“STORMS”, debut álbum de Rawak, proporciona um emaranhado de sentimentos diversos. Tendo grande destaque desde o início de sua carreira, o artista deixa o conceito do projeto em aberto ao leitor, mas alguns dos assuntos explicitados são o amor, questões religiosas, liberdade e situações melancólicas; todas experiências relacionadas a vivência do Rapper. De fato, é interessante utilizar de um conceito aberto/abstrato pode ser um passo importante para se conectar com diversos tipos de ouvintes, porém é importante que haja um ponto de partida para uma narrativa, STORMS se compromete em abranger diversos tipos de público, ou o mesmo público em diversos sentimentos, mas falha em se assegurar na solidez narrativa necessária para um grande álbum. A produção melódica é um tanto confusa, talvez baseada no sentido de “Não haver um conceito predeterminado/estruturado”, constituindo uma tracklist eclética sem coesão entre as faixas, o erro não está em trazer diversos gêneros, mas sim em não conseguir estrutura-los de forma coerente. O lado lírico é sem dúvidas o ponto alto deste material, Rawak tem a capacidade de expressar suas emoções com diversos recursos, seja através de alusões ou analogias inteligentes, estrofes bem construídas e refrãos viciantes. Um dos grandes talentos para composição. A parte visual é simples, há utilização de camadas sobrepostas na página inicial, foi muito bem executada, a escolha de cores e shoots funcionaram bem no álbum como um todo. Talvez a única coisa que tenha faltado seja uma referência em cada página, como há na parte da canção “Religion”. Sem dúvidas as melhores faixas dessa obra são “ATM” e “On My Plane”. Rawak, sem dúvidas, é um artista talentoso, suas aptidões para composição devem ser enaltecidas, ele é visionário, mas ainda precisa de um norteamento para firmar suas capacidades na indústria.