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“Parx The Power” é o álbum debut da cantora Kiiara Parx, explorando o gênero do Hip-Hop e recheado de participações especiais. O projeto inicia-se com a “Intro Power”, que apesar de ser simplesmente uma intro, já dá uma noção geral de todo conceito do álbum e o que virá a seguir. A faixa a seguir, “Bigger”, um hino feminista bem pensado e dinâmico, com versos bem escritos mas pouco criativos e que pecam em cadência, mas acertam em cheio ao criar intertextualidades com outras artistas femininas da indústria, potencializando a imagem do gênero. “Domination of World” parece ser uma cópia da faixa anterior, já que continua com a temática feminista, mesma abordagem e inclusive a mesma referência à outras artistas femininas, o que revela uma falta de criatividade e talvez de versatilidade lírica. A faixa número 4 é “I Am Black”, rica em rimas e melodias melhor estruturadas do que as anteriores, que põe em foco a herança negra de Kiiara e presta homenagem a ícones culturais enquanto continua a cultivar a imagem da rapper como uma mulher poderosa e ciente de sua história. A faixa seguinte, “Pussy Power”, é liricamente confusa e básica. Há uma tentativa, falha, de tentar apresentar o eu lírico como alguém vulnerável, mas a composição apenas oferece um teor realmente cômico, já que os versos aparentam ser aleatórios e sem conexão aparente - e mais uma vez Kiiara repete a temática de faixas anteriores e a mesma abordagem, tentando criar uma imagem de mulher forte, independente e afins, quando o interlocutor já captou a mensagem, o que evidencia ainda mais uma carência de criatividade temática. A música nº6, “Boss Bitch”, é um sopro de ar fresco ao deixar de lado a militância rasa e apostar em uma diss track que engrandece Kiiara e suas atitudes, diminuindo também aqueles que a polarizam e tentam lhe causar algum tipo de mal. É uma faixa muito engraçada e bacana, com versos bem escritos e com rimas sequenciadas. A parceria com Kadu é a faixa 7, vulgo “Play”, uma música sobre sexo, basicamente falando. Os versos são bem escritos e a participação especial é legal, enriquecendo o corpo da obra e lhe oferecendo uma maior versatilidade, além de surpreender com referências sutis à outros artistas. “Fashion Killer” segue a diversão, agora inserindo Kiiara no universo da moda de maneira muito bacana e criativa, trazendo nomes de marcas nos versos, que tornam-se engraçados e divertidíssimos, apesar de continuar algo raso, liricamente falando. “Powerful Woman”, parceria com Mallone e Hannah, é divertida, com os versos de Kiiara bem escritos, incluindo o icônico e engraçadíssimo verso “As like Emily in Paris, garçon serve me a croissant”. O verso de Mallone não é muito bom, podendo ter sido melhor pensado e escrito, sintetizando seu pensamento e retirando algumas linhas descartáveis e genéricas. O verso de Hannah, por outro lado, também é engraçado, contendo “Ya estoy con mi marihuana, como un mafioso // Puedo hipnotizarte con mi gran trasero”, mantendo a atenção do interlocutor, que sem dúvidas se diverte com a canção. “Vulgarity”, a canção seguinte, explora o contexto de mulheres na sociedade, abordando a temática de abusos e assédios. É uma boa faixa bem escrita, mas alguns versos parecem prolixos e poderiam ser cortados ou sintetizados. A canção nº11, “First Woman”, convida Rawak e Victer Saint para o universo Barbie de Parx e antagoniza com canções anteriores ao relacionar diretamente a imagem de uma mulher forte com os homens com os quais ela se relaciona, o que soa um pouco contraditório, levando-se em conta as canções anteriores que pregavam a independência dos corpos femininos e seu poder desatrelado à imagem masculina. Os versos de Kiiara são bons, o de Rawak aparenta estar confuso e prolixo, enquanto o de Victer é também bem escrito. Em