“The Seventh Jamie Lynn Album” se apresenta já em seu título, sem rodeios, como o sétimo disco lançado pela cantora, compositora e nome marcante da música Jamie Lynn. Já em seu encarte, somos informados de que o CD se trata de uma fusão dos ritmos pop, jazz e dance em busca de uma lírica mais imersiva no lado emocional da cantora, sempre explorado com destreza. Na primeira faixa, “Where My Heart Finds Home”, Jamie canta de forma etérea sobre uma incessante busca - e incessantes encontros - com lugares que podem ser lares definitivos para ela, para seu coração e para suas emoções. Por ser uma faixa mais introdutória, não há muita imersão lírica, mas é o suficiente para manter o ouvinte interessado. “Enough of Love”, por sua vez, emprega elementos do jazz-dance para detalhar o quanto Jamie parece exausta de colocar todos os seus esforços em sentimentos que nunca são completamente devolvidos romanticamente; a posição que a compositora toma nas letras é tocante e traz um destaque especial. “Heart’s Buyer” soa como uma continuação espiritual da faixa anterior, no que concerne Jamie disposta a colocar seu coração à venda, metaforicamente, em busca de uma redenção romântica para si mesma. Aqui, os versos são mais enigmáticos, mas não se perdem na transmissão, trazendo uma música que poderia facilmente ser trabalhada como single. “Eternal Rain of Love”, quarta faixa da tracklist, traz juras de amor infinito entre Jamie e uma pessoa não nomeada. A poesia é construída de forma sublime, mas a repetição excessiva do refrão pode diminuir um pouco o impacto emocional no ouvinte. “Glorious Sunrise” é um jazz-pop que explora os sentimentos de esperança da artista em relação à sua vida, em relação a novos dias que possam substituir as memórias passadas que já não a agradam mais, sendo uma reflexão interessante nesse ponto do álbum. “Winds of Change”, em sua posição, retrata o desejo de Jamie em procurar novos ares para respirar, que possam ser melhores do que sua situação de vida atual. A aparição diminuta dos versos em relação ao refrão pode ser um ponto negativo, mas não quando se considera o escopo emocional da obra. “Coloring Our World Together” utiliza da metáfora de um livro de colorir, conhecido entre as crianças, como modo de pintar a temática desejada sobre dar novos contornos às nossas vidas e nossas personalidades. Sendo escolhida como single de trabalho, é uma decisão acertada pelo diferencial no modo como explora a si mesma até o final. “Return to Love”, oitava faixa do CD, traz a faixa que mais se aproxima das raízes do jazz, no modo como Jamie suplica pela retomada de um amor perdido, em versos comparáveis a estruturas vistas em obras tradicionais do gênero, sendo esse seu maior acerto como música. “My Own Path”, a primeira das últimas canções do projeto, soa como a mais pessoal até aqui; Jamie discute a visão do público e da mídia sobre si mesma, e sobre como ela prefere seguir seu caminho sem se deixar ser mais importunada pelos fatores externos que já a perseguiram previamente. É uma visão intimista e interessante de se incluir no álbum. “The Days Without Dark Clouds” celebra a chegada de dias felizes à vida do eu lírico; com uma estrutura que também relembra composições mais clássicas da jazz music como em “Return to Love”, Jamie deixa a felicidade encontrada dominar sua performance na faixa. O álbum se encerra com “Like a Strand of Straw in the Wind”, que retoma os conceitos de “Winds of Change” para uma experiência que promete ser imersiva e nostálgica, mas que opta por um caminho mais repetido do que propriamente único no modo como a cantora enxerga as perspectivas de seu futuro. Visualmente, o álbum, também produzido por Jamie Lynn, explora o classicismo de obras cinematográficas antigas que possuíam o cenário musical do jazz como pano de fundo para suas histórias, e a execução não perde nesse quesito. Em suma, “The Seventh Jamie Lynn Album” pode ser considerado como o disco da cantora que mais prioriza as emoções por cima dos detalhes, tendo poucos momentos reveladores sobre a artista, mas focando com mais afinco na homenagem ao gênero que empresta para suas letras, conceito que se aplica em todos os passos que dá.