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Ruptures é o trabalho responsável por marcar o retorno de Maurício à indústria musical. Em um projeto mais intimista, o artista retira todos os band-aid de suas feridas para nos contar o motivo de cada uma de suas cicatrizes. \"The album title song: Ruptures\" foi a faixa escolhida pelo cantor para nos introduzir em seu mais novo universo; somos imersos quase que em perfeita sincronia ao que o cantor propõe. Entretanto a faixa\"march 30th: INTRO\" ainda que seja uma simples intro, é track que narra com perfeição tudo que aconteceu e aos nossos olhos, seria a opening track perfeita para abrir o disco. Afinal, nessa faixa, o cantor foi capaz de nos introduzir ao que ele realmente propõe de forma ainda mais sucinta ao abrir seu coração de uma forma tão sincera e honesta. A melhor faixa do álbum se encontra na primeira metade do disco, a poderosa e vulnerável \"ABYSS\" é de longe a parte mais marcante de seu projeto. O cantor nos cativou do começo ao fim e podemos afirmar que essa faixa implora e possui um potencial gritante para ser single. Em \"(AIN\'T FEELIN\') GUILTY\" e \"OFTENTIMES\" entramos na parte mais coesa e com melhor transição de seu álbum, mas que infelizmente não nos agradou muito. A narrativa fica estável, o cantor mantém consistência, porém não nos prende da forma como nos prendeu na primeira parte do projeto. Ainda que seja mais coesa e desenvolvida que o primeiro bloco, os temas aqui presentes se tornam maçantes e repetitivos. Mas tudo isso muda com o início de \"OUTGROWN\", onde o cantor volta a cativar o público com suas belas composições e conteúdos menos exaustivos até a faixa que encerra o disco “FRAGMENTES”. Gostaríamos de pontuar que achamos muito atrativo o uso do \"genius\" em cada faixa. Foi uma experiência diferente e bastante interativa. Por fim, Maurício é um grande artista e tem um grande espaço na indústria, para desenvolver cada vez melhor suas habilidades. Queremos parabenizar pela coragem e criatividade a Mauricio (em off), ao se inserir de corpo e alma no visual do seu álbum. Ao suas próprias fotos para ilustrar as páginas de seu visual, tudo se torna ainda mais íntimo e engrandece ainda mais o seu conteúdo. O artista pode não ser o melhor produtor, mas consegue entregar o que propõe e o que acabou de ser citado é um motivo pelo qual ele será lembrado! REPTURES é um álbum, simples, íntimo, sentimental e cativante. Mas que infelizmente possui seus altos e baixos e pecou nos pontos citado anteriormente. Nada que não seja contornado com facilidade nos próximos trabalhos. Em nossa opinião, o maior problema foi com a organização de sua tracklist, onde o artista não conseguiu dosar os altos e baixos em seu humor e criar uma narrativa que explicasse a sequencia de faixas. Esperamos que Mauricio continue mostrando coragem e dedicação em seus próximos projetos, e revelando ainda mais o seu lado artístico.
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Escolher o caminho para elaborar um trabalho mais intimista e pessoal é um risco em diversos aspectos, como não cair em uma narrativa clichê e repetitiva e mesmo assim produzir algo que o público consiga se identificar. Com retorno de Maurício a indústria após um longo tempo sem entregar um álbum, entre acertos e alguns erros podemos dizer que seu mais recente trabalho é muito sincero. Com sua introdução em /the album title song: RUPTURES/ já podemos sentir a atmosfera agressiva e melancólica do trabalho que se torna ainda mais interessante com a interlude acrescentada pelo compositor que acreditamos ser um elemento de sua experiência traumática, que o mesmo optou por transformar em arte. Seguindo daí, temos /\'TILL I END WITH MYSELF/ que se liga a faixa anterior reafirmando alguns pontos apresentados, em um aspecto ainda mais interno, o compositor demonstra versos mais bem construídos. /ABYSS/ por sua vez é a melhor faixa do álbum, acrescenta ao trabalho uma nova perspectiva, antes carregado de muito ódio e remorso, a terceira faixa demonstra um eu lírico mais vulnerável e aberto a falar de sua dor, é uma das melhores faixas do disco, não apenas em sua composição mas pela quebra que ele trás na narrativa anterior. Menções honrosas a /\'TILL I END WITH MYSELF/, a aclamada /WHAT \'BOUT HOW THEY\'VE MASSACRED ME/ e /FRAGMENTS/ que funciona muito bem para a finalização do álbum. De modo geral, liricamente Mauricio demonstra ser um grande compositor, o álbum apresenta em seu decorrer alguns pequenos vícios de linguagem mas é compreensivo dada a dificuldade de significação para uma experiência tão traumática compartilhada pelo eu lírico. Olhando o álbum como um todo, em sua primeira parte, o álbum pode parecer repetitivo em algumas faixas mas que logo se alterna para músicas que destoam entre si nas ditas rupturas do autor, sendo questões de amizades, amor e familia, acreditamos que a construção de uma melhor narrativa para o álbum poderia agregar maior