
78
“Tessa” é o self title da maior cantora country da indústria, propondo intimismo em suas letras e produção. O álbum possui uma forma interessante de conduzir seu conceito, mostrando diversas facetas da cantora e trazendo a tona quem ela é, bem como ela se porta em meio ao amor e as situações cotidianas, quase que como uma conversa consigo mesma; a maior problemática vista na execução do conceito foi não conseguir nos manter em um mesmo nível, mesmo em várias facetas e temáticas, seria interessante reorganizar a forma que algumas delas são apresentadas como em “Vicious Cycle”, “Heart On A Dance Floor” e “Seven Lives” que infelizmente em nossa visão estão em um patamar inferior as demais canções da obra, por dificuldades em nos envolver com o que está sendo proposto. Algumas faixas poderiam ser sido reorganizadas na tracklist, como unir “Youth Tribe” próxima ao final juntamente com canções de temáticas similares ou “Like A Girl” mais próxima de canções com o mesmo teor de importância social e individual, coisas que podem ser facilmente resolvidas em projetos futuros. As composições são interessantes, Tessa Reimels possui grandes letras e neste álbum ela mantém seu nível de excelência, com poucas fugas disso nas canções supracitadas. Há o uso mais direto e bem fincado no protagonismo de uma abordagem Storyteller, ponto forte da cantora e o maior de seus atributos neste projeto. A forma como ela nos cativa em diversos momentos é crucial para entendermos o que ela deseja expressar. A melhor canção é “Heart & Mind”, nela temos uma forma interessante em que observamos o eu-lírico sob um impasse decisivo e a forma como ele expressa acerca do indivíduo versus a situação é muito interessante. A produção melódica do álbum é Country, com uma abordagem bem mais tradicional e “pura”, podendo fazer jus ao que ela quer expressar com a obra em mostrar quem Tessa é como artista e ser humano. Os visuais são simples e polidos até para uma primeira tentativa de produção, mas o choque visual é imenso, talvez uma abordagem muito menos chamativa e mais soft seria o ideal no encarte, a capa por exemplo representa a porta de entrada para o que esperávamos encontrar no encarte, com uma visualização mais limpa e “crua” sem a necessidade de cores muito extravagantes que pouco condizem com o que se propõe; um mesmo molde de photoshoot poderia ser utilizado para reafirmar essa validação do conceito. “Tessa” pode ser caracterizada como uma obra ousada, honesta e límpida, aqui temos a reafirmação de uma das maiores compositoras da indústria em seu apogeu como storyteller, esse fator não deveria ser entendido como algo redutivo, mas enfatizamos que essa característica precisa ser ampliada e um pouco melhor reorganizada no futuro para que ela alcance picos ainda mais altos.

92
Tessa Reimels sempre foi conhecida por ser uma das maiores compositoras da indústria, e em seu álbum autointitulado a artista não só mantém o padrão de qualidade lírica, mas cria seus próprios em outros pontos. Em relação às composições, não existe uma música nesse álbum que falhe nesse aspecto. Todas as letras são diretas, fáceis de interpretar e com citações e referências criativas a artista conseguiu criar um dos trabalhos mais impecáveis do ano no quesito lírico, com destaque para as faixas \"Girl Crush\", \"Demon On The Left\" e \"Heart On The Dancefloor\". A maneira como a artista consegue usar de metáforas pra dar significado aos seus sentimentos sem parecer algo chato e forçado é um ponto positivo nesse trabalho, mas em canções com uma lírica comum, como por exemplo \"Girl Crush\", a artista apresenta seus sentimentos da melhor maneira possível, através de cada letra podemos visualizar o que a artista quer dizer em todas as linhas, e mesmo sabendo o talento da artista, isso consegue ser surpreendente. Visualmente, a artista conseguiu trazer algo que representa bem as composições, o tom rosa apesar de não ser tão coeso com as fotos usadas, pode ter sido uma referência citada na letra \"Like A Girl\", o que analisando por esse lado, é muito criativo e uma jogada interessante da artista. Voltando pras suas raizes no country e sempre elevando seu talento, Tessa trouxe um álbum coeso, pessoal e extremamente inteligente.

