DHARPPIO faz sua estreia solo com o álbum "THE 1ST ALBUM: MON AMOUR", um trabalho dedicado a explorar o amor em suas diversas facetas, mas que acaba pecando por sua repetitividade e falta de profundidade temática. A obra, que transita entre o indie, pop e jazz, tenta capturar a imensidão de uma paixão, porém, em muitos momentos, falha ao não oferecer variações significativas nas suas composições e narrativas. O álbum abre com a faixa "ILOVEYOU", que, como o título sugere, é uma declaração de amor puro e simples. A música é sincera, expressando um amor grandioso e essencial para o eu-lírico, mas falta-lhe substância. A estrutura não traz surpresas e as frases emotivas que preenchem os versos parecem desconectadas, resultando em uma música que não se aprofunda na história do relacionamento. Em seguida, "MON AMOUR" soa como uma extensão da faixa anterior, com o foco em uma felicidade quase ingênua por estar apaixonado. No entanto, assim como sua antecessora, a música peca pela falta de profundidade e desenvolvimento. A estrutura repetitiva e a ausência de uma narrativa envolvente tornam difícil para o ouvinte se conectar de forma mais profunda.
A terceira faixa, "MY WORLD", traz um pouco mais de variação, com o eu-lírico expressando o desejo de construir um futuro ao lado da pessoa amada. Embora o tema seja interessante, a estrutura da música ainda não se desvia muito das faixas anteriores, resultando em uma sensação de continuidade previsível. "YOU'RE MY DESTINY" chega com a promessa de validar e reforçar o amor que o artista sente, mas nesse ponto do álbum, a repetição de declarações grandiosas sem uma mudança real no tom ou no conteúdo começa a pesar. A emoção que deveria ser transmitida acaba se diluindo em frases genéricas e uma lírica pouco trabalhada, o que enfraquece o impacto da canção. "PERFECT CHAOS", que poderia ser um ponto de virada no álbum, ao abordar as diferenças e desafios dentro do relacionamento, opta por manter esse tema como um subtópico, sem realmente se aprofundar nas complexidades de uma relação. O conflito, que poderia enriquecer a narrativa, é suavizado, e a música retorna rapidamente ao padrão de exaltação do amor, o que a torna mais uma faixa que repete ideias já exploradas anteriormente.
Na sequência, "MY EVERYTHING" tenta capturar a totalidade do amor do eu-lírico, mas acaba soando como uma junção das faixas anteriores, sem um diferencial claro. A falta de novos elementos temáticos ou estruturais reforça a sensação de que o álbum está preso em uma zona de conforto, onde o amor é celebrado, mas raramente questionado ou explorado com mais profundidade. O interlúdio "PAG 1 (INTERLUDE)" é, até esse momento, o destaque do álbum, oferecendo algo diferente. Com uma construção mais intimista, em forma de carta, o interlúdio é curto, mas cativante, mostrando um lado mais vulnerável e reflexivo do artista. Aqui, DHARPPIO consegue capturar uma essência mais autêntica, o que contrasta com a simplicidade das faixas anteriores. "CELEBRATE", por sua vez, é uma faixa que se propõe a celebrar o amor e o futuro, funcionando como uma espécie de continuação de "MY WORLD", mas com uma abordagem mais alegre. Ainda assim, a repetição do tema do futuro já começa a soar cansativa, e a faixa não consegue evitar cair na mesma armadilha de simplicidade lírica que as demais. O álbum chega ao fim com "YOU & I", um dueto entre DHARPPIO e seu grande amor, ZHIVEN. A faixa é sensível e emotiva, e, embora a estrutura não traga grandes surpresas, é inegável que há uma certa beleza nas trocas de elogios e afeto entre os dois artistas. A presença de ZHIVEN adiciona uma camada extra de emoção à música, e é um fechamento adequado para o projeto, mesmo que, em termos de originalidade, a faixa siga os padrões previsíveis do resto do álbum. A ausência de visuais para o álbum, exceto pela capa simples, é outro ponto que enfraquece a experiência como um todo. Em tempos onde o aspecto visual é tão importante quanto o musical, a escolha de não investir nesse elemento deixa o álbum com uma sensação de incompletude. Em resumo, "MON AMOUR" é um projeto que revela a paixão avassaladora de DHARPPIO por outra pessoa, mas que não consegue explorar plenamente o potencial desse sentimento. O álbum tem seus momentos de sinceridade e vulnerabilidade, mas a falta de variação temática e estrutural impede que ele se destaque. Com letras que muitas vezes se repetem e estruturas que não inovam, o trabalho se perde na monotonia, resultando em uma experiência que, apesar de genuína, é previsível e limitada. Para um álbum de estreia, "MON AMOUR" cumpre seu papel ao introduzir DHARPPIO como um artista apaixonado e dedicado, mas deixa claro que há espaço para crescimento e evolução em projetos futuros. Acredita-se que, com mais variação e ousadia, DHARPPIO poderá trazer à tona seu verdadeiro potencial.