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Dirty Behavior - Jackie
89

Time

80

Após o lançamento do aclamado e bem sucedido Chrysalis, Jackie retorna mais sexual e empoderada em \\\"Dirty Behavior\\\". A cantora promete nos amarrar em uma narrativa provocante, bastante sensual e sexual, e ela consegue em metade das faixas. Nas primeiras 6 faixas as letras parecem ser mais tímidas, talvez essa seja a intenção da artista para criar algum tipo de virada na segunda parte do álbum, mas isso não é desculpa, a artista poderia ter ido um pouco mais além em várias faixas, como por exemplo em \\\"Anxious\\\" que é a música mais fraca e menos interessante do álbum. Em contramão, Jackie assume totalmente seu lado mais sexual e potente nas faixas da segunda metade do álbum, da faixa 7 a 13 a artista mostra seu lado mais criativo e provocante, todas essas canções brilham por si só, mas juntas são ainda melhores, além de servirem o propósito do álbum elas também servem como uma construção progressiva para essa persona que Jackie quis trazer para nós, destaque para \\\"Alpha\\\" que é um caso aparte das outras faixas, aqui Jackie e Remy C assumem o posto de dominadoras e simplesmente arrasam, a canção por si só já carrega tudo o que Jackie prometeu trazer para esse álbum. Outras faixas extremamente ousadas e criativas são \\\"Rich Man\\\", \\\"Foreplay\\\", \\\"Voyeur\\\" e \\\"When Boys Cry\\\", sendo essa última uma ótima opção de single para o álbum, olhando as letras do trabalho como um todo fica claro que a artista podia ter ido mais longe nas primeiras faixas mesmo sem entregar a alta sexualidade como vemos nas últimas, um ótimo exemplo disso é \\\"Rich Man\\\" que é uma música simples, mas muito criativa e bem escrita. O visual do álbum é um pouco escuro, a escolha de como o efeito ia ficar por cima das imagens não favoreceu as fotos que por si só já eram um pouco mais escuras, outra coisa que incomodou foi as escolha de fotos da própria artista, os shoots onde a artista aparece não combina com o resto do encarte e parecem terem sido escolhidas apenas para que Jackie aparecesse no encarte. Apesar de alguns erros o visual do álbum é eficiente para a proposta que a artista quis trazer. Jackie saiu de sua zona de conforto mesmo estando em um lugar salvo em alguns momentos no álbum, \\\"Dirty Behavior\\\" é um trabalho sólido e coeso, tem algumas composições criativas e ousadas e definitivamente vai ficar como um trabalho marcante na discografia da artista. Composição: 29/35 // Criatividade: 10/15 // Coesão: 20/20 // Visual: 21/30

