“Silent Ride” é o mais novo lançamento de Guilherme Bhermes, após a elaboração um tanto confusa de “Happiness”. Inicialmente abordando temáticas amorosas, Guilherme parece fugir para uma direção mais favorável, mesmo fugindo dela em alguns momentos como em “Tired” e “Fake”; o cantor apoia-se em histórias trágico-românticas e age de uma forma mais intimista do que anteriormente nesta obra. No meio da jornada, nos deparamos com o mesmo Guilherme dos álbuns anteriores, como uma persona vívida que não foi apagada, mesmo com sua afirmação de que o seu álbum antecessor fecharia um ciclo, nos soa como se ele quisesse a todo momento expressar perseguição ou como se sempre estivesse envolto por pessoas falsas; ele não está errado em expressar essas ocasiões, mas é repetitivo sempre voltarmos a mesma estaca em todos os projetos, nos perguntamos se isso se perpetuará por mais tempo. Apesar disso, ainda há canções interessantes nesse percurso, como “Rio”, que de uma forma bem interessante aborda a sensação de liberdade e felicidade entre ser feliz com alguém, sobre não ter medo de sair pela cidade e demonstrar afeto ao seu companheiro. A partir daí o álbum toma um caminho mais sexual, com canções cheias de conotações que as vezes funcionam bem e outras não. No geral o projeto inicia com um amor trágico, logo após a busca por um relacionamento e por fim o encontro desse sujeito, que ainda nos pareceu um tanto distante; Infelizmente a obra é extremamente extensa, o conceito não precisaria de tantas faixas para ser sucinto e demonstrar com excelência no que ele pretendia, há vários fillers, essas são as canções mais genéricas e desnecessárias da obra, “Power On” é exemplo claro, tanto em lirismo quanto em temática ela não acrescenta em absolutamente nada, se unem a ela “Whose Fault” e “Alcohol” que pouco tem a somar na conjuntura completa. O lirismo parece ter alcançado um meio termo interessante entre a linguagem direta e a mais subjetiva, por diversas vezes sendo mais eficiente em relacionar essas duas esferas, mesmo que ainda perpetue a supervalorização de versos repetitivos e estrofes menores. A produção melódica é Pop/Dance, mas possuem diversos elementos de outros gêneros que parecem mais justapostas ao contexto geral, mas poderiam ter sido trocadas. Para nós as melhores canções foram “Silent Ride” e “Rio”, com ênfase na segunda. Os visuais estão melhor aprimorados, com novos recursos chamativos, uma uniformidade nos efeitos em B&W, os shoots escolhidos ainda não são lineares e alguns deles pouco nos remetem ao conteúdo, porém gostamos de como a página de “Silence” foi elaborada, essa sim se mostrou coerente e nos relembrou do conteúdo, a questão fundamental é saber como realocar as fotos certas nas páginas corretas, para que não haja uma discordância brutal, como já houve. Diante disso, Guilherme Bhermes permanece em uma jornada vagarosa para algo linear, conciso e intimista tal como vimos brevemente em outros de seus projetos; “Silent Ride” foi o primeiro passo para que isso aconteça, esperamos que ele possa sempre crescer como artista e estamos no aguardo de seus novos projetos.