seguida temos “Sorry”, que é basicamente um hino egocêntrico sobre Kiiara e como ela se vê acima dos outros, soando de maneira desagradável e beirando a arrogância nos versos líricos - não sabemos se esse era o objetivo ou não da artista, portanto só iremos destacar a existência dessa interpretação. Os versos são rasos e novamente demasiadamente prolixos, revelando a incapacidade de sintetização e melhor formulação em alguns trechos. Novamente a compositora apoia-se em infinitas referências a outros artistas, que falham em agregar algo à letra. Aproximando-se do fim, temos a parceria com Thithi e Lisa Banks, “Classic Hot”.O primeiro verso é incoeso e confuso, com uma composição que poderia ser muitíssimo melhor, vide o intragável “I am prepared to receive your baby elephant here // I will drive you crazy with my power, pour water on me”. Posteriormente, o interlocutor descobre que na verdade a canção é sobre sedução, sexo e atração ao parceiro. O verso de Lisa é confuso e vai contra todo feminismo pregado por Kiiara no ínicio do álbum, vide “And we\'re labeled a whore, whore and whore // Maybe I\'m all that but the important thing tonight I will enjoy and get milk from my male, this is my mood”, que simplesmente sexualiza e objetifica as mulheres, deixando no ar qual o real posicionamento de Kiiara acerca da pauta. Separamos aqui outros versos que também achamos cômicos e talvez literais até demais, necessitando de uma reformulação: 1) “Do you want me to be your love? Do you want me to suck your dick?”; 2) “Everyone wants to cum on Lisa\'s tits”. Por fim, mas não menos importante, há a décima quarta faixa “U*titled”, que simplesmente não parece pertencer ao álbum, apontando para uma grande incoesão temática e lírica. Após múltiplas canções de sexo, sêmen e riqueza, aqui Kiiara renuncia tudo e cria uma personagem empática e dócil simplesmente do nada, deixando o interlocutor confuso sobre qual a visão de artista com o álbum e seu propósito geral. Além disso, a composição simplesmente não é boa por si só, carecendo de criatividade em sua redação e talvez uma melhor abordagem. Voltando-se agora para a parte visual do álbum, afirmamos que a capa é muito bonita e está em sintonia com o encarte, que também tem uma idealização bacana e produção razoável. Entretanto, talvez ele ficaria melhor se houvesse um tratamento direto das imagens de Kiiara, talvez colocando um filtro rosado ou azul, para promover uma união maior entre as fotografias e a parte gráfica colorida, que em alguns momentos aparenta ser completamente divergente. Quanto à criatividade, ela poderia ter sido melhor usada na escrita das canções, que em alguns momentos parecem ser literais até demais, carecendo de uma formulação lírica mais poética ou simplesmente indireta. Além disso, muitas faixas parecem ser as mesmas, o que revela certo déficit criativo. A coesão também é um ponto crítico aqui, vide a análise de faixa-a-faixa, onde identificamos inúmeros pontos que não conversam entre si, como a reivindicação da independência de mulheres seguida por sua objetificação e adoção de “whores” como parte da identidade feminina. Algumas faixas parecem ser aleatórias dentro do projeto e não dialogam com o conceito geral ou com suas irmãs. Em linhas gerais definimos que “Parx The Power” era um projeto com grande potencial que infelizmente foi desperdiçado com canções contraditórias e com composições rasas, sentimos que o trabalho em si foi feito às pressas, já que há muitos pontos que poderiam ter sido melhorados. Daqui para frente, desejamos à Kiiara que ela aprenda com seus erros e encontre seu próprio poder Parx, que sem dúvidas sabemos que existe e será excelente quando apresentado de maneira polida e melhor formulada. || Composição: 24/40 || Criatividade: 6/15 || Coesão: 10/20 || Visual: 20/25 || Nota=24+6+10+20=60.

