyes\'. Após 4 anos in-game desde o lançamento do seu primeiro álbum, BRUCE troca questões emocionais e filosóficas por temas do dia a dia, se antes ele se preocupava sobre o sentido de suas ações e sentimentos, aqui o cantor se entrega totalmente eles, se permitindo viver as coisas como elas são. Com 12 faixas, o disco apresenta o porquê de BRUCE ser um dos compositores mais interessantes da atualidade, sabendo tratar de temas talvez vistos como \"banais\" mas de uma maneira que torna cativante ao ouvinte, com o maior exemplo disso sendo a faixa \'Lovers in the Parking Lot\', uma canção sobre amor jovial, um tema já trabalhado de forma corriqueira pela indústria, mas aqui BRUCE dá o seu próprio charme único, trazendo uma tocante ponte e versos que conectam o ouvinte com a canção. Esses elementos tocantes são algo que aparecem várias vezes ao longo do álbum, cumprindo bem a missão dele de ser um testamento da expressão dos sentimentos de se viver. O capricho de BRUCE com o seu próprio trabalho é visto também na forma das escolhas das colaborações em suas músicas com Aster Major e Rubia se encaixando muito bem em \'Guys & Dolls\' e \'Paranoid\' respectivamente, com ambas as canções os artistas convidados sabendo se conectar em uma sintonia admirável com BRUCE em seus versos, especialmente Rubia por ser de um gênero totalmente diferente do cantor. O álbum finaliza com um loop do outro de \'Fuss\', com o cantor falando que foi uma decisão intencional para construir um tom dúbio sobre o que foi contado no disco, entretanto a escolha parece um pouco desnecessária pois a canção \'Fuss\' em si fecharia bem o álbum, ou um final com um pouco mais de versos, sem a necessidade da criação de uma faixa separada, tornando o final um pouco anti-climático. Um pouco negativo do disco também é que algumas faixas não rimam em seus versos, apesar de parecer uma escolha consciente de sacrificar rima em determinados momentos para passar a sua mensagem, em algums momentos isso acaba falhando com \'Bloomer\' sendo o exemplo primário disso. A escolha a dedo de parcerias aparece também com os produtores. A produção ficou a cargo de MOE no encarte geral e Tammy no HTML, e o visual complementa com maestria todo o lírico do álbum. O encarte representa muito essa sensação de observador com o uso de elementos como janelas e telas, colocando o expectador justamente nessa posição, foi uma escolha sagaz e muito bem executada. Em suma, \'The Man with the Dancing Eyes\' consegue superar o seu antecessor e eleva o patamar de BRUCE como compositor e artista, sabendo expressar seus sentimentos de uma maneira que assuntos pequenoss se tornem grandiosos. Apesar de nem todas as ideias de seu disco terem atingido sua intenção inicial, BRUCE se mostra um grande exemplo e sinônimo de criatividade e talento em seu segundo álbum de estúdio.

Los Angeles Times

82

Aprofundando-se em vertentes do alternativo e do rock, BRUCE lança ‘The Man with the Dancing Eyes’, seu segundo álbum de estúdio. O projeto começa com ‘Montage’, uma canção simples e reflexiva, com versos curtos, mas cheios de significados e sutilezas, que formam um todo muito agradável e marcam o início do álbum de forma positiva. A segunda faixa é ‘Pale Eyes’, que segue com a suavidade instaurada pela faixa anterior, trazendo um sentimento puro de romance, sem preocupações ou pesares, com destaque para o refrão. ‘Lovers In The Parking Lot’ mantém o ritmo agradável das antecessoras, mas instaura uma certa linearidade no disco, carecendo de novos elementos que poderiam ser apresentados. ‘Guys & Dolls’, em colaboração com Aster Major, surge como um dos grandes destaques do álbum, oferecendo uma perspectiva diferente e mais animada, com metáforas e referências bastante inteligentes. A canção tem versos curtos, mas cheios de musicalidade, com destaque para a ponte cantada por Major. ‘Revolver’ é um grande refresco para a continuidade do disco, apresentando uma roupagem diferente e ousada de composição. Falando sobre ultrapassar limites, os versos da música são bem construídos, e o refrão se encaixa de forma harmônica na obra, atingindo seu ápice de forma perfeita na ponte. ‘Bloomer’ faz uma rápida incursão pelo eletrônico que, apesar de se diferenciar das faixas anteriores, não compromete a coesão do álbum. Em versos como “Let me compress myself for you // it\'s never too late to bloom // it\'s never too late to be blooming”, BRUCE fala sobre deixar as situações acontecerem, ignorando o tempo perdido. Em geral, não é uma faixa que se destaca, mas traz momentos agradáveis que permitem ao ouvinte relaxar e se divertir. ‘Catch The Artist’ é uma das melhores, senão a melhor, composições presentes aqui. A faixa continua a flertar com o eletrônico e o rock, com o eu lírico assumindo uma posição quase egoísta sobre sentimentos, grandezas e necessidades, executando esse conceito de forma impecável durante a canção, com destaque para a passagem: “Why when I have everything I want // I want you to be here”. Dentre os últimos destaques do álbum, temos ‘Paranoid’, em colaboração com Rubia, e ‘Fuss’. A primeira oferece uma visão de idealização do amor e o receio da decepção, com destaque para os versos de Rubia, delicados e com belíssimas metáforas, especialmente no terceiro verso. Por fim, ‘Fuss’ encerra o álbum com a mesma sensação que sentíamos no início: um sentimento agradável, mesmo tratando de um término. Assinado por MOE e Tammy, o projeto traz um visual sofisticado, conferindo um ar de classe ao disco, que combina com o conceito e as músicas presentes no álbum. Com ‘The Man with the Dancing Eyes’, BRUCE explora o cotidiano e temáticas recorrentes em nossas vidas para criar canções bem escritas, sofisticadas e reflexivas, sendo um acerto para a discografia do cantor.

