Em preparação a seu terceiro álbum de estúdio, Asha relança “Queen of Ashes”, seu primeiro álbum, desta vez, reformulado por inteiro, encarte, composições, tudo. A artista foi inteligente em relançar este primeiro álbum, já que, querendo ou não, os outros dois álbuns seguintes de Asha, tem um pouco de “Queen of Ashes”, e serviu como preparação para seu sucessor. “Queen of Ashes” é um bom álbum, é inteiramente pessoal e emocional, todas as faixas falam sobre um momento da vida da artista, e em todas elas encontramos a emoção vivida por Asha nestes momentos, sejam lá quais forem. Asha se prova como compositora em suas faixas, visto que as melhores são composições solo, destaque a “Second Time Around”, que é uma das melhores do álbum. Canções como “Forever To Bleed (Now I Know)” e “Time Lapse” também são incríveis, mas se perdem em repetições desnecessárias em meio a seus respectivos corpos líricos. A maior parte das músicas são bem feitas e interessantes, a criatividade presente neste aspecto também é um grande acerto, apesar de bem pessoal, o álbum sabe fugir da mesmice em suas composições. Também há um grande acerto de forma técnica na divisão de estrofes durante as faixas, Asha segue sendo muito profissional neste ponto. Um dos maiores erros (se não o maior) do álbum, é a grande diversidade de temas aqui presentes, todas as músicas são pessoais, mas falam sobre momentos diversos da vida de Asha, e de situações que não se ligam, isso infelizmente deu uma experiencia frustrante, pois parece tudo muito bagunçado e sem qualquer organização, músicas românticas sequenciam músicas sobre autoestima, que sequenciam sobre problemas familiares, e nada faz muito sentido. Talvez ordenar a tracklist de forma que agrupasse melhor tais temas, pudesse diminuir essa “confusão”, apesar de que a única forma de realmente organizar, seria centrando o álbum em único ponto, e não em vários. Este não é somente um problema do “Queen of Ashes”, mas de vários álbuns, que querem abordar vários temas e pecam nisso. Uma observação sobre a tracklist é a faixa “Pyramids”, que pode ser considerada quase como a “faixa título” (apesar de não ser isso no sentido literal), é uma música boa, mas não tem nada haver com as outras músicas, e uma faixa como esta definir o álbum também não é um acerto, visto que não representa nada aqui presente. Outro ponto que também tenta abordar vários temas, é o conteúdo sonoro do álbum. Os instrumentais começam acústicos com pianos e músicas sentimentais, dando uma identidade centrada ao álbum, e aos poucos vão se digitalizando com algo mais pop misturando um pouco de EDM. Não é exatamente um erro, visto que, nesse sentido, os instrumentais se dissolvem aos poucos nesta mudança de estética, nada muito brusco, mas confunde o ouvinte, que inicia o álbum com uma expectativa, muito boa aliás, já que os primeiros instrumentais são ótimas, apesar de muito característicos. Quanto ao visual, Asha também acerta, com produção de Alexxxia, o encarte é bonito, e vemos dinamicidade presente nele, é inovador e inteligente, Asha acertou bem na escolha de Alexxxia como produtora aqui. No geral, temos um álbum bom, mas que alguns aspectos o fazem tomar um caminho errado, nada que Asha não possa consertar em próximos lançamentos (como concertou, visto que este é apenas um relançamento).