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Após um investimento comercial em parcerias e introdução ao disco com \"Demônios atrás de mim\" é lançado então o segundo álbum da cantora Lisa Banks intitulado \"Apenas Eu\". De acordo com as palavras da cantora, este é um trabalho de cunho intimista e que é disposto a explorar quem é o eu lírico Lisa Banks, mas por mais que a artista diga estar apresentando suas facetas em diferentes fases da vida, parece que ficamos presos em uma repetição de faixas melancólicas que pouco dizem sobre a artista com profundidade, mas também há coerência em sua proposta no ponto em que realmente vivenciamos as faixas em primeira pessoa para todas as problemáticas inseridas aqui. Há pontos de evolução em suas composições, mas alguns aspectos podem fazer com que as composições se tornem desinteressantes e menos chamativas, no geral as faixas são curtas e diretas e isso não seria um problema se houvesse elementos para agregar as faixas musicalmente, mesmo que em um álbum pessoal há como inserir sentidos que sejam figurantes para os sentimentos do eu lírico. Aqui o que vimos é uma grande recorrência de termos aparecendo novamente e novamente de faixa a faixa (“como é o caso de “Luzes Apagadas”, “Diga-me”, Dia Chuvoso” e “Apenas Eu”, não afirmamos que as faixas são ruins, algumas se apresentam mais elaboradas que outras, mas a abordagem de solidão na reincidência que é feita pode tornar o disco maçante, ainda mais como o apontado sobre o conceito onde só vemos uma face da artista). Podemos pensar também em outro ponto, a estruturação das estrofes nas composições e o trabalho soa como experimental, mas não sabemos se é algo da proposta da artista ou um tropeço na elaboração, pois não há menção a isso, por vezes o álbum soa como um projeto falado e até faria sentido visto como ela pontua seus versos, mas não temos certeza disso. No mais, nossas faixas favoritas são “Donde Está El Amor”, pois mesmo abordando a melancolia vemos certo entusiasmo e um desfecho diferente das demais canções, é algo a ser explorado pela artista em projetos futuros, também mencionamos “Nothing Is Real” como um destaque e quebra do movimento do disco, mesmo que com estrofes curtas a artista consegue trazer personalidade a canção, é outra maneira de abordar a solidão fora do convencional e também fazer críticas certos movimentos virtuais que estão postos socialmente. Visualmente, a capa do trabalho é extremamente chamativa, mas ao ver o encarte percebemos uma discrepância na produção entre as duas, é repetitivo, são apenas fotos da modelo com fundos parecidos, o único elemento que vemos é inserido na página da canção “Fenix”. Se trabalhado arames farpados na capa e contra capa porque não inseri-lo nas páginas de encarte? Por mais que não sejam elementos definidores das faixas dariam um ar de minimalismo para o visual, mas além de carecer disso, ainda não podemos avaliar o trabalho como limpo, as letras são ilegíveis e há formas de trabalhar melhor mesmo que seja a proposta da cantora trazer esse ar obscuro ao disco. Torcemos para que a cantora ouça os apontamentos para um melhor planejamento em seus próximos trabalhos, pois há potencialidades para produzir um bom disco como foi mostrado aqui, principalmente quando a mesma trabalha com o aspecto do “inesperado”. Conteúdo Lírico: 71 Conteúdo Visual: 50 Apresentação do conceito: 65 Aplicação do conceito, criatividade e coesão: (65+50+68/3) 61

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Possuindo diversos singles lançados, Lisa Banks nos apresenta seu segundo álbum de estúdio com o título “Apenas Eu”. Com uma abordagem quase que inteiramente intimista, Lisa nos introduz em uma série de narrativas acerca de problemáticas vivenciadas e catástrofes emocionais, com o intuito de mostrar a si mesma ela executa esse pressuposto como pano de fundo, mas não tivemos essa percepção; o foco principal da obra deveria seguir o que o título propõe, porém em suma só vemos um dos lados de Lisa Banks, “Apenas Eu” além de uma história sobre recomeços, fracassos e conquistas, deveria ser um portal para conseguirmos enxergar sua persona de uma forma mais clara e ampla, infelizmente nos soa que apenas o lado mais vulnerável foi mostrado e com ele uma forma reduzida do que ela poderia ter explorado, já que as canções que fogem dessa ambientação mais melancólica infelizmente foram engolidos pelo restante da proposta. Poderia ser melhorado se o álbum tivesse fases delimitadas para uma melhor construção dessa abordagem, com