Em MANIFESTO, testemunhamos a travessia espiritual de Kiiara Blanco — uma herege moderna que, ao longo de onze faixas, busca redenção não nos altares convencionais, mas na própria carne, na memória e na música. Cada canção é um salmo profano, uma prece rasgada entoada por quem ousa duvidar e, ainda assim, continua buscando. Blanco se apresenta como uma figura mística em crise, despida de certezas e mergulhada em contradições. Sua voz ecoa como a de uma peregrina excomungada, que transforma feridas em versos e transforma seu Manifesto num ato de fé pessoal. Não é a fé dos templos, mas aquela que nasce no deserto — entre silêncios, quedas e epifanias. Cada faixa é um rito, um sacramento invertido, que revela fragmentos de sua alma em confronto com o sagrado e o profano. A narrativa percorre os extremos da experiência humana — desejo e renúncia, culpa e liberdade, louvor e blasfêmia — compondo um evangelho íntimo que se recusa a ser domesticado. Ao mergulhar em MANIFESTO, não escutamos apenas um álbum. Participamos de uma liturgia emocional, conduzida por uma artista que já queimou suas doutrinas e agora reza com a própria voz. É a jornada de uma herege em busca da cura — e talvez, de um novo tipo de salvação.

The Insane Art Of A Good Revenge é o terceiro álbum de Kiiara Parx. Durante a experiência sonora do novo projeto de Parx, os ouvintes são convidados a duas exposições cruas e sinceras sobre uma relação amorosa vivida por Parx.