Billboard

90

Jackie celebra a liberdade sexual sem amarras ou concepções demagógicas em \\\"Dirty Behavior\\\", seu quarto disco de estúdio. A princípio, deve-se comentar o excelente uso do tempo nas canções, que evoluem e ficam mais densas ao decorrer da tracklist, funcionando bem como um storytelling imersivo e íntimo. Flui de maneira primorosa. A viagem dançante por estágios, sabores obscuros e pintadas por uma vibração noturna e adulta se inicia em \\\"Fever\\\", uma dançante canção disco onde a cantora brinca com as altas temperaturas, literalmente esquentando o clima com uma faixa um pouco mais limpa, que inicia os trabalhos de forma icônica e marcante. Não poderia funcionar melhor, fazendo com que seja a abertura perfeita para o disco. Em \\\"Anxious\\\", onde Jackie agora é a estrela e o único foco do prazer em uma dedicação rasgada ao sexo solo. Deliciosamente suja, a artista brinca com os desejos que encontra na noite com sonhos eróticos e a sua solução; é uma excelente continuação pela jornada que o disco trilha. A terceira canção, \\\"Disco Sweat\\\", é uma explosão de texturas e referências ricas ao amor na pista de dança. Na faixa, a diversão toma conta com alusões bem escolhidas, que trazem um tempero especial. Bem menos explícita que a sua antecessora, o suor de Jackie embalado na disco music empolga e não decepciona. Na parceria com Profound, \\\"Chemistry Between\\\", somos apresentados a um casal cuja relação tem sido tóxica e um pouco comprometedora, mas isso aparentemente não é um problema a qualquer um dos dois, já que se entregam de corpo e alma à química que têm na cama. Talvez esta seja uma das canções do álbum que mais se apegam ao convencional, o que não é um problema. Profound dá sua graça inerente à faixa e mostra que a química entre ele e Jackie é realmente boa. Seguindo pela alquimia erótica, \\\"Mystical\\\", a quinta faixa, se mostra novamente num caminho mais tradicional, mas funciona; é comercial, grudenta, e clara em sua mensagem de diversão sem apego ou compromisso. É simpática, mas não se adequa com tanta prudência à lírica mais grossa do disco. Sexta faixa do projeto, a canção-título concentra de forma homogênea a ideia do álbum, em como as mulheres cuja sexualidade se torna um estilo de vida são vistas sob a ótica da sociedade. Mesmo contendo um tema que poderia soar piegas, o liricismo da artista se mostra afiado na prontidão de rebater o assunto. Ainda que o seu tema seja um pouco mais delicado, Jackie se mostra madura o suficiente ao alinhar com exatidão o tópico ao álbum, mostrando que a coerência anda ao seu favor de maneira louvável. Chegamos então ao sucesso \\\"Alpha\\\", colaboração com Remy C, onde a subversão das posições é bem executada. Comumente vista como a presa e não a predadora, Jackie reverte o papel com a faixa cujo refrão é simplesmente um dos mais orgásticos de sua carreira. Remy, como sempre, mostra-se muito objetiva; a adição da rapper à canção é interessante e muito satisfatória. Já em \\\"Rich Man\\\", pode-se notar uma sutil continuação à antecessora, mas no sentido de dominação. Outra vez recorrendo às ótimas referências e, talvez, refutando de maneira formidável os ensinamentos de uma mãe, Maldova afirma categoricamente que ela é o homem rico; obtém o poder e não