Em seu segundo álbum de estúdio, Jaehyuk nos leva para uma jornada e viagem pessoal, lentamente nos dirigindo rumo ao centro dos seus sentimentos mais intensos e profundos, entregando uma boa base lírica e um álbum que deve-se considerar bastante coeso. O álbum começa com "recording a bop", onde é compreensível o conceito musical de criar uma música sem pretensões nenhuma, apenas ser divertido, mas a forma que a música é construída soa um pouco sem sentido e não tão atraente como deveria ser para uma abertura de álbum, deixando um pouco a desejar. "at the bottom of everything" soa como uma música para pessoas que querem conhecer o artista pelo o que ele é, com uma composição mais detalhista e focada que a anterior, podendo ser uma faixa de introdução mais apropriada. Em "comma", o artista deposita todo seu talento lírico escrevendo conteúdos necessários e palavras bem colocadas para demonstrar toda sua angústia sobre assuntos importantes, em uma composição bem elaborada e versos de hip-hop espetaculares; e surpreendentemente, um refrão fez falta alguma, ele disse tudo de forma clara e direta. "purple bayonetta" em parceria com Ashford flui perfeitamente bem, o verso de Ashford cai como uma luva entre os versos agitados e agressivos de Jaehyuk, rendendo uma parceria inesperada e entusiasmante, sendo um dos maiores acertos do álbum pela lírica mais agressiva e ousada. "high voltage" entra com um inesperado sample de Ashford que encaixa perfeitamente bem com a música, sendo de fato bem aproveitado em uma manobra arriscada, fazendo com que a música cresça bastante em qualidade lírica e se destaque emocionalmente. "and theres no one left" e "hachiko" são faixas que contém uma composição assertiva, mas não impressionam muito na base lírica e acaba ficando na média. "more i discover, more i feel uncover" remete a primeira faixa pelo conteúdo mais descontraído, mas diferente da primeira faixa, aqui as informações na composição são relevantes e acrescentam em algo, sendo uma ótima faixa descontraída para quebrar um pouco o peso emotivo. "lady & tramp" com Jade X se junta com "purple bayonetta" e "comma" como as melhores faixas do álbum, onde aqui o artista juntamente a parceria, narram uma bela história que se torna atraente na medida que os versos são conduzidos e soa fresca, não tão repetitiva e no ponto emotivo essencial. "Where Your Eyes Linger" é um doce flerte com o sentimentalismo do cantor, coerente e bem apresentado. "here i am again..." mostra um desabafo incrível e emotivo, onde o excesso emotivo faz com que o artista se conecte facilmente com seu ouvinte, e faça com que a letra ganhe um sentido especial; aqui, o artista se supera em uma composição de tirar o fôlego. "haru haru" e "kidult" não impressionam tanto, mas finalizam o álbum de forma linear e ampla. Seu visual é bastante chamativo, principalmente a capa, adotando uma temática esportiva e elaborada nesse quesito. Seu encarte começa com uma estética bonita, e ao decorrer vai ficando mais simples, mas sem perder a sua beleza e decência. O "Aftershook" serve para mostrar que o talento lírico de Jaehyuk não deve ser subestimado e é admirável o seu crescimento com os anos. O álbum contém pontos médios e pontos muitos altos, que não afetam muito na qualidade sonora, mas que deixam a desejar como a faixa de introdução do projeto e talvez em alguns momentos uma composição mais simplificada possa ser a chave pra tornar o processo menos cansativo. Por fim, Jaehyuk entregou um álbum digno a sua altura, e digno de elogios pela sua composição, e o fato é que o "Aftershook" lhe colocou em um novo patamar que daqui pra frente, só tende a crescer.