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Retornando após um tempo sem um novo álbum de estúdio, Tessa Reimels lança o self-titled “tessa”. Entre 14 faixas, a cantora opta por seguir a linha de não se prender a um conceito completo e, sim a mostra várias faixas com diversos temas. Iniciamos o álbum com uma parceria surpreendente com Gert Danvers & Jade X, dois grandes nomes que trouxeram um ar mais empoderado para “Like A Girl”, música onde elas cantam sobre as mulheres fazerem/escolherem o que querem fazer e não, obedecendo a ninguém mais. Seguimos citando “Girl Crush” e “Chaos Magic” as canções mais clichês do projeto, mas mesmo sendo clichês não são ruins, os versos sinceros de Tessa Reimels fizeram as canções funcionarem bem. Nesse projeto, não há uma canção boa, mas sim várias. Citamos em destaque “Vicious Cycle” (uma canção mais agressiva e diferente das demais), “What You Want” (uma parceria onde a união dos artistas se deu muito bem, um dueto excelente) e “Song I Can’t Sing Sober” (a canção mais vulnerável do projeto). Percebemos também diante do projeto a ordem lírica das canções que, embora o álbum não siga um conceito, a organização das tracks seria bem adaptável, como por exemplo, “Youth Tribe” que poderia estar próxima ao final com “Heart On The Dancefloor”, pois ambas são canções onde a artista expressa felicidade e alegria. Mas voltando ao consenso do conceito, vemos a real necessidade de se firmar um nesse trabalho, pois sem um, todo o projeto se assimila a algo solto e sem representatividade. O uso de canções exteriores no projeto foi algo ousado, as canções “Demon On The Left” & “Seven Lives” são incríveis e muito bem escritas, inclusive o refrão da primeira que foi adicionado por Tessa Reimels. Porém, não vimos uma real necessidade de adicionar essas duas faixas ao projeto. Seguindo ao lado visual, vimos algo 100% autoral, uma jogada ousada. Como iniciante nas produções, a cantora entregou um projeto bem simples e sem nada chamativo. Os elementos em neon, são coisa descartáveis. E talvez o uso de tipografias diferentes e combinações de cores mais semelhantes a capa/contra-capa fizessem o encarte soar parte do projeto, o rosa o fez parecer algo diferente do que realmente deveria ter sido apresentado. Embora tenhamos um encarte muito simples, “tessa” é um dos álbuns mais bem escritos do ano, com composições verdadeiras, vulneráveis e alegres e assim, notamos o motivo em que Tessa Reimels se tornou um nome tão grande no FAMOUS, assim como grande compositora que demonstra ser.
85
Após uma era muito bem sucedida somos envolvidos pelo retorno da rainha do gênero country e uma das melhores compositoras da indústria, Tessa Reimels, com o autointitulado “tessa”. A era é considerada como um retorno às origens explorando tanto liricamente como melodicamente o country e o pop por essência, a artista com ousadia lança um trabalho quase que inteiramente autoral elaborando um conceito homônimo como o título diz por si só, apresentando e por vezes questionando sobre qual é sua essência. Mesmo que não seja um trabalho extremamente arrojado e com referências profundas é interessante como a artista constrói narrativa entre canções carregadas de sentido e que se situam como verdadeiras transições entre elas, mesmo que abordando temas diferentes, como é o caso da forte apresentação em “Like a Girl” como sendo o eu lírico uma garota destemida, logo em seguida vemos a mesma ceder a expor suas vulnerabilidades, começando por sua vida amorosa entre “Girl Crush” e “Chaos Magic” sendo “Heart & Mind” uma espécie de introdução entre o primeiro ato e a nova perspectiva, brincando com a dualidade de seguir o coração ou tomar decisões racionais e por fim temos e entrega da artista para sua própria exposição. Também vimos à mesma sincronia em outros dois períodos do disco como a prostração perante desafios que se iniciam entre “Demon on the Left”, “Youth Tribe”, “Seven Lives”, onde a segunda mencionada funciona como um devaneio da artista para não lidar com os problemas emocionais aqui apresentados. Por mais que corriqueiramente diríamos sobre um melhor agrupamento da tracklist, tudo aqui funciona e as faixas conversam entre si, se tudo fosse muito fragmentado talvez o disco se tornasse confuso, mas a artista soube distribuir as faixas de maneira sábia. Nossas faixas favoritas são “Demon on the Left”, onde mais uma vez a artista brinca com a dualidade e a faixa se torna ainda mais interessante, por mais que esse já seja um aspecto de grande domínio de Tessa, também listamos “What You Want”, parceria com o cantor Thithi como extremamente chamativa a nossos olhos, é bastante inteligente como os cantores conduzem o dialogo entre eles e ainda sim conseguem ser coerentes com uma musica dançante por essência, poderia ser um passo arriscado criar essa espécie de locução, mas ambos são extremamente astutos para conduzir como foi feito. Visualmente o trabalho se apresenta um tanto nostálgico, além de simplista e remete à proposta da artista, ela demonstra criatividade para elaborar o encarte por mais que vejamos falhas em polidez como é o caso de alinhamento e padronização de alguns elementos no álbum como margens e tipografias, no mais, gostaríamos de ter visto algo do lilás na capa do disco, mesmo que de forma discreta como foi apresentado na contracapa. Finalizamos que mesmo com incertezas e destreza, a artista prova que seu espaço é seu espaço mesmo realizando algo que por muitos olhares pode ser arriscado, admiramos isso e afirmamos ser um grande passo de confiança e com isso ela pode ir a qualquer lugar. Conteúdo lírico: 100 Conteúdo visual: 70 Apresentação do conceito: 84 Aplicação do conceito, criatividade e coesão: (85+75+96/3) 85