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“Parx The Power” é o álbum debut da cantora Kiiara Parx, explorando o gênero do Hip-Hop e recheado de participações especiais. O projeto inicia-se com a “Intro Power”, que apesar de ser simplesmente uma intro, já dá uma noção geral de todo conceito do álbum e o que virá a seguir. A faixa a seguir, “Bigger”, um hino feminista bem pensado e dinâmico, com versos bem escritos mas pouco criativos e que pecam em cadência, mas acertam em cheio ao criar intertextualidades com outras artistas femininas da indústria, potencializando a imagem do gênero. “Domination of World” parece ser uma cópia da faixa anterior, já que continua com a temática feminista, mesma abordagem e inclusive a mesma referência à outras artistas femininas, o que revela uma falta de criatividade e talvez de versatilidade lírica. A faixa número 4 é “I Am Black”, rica em rimas e melodias melhor estruturadas do que as anteriores, que põe em foco a herança negra de Kiiara e presta homenagem a ícones culturais enquanto continua a cultivar a imagem da rapper como uma mulher poderosa e ciente de sua história. A faixa seguinte, “Pussy Power”, é liricamente confusa e básica. Há uma tentativa, falha, de tentar apresentar o eu lírico como alguém vulnerável, mas a composição apenas oferece um teor realmente cômico, já que os versos aparentam ser aleatórios e sem conexão aparente - e mais uma vez Kiiara repete a temática de faixas anteriores e a mesma abordagem, tentando criar uma imagem de mulher forte, independente e afins, quando o interlocutor já captou a mensagem, o que evidencia ainda mais uma carência de criatividade temática. A música nº6, “Boss Bitch”, é um sopro de ar fresco ao deixar de lado a militância rasa e apostar em uma diss track que engrandece Kiiara e suas atitudes, diminuindo também aqueles que a polarizam e tentam lhe causar algum tipo de mal. É uma faixa muito engraçada e bacana, com versos bem escritos e com rimas sequenciadas. A parceria com Kadu é a faixa 7, vulgo “Play”, uma música sobre sexo, basicamente falando. Os versos são bem escritos e a participação especial é legal, enriquecendo o corpo da obra e lhe oferecendo uma maior versatilidade, além de surpreender com referências sutis à outros artistas. “Fashion Killer” segue a diversão, agora inserindo Kiiara no universo da moda de maneira muito bacana e criativa, trazendo nomes de marcas nos versos, que tornam-se engraçados e divertidíssimos, apesar de continuar algo raso, liricamente falando. “Powerful Woman”, parceria com Mallone e Hannah, é divertida, com os versos de Kiiara bem escritos, incluindo o icônico e engraçadíssimo verso “As like Emily in Paris, garçon serve me a croissant”. O verso de Mallone não é muito bom, podendo ter sido melhor pensado e escrito, sintetizando seu pensamento e retirando algumas linhas descartáveis e genéricas. O verso de Hannah, por outro lado, também é engraçado, contendo “Ya estoy con mi marihuana, como un mafioso // Puedo hipnotizarte con mi gran trasero”, mantendo a atenção do interlocutor, que sem dúvidas se diverte com a canção. “Vulgarity”, a canção seguinte, explora o contexto de mulheres na sociedade, abordando a temática de abusos e assédios. É uma boa faixa bem escrita, mas alguns versos parecem prolixos e poderiam ser cortados ou sintetizados. A canção nº11, “First Woman”, convida Rawak e Victer Saint para o universo Barbie de Parx e antagoniza com canções anteriores ao relacionar diretamente a imagem de uma mulher forte com os homens com os quais ela se relaciona, o que soa um pouco contraditório, levando-se em conta as canções anteriores que pregavam a independência dos corpos femininos e seu poder desatrelado à imagem masculina. Os versos de Kiiara são bons, o de Rawak aparenta estar confuso e prolixo, enquanto o de Victer é também bem escrito. Em seguida temos “Sorry”, que é basicamente um hino egocêntrico sobre Kiiara e como ela se vê acima dos outros, soando de maneira desagradável e beirando a arrogância nos versos líricos - não sabemos se esse era o objetivo ou não da artista, portanto só iremos destacar a existência dessa interpretação. Os versos são rasos e novamente demasiadamente prolixos, revelando a incapacidade de sintetização e melhor formulação em alguns trechos. Novamente a compositora apoia-se em infinitas referências a outros artistas, que falham em agregar algo à letra. Aproximando-se do fim, temos a parceria com Thithi e Lisa Banks, “Classic Hot”.O primeiro verso é incoeso e confuso, com uma composição que poderia ser muitíssimo melhor, vide