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Poem (Ep) - J.Olly
90

Pitchfork

88

Após o enorme impacto de seu álbum antecessor, J.Olly retorna mais uma vez com um Extended Play intitulado “Poem”. Com uma abordagem mais intimista do que se espera de uma rapper com versos mais agressivos, J.Olly nos apresenta uma nova faceta de seu trabalho do qual não estávamos aguardando; com um conceito mais íntimo, obviamente relacionado a situações ou experiências pessoais que envolvem relações destrutivas e o que o eu-lírico consegue expressar a partir disso. Todas as canções são parcerias, com exceção de “Poem #4” presente na versão Bônus, as composições foram muito fluidas, mesmo com diferentes artistas, eles representam uma uniformidade em conceito, como uma mesma frequência de diálogo que se perpetua ao longo da curta tracklist. O uso de boas referências foram utilizadas, bem como uma estruturação interessante das canções, gostaríamos que os artistas tivessem tido um pouco mais de protagonismo, mesmo que em uma colaboração eles conseguiriam através de mais versos mostrar o que eles podem somar a narrativa, no geral eles acrescentam suas vozes no refrão ou na ponte. A produção melódica é bem linear, consegue unir algo mais acústico com o violão/guitarra e introduz alguns beatdrops de forma muito sutil e bem modelada em todo o EP. A canção que mais gostamos foi “Boys Don’t Cry”, tanto na parte lírica quanto em toda a narrativa, conseguimos sentir uma forma mais orgânica e real do sentimento representado. Os visuais são vem polidos, simples e ainda assim soam bem elaborados, o formato de poster/banner foi uma forma de tornar-se diferencial, a métrica na organização do projeto foi interessante, mas sentimos falta de elementos gráficos que pudessem preencher de alguma forma as lacunas em vazio observados, seria interessante incorporar mais elementos para enriquecer o projeto, do modo que está ele pode ser confundido como algo simplista demais pelo grande público. Mesmo que de forma sucinta, J.Olly nos surpreende com um novo método artístico, uma nova forma de ampliar seus sentimentos sem abandonar o hip hop e ainda assim nos presentear com profundidade.

The Telegraph

88

Marcando seu retorno em um projeto inteiramente acústico, J.Olly lança \\\"Poem\\\", um trabalho complexo, porém de uma leveza invejável. A rapper já consolidada demonstra com destreza que com seu elevado nível artístico ela pode se encaixar em qualquer lugar, melodicamente é um trabalho que te prende, tudo isso em sua própria autoria só vem a confirmar o posto que a mesma ocupa. De algum modo, J.Olly fala sobre dor durante todo o disco mas sem ser necessariamente torturante, a artista consegue com classe e elegância expor seus valores e proferir a esperança ao ouvinte, e no momento certo a compositora lança o trabalho que pode-se dizer que abraça e contempla a qualquer um que o escute, suas palavras são certeiras e de fácil absorção, mas longe de serem rasas ou clichês. A abordagem não é mirabolante, mas pode se dizer que o empenho da artista em sua elaboração consegue agregar um selo único da artista, tornando o trabalho fresco para quem o consome. Começando pela primeira faixa e também carro chefe do disco, \\\"Cry For Help\\\", a canção consegue demostrar sutilmente o que esta por vir na obra, não é a melhor música, mas evidencia o grande talento da rapper em composição. Colaborando com Theo, em seguida temos \\\"Boys Don\\\'t Cry\\\", e concluímos que a ideia de que é dificil ver um A-List se superar mesmo depois de seu auge artístico está errada, ambos nos provam o contrário, a faixa é espetacular e a canção nos surpreende, sendo uma ótima faixa e a melhor do trabalho. \\\"Don\\\'t Hurt Yourself\\\" encerra o ato, é a faixa que menos chama a atenção, não por ser ruim mas as outras se sobressaem, mencionamos /Somebody who knows me/ como uma boa peça no trabalho da cantora, por mais que a mesma tenha optado por deixar apenas como faixa bônus. Analisando visualmente, seu trabalho não se destaca tanto como seu antecessor, haja visto que a orientação visual dada a obra já existe em outro trabalho, com a mesma sobreposição de imagem e estilo dos efeitos visuais, longe de afirmar que é ruim, mas a estética não chega a ser marcante e original como o Stillness, e mesmo que tenhamos citado o caráter pacificador da obra, sentimos que talvez a artista pudesse ter explorado também fotos introspectivas tendo em vista que o álbum segue esse raciocínio em maior parte. Ademais, sobre a mesma, pode se dizer que o visual é bastante polido e bem executado, simboliza de forma clara o movimento que J.Olly vive em sua carreira e o que captamos de sua mensagem. Gostamos da artista escolher por um formato diferenciado em forma de banner, são elementos que somam. Por fim, por mais que J.Olly proclame seu trabalho como um simples poema, com ele podemos contemplar a grandiosidade de seus projetos, temos certeza que sua recepção pelo público será calorosa. Conteúdo lírico: 100 Aplicação do conceito e coesão: 98 Criatividade: 85 Visual: 70