valor para o mesmo. Funciona como se o ápice do álbum estivesse nas primeiras faixas, fazendo com que as outras faixas possam ser menos interessantes, por mais bem executadas que elas sejam. Quanto ao campo melódico do álbum, gostamos de como Maurício realizou sua produção, os instrumentais realmente nos levam a uma ambientação que é possível sentir e estar no ponto que ele nos quer colocar, um destaque para /OUTGROWN/, gostamos da escolha do cantor e os instrumentos utilizados nessa. Visualmente falando, Maurício traz um encarte bonito e bem feito em todas as suas posições e fontes escolhidas, mas que poderia ser melhor explorado como o mesmo faz nas páginas dos poemas incluídos, vinculando visualmente melhores elementos para a perspectiva mais agressiva que se sobressai em seu álbum, algo que remeta as quebras que o artista tanto enfatiza. No mais, a organização e o layout das páginas chamaram muito a nossa atenção, os comentários e as curiosidades apresentadas pelo autor visualmente e bem executado agregam bastante ao seu trabalho. Por fim reafirmamos que RUPTURES é a verdade mais crua sobre o cantor e mais que um álbum, é uma experiência que de grande agrado nos foi compartilhada. Com um álbum muito esperado pelo público podemos dizer que entre algumas falhas, o RUPTURES é um bom álbum e Maurício continua provando seu lugar como um artista que continua crescendo. Conteúdo lírico: 88 Aplicação do conceito e Coesão: 75 Criatividade: 76 Visual: 78
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Escolher o caminho para elaborar um trabalho mais intimista e pessoal é um risco em diversos aspectos, como não cair em uma narrativa clichê e repetitiva e mesmo assim produzir algo que o público consiga se identificar. Com retorno de Maurício a indústria após um longo tempo sem entregar um álbum, entre acertos e alguns erros podemos dizer que seu mais recente trabalho é muito sincero. Com sua introdução em /the album title song: RUPTURES/ já podemos sentir a atmosfera agressiva e melancólica do trabalho que se torna ainda mais interessante com a interlude acrescentada pelo compositor que acreditamos ser um elemento de sua experiência traumática e se repete em uma intro, que o mesmo optou por transformar em arte. Seguindo daí, temos /\'TILL I END WITH MYSELF/ que se liga a faixa anterior reafirmando alguns pontos apresentados, em um aspecto ainda mais interno, o compositor demonstra versos mais bem construídos. /ABYSS/ por sua vez é a melhor faixa do álbum, acrescenta ao trabalho uma nova perspectiva, antes carregado de muito ódio e remorso, a terceira faixa demonstra um eu lírico mais vulnerável e aberto a falar de sua dor, é uma das melhores faixas do disco, não apenas em sua composição mas pela quebra que ele trás na narrativa anterior. Menções honrosas a /\'TILL I END WITH MYSELF/, a aclamada /WHAT \'BOUT HOW THEY\'VE MASSACRED ME/ e /FRAGMENTS/ que funciona muito bem para a finalização do álbum. De modo geral, liricamente Mauricio demonstra ser um grande compositor, o álbum apresenta em seu decorrer alguns pequenos vícios de linguagem mas é compreensivo dada a dificuldade de significação para uma experiência tão dolorosa compartilhada por ele. Olhando o álbum como um todo, em sua primeira parte, o álbum pode parecer repetitivo em algumas faixas mas que logo se alterna para músicas que destoam entre si nas ditas rupturas do autor, sendo questões de amizades, amor e familia, acreditamos que a construção de uma melhor narrativa para o álbum poderia agregar maior valor para o mesmo. Funciona como se o ápice do álbum estivesse nas primeiras faixas, fazendo com que as outras faixas possam ser menos interessantes, por mais bem executadas que elas sejam. Quanto ao campo melódico do álbum, gostamos de como Maurício realizou sua produção, os instrumentais realmente nos levam a uma ambientação que é possível sentir e estar no ponto que ele nos quer colocar, um destaque para /OUTGROWN/, gostamos da escolha do cantor e os instrumentos utilizados nessa. Visualmente falando, Maurício traz um encarte bonito e bem feito em todas as suas posições e fontes escolhidas, mas que poderia ser melhor explorado como o mesmo faz nas páginas dos poemas incluídos, vinculando visualmente melhores elementos para a perspectiva mais agressiva que se sobressai em seu álbum, algo que remeta as quebras que o artista tanto enfatiza. No mais, a organização e o layout das páginas chamaram muito a nossa atenção, os comentários e as curiosidades apresentadas pelo autor visualmente e bem executado agregam bastante ao seu trabalho. Por fim reafirmamos que RUPTURES é a verdade mais crua sobre o cantor e mais que um álbum, é uma experiência que de grande agrado nos foi compartilhada. Com um álbum muito esperado pelo público podemos dizer que entre algumas falhas, o RUPTURES é um bom álbum e Maurício continua provando seu lugar como um artista que continua crescendo. Conteúdo lírico: 88 Aplicação do conceito e Coesão: 77 Criatividade: 76 Visual: 78

