Novo nome do Funk e da música latina, Drika lança seu primeiro álbum de estúdio com o título “Só pra tu”. Com uma bagagem bem característica da cultura brasileira, Drika conduz seu álbum de uma forma mais rasa e comercial do que o necessário; As temáticas giram em todo do mesmo contexto de uma maneira um pouco cansativa e quase não fogem desse ciclo, talvez uma ideia que poderíamos sugerir seria adentrar em outras temáticas, há mais a se explorar nesse gênero do que apenas sexo, na verdade focar apenas nisso de uma maneira pouco trabalhada é uma das problemáticas que reforçam os estereótipos atuais sobre a cultura funk, então tornar o conceito narrativo um pouco mais variável não é nada ruim, na verdade é o ponto chave de um álbum que merece destaque. As composições são pouco atrativas, entendemos que no geral as canções do gênero são mais curtas e chicletes, porém é aí que o artista deve se empenhar em trazer uma obra de qualidade com tão pouco, talvez esse tenha sido o ponto mais crítico, essa pouca abrangência; Há diversos vícios de linguagem, expressões como “Sentada”, “Cola aqui/lá”, “Esfregando”, assim como quase todas as canções se iniciam em algum tipo de local, os primeiros versos sempre denotam onde o eu lírico está (casa, pistão, pista) o que é bem repetitivo e cansativo. Além disso, podemos identificar “Toda Hora” como uma música um tanto problemática, mesmo que a expressão “Vem me fazer mulher” tenha conotação sexual ela ainda permanece problemática por motivos óbvios, algumas outras mais denotam mais o corpo da mulher como uma ferramenta de prazer do que adentram no real sentido de empoderamento. Lembramos que falar sobre o corpo ou sobre seus próprios atributos físicos não é o problema, mas a forma como isso é expressado é que conduz uma visão duvidosa entre o que é Empoderamento e o que é Objetificação. O ideal seria Drika ter uma melhor base sobre essa diferença em seus próximos projetos, se distanciando da visão machista e retrógrada que o público em geral enxerga o gênero que ela canta. A produção melódica tem como base o Funk, mas também adentra no reggaeton e em um Pop latino. Os visuais são um pouco confusos, a textura ao fundo trouxe uma atmosfera mais poluída ao encarte, as várias duplicações de fotos também nos soaram confusas, divergindo com a capa que nos aparentou bem escolhida e diferenciada. Uma sugestão para seus próximos projetos seria tornar o encarte mais límpido e polido, com recortes mais lineares e sem necessidade de tantas repetições. Diante o exposto, Drika possui alguns erros clássicos de um novato na indústria que podem ser melhorados, sabemos que ela tem potencial para crescimento artístico no futuro, “Só pra tu” é um começo confuso, esperamos que ele sirva de aprendizado para lapidar seu talento em um próximo projeto.
Composição: 10
Criatividade: 10
Coesão: 13
Visual: 11