American Songwriter

80

Em seu segundo álbum de estúdio, Bruce lança o \"The Man with Dancing Eyes\" apostando em composições que expressam a forma liberal de viver, e mergulha tanto em seus sentimentos mais românticos quanto ao seu amor pela vida. O álbum inicia com \"Montage\" de forma despretensiosa, e bastante modesta. A letra transparece calmaria em um ambiente relaxante, podendo-se curtir a canção de forma suave, embora não transpareça falta de ambição. \"Pales Eyes\", por outro lado, mostra uma delicadeza maior em seus versos e mostra um lado mais romântico do artista. Embora tenham verso que podem em alguns momentos serem repetitivos, a canção funciona bem como uma canção de amor juvenil. \"Lovers in the Parking Lot\" segue o caminho da faixa anterior, sendo uma faixa dócil e inofensiva de amor, que mantém os versos calmos e lineares. \"Guys & Dolls\", em parceria com Aster Major, se destaca entre as faixas do álbum pela forma mais criativa em que a música foi conduzida, se comparada com as anteriores. A parceria entre os dois artistas funciona bem, e os versos de Aster são refrescantes na canção. Em seguida, \"Revolver\" apresenta uma boa ideia, porém a abordagem foi pouco aproveitada. A ideia de fazer uma música sobre ultrapassar os limites poderia ter sido mais expressiva e importante dentro do álbum, mas os versos acabam ficando no \"confortável\". Por outro lado, \"Bloomer\" é cativante. A composição da canção é suave e uma narrativa bastante otimista, sendo um dos destaques positivos do álbum. \"Catch the Artist\" se destaca como a melhor faixa do álbum pela composição mais intensa e diferenciada das anteriores. A música além de mostrar um certo nível de sarcasmo, mostra os versos de Bruce em sua melhor forma. Nas músicas finais do álbum, \"Paranoid\" em parceria com Rubia se destaca pela composição apaixonante e a química entre os dois artistas flui de forma natural. Os versos demonstram a ardência de dois jovens apaixonados e o verso de Rúbia se torna a cereja do bolo, terminando a canção intercalados no verso final. Apesar de \"Reckless\" ter uma composição mais curta, ela funciona por si só. A faixa expressa bem a reflexão de como lidou com seus sentimentos, e como isso afeta a pessoa que ele tenta manter consigo. Com a famosa \"Fuss\" e \"Outro: Fuss\", o álbum encerra de forma majestosa. A composição de \"Fuss\" funciona bem como uma faixa de encerramento, mostrando um lado mais egocêntrico do artista ao retratar uma persona mais cheia de si mesma. Visualmente o álbum lembra bastante ao vintage moderno, e funciona muito bem com toda a abordagem suave que o artista escolheu para a sonoridade do álbum. As cores escolhidas são suaves e ao mesmo tempo marcam como uma experiência visual agradável, com uma edição de imagem espetacular. Em suma, Bruce entregou um segundo álbum de estúdio com composições formidáveis e que em boa parte do tempo soam leves e modestas; e com uma abordagem mais neutra do que poderia ser esperado. Talvez uma pitada de intensidade em algumas canções fariam com que elas fossem elevadas à um nível superior, e o modesto poderia ter se tornado meticulosamente elegante. A sensação para o ouvinte é que Bruce poderia ter se arriscado mais e fazer abordagens menos neutras para as suas canções, e assim, poderiam ter causado o devido \"boom\" que ficou faltando para as músicas marcarem; pois Bruce já se mostrou capaz disso. De qualquer forma, \"The Man with Dancing Eyes\" é um álbum agradável e despretensioso, e se porta como um bom segundo álbum de estúdio.