precisa de alguém do sexo oposto para ser quem é. Essa, sem sombra de dúvidas, entra para o top cinco de melhores do álbum. A inteligência da compositora é algo que não se pode negar de forma alguma. Já na imersiva e fantasiosa \\\"Foreplay\\\", que compôs com Kaleb Woodbane, Jackie abraça a narrativa do sexo lésbico por sua jornada quente pelo erotismo. Enérgica, clara em sua mensagem; \\\"tudo é sexo\\\". Jackie mostra aqui, assim como em todo o decorrer de \\\"Dirty Behavior\\\", que sabe do que gosta, e sabe o que quer. O inenarrável do prazer se torna marco da música, que novamente, mostra o deleite lírico que a artista proporciona ao ouvinte e leitor. Se engana quem pensa que o explícito desacelera após \\\"Foreplay\\\": \\\"Voyeur\\\" é como uma chama se encontrando à gasolina. Com as participações mais que especiais de Neferine e Anna Fraser, a música se concentra em uma noite quente onde Jackie é a observadora da consumação. Atrevida, como a mesma a define, é pouco; a canção é picante, e sem sombra de dúvidas, deveria ser lançada como single. Na décima primeira, Jackie está pronta para os prazeres da oralidade; em \\\"When Boys Cry\\\", a artista encorpora a magnânima sex symbol Marilyn Monroe, ardente, sem tempo para desculpas e eufórica pelo tesão no sexo oral, que geralmente, é a parte mais usada nas músicas com teor erótico. Aqui, Jackie revitaliza o assunto da forma como só ela consegue, e nos deixa sem ar na melhor sequência do disco. Na seguinte, \\\"Slave of the Sin\\\", que conta com Sarah Mai trazendo graça e intensidade ao projeto, o clima esfria e partimos à uma ode por aquelas que antes foram mártires pela causa, como a filósofa Hipátia, queimada por acusação de bruxaria. Mesmo tão necessária, a canção entra no time seleto de \\\"Dirty Behavior\\\" que deixa o ritmo um pouco morno, ainda mais depois de antecessoras tão densas, mas novamente, não significa que é ruim, mas não se encaixa tão bem ao frenesi de todo o resto do álbum. Porém, seguindo pela lógica que a antecessora iniciou, \\\"Bad as Hell\\\" fecha o LP com uma impressão mais clara e rica. Não se trata de um pedido de desculpas, mas sim uma espécie de questionamento. Pode-se traçar um paralelo à realidade - a libertação e o fim da opressão pela sexualidade toma um rumo na vida de alguém, engrossa o caldo da vida adulta, e se trata de algo natural e sem motivo algum para repreensão; logicamente, por que ainda se enxerga essa liberdade como algo ruim, imoral? É simbólico e marcante fechar um projeto tão grandioso como \\\"Dirty Behavior\\\" com essa mensagem. Visualmente, a simbologia e a linguagem são dois pontos essenciais e marcam todo o encarte do álbum. Trata-se de um ótimo trabalho de design, que soube caminhar muito bem com as fotografias e o erotismo que as mesmas carregam. Em um apanhado geral, \\\"Dirty Behavior\\\" não só é um dos melhores trabalhos do último ano, como representa um álbum onde a excelência, a coesão, a praticidade sem rodeios e o desejo como plano de fundo cintilante caminham juntos com maestria. Simplesmente um deleite audiovisual e sensorial, que vai te arrancar suspiros, gemidos, calafrios e a sensação de ter presenciado um monumento em forma de álbum. Composição: 41/45 | Criatividade: 9/10 | Coesão: 21/25 | Visual: 19/20

