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NEMO
· 2024
"NEMO" é sobre um período muito obscuro em minha vida, em que eu não conseguia me reconhecer, me sentia desconectada daquela pessoa que todos viam através das músicas, clipes, ensaios fotográficos, comerciais de televisão e shows. Era como se olhar no espelho e não enxergar reflexo, era como deitar na cama, sonhar por dias melhores e acordar no mesmo inferno. Por isso o título, que advém do latim, significando "ninguém" ou "sem nome". Agora, para mim, "NEMO" representa a re-caracterização do que me faz humana, é como dizem, você precisa estar vazio antes de ser preenchido.

O processo de criação, que durou por volta de quase quatro anos, me levou para as profundezas do meu ser. Solidão, autodepreciação, culpa, perda de identidade, reminiscência, são alguns dos temas que permeiam o conteúdo lírico do disco. Apesar de toda tragédia e seu tom melancólico, o conteúdo e a resolução de "NEMO" é bela, para mim, foi catártica. 

Quando falamos sobre inspirações para a concepção do trabalho, posso apontar meus sentimentos como a grande fonte, mas também as histórias contadas pelo Edgar Allan Poe, especialmente "The Raven", "Tell-Tale Heart" e "Spirits Of The Dead". A forma que o autor trata o homem como um ser visceral e emotivo, como ele abraça e destrincha a escuridão do ser é hipnotizante. Além dele, fui influenciada por uma obra específica do Jules Verne, "Twenty Thousand Leagues Under The Sea", na verdade, podemos considerar este romance como uma peça central do contexto abordado no meu álbum. Musicalmente, me inspirei em algumas bandas e artistas de metal sinfônico, como Epica e Nightwish, bem como o folk europeu de Faun, a artisticidade da Kate Bush e a voracidade de Rammstein. 

Não consigo definir o álbum da forma esperada, não consigo escrever como se desenrola a narrativa, se há divisão de atos, se as canções são interligadas, se tudo é uma história como uma peça de teatro ou um filme. Eu quero que os ouvintes aproveitem o conteúdo de forma fluída, sem spoilers e com suas próprias lentes. Não teria graça alguma caso seu contasse tudo. Se estiverem dispostos, descubram a história por conta própria.

Kundalliní
· 2020
O álbum fala sobre um estado de espírito, uma elevação espiritual através do sexo, baseado na filosofia tântrica comportamental de características matriarcais, sensoriais e anti opressiva. Nesse disco, a abordagem do sexo é muito diferente do que é acostumado encontrar na indústria, uso um lado crítico e místico para explorar essa prática tão conhecida, quebrando seus tabus ao longo, enquanto início minha jornada pelo autoconhecimento. Apresento uma mistura de sons do leste e oeste asiático, a região aonde o tantrismo atuou antes da expansão das religiões modernas, misturados com as batidas ocidentais europeias familiares. ❝ Eu estive na Índia e em grande parte do oeste asiático durante a criação desse álbum. Visitei lugares inspiradores que muitos não imaginariam que estariam localizados em um país que, atualmente, vê o sexo como um tabu. Na Índia existe templos eróticos que representam MUITO mais do que qualquer símbolo repressivo e esse fator, deles ainda serem cultuados e quem cultua é visto como uma "desonra", me motivou a escrever. Esse país sofreu muito com a repressão e a criação desse tabu envolta do sexo. A mistura de uma vertente mais radical do hinduísmo (a mesma que atualmente governa o país) e a colonização britânica no século 19 ajudou a enfatizar esse estigma. ❞ — Asha for BBC1 O título "Kundalliní" significa "enrolada como uma cobra", em tradução do sânscrito antigo. Kundalliní é entendida como uma força espiritual adormecida em nosso cóccix, pode ser despertada por uma elevação de alma, um ritual feito durante o sexo. Depois de despertada, a energia leva a pessoa a se conectar com a iluminação suprema, chamada Nirvana, localizada na cabeça. ❝ Quero provar ao mundo que sexo vai além dos prazeres carnais e da necessidade de procriação, é um poder superior. Kundalliní é uma jornada para a iluminação suprema e com isso, você tem que desconstruir seus tabus mais enraizados. ❞ — Asha for BBC1 Alguns fundamentos do tantrismo trabalhados no álbum: liberdade, autoconhecimento, valorização da mulher e anti opressão.
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