Uma das principais figuras no cenário do rap, Bronx lança “Enjoy The Ride”, disco que apoia-se em conceitos ultrapassados (e superficiais), boas letras, abordagem razoável e um visual decepcionante. O álbum dá seu pontapé inicial com “Welcome to My Party”, parceria com LUCX marcada por uma letra ordinária e sem nada de especial, tratando de assuntos comuns e bastante batidos, apesar dos ótimos versos de Bronx. Em seguida temos a perfeita “Cowboy Style”, rica em elementos linguísticos da cultura country e que consegue traduzir seu objetivo muito bem em um lirismo bem construído. “Hot Summer Night” é a terceira faixa e repete o mesmo erro da primeira ao apostar em assuntos ordinários e abordá-los de uma maneira repetitiva e entediante. “So Good in Trouble, So Bad in Love” serve como um desabafo do rapper e destaca-se justamente por isso e sua ótima dualidade temática nos dois temas em análise. Terceiro single do álbum, “Man of The Year” aposta em um refrão mal formulado e estrofes auxiliares de boa qualidade mas desconexas entre si, faltando uma coesão lírica superior. “Heroin Killed The Radio Star” é uma ótima faixa com letra impecável e altamente coesiva, diferenciando-se das outras músicas extremamente comerciais citadas anteriormente. “Nightmare on Elm Street” tem um bom refrão mas que não consegue estabelecer uma coesão temática e/ou lírica com o resto da canção - falta uma ligação sintática melhor. “How To Be Decent” é uma ótima faixa com versos bem construídos e conectados entre si - parabéns à Bronx pela formidável canção. Outro single de Enjoy The Ride, “Sín Compromiso” tem ótimas estrofes de Bronx, apesar de Geterm pecar na composição de seu próprio verso e o idioma espanhol ser muito mal inserido dentro do contexto do álbum e também da música. “Dramatic Collapser (I'm On TMZ)” tem uma boa temática, trabalha bem dentro de sua proposta e possui uma composição boa e cheia de referências intertextuais. Parceria com a mega-estrela Marie Vaccari, “Walk In The Future” inova na abordagem mas permanece no mesmo tema, apesar de um refrão de extrema qualidade e um ‘diálogo’ confuso e pouco verossímil. Finalmente temos a ótima e maravilhosa “2000”, onde mais uma vez Bronx faz uso de fontes culturais externas para a construção de uma ótima canção muito bem construída, cheia de referências e extremamente divertida. A faixa final, “Resilient” aposta em uma abordagem ‘melosa’ mas boa liricamente, diferenciando-se do resto do álbum. Em quesitos visuais, “Enjoy The Ride” realiza grandes erros ao não estabelecer um padrão harmônico no encarte, além de ser extremamente simples (percebe-se uma ponta de preguiça da parte do produtor) e desconexo. O conceito também é raso e não se traduz na progressão das letras, sendo apenas uma desculpa para abordagens mais simples e a formulação de algo extremamente comercial.