All Music

86

Após o aclamado lead single “Fever”, Jackie retorna tomando todos os holofotes em seu mais novo álbum intitulado “Dirty Behavior”. Com uma expressiva mudança de direção, a cantora nos apresenta uma nova faceta de sua personalidade ao falar sobre sexo, tabus sociais e o empoderamento feminino através do rompimento dos costumes que foram impostos. De forma crescente, Jackie nos traz relatos que se iniciam com a paixão entre duas pessoas durante momentos íntimos e ao longo desse processo ela incorpora narrativas mais diretas sobre o próprio ato sexual, bem como evidencia por diversas vezes a relação que os mesmos possuem com os tabus sociais atrelados a posição da mulher. É interessante observar como essa perspectiva é gradativamente bem condicionada sem se distanciar totalmente do que o conceito principal evidencia; talvez a forma que ela inicie e termine o projeto soe como uma mudança brusca, mas quando se observa a obra como um todo conseguimos observar que a persona identificada no início também cresce gradativamente, exemplo disso é a forma mais contida que ela se apresenta em “Fever” em comparação com o que observamos em “Alpha” ou “Voyeur”, o eu lírico cresce juntamente com a sua abordagem lírica e conceitual. Talvez a maior ruptura de linearidade observada no álbum tenha sido em “Foreplay”, mesmo que ela ainda se faça presente em conteúdo, acaba por se distanciar de todas as outras por sua abordagem lírica ser diferenciada, enquanto todas as canções do projeto possuem o protagonista como claramente uma mulher, nessa em específico ela parece ter sido entoada por um homem em alternância ao discurso feminino durante o ato, nada tem relação com quem a escreveu, mas sim a forma como ela foi inserida no álbum sem uma abordagem mais centrada na persona (mulher) que está presente em todas as outras faixas, ampliando a sua interpretação e confundindo o ouvinte; seria interessante que Jackie pudesse ter adequado de uma melhor forma o modo como o eu-lírico se expressa, contextualizando como algo mais próximo de si, distinguindo claramente quem são os envolvidos e quem possui o holofote. Essa ruptura de linearidade é apenas pela mudança de ponto de vista, já que em “Chemistry Between” também há um colaborador masculino, mas ainda assim os holofotes permanecem na personagem feminina, como propõe toda a narrativa da obra. Apesar disso, destacamos “When Boys Cry” e “Dirty Behavior” como as melhores canções do projeto, a primeira possui uma composição inteligente ao utilizar do literal e do subjetivo como ferramentas de manter o ritmo sensual e envolvente sem necessitar de grandes alardes e de grandes movimentos, ela se consagra também como uma das melhores de sua discografia, esperamos que a artista continue utilizando desses meios para escrever suas canções no futuro; a segunda descrita é responsável por manter em ordem todo o percurso narrativo, ela oscila entre o que encontramos no inicio e o que encontraremos ao fim do álbum, servindo como uma ponte bem edificada para ambos os estados de espírito do sujeito descrito no álbum. Os visuais são metricamente bem elaborados e diferentes, os recortes e os shoots utilizados possuem a sua essência cravada no que está escrito e possuem uma variabilidade interessante que valoriza sua produção. Gostamos de como as cores foram sutilmente inseridas no encarte B&W e em como ela foi bem linear, um ponto a ser levantado é que o efeito fade utilizado em quase todas as fotos incomodou um pouco, em nossa visão, se as fotos pudessem ter sido menos opacas com certeza teria sido bem melhor valorizadas. Caracterizando como uma obra arriscada e concisa com o que ele propõe, “Dirty Behavior” com certeza é um divisor de águas para a carreira de Jackie, ela nos surpreende de forma literal com uma nova faceta, não apenas por se modificar drasticamente e ainda assim se manter equivalente ao seu álbum antecessor, mas também como mantenedor de sua posição como um dos maiores nomes da indústria. Composição: 29 / Criatividade: 17 / Visual: 23 / Coesão: 17