o intragável “I am prepared to receive your baby elephant here // I will drive you crazy with my power, pour water on me”. Posteriormente, o interlocutor descobre que na verdade a canção é sobre sedução, sexo e atração ao parceiro. O verso de Lisa é confuso e vai contra todo feminismo pregado por Kiiara no ínicio do álbum, vide “And we\'re labeled a whore, whore and whore // Maybe I\'m all that but the important thing tonight I will enjoy and get milk from my male, this is my mood”, que simplesmente sexualiza e objetifica as mulheres, deixando no ar qual o real posicionamento de Kiiara acerca da pauta. Separamos aqui outros versos que também achamos cômicos e talvez literais até demais, necessitando de uma reformulação: 1) “Do you want me to be your love? Do you want me to suck your dick?”; 2) “Everyone wants to cum on Lisa\'s tits”. Por fim, mas não menos importante, há a décima quarta faixa “U*titled”, que simplesmente não parece pertencer ao álbum, apontando para uma grande incoesão temática e lírica. Após múltiplas canções de sexo, sêmen e riqueza, aqui Kiiara renuncia tudo e cria uma personagem empática e dócil simplesmente do nada, deixando o interlocutor confuso sobre qual a visão de artista com o álbum e seu propósito geral. Além disso, a composição simplesmente não é boa por si só, carecendo de criatividade em sua redação e talvez uma melhor abordagem. Voltando-se agora para a parte visual do álbum, afirmamos que a capa é muito bonita e está em sintonia com o encarte, que também tem uma idealização bacana e produção razoável. Entretanto, talvez ele ficaria melhor se houvesse um tratamento direto das imagens de Kiiara, talvez colocando um filtro rosado ou azul, para promover uma união maior entre as fotografias e a parte gráfica colorida, que em alguns momentos aparenta ser completamente divergente. Quanto à criatividade, ela poderia ter sido melhor usada na escrita das canções, que em alguns momentos parecem ser literais até demais, carecendo de uma formulação lírica mais poética ou simplesmente indireta. Além disso, muitas faixas apresentam uma forte semelhança entre si, aparentando serem a mesma música, o que revela um déficit criativo. A coesão também é um ponto crítico aqui, vide a análise de faixa-a-faixa, onde identificamos inúmeros pontos que não conversam entre si, como a reivindicação da independência de mulheres seguida por sua objetificação e adoção de “whores” como parte da identidade feminina. Algumas faixas parecem ser aleatórias dentro do projeto e não dialogam com o conceito geral ou com suas irmãs. Em linhas gerais definimos que “Parx The Power” era um projeto com grande potencial que infelizmente foi desperdiçado com canções contraditórias e com composições rasas, sentimos que o trabalho em si foi feito às pressas, já que há muitos pontos que poderiam ter sido melhorados. Daqui para frente, desejamos à Kiiara que ela aprenda com seus erros e encontre seu próprio poder Parx, que sem dúvidas sabemos que existe e será excelente quando apresentado de maneira polida e melhor formulada. || Composição: 23/40 || Criatividade: 6/15 || Coesão: 10/20 || Visual: 20/25 || Nota=23+6+10+20=59.

65
A promissora Kiiara Parx finalmente nos presenteia com o seu primeiro álbum de estúdio, “Parx The Power” é uma introdução de Kiiara ao mundo, a forma em que rapper decidiu colocar sua voz para jogo – dentro de uma casa de bonecas. Como o próprio nome diz: poder, empoderamento e força são as cartas de Parx para o seu debut, e devemos dizer que é uma boa jogada apresentar-se à indústria com um conceito forte e poderoso como esse e relacionar a uma boneca Barbie, damos pontos a isso! Relacionar tons pastéis, feminilidade com autoritarismo e mensagem social é uma boa tática de apresentação. Com isso, “Intro Power” dá o pontapé inicial em sua jornada, e poderíamos dizer que não é uma boa forma de introduzir um álbum de rap com poucas linhas, rasas e sem poder algum, não há nada além de mensagem supérflua e punchlines de autoajuda como “Show me everything you know! Validate your opinion.”, após uma decepcionante introdução, finalmente temos o que chamamos de pontapé “Bigger” é triunfante, e como o próprio nome diz, é grande, Kiiara está mais afiada que nunca, entrega versos poderosos no início afirmando sua posição e de outras mulheres na indústria, isso é o que chamamos de fugir do superficial, mas levantamos uma nota de rodapé sobre referências batidas dentro do segundo verso em referenciar artista x com algo x já vimos em muitos trabalhos, não é um ponto negativo, apenas uma