Depois de muita espera, grandes lançamentos, EP's, projetos não oficiais, finalmente o cantor e rapper GABRIEL faz o seu grande retorno com o seu segundo álbum intitulado "SIN FRONTERAS". Com o conceito já bem subliminar em sua capa, o álbum tem como premissa abordar os momentos de altos e baixos no amor durante a sua carreira, sentimentos em torno dessas experiências. "TE ENCONTRARE", um grande hit nos charts, é a grande abertura do disco; Traz um pouco do antigo GABRIEL, mas com um grande amadurecimento em sua lírica, ainda que tendo seu teor dramático respingando em sua inspiração, uma abertura bem condizente com o conceito do álbum. Fazendo um grande conectivo, "HOTEL IPANEMA" soa como um plot twist pra faixa interior, onde o cantor encontra uma pessoa, porém não como esperava, há muitas divergências; O que torna a canção grande é a consequência gerada desse conceito, onde GABRIEL não leva a experiência pra algo negativo, mas sim positivo, uma aprendizagem. "MONTE CARLO", em parceria com a talentosa Rubia, é uma grande novela, um grande romance exagerado, no bom sentido; Uma mulher que mexeu tanto com o cantor em torno de uma semana, que em seus versos ele soa como se não vivesse mais sem ela; É um chiclê exagerado, mas muito divertido e chamativo, os artistas fazem uma boa combinação. "NÁUFRAGO", que também é uma colaboração, agora com a encantadora AURORA, é aquele gostinho do antigo GABRIEL, pra quem quer sentir um pouco do gosto do seu primeiro álbum e do EP "Cartas", o cantor tem esse ambiente confortável ao tratar relacionamentos que não dão certo e como isso impacta na sua vida de forma significante. Dito isto, "FAR AWAY FROM THE SKY" transparece esta busca em tentar corrigir o incorrigível, a busca do cantor em não dar errado no amor como se ele fosse a única pessoa que pudesse gerar consequências, é inocente, puro e o resultado é uma canção linda. "VOLVERÍA (Canción Nocturna)" quebra esse sentimento de conquista, aqui o contexto é mais de amor próprio e reconhecimento sobre essas consequências. O que faz sentido, quando "VOO LONGO" vem em seguida, essa virada de chave, essa afirmação de se conhecer, se pôr em primeiro, GABRIEL precisou de um voo longo, de paz, pra finalmente ter esta consciência. Outrora, há uma quebra muito rápida na canção "LLORANDO EN UN FERRARI", que surge do nada como um sentimento do passado; Aqui também pode-se enxergar o antigo GABRIEL e traços que ele não conseguiu se desprender. "SIN CONEXIÓN" possui uma premissa estranha que se comprova em seus versos, onde o eu-lírico fala sobre não ser um homem de insistir, mas ao mesmo tempo discorre frases que soam como se ele fosse um stalker obcecado, uma pessoa problemática; Uma faixa que quebra muita o clima do disco. Essa teor continua em "LEY SECA", com participação de Ashley G, todavia, aqui, GABRIEL não soa exageradamente estranho como a faixa anterior, supondo que a participação de Ashley foi um grande equilíbrio, trazendo uma leveza em seus versos que ao mesmo retruca. "TONIGHT", canção seguinte, traz uma abordagem muito cativante sobre sexo, um tema bastante em alta, porém faz-se impossível degustar todas as sensações transmitidas da faixa após as duas anteriores terem sido anti-climáticas. "WE'LL BE COMING BACK (I Promise)" é a faixa conclusão, que estampa esse espaço como deve, traz reflexões sobre como a vida possui esse descontrole e pode ser que aconteça de novo. O visual assinado pela incrível TAMMY, é interessante, confortável com o tema do disco, onde em suas páginas mostram o artista em lugares diferentes, em horários diferentes; Poderia ter sido mais trabalhado e com páginas que fluíssem melhor nas paletas, porém, como um disco de Reggaeton, acredita-se, que os anos 2000 possua algum impacto na produção, visto que se assemelha muito com produções da época. Por fim, nota-se como "SIN FRONTERAS" foi trabalhoso para GABRIEL, é transparente seu suor que, não apenas no álbum em sí, mas no tempo que vem trabalhado neste, comparando com o lapso temporal desde o seu primeiro álbum; Acredita-se que o cantor tentou trazer algo muito diferente do primeiro disco, dos seus outros lançamentos, mas ainda há vestígios nessa tentativa de voltar pra aquele mesmo ambiente, pra aquele mesmo tom, em seus letras; O disco que trata de alto e baixos em relacionamentos durante sua carreira, poderia ter sido mais organizado e alguns faixas repensadas; É notório a evolução lírica de GABRIEL, mas ainda lhe falta uma evolução na aplicação da evolução que, demostra ter adquirido. Assim, "SIN FRONTERAS" soa como um disco com faixas bem feitas, mas a sua tracklist transforma em um vai e volta de sentimentos que parecem ter sidos superados, mas retornam mais uma vez, o que é uma tecla que o próprio cantor aperta, mas o resultado não soa muito espontâneo; Não diminui a força das tracks e nem de como um projeto divertido de fato é, mas sim na falta de atenção.