O compilado Dazzly Dreams é um gostinho nostálgico para os fãs de Jaehyuk. Lançado no fim do ano passado, como uma espécie de presente de natal, o EP conta com faixas que podem passar despercebidas hoje na carreira do artista, que vive seu ápice com o brilhante e épico Aftershock. Porém, sobre uma lente minuciosa, é nítido que o artista traz aqui o caminho que percorreu para alcançar a perfeição que hoje o consagra como um dos maiores compositores da história. "Midnight Club" hoje soa como um fofo clássico que trouxe uma nuance interessante ao trabalho posterior do artista. Não é das melhores composições do mundo, mas soa fresh e mostra que ele, já em tão pouca experiência, tinha um conhecimento e uma habilidade muito vastos para crescer. "5 O'Clock" é sexy, ousada. Aqui, Jae se abre em camadas e mais camadas do requintado prazer que pode proporcionar quando se está em privado com sua cara-metade. É um lado adulto que tem um grande proveito aqui, e é bem executado, sem dúvidas. Um acerto grande para seu catálogo. Em "Hold Me Tight", o amor toma conta de uma forma sensível e emotiva. Jaehyuk declama sua sincera paixão em uma música que, mesmo um pouco esquecida dentre tantos highlights em sua carreira, ainda é um grande hino importante para a trajetória do artista. Ousa-se dizer que "Hold Me Tight" é a grande precursora de "Where Your Eyes Linger", possivelmente o maior clássico da carreira do idol. Ainda soa bonita, honesta e tocante. "Dancing Healer" pode não ter o destaque que outras canções por não se afogar num sentimentalismo intenso como a canção antecessora, mas possui belas metáforas e embala mais uma vez o clima romântico que o EP promete. Jaehyuk parece ter se inspirado em compilar desta forma faixas tão melódicas, inteligentes e que flertam com o comercial e o crítico. Como um bônus, "Fishtank", OST para um dorama da Netflix. Uma canção também muito rica em detalhes e que recorre ao amor como sua base estável. Não é diferente do que já vimos aqui antes, nem se afasta das linhas que Jae usa em sua carreira de forma tão luxuosa. É uma graça, mas não tem tanto impacto quanto as outras canções aqui. Visualmente, o EP não promete nada, e se contenta com ilustrações no típico traço oriental, trazendo um aspecto animesco para o projeto. Num apanhado, o presente que Jae nos deu é doce, carinhoso, um afago aos fãs mais loucos por sua arte e aos que adentram o universo mágico que criou e desenvolve mais e mais com emocionantes lançamentos. Serve como uma porta de entrada excelente para conhecer Jae da melhor forma possível.