atenção. “Domination of World” é a terceira faixa do projeto e continua dentro da temática empoderada, e pode-se dizer que é uma sequência desnecessária, há repetição da temática da faixa anterior, como no verso “I’m power’ like Naomi, I’m rich like ZÍ”, Kiiara poderia ter prestado uma atenção maior ao definir a tracklist e suas temáticas e de como elas vão agir dentro do álbum, na canção há uma linha um tanto controversa como “All the girls, we\' re going to rule this fucking world By our power, of seduction and attraction” reduzindo todo o poder que ela reafirma no álbum à sedução e atração. A triunfante “I AM BLACK” chega pra limpar a garganta, a música é majestosa, os versos são entregues com forças e destacamos o primeiro como a melhor parte da canção, novamente apontamos o uso de referências a um artista. Há muitas alegorias que se pode fazer para reafirmar a sua força e poder, há muito mais do que citar outros artistas, use o seu poder para se definir, é isso que gostaríamos de ver em Parx The Power, Kiiara se moldando sem a junção de outros. “Pussy Power” é uma boa faixa, a rapper consegue usar outra contextualização para falar do poder feminino e trás versos recheados de vulnerabilidade que precisávamos ver após faixas estrondosamente poderosas. “Boss Bitch” é outra boa canção, entrando como um dos destaques do álbum. Sem remorsos, ousada e afirmada, Parx entrega versos sólidos e astutos, digno desse “Power” que ela tanto diz. “Play” é uma faixa decepcionante, não há um contexto dentro do álbum, não há versos e punchlines fortes, apenas uma estrutura rasa e repetitiva, damos créditos ao cantor Kadu que consegue entregar a melhor parte da canção. E após falar sobre moda em “Play”, Kiiara novamente entrega seu fashionismo em “Fashion Killer” e vemos que Parx desliza em um erro, não há fluidez, profundidade na canção, apenas um grande merchandising de marcas e de como Parx fode porque é estilosa, como rapper, os versos são extremamente curtos e não nos leva a lugar nenhum, e isso se estende em “Powerfull Woman” que mais uma vez, Kiiara fala sobre como é ser foda e ter poder, destacando os versos de Mallone e Hannah como a salvação da música. Após decepções e canções rasas, “Vulgarity” finalmente entra para resgatar a essência de Parx, destacando como a melhor canção do projeto. Kiiara retira toda a sua carcaça para falar sobre assuntos sérios, e abrir um debate sobre a vulgaridade com versos inteligentes e boas referências. “First Woman” tem uma proposta boa, mas os featuring artists conseguem desvincular toda a essência empoderada da música, em um álbum sobre força feminina, poder, RAWAK e Victer Saint entregam punchlines com cunho sexista e machista, completamente adverso da proposta do álbum, porém Kiiara é a grande estrela da canção. “Sorry” também é uma boa canção, Kiiara consegue manter a sua linearidade de entregar o que propõe e apesar de referências previsíveis, ainda é uma boa canção para dançar. “Classic Hot” é definitivamente o destaque do álbum ao lado de “Boss Bitch”, é inteligente, sensual e mostra a Kiiara sem medo de sua sexualidade que gostaríamos de ter visto em “Play”, os artistas especiais fazem um incrível papel na canção, unindo-se tudo em uma estrondosa sex track. “U*titled” é responsável por fechar o álbum e novamente, não é algo que precisávamos, a música não se encaixa em nenhuma das temáticas apresentadas e soa como uma redenção amorosa sobre algo oculto. Em termos de composição, podemos dizer que Kiiara há muito o que melhorar, há deslizes e há acertos, mas estruturar uma canção e rap deve ser algo a ser trabalhado com mais fulgor, porque Parx tem talento suficiente para se impor e mostrar para o que ela veio, apenas gostaríamos de ter visto isso com mais intensidade e menos superficialidade. Retomar diversas referências, pesquisar, conhecer, sair de uma caixa e expandir as ideias para outro nível podem ajudar Parx a chegar no patamar da excelência do rap. Visualmente é bonito, destacamos a capa do álbum como incrível e fascinante, as canções em caixa-alta são muito bem colocadas, a forma em que elas quebram entre o rosa e azul também são chamativas e apresenta um ótimo trabalho visual para o seu debut, é envolvente e poderoso. Quando vemos “Parx The Power” como um projeto todo, há erros comuns que novatos podem cair, mas que também abrem um leque de possibilidade para se encontrar dentro da indústria, porque sabemos que Kiiara é talentosa, apensa precisa puxar um pouco mais a sua força. COMPOSIÇÃO: 15/35 | CRIATIVIDADE: 13/20 | COESÃO: 7/15 | VISUAL: 30/30