Variety

81

Após um longo tempo nos agraciando apenas com singles, finalmente Jackie lança seu mais novo álbum, intitulado “Dirty Behavior”, o trabalho da artista muda o rumo da sua narrativa drasticamente. Se já vimos Jackie optando por temas mais conservadores, por assim dizer, agora vemos seu lado mais sensual e sexual, a cantora abre as portas da parte mais íntima de sua vida e sobre seus pensamentos a respeito de tudo que envolve este lado outrora desconhecido. Ao seguir uma história pré-definida de sua vida sexual, iniciada logo após uma noite que parece ter despertado os desejos e libertado a artista de suas amarras morais, e segue nos mostrando que agora ela não aceitará mais se comportar como “a boa garota”, mas, apesar da tentativa para não cair no clichê, parece que isso foi inevitável em muitos momentos, falar de sexualidade, desejos e experiências pode ser simples, mas o simples nem sempre se torna fácil de trabalhar, podemos ver que muitas vezes a interpretação está aberta, mas ainda assim irá soar como algo normal demais mesmo quando tentamos tornar complexo, e apesar de não ter sido um álbum repetitivo na grande maioria dos momentos, tudo está tão ligado que de uma forma ou outra soará em algum momento. Vemos isso claramente no visual do disco, ao optar por um estilo que já foi apresentado de forma muito parecida pela própria cantora em seu álbum anterior, Chrysalis. A paleta mais escura e com praticamente só duas cores e poucas tonalidades ou sequer variações criam uma atmosfera muito escura e profunda, em forte contraste, temos o photoshoot usado que é diferente de tudo já feito pela artista, onde nele momento vemos a essência do álbum e como cada imagem reflete o que é apresentado nas canções, esse é um ponto bastante positivo, o porém está em como isso poderia ser aprimorado para dar uma identidade única e própria na qual esperamos de Jackie, talvez a adoção de uma maior simplicidade por tentar tratar dos temas cantados como algo normal e comum do dia a dia acrescentasse ao trabalho em alguns momentos. Ao analisar mais profundamente as canções, vemos que algumas podem soar como “fillers”, como é o caso de “Disco Sweat” que apesar de fazer uma boa ponte entre “Anxious” e “Chemistry Between” ainda soa fraca e poderia ser apenas um interlude, logo após, temos “Mystical” que não, não destoa do álbum mas cai em um clichê que não cativa, parece que tudo que foi dito antes de explorar sua própria sexualidade ficou para trás e o sentimento pela pessoa agora fala mais alto mesmo sendo dito que vai deixar isso de lado, pelo que vemos na sequência aquilo soa apenas temporário e momentâneo, o que torna sua sequência confusa pois tudo muda radicalmente a partir de “Dirty Behavior” e “Alpha” juntas formam o melhor que é apresentado na obra como um todo, mas a mudança repentina do eu-lírico não parece se encaixar tão bem, dando a impressão de se estar de certa forma perdido, a partir daí vemos que a cantora quer sim mostrar que é uma mulher poderosa e que pode controlar sua vida mesmo com todas as imposições que são postas sobre ela, como vemos em “Rich Man”, a partir disso vemos faixas muito semelhantes em tudo, “Voyeur”, “When Boys Cry” e “Slave of the Sin” apresentam o mesmo tema central fetichista e que mesmo falando de coisas diferentes suas histórias soam repetitivas e a impressão que temos é que elas giram em torno dessa mesma temática e restringe outras formas de abordagem da sexualidade, não conseguindo progredir com a narrativa de uma forma mais abrangente do que poderia vir a ser, assim, finalizando com “Bad As Hell” que segue como, como foi citado pela artista em “Slave of the Sin”, deboche sobre todo o conservadorismo e mostrando que ela fará tudo que sente vontade a partir de agora, independente do julgamento, aceitando assim que ela é uma pessoa que não será bem vista, e que isso mesmo afetando, não impedirá seu “comportamento sujo”.Composição: 20/25 – Criatividade: 16/20 – Coesão: 20/25 - Visual: 25/30

