Em seu primeiro álbum de estúdio, Camille nos apresenta um conceito onde elá foca em abordar questões sociais de grande importância por ser \"uma garota simples e de coração bom, que não entende qual o motivo de toda a intolerância e crueldade do mundo atual\", além de nos apresentar ao alter-ego \"Ya\" que em suas palavras: \" Ya é uma mulher forte, batalhadora e persistente, vai atrás e consegue o que quer. Ya é corajosa, forte o bastante para encarar quem quer que seja para apenas defender quem sempre foi menos prezado\". Em Redemption, no entanto, não parece ser esse exatamente o foco principal. Apesar de abordar sim assuntos importantes, em alguns momentos parece raso e em algumas ela fala mais sobre sua vida pessoal. Abrindo o álbum com \"High On Ya\", Camille nos mostra que ser novata não a impede de forma alguma de escrever uma letra coesa e de bom gosto; claro que durante todo o álbum notamos a necessidade de algum tipo de polimento, mas fora isso a faixa é bem estruturada. A letra segue a temática proposta na página da faixa, mas também nos deixa curiosos sobre onde está o conceito dito na página inicial. Em Somewhere, a faixa fala sobre querer alguém melhor depois de um término de namoro e, nesse quesito, é ótima e bem feita. O conceito só começa a ser abordado em \"Promyside\" que por sua vez é um dos destaques do álbum por se mostrar sincera sobre seu apoio as causas sociais. Na faixa-título, ainda seguindo o conceito do álbum, Camille nos fala que a faixa é um grito de guerra para todos aqueles que sofrem algum tipo de abuso sexual. Dessa forma, esperava-se uma faixa mais profunda e mais sincera, levando em conta ser a faixa título e pelo tema tão pesado. The Beat Alarm funciona mais como uma interlude então não vamos nos prolongar aqui. Em F.T.F Lie, vemos uma Camille mais agressiva e segura de si, a Ya, onde ela demanda que seu amado pare de mentiras. É bem montada e a letra é ótima. Chegando em Nightmare, sua parceria com Lisa Banks, temos um exemplo claro de como não fazer um layout com a letra. O efeito aplicado torna a leitura muito difícil e faz perder todo o interesse na faixa; apesar disso, não foi levado em consideração na avaliação, mas vai ai uma dica do que não fazer mais. A faixa em si é ótima e funciona muito bem como um hino feminista, principalmente pelos versos de Lisa. Em Only Us, Camille volta a falar de sua vida pessoal numa faixa que soa um tanto confusa: em um momento ela quer se reconciliar com seu amado, em outro ela diz que não quer mais insistir nisso, o que deixa tudo um pouco estranho. Voltando a temática do álbum, Surrender soa muito sincera, mas carece de mais profundidade para um tema tão pesado. Seguindo o mesmo ritmo, mas com uma letra profunda e igualmente sincera, o álbum fecha com ótima Goodbye. Talvez o maior problema do álbum seja sua tracklist. Uma edição que torna-se tudo mais homogêneo o deixaria bem melhor. Por exemplo, a faixa Only Us estar no meio de \"Nightmare\" e \"Surrender\" não faz sentido. Também não faz sentido o conceito proposto falar apenas que o foco do album está em causas sociais quando, na verdade, \"Redemption\" fala tanto sobre causas sociais quanto a vida amorosa de Camille. Mudando o foco agora para a arte do álbum, podemos ver uma ótima edição, onde tudo é bonito e nada exagerado. É bem dividido e tem um fluxo bom.