Variety

91

Finalmente os fãs de J.Olly obtiveram o aguardado “POEM (EP)” e com seu novo projeto a estrela do rap trás algo diferente, músicas escritas e cantadas em uma versão poema. Traçando seus sentimentos em todos os versos recitados, a rapper trás grandiosas e promissoras composições. O destaque do projeto fica para \\\"Boys Don’t Cry\\\", uma canção que trás a pessoalidade bem explícita para a letra e onde J.Olly se expressa como uma amiga conselheira ao cantor, e essa junção se tornou algo excepcional para todo o projeto. A faixa “Don’t Hurt Youserlf” seria a música menos aproveitada do projeto e com pequenas falhas, apenas por não ter sido explorada de uma melhor forma em sua composição. A parte visual, as cores permaneceram as mesmas durante toda a era, algo bem conceitual e que visualmente garante seus pontos. Embora o encarte do projeto peque por ser necessariamente simples, não é algo tão estrondoso assim, mas suas artes poderiam ser bem mais exploradas. Avaliando o álbum como um todo, vemos uma linha tênue entre os poemas e músicas impecáveis e bem trabalhadas que concretizam a artista como um grande nome do hip-hop e que está a cada dia evoluindo mais com projetos tão sólidos e incríveis.

Rolling Stone

93

Com uma divulgação bem feita, a era “Poem” de J.Olly se tornou muito mais que um projeto, mas também uma marca, os singles que já conversavam bem entre si, agora, tem total sintonia quando unidos em um único trabalho: Poem (EP). A ideia de recitar poemas em forma de música é algo inovador, não só no Famou$, mas também no mundo fora do rpg. J.Olly se mostra totalmente perspicaz, provando que a música hip-hop vai muito além de falar sobre sexo e ostentação, mas também de amor, autoconfiança e os sentimentos mais singelos. Com “Poem (EP)” vemos composições coerentes, que são poemas cantados, como a própria rapper aponta na proposta. As composições são bem feitas, e conversam muito bem entre si. Não há uma faixa se quer que possa ser chamada de “ruim”, todas são ótimas e entram na ideia aqui definida. Destaque a “Poem #3: Don\\\'t hurt yourself”, colaboração com Mallone, que apresenta uma das melhores composições do projeto, e talvez uma das melhores da carreira de J.Olly. A rapper também acertou em arriscar, trazendo uma nova roupagem a música hip-hop, de forma acústica, não há batidas traps/hip-hops tradicionais, com pesos. Aqui J.Olly inova com o clássico piano, e as vezes outros instrumentos de cordas, dando a ideia de “plano de fundo” ao recitar um poema. No quesito instrumental, J.Olly acerta na conectividade das canções, e na inovação com produções deste estilo, no hip-hop. O visual é bonito e ainda transparece a proposta do EP, a tipografia utilizada remete a uma máquina de escrever, o que é interessante, pois os poemas aqui recitados, podem muito bem terem sido escritos em uma época em que esta tecnologia estava em ascensão (a falta de instrumentais digitais também remete a isto). As imagens são límpidas, e as páginas também, a paleta de cores é bonita e coesa. Apesar de estar dentro da proposta, o encarte, produzido por Sia Rosa, Kaleb e a própria J.Olly, parece ter medo de arriscar. É bonito, está de acordo com a proposta, mas há potencial de muito mais. Em uma análise geral, J.Olly entrega um trabalho bem feito, inovador, e que poderá servir de inspiração para as gerações posteriores.

2018 - © FAMOU$