Rolling Stone

98

Jackie retorna à indústria com seu mais novo álbum, intitulado de \\\'Dirty Behavior\\\', o álbum passa pela proposta de mostrar um novo ladol da cantora, mais sensual, sexual e empoderado. Primeiramente, é importante destacar a forma como o projeto foi construído, a artista descreve como uma palheta de intensidade, onde as músicas começam de forma leve e vão se tornando mais quentes e explícitas ao longo da narrativas: E isso é realmente verdade. Jackie pega na mão do ouvinte e guia ele através das experiências pitorescas de sua vida, contendo alto níveis de detalhes descritivos na segunda metade do álbum. O disco se inicia com \\\'Fever\\\', o grande hit não perdeu qualidade de composição perante as suas irmãs recém lançadas e segue tendo uma composição forte, coesa e metafórica, onde há um forte duplo sentido, pode ser utilizada para dançar sem preocupações, apenas os ouvintes mais atentos percebem o que realmente há por trás da letra. \\\'Anxious\\\' e \\\'Disco Sweat\\\' não estão entre as melhores faixas do álbum, entretanto, elas tem um papel essencial no início do álbum, relatando as primeiras experiências do eu lírico e seguindo dentro da área entre o desejo e a realização do ato, isso se mantém até a chegada de \\\'Chemistry Between\\\', onde Jackie e Profound mostram grande conexão através dos versos dançantes, sendo outra composição inteligente e carregada de duplos sentidos, embora já tenha passagens mais explicitas, como \\\"Eu sei o que você tem que me deixa de joelhos/ Lutando contra um desejo que em breve será realidade\\\". Uma das coisas que podem ser afirmadas sobre o \\\'Dirty Behavior\\\' é: O ápice do trabalho se encontra na audácia e sensualidade da sua segunda parte, iniciada exatamente após de \\\'Dirty Behavior\\\', que funciona como um ponto de virada para a história do eu lírico, que entregando a composição mais empoderada e crítica do álbum, trabalha questões de discriminação e gênero contra à mulher, falando dos comportando que a sociedade diz serem \\\"sujos\\\". \\\"Alpha\\\" é uma das melhores faixas do álbum, toda a relação entre BDSM, dominação e submissão tornaram a faixa rica e criativa, sendo ideal para vir depois de \\\'Dirty Behavior\\\', pois mostra a nova postura adotada pelo eu lírico, mais agressivo. O verso de Remy C entra como a cereja do bolo, dando o toque final à canção com suas rimas bem pensadas e colocadas. \\\'Rich Man\\\' e \\\'Foreplay\\\' são as duas melhores composições presentes no álbum, a primeira é extremamente inteligente e bem pensada, Jackie reflete sobre os valores da sociedade e como o sexo é visto como uma moeda de troca pela mulher, e não como algo prazeroso. \\\"Eles dizem que se você quer ser alguém, durma com um homem rico/ No dia seguinte fuja com o que puder\\\". \\\'Foreplay\\\' é o ápice do álbum em termos da \\\"paleta de intensidade\\\" criada pela artista, ela entrega tudo o que é esperado nesta altura da tracklist: Sensualidade, ferocidade e algo explícito o bastante para fazer o ouvinte se sentir dentro da cena que está sendo narrada. \\\"As pessoas estão entendendo mal/ Qualquer coisa é sexo, nunca há preliminares\\\". A colaboração com \\\'Neferine\\\' e \\\'Anna Fraser\\\' segue o ritmo alucinante estabelecido pela narrativa, mas desta vez de forma mais exuberante, onde o eu lírico assume o papel de expectador, sentindo prazer em ver o prazer. \\\'Slave Of The Sin\\\' retorna às críticas sociais presentes no álbum, dessa vez de forma irônica. A parceira entre Jackie e Sarah Mai funcionou muito bem, a canção abraça as outras faixas e assume que não há arrependimentos, entregando uma das composições mais inteligentes e que melhor resumem a história do álbum, estando certa ao final da tracklist, pois é como se elas estivessem rindo dos julgamentos. \\\'Tente sua sorte no trevo de quatro folhas/ Jogue até dizer a si mesmo que o jogo acabou\\\". O álbum poderia ter se encerrado com esta faixa, mas infelizmente seu término é com a morna \\\'Bad as Hell\\\', que parece quebrar a narrativa proposta pela cantora desde o início. Quanto ao visual, Jackie anda em consoante com sua proposta, a arte é usa cores frias e as fotos escolhidas casaram muito bem com às músicas presentes no álbum, não contendo erros ou algo que possa ser alterado. Por fim, a artista se supera e entrega um dos melhores trabalhos do ano, dotado de sensualidade, sexualidade e libertação, Jackie trouxe os mais variados assuntos dentro de uma mesma temática, não caindo em clichês do gênero ou tornando o álbum monótono, obtendo sucesso em passar sua mensagem empoderada aos ouvintes. COMPOSIÇÃO: 32 / CRIATIVIDADE: 26 / COESÃO: 20 / VISUAL: 20

