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Em seu segundo projeto, Naomi deixa de lado a sua versão inocente e tende a ficar cada vez mais feroz, “Dangerous” é um novo começo para a artista. O álbum possui uma proposta mais íntima, ele se propõe a falar sobre mudanças, sejam elas de dentro para fora ou de fora para dentro; tendo como base toda uma atmosfera mais sensual e nebulosa, o álbum oscila entre categorizar essas mudanças como meramente físicas ou de imagem, ao mesmo tempo que reflete uma modificação mais intrínseca, abordando sobre sentimentos, sensações, descoberta pessoal e etc. Não há uma ponto fixo para que isso seja estabelecido de fato, como por exemplo a melhor canção do projeto, a faixa título “Dangerous”, como faixa de abertura ela foi excelente não apenas para introduzir todo o conceito, mas também para nos trazer uma nova visão acerca dos propósitos artísticos de Naomi; essa canção foi um dos pontos que observamos como o que ela propõe sobre uma busca por seu eu interior, sobre alguém que anseia conhecer/encontrar a si mesmo, sobre definir os limites e desejar confrontá-los; já em “Not So Young Girl” ela nitidamente nos traz uma abordagem mais visual, sobre a mudança ser mais imagética e sobre ter a mesma consciência ou princípios ou hábitos anteriores, é um tanto confuso pensar que o álbum é uma via de mão dupla, ao mesmo tempo que de uma forma perspicaz se propõe a falar sobre o interior, ele se prima a falar também sobre o exterior, algo que deveria ser tido como secundário. Liricamente temos uma evolução considerável, esse projeto é mais conciso e potente, com mais usos de referências e recursos de linguagem, seguindo o mesmo pressuposto do álbum antecessor, as letras se adequam ao cenário em que está, como se fosse algo natural, não em se tratar da temática, mas da forma como foi construído. A produção do álbum tem como base o Pop, com elementos dance em algumas canções, ele segue a mesma linha de pensamento que as letras e o conceito nos conduzem, mas há quebras no meio do projeto, onde canções mais melancólicas estão no meio de duas outras canções mais agitadas, isso é um tanto incoerente, poderiam apenas ser realocadas de posição na tracklist. Os visuais são extremamente melhores e mais elaborados do que o projeto antecessor, mais ponto positivo acerca da evolução da obra, possui uma métrica mais coerente com a proposta e os shoots escolhidos foram bem realocados, porém mais uma vez precisamos ressaltar a questão de linearidade, a escolha de tons mais escuros sendo justapostos a cor vermelha, que por si só já engrandece a sensualidade do projeto, mas ainda assim gostaríamos que apenas um modelo de efeitos nas fotos fosse idealizado, ou apenas B&W ou colorido. Mediante o contexto geral, Naomi cresceu grandemente de forma artística, ela aprimorou seu lirismo e mesmo que alguns contrapontos sejam notáveis ela se mantém cada vez mais voraz e incisiva, esperamos que ela melhore cada vez mais.

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Entre o uso de metáforas e trocadilhos para expressar seus sentimentos, Naomi aposta no “DANGEROUS” para fazer uma atualização na sua imagem em relação ao álbum anterior e com letras ousadas e sensuais, a cantora mostra evolução e confiança. Começando pela primeira faixa, a track que leva o título do álbum é uma boa introdução ao álbum e Naomi mostra logo de início sobre o que o álbum está tratando: sua mudança de imagem de uma garota jovem e inocente, para uma mulher que está decidida a explorar sua sexualidade e sentimentos. Tudo isso é acompanhado da faixa “Not So Young Girl”, que faz referência ao seu álbum anterior, onde a letra completa a ideia de que a cantora está em uma fase em que precisa se reinventar e não pode mais ser vista como a mesma de anos atrás. Depois de introduzir com duas faixas boas, Naomi segue o álbum entre “Naughty Boy” até “Make My Night” tendo como foco a descoberta do seu lado sensual de forma clara, tendo destaque para a composição de “Make My Night”. Naomi segue o álbum explorando o lado mais emocional nas faixas “Troubles” e “In My Feelings”; e a surpresa está por vir nas próximas faixas, quando Naomi mostra seu lado mais corajoso e feroz nas faixas “9 Seconds”, “Bad Things” e “Wolves”, sendo os destaques de composições no álbum. Com um visual bonito e dentro do tema proposto, Naomi trouxe um álbum dividido em três partes: sexualidade, sentimentalismo e um lado mais selvagem de forma clara, podendo-se dizer que o “DANGEROUS” é um conjunto completo de emoção, sensualidade e coesão.