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Entre idas e vindas na indústria, Maurício retorna ao estrelato com seu mais recente projeto, o álbum “Ruptures”. Com uma abordagem mais agressiva e intimista, o artista propõe expor algumas das suas experiências, envolvendo uma nova transição entre seu eu e o mundo após essas situações catastróficas. O álbum oscila entre uma atmosfera mais melancólica ao mesmo tempo que demonstra raiva/rancor; o que poderia ser melhor trabalhado se essas nuances fossem melhor organizadas, já que há uma predominância da segunda. Talvez a previsibilidade da jornada lírica tenha nos deixado um pouco exaustos (O álbum sempre soa como estar na mesma voltagem, não há oscilações de dinâmica), não diminuindo o grau de importância do conteúdo, mas o fato de sempre girar em torno dos mesmos pontos, sem quaisquer surpresas ou adereços que nos façam prosseguir com a mesma energia inicial foram um ponto negativo, recomendamos que em seus próximos projetos o artista pudesse diversificar melhor a dinâmica, trazendo assim nuances que nos surpreendam durante toda a obra, mesmo com histórias pessoais e mais centradas há como realizar esse feito em perder a qualidade e a essência proposta. O lirismo é forte, bem elaborado e conciso, podemos ver como Maurício se dedica ao modo mais direto em seus versos, mas não abandona o uso de algumas referências, tornando assim grande parte das canções robustas e carregadas de versos intensos; há alguns vícios de linguagem quanto a alguns termos no projeto, como o uso da palavra “Ruptures” em algumas canções, não chega a ser uma problemática muito relevante, visto que é a palavra que coordena o conceito, mas precisávamos citar essa característica porque nos pareceu que sempre era necessário reafirmar essa expressão, como forma de relembrar ou reafirmar a síntese da narrativa, o que pode ser um tanto cansativo já que em uma condução ideal de conceito não precisaria reafirmar ou consolidar algo várias vezes, ela simplesmente faria sentido por si só. A produção melódica tem com base o Hip Hop, mas possui suas vertentes Trap e DreamPop, sempre com uma atmosfera mais agressiva e incisiva, mas segue o mesmo pressuposto das canções em permanecer em uma mesma voltagem, mesmo que de forma mais sucinta; como a refrescante “march 30th: INTRO” , que permanece com o mesmo elemento das demais utilizando o beatdrop, mas trás algo diferenciado e novo, diversificando a produção. Os visuais são bem elaborados metricamente, gostamos de como as fotos e o posicionamento das letras foi bem interessante no encarte, apesar de não seguir um padrão de coerência em todas as páginas, como o uso de rachaduras(?) apenas nas duas páginas finais, enquanto efeitos de fumaça(?) e tinta(?) nas demais, a escolha por todo o encarte em B&W foi ótima e coesa. Diante disso, podemos afirmar com certeza que Maurício é um grande compositor, ele sabe como expandir seus sentimentos e demonstrá-los em sua forma mais crua e intimista, mas precisa conduzir melhor a dinâmica do conceito em seus próximos singles e álbuns, nos fazendo adentrar em jornadas, tão sinceras e profundas como essa, de um modo mais palatável e positivo.

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A volta de Maurício aos lançamentos de álbuns depois de um longo período em pausa desse tipo de lançamento é instigante o suficiente para fazer o público se aprofundar em suas narrativas profundas e melancólicas. \"RUPTURES\" é um disco de poucos eixos temáticos, o que por suas vezes pode até o tornar monótono e maçante, haja vista que grande parte das faixas iniciais do disco giram em torno de temas parecidos, o que pode causar um certo cansaço por parte do público. Todavia, a capacidade lírica do artista foi a linha tênue que separou o CD de um simples álbum sobre vulnerabilidade pessoal para um trabalho que beira a grandiosidade. Ainda no aspecto lírico, o álbum possui faixas longas, o que também pode ser um ponto negativo no que diz respeito aos aspectos que foram abordados anteriormente, no entanto, o cantor soube trabalhar aspectos que podem ser vistos como pesados por grande parte das pessoas de uma maneira melódica e em alguns casos até mesmo cativantes como em \"\'TILL I END WITH MYSELF\". Já no aspecto visual, o trabalho é muito bem editado, com uma estética concisa e uma identidade visual bem característica por mais simples que possa parecer. A edição consegue transmitir de uma forma que beira a perfeição os efeitos que o cantor quer trazer nas faixas, poderia ser um pouco mais arrojada, mas cumpre seu papel. Quanto aos aspectos coesivos, existem pouquíssimas falhas, pois por se tratar de um álbum pouco abrangente quanto aos temas, não existiam grandes chances de fuga ou de confusão. Logo, o disco foi condizente com a volta de alguém de tanta relevância como Maurício. Abordagem temática: 70 Coesão: 95 Conteúdo lírico: 89 (x2) Conteúdo visual: 95 Média: 88