American Songwriter

90

“The Man with the Dancing Eyes”, segundo álbum de estúdio do cantor e compositor BRUCE, chega às prateleiras de lojas e plataformas digitais com a ideia de oferecer um lado não exatamente melancólico, porém ainda igualmente afiado quanto às visões de seu criador sobre o mundo à sua volta e as emoções humanas que o regem, no intuito de trazer um escopo lírico cada vez menos preso a limites. “Montage”, faixa que abre os trabalhos do disco, oferece uma visão de BRUCE sobre inúmeras cenas de romance e de atração carnal e/ou emocional, deixando ambíguo o envolvimento do eu lírico em todos os casos; é essa ambiguidade que torna a construção da faixa uma carta convidativa para o ouvinte em uma canção de abertura. “Pale Eyes”, por sua vez, descreve as sensações de um primeiro contato com uma pessoa que BRUCE já sente amar desde o começo. Enquanto mantém o sensual e o emocional nas mãos durante todo o tempo, o artista entrega uma de suas performances mais ternas vocalmente, mantendo o nível entregue no início. “Lovers in the Parking Lot”, terceira faixa do CD, foca nas juras de fascinação do cantor em relação a um interlocutor não denominado enquanto um encontro, aparentemente às escondidas, ocorre entre eles em um estacionamento. É uma canção que constrói seu próprio ápice a cada verso que desenvolve, até chegar na última estrofe, onde todas as intenções se reúnem e entregam uma das melhores faixas do álbum. “Guys & Dolls”, colaboração com Aster Major e vencedora do troféu de Song of the Year no Grammy Awards, compara o jogo de provocações emocionais em um relacionamento à sorte que pode ser encontrada ou perdida nos mais diversos jogos de cassino; reunindo todas as metáforas em um único cenário, a faixa tenta se desenvolver bem, e por vezes atinge seu objetivo, mas não sem antes perder um pouco de seus ânimos na segunda metade. “Revolver” vê BRUCE numa posição mais dominante, capaz de despertar memórias e gatilhos emocionais indesejados no seu interlocutor quando a situação o pressiona a tal; o personagem psicológico da narrativa interessa mais do que a estrutura lírica em si, mas não diminui os méritos da ótima composição. “Bloomer” é um rock eletrônico que discute o modo como o artista deseja permitir um afloramento de emoções junto a uma pessoa querida para si; a ternura dos versos complementa a performance dos instrumentais e torna a faixa um momento introspectivo e interessante dentro do disco. “Catch the Artist” é uma das faixas mais conceituais do álbum como um todo, no modo como BRUCE entende a busca pela compreensão humana pelas lentes do modo como as pessoas tentam entender a obra de um artista. Convidando o ouvinte a buscá-lo incessantemente, mas sem necessariamente entregar mais de si mesmo do que deseja, o cantor brilha na composição que serve como terceiro single do projeto. “Beyond the Valley” retoma a atmosfera idílica e esperançosa de “Bloomer”, mas desta vez, redirecionando o foco mais para a pessoa a quem ele quer se referir em vez de falar mais de si mesmo, o que torna a faixa essencial para o álbum e para a compreensão de como o artista idealiza seus romances, ainda que não demonstre todo o potencial lírico dele enquanto escritor. “Paranoid”, colaboração com a cantora e compositora Rubia, desenvolve um romance entre os dois personagens líricos de forma que cada um expresse o quanto está maravilhado com a existência, a presença e o carinho do outro. A artista convidada complementa muito bem a lírica mais romântica que a faixa pede, sendo um deleite ao ouvinte. “Reckless” muda, mais uma vez, o escopo narrativo do álbum; BRUCE se entrega a inevitabilidade de uma ruína que surge em sua vida enquanto ainda tenta proteger seu interlocutor de também ser atingido pelos estilhaços de escolhas que o eu lírico fez previamente. É uma faixa mais obscura que as demais, e como uma surpresa, é bem-vinda no projeto. “Fuss”, lead single do CD, reflete sobre as consequências de uma relação, romântica ou platônica - a ambiguidade de “Montage” retorna com força total nesse quesito - que levam ao fim deste. Combinando o fim da narrativa da faixa, lançada isoladamente como single, ao fim da história contada ao longo de todas as canções presentes no álbum, BRUCE entrega uma resolução misteriosa e praticamente aberta a mais interpretações do que seu início. “Outro: Fuss” repete os versos finais de “Fuss”, e a interpretação para tal escolha se dá de diversas formas, podendo ser um ressoar de como a história acaba e assombra o cantor, bem como podendo ser um reboot de toda a narrativa de volta ao começo visto em “Montage” e também um assombro das escolhas tomadas antes de “Reckless”. Visualmente, o disco, produzido por MOE com Tammy no HTML, é coordenado, desenvolvido e executado com a mesma maestria vista em “Human Awakening”, álbum de estreia do artista, no modo como constrói a inclusão da figura de BRUCE em todos os cenários diferentes de um prédio que ilustram os diferentes pontos de vista observados ao longo das letras. Por fim, “The Man with the Dancing Eyes” é um disco onde BRUCE se sente mais confortável em ser menos elusivo como em projetos anteriores, mas enquanto mantém sua essência, também expande sua capacidade criativa para seu novo público encontrado após o sucesso de sua primeira grande era.

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