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DANGEROUS, o segundo álbum da popstar Naomi é tido como um “renascimento”, mostrando uma gama de talento extremamente habilidoso no que se envolve a parte vocal e lírica, de uma artista completa e versátil. O disco pop possui 11 faixas, e contou com composições de artistas como Dylan Mellet, Kadu & Victer Saint. Naomi nunca soou tão livre quanto nesse disco, largando de vez a imagem de boa garota americana. DANGEROUS é um grande, impetuoso e explosivo disco pop que lida com a vulnerabilidade do coração humano, enquanto é observado e atacado pela indústria do entretenimento do século XXI. Às vezes, a sexualidade explicita no álbum pode parecer forçada; tido apenas como mercadoria de uma diva pop. Entretanto, o que o disco mostra de melhor, é uma estrela invicta por suas piores circunstâncias. E que encontra redenção exatamente naquilo que sempre lhe tratou como um alvo, a indústria da música. Mais do que um disco pop, DANGEROUS é tudo sobre o lado de uma luta interna e externa que Naomi enfrenta. DANGEROUS, possui uma sequência musical que apresenta uma ascensão, sendo a segunda metade do álbum após a excelente “MAKE MY NIGHT” o ponto forte do disco. Naomi apresenta uma continuidade de músicas memoráveis (talvez as mais memoráveis de sua carreira), ao dar voz a faixas como “BONNIE & CLYDE” o clássico smash hit em parceria com seu namorado Victer Saint, além da faixa “TROUBLES” em parceria com o conceituado Kadu. Passando pelas faixas ácidas e diretas “9 SECONDS”, “BAD THINGS” e “WOLVES”. Pode parecer fácil criticar a parte lírica do disco, podendo às más línguas chamar Naomi de amadora, por compor versos repetitivos e “superficiais”. Mas na verdade é um disco divertido, cativante, sexy e dançante. E embora não traga temas tão inovadores, Naomi consegue atingir todos os seus objetivos como compositora de hits. A sua parte estética é tão cativante quando o seu conteúdo. DANGEROUS não passará despercebido em nenhuma prateleira ao qual esteja exposto. Com shoots exuberantes e uma arte muito bem desenvolvida, Naomi consegue entregar uma obra visual coesa e que pode aguar os olhos até dos críticos mais severos. DANGEROUS é um álbum excelente – mesmo quando falha – Naomi é uma artista talentosa demais para errar em coisas básicas. O disco apesar de não possuir um tema novo, prioriza a própria sensatez de uma artista que muitas vezes é obrigada a provar o seu valor o tempo todo. Em um jogo de competição e aprovação interminável. DANGEROUS é uma jogada de renegociação de imagem pública, ao qual Naomi joga suas cartas na mesa e define os seus próprios termos, recusando-se a seguir o que a indústria traça.

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Trazendo uma série de tradicionais canções Pop/Dance em seu segundo álbum de estúdio Naomi impressiona com o lançamento de \"Dangerous\" ao mostrar sua repaginação lírica e visual com toques sexys e maduros de uma artista que procurou se reinventar. A conceituação empregada é comumente vista em trabalhos do gênero mas se faz presente de forma consistente em faixas destaques como \"Troubles\" e \"Make My Night\" ao mesmo tempo que lhe remetem a seu antigo eu na track \"Not So Young Girl\", o que propõe um ideal de cronologia e narrativa contínua que atraí o interesse do ouvinte sobre o que é apresentado por permitir que se façam conexões sobre a mudança comportamental da cantora sob seus projetos, trazendo desde desabafos em In My Feelings até críticas explícitas a indústria musical na instigante Bad Things. O encarte demonstra eficientemente a proposta do álbum através de shoots provocantes e a mesclagem entre imagens preto e branco e comuns se torna agradável visualmente, destacando-se a capa que denota o ponto alto de toda a produção. Em canções como \"Wolves\" e \"9 Seconds\" percebe-se que haveria a possibilidade de uma estruturação mais simplificada do conjunto da obra mas que não pesam negativamente sobre a mensagem passada. De uma jovem garota a uma grande mulher Naomi nos entrega um puro pop ideal para as pistas de dança e que possuí seu tradicionalismo sem jogar-se na superficialidade.