Pitchfork

97

Livre de sua crisálida, Jackie finalmente entrega o que estávamos esperando ansiosamente: a sua libertação. Com um projeto de treze faixas, Maldova escolhe seguir o caminho mais ousado e pouco explorado dentro da indústria, talvez por medo ou por falta de coragem, mas em ‘Dirty Behavior’ confirmamos que Jackie consegue ultrapassar todas essas suposições e não peca em trazer um álbum que vai além do sexo – não que isso seja algo ruim, a artista faz isso com maestria, mas o projeto também discorre sobre temas inteligentes como a libertação sexual, desconstrução de estigmas, e claro – uma nova visão de Jackie Maldova. Suas composições estão mais ousadas e focada, como atirar uma faca afiada em uma parede, em vez de um golpe de dardos. Propondo um conceito baseado em uma escala de intensidade, podemos dizer que com ‘Fever’ a artista ultrapassa o termômetro e começa a nos levar para um lugar pouco explorado, o disco inteiro evoca uma sensação mística no ouvinte com toques graves, batidas funky e um tesão afobado, é isso que conseguimos ver durante o primeiro meio-tempo do álbum, com frases como: /’if you think i’m sexy, you will feel de fever’/ um dos melhores momentos do álbum é sua abertura, apesar de ‘Anxious’ não ser um ápice dentro do projeto, é um encaixe dentro da narrativa, levantamos o ponto positivo da artista conseguir moldar os versos, refrões, pré-refrões em uma estrutura de música pop e dance sem parecer preguiçosa. Podemos dizer que “Disco Sweat” e “Chemistry Between” são duas faixas que complementam uma a outra, é um movimento inteligente dentro da tracklist, conseguimos notar que Maldova realmente estruturou um começo, meio e fim dentro do projeto para que nenhuma faixa soe perdida, destacamos os versos de Profound como glorificante, é excitante ver o artista de volta as suas raízes, a parceria com Jackie foi é com certeza um dos grandes acertos do álbum, desde os versos até as rimas. O ápice do projeto, é em ‘Mystical, eleita como Best New Track. De fato ‘Mystical’, é uma canção mística, sexual e maliciosa. Destacamos o pré-refrão como o melhor momento da música /\\\'We are delusional, because we are ambitious, We arew mystical, sensual and rebellious\\\'/ por ser a parte que caracteriza todo o restante da canção em poucas palavras, é um movimento interessante fazer com que o pré-refrão carregue toda ênfase da faixa - mas isso não quer dizer que o restante é desinteressante, Jackie consegue iniciar sua nova fase desinibida, e sem remorso de explorar essa sexualidade, e é nessa parte que a artista decide apimentar mais o lírico e soltar suas correntes – ou melhor, coloca-las. Em ‘Dirty Bheavior’ a artista consegue acertar em cheio a proposta de uma faixa-título, a canção consegue descrever tudo que engloba o álbum como um todo e também serve como um interlúdio para apresentar a nova sua faceta, dessa vez no comando, como é o caso de ‘Alpha’ parceria com a rapper Remy C que também toma as rédeas na canção e torna a melhor parte da música. ‘Rich Man’ não é a melhor faixa do disco, apesar de ter uma carga boa para o álbum e seguir essa linha de empoderamento e autossuficiência, Jackie poderia ter explorado mais os versos para que soasse distinta das demais músicas sobre empoderamento na indústria. ‘Foreplay’ entra como um balde de água quente e inundado de sexualidade, Kaleb e Maldova trabalham muito bem na canção, fazendo com que ela soe única dentro do projeto, o pré-refrão é sem dúvidas a melhor parte da canção, ‘Foreplay’ é envolvente, sexual e nos faz querer pular as /preliminares/ e ir para a ação. Jackie consegue explorar os prazeres do BDSM com sagacidade, trazendo um assunto moderno e que deve ser falado com normalidade, ‘Voyeur’ é um dos grandes exemplos disso do álbum, Jackie consegue descrever a ação como algo prazeroso e envolvente, longe de ser estranho, a canção evoca até uma sensação para os leigos de cogitar experimentar o fetiche, é incrível. A mesma atmosfera dominadora, Jackie evoca em When Boys Cry que é bastante interessante as metáforas que ela usa para discorrer sobre o assunto. ‘/If being sexy is a sin, then I\\\'ll take the next step’/ Com ‘Slave of the Sin’ chegamos no destaque do álbum, definitivamente a parceria que precisávamos ver, a forma em que conseguimos imaginar o conto de Eva, e a falsa-blasfêmia que a música carrega é simplesmente o ápice, ‘Slave of the Sin’ é instigante, questionadora e travessa – tudo que queríamos ver de Jackie e um pouco mais, sem dúvidas poderia servir como fechamento do álbum, mas em contrapartida, recebemos ‘Bad As Hell’ que serve como um balde de água fria após todo esse fogo que Jackie ateou em nós, apesar de ser uma quebra de clímax, a artista foi inteligente em usá-la como closing track, porque ela fica no final da narrativa e não precisa necessariamente ter conexão com todo o resto, mas ainda sim gostaríamos que ela fosse um tanto visceral como o restante. Visualmente é impecável, a estética roxa e mística é interessante e a forma que a artista posicionou as imagens com os textos e as pequenas /frases de efeito/ é detalhada e interessante, o encarte é como se estivéssemos folheando livros de clubes noturnos de sexo em Londres, levantamos o ponto de a fotografia ser ótima e Jackie conseguiu ornar bem todas elas sem parecer aleatória. Quando analisamos o ‘Dirty Behavior’ como um todo, vemos uma notável evolução nas composições de Jackie para a maestria, principalmente a forma em que ela – como uma artista pop/dance consegue estruturar as canções, isso é algo a ser levado em consideração. ‘Dirty Behavior’ é um transe de sexo non-stop que faz o ouvinte querer parar tudo e transbordar de prazer. COMPOSIÇÃO: 27 / CRIATIVIDADE: 26 / COESÃO: 19 / VISUAL: 25

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