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Após a recatada fase de Young Girl, Naomi se apresenta no seu segundo álbum como uma mulher segura de si, autoconsciente e extremamente sexual: o que, sob a interpretação de alguns, pode ser bastante perigoso. Com um tema genérico porém instigante, DANGEROUS se mostra como um passo importante para a carreira da cantora. O visual do disco é bastante consonante com sua temática, trazendo uma pegada mais agressiva, sensual e misteriosa. Apesar de não ser uma produção tão inusual, ela demonstra riqueza de elementos gráficos e passa a sensação de um encarte completo. Entretanto, o contraste entre as fotos coloridas e as em preto e branco causa certa incoesão - acreditamos que optar por deixar todas as imagens em preto e branco seria uma escolha mais harmônica. O álbum parece começar verdadeiramente na faixa \'Not So Young Girl\', que traz referências à sua era anterior e se vale de várias alegorias para ilustrar a transição pela qual a artista passou. Outros destaques são \'Naughty Boy\' e \'Put It All On Me\', que exalam pura sexualidade; além de \'In My Feelings\', faixa que mostra um lado mais íntimo da intérprete; e \'Bad Things\', uma autêntica reação aos rumores e intrigas que rondam Naomi na indústria musical. No aspecto lírico, Naomi ainda parece incipiente enquanto compositora, apresentando algumas estruturas musicais com versos demasiadamente longos ou estrofes também muito compridas. \'Wolves\' e \'9 Seconds\' exemplificam isso, enquanto \'Make My Night\' e a faixa-título apresentam letras um pouco melhor estruturadas. Essa questão não afeta a mensagem do álbum (por isso não deixamos de destacar positivamente algumas que possuem essa característica), mas traz certa impolidez às canções e torna a interpretação cansativa, sendo algo que Naomi pode exercitar e tentar executar de melhor forma. Generalizando, DANGEROUS é uma peça bastante irreverente, um álbum feito para curtir e se jogar na pista de dança enquanto permeia a autodescoberta e os impasses enfrentados por Naomi. A garota jovem agora se mostra como uma mulher disposta a assumir riscos, e este, no fim das contas, valeu a pena. COESÃO GERAL: 90 APLICAÇÃO/APRESENTAÇÃO DO CONCEITO: 86 PRODUÇÃO LÍRICA: 74 PRODUÇÃO VISUAL (×0,5): 81 NOTA FINAL= TOTAL/3,5: 83

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O mais recente disco de Naomi traz uma transição artística muito importante e que visa mostrar uma artista mais sexy, forte e profunda do que a intérprete do \"Young Girl\". Liricamente falando, o álbum consiste em altos e baixos, sendo os pontos altos letras como \"Troubles\", \"Make My Night\" e \"Put It All On Me\", as quais são muito bem estruturadas e seguem um ritmo muito envolvente, já os pontos mais baixos foram o refrão extremamente longo de \"Wolves\" e versos muito longos nas faixas \"Not So Young Girl\" e \"9 Seconds\" - Nesta até os versos mais longos destoam do conjunto da letra -. Em aspectos coesivos o disco é muito bem estruturado, tendo apenas uma única ressalva entre a transição do ponto de vista entre \"Troubles\" e \"In My Feelings\". Esse nova abordagem poderia ter sido melhor elaborada entre as faixas para não haver certa quebra de expectativa no decorrer do álbum. O conteúdo visual do disco merece ser comparado ao título deste, visto que a mistura do ousado com o psicodélico e sobrio nunca soou tão perigosa para um artista como para um dos maiores nomes do mainstream. Contudo, houve uma certa falta de cuidado quanto ao tratamento das imagens utilizadas no encarte, pois em algumas imagens - principalmente as em preto e branco - as texturas utilizadas se destacavam mais enquanto nas imagens coloridas as texturas se destacavam menos. Ademais, se a artista optasse por seguir com apenas um estilo de cor das imagens, esse contraste não ocorreria e o trabalho seria melhor executado nesse aspecto. Portanto, Naomi conseguiu trazer a mudança de imagem dela de uma forma que fosse elaborada e bem sucedida. Abordagem temática: 90 Coesão: 95 Conteúdo lírico: 84 (x2) Conteúdo visual: 85 Média: 88