uma forma mais diversa de quem é Lisa em todas as suas camadas. As composições são promissoras, como supracitado a cantora nos insere em narrativas pessoais e profundas, a forma como foi realizado nos faz crer que a artista possui um grande potencial lírico, o que mais pesou para um lado negativo nesse quesito foi a falta de estrutura nas canções, não é especificado quais são as estrofes, refrão, pé refrão ou pós refrão, bem como alguns erros na construção dos versos, que hora estão predispostos em linhas e hora estão organizados em estrofes, um erro que pode facilmente ser corrigido em seus próximos projetos. Há o uso de recursos metafóricos em algumas canções, mas a principal escolha é o uso direto das palavras. Há certas faixas um pouco cansativas e quase que desnecessárias para o contexto geral, como “Dores de Amor/Pains Of Love” (Que inclusive possui discrepância de título no encarte e na aba da canção), com uma abordagem muito repetitiva e exaustiva que pouco acrescenta na obra, podendo ser melhorar com uma melhor adequação de sua essência a todo o resto do álbum. A produção em suma segue um norteamento mais acústico e orgânico, mas foge disso em alguns momentos, são nessas fugas que perdemos totalmente o fio da meada, quase como se não houvesse uma conexão que as una em uma totalidade. Seria interessante utilizar um gênero como base e através dele ir trazendo elementos que os conectem, mesmo que de outras sonoridades. A canção que mais nos chamou a atenção foi “Dia Chuvoso”, nela vemos o eu lírico imerso em seus próprios pensamentos e anseios, foi a canção que consideramos mais valiosa e profunda dentre todas as demais. Os visuais são um pouco confusos, há uma cascata de diversos elementos que não se combinam entre si, a escolha da cor da fonte com o plano de fundo também mais opaco impede que se consiga ler grande parte do conteúdo, a própria textura da tipografia não favoreceu; não há uma linearidade de cores, mesmo que o plano de fundo seja o mesmo elemento, também há uma alternância de cor na foto da página 3, em que só um elemento está colorido; acreditamos que a mudança de fonte, melhor escolha de cores e uma execução clara da proposta teria auxiliado grandemente o resultado de um bom encarte, visto que a sua estrutura sugere que a ideia foi interessante. Por fim, Lisa Banks nos surpreende com uma nova faceta de seu trabalho, com certeza ela nos impressionou com composições muito promissoras, apenas necessitando de polidez, esperamos que em seus próximos projetos ela consiga alinhar melhor seus pensamentos, organizar e estruturar toda sua abordagem e nos surpreender novamente com seu potencial, mesmo que ainda inato mas presente.

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Lisa Banks é uma mulher mudada. Bem, mais ou menos isso. Para o seu segundo álbum de estúdio, APENAS EU, Lisa está tentando trazer um pouco mais de significado para a sua música. Enquanto seu álbum de estreia “My Rebirth” trouxe consigo temas como depressão, solidão e superação, APENAS EU, repete a fórmula, mas com um outro ponto de vista. A cantora coloca a si mesmo em foco nesse trabalho enquanto demonstra sua vulnerabilidade e compartilha com o público emoções sinceras. O novo álbum traz narrativas verdadeiras, acontecimentos que abalaram a vida de Banks, seja diretamente ou através de vivências e experiência de amigos. O que torna as composições mais agradáveis de serem analisadas, uma vez que nos colocamos no lugar da cantora, enquanto tentamos imaginar o que ela teve que passar, como a faixa de abertura “Luzes Apagadas”. É uma música obscura, de momentos que ninguém deseja passar, em sua letra podemos observar a singularidade da faixa, e acrescentamos que é uma das melhores faixas desse trabalho. Entretanto em APENAS EU, faltou desenvolvimento, a cantora poderia ter trabalhado melhor nas tracks dos álbuns, que apesar de possuírem boas letras poderiam ter sido melhor aproveitadas. Um exemplo é a faixa “Dores de Amor” em parceria com sua grande amiga Cammile. A música aborda o tema de violência doméstica, e apesar de ser uma boa música, ela se torna clichê, não existe aqui um grande aprofundamento lírico que se espera de duas grandes artistas. Mas é inegável a importância dessa faixa no cenário atual de nossa sociedade, ainda que a música não possua uma letra extraordinária ela não perde sua relevância, e se destaca como uma das melhores faixas desse disco. As faixas em destaque além das duas já citadas ficam por conta de “Nothing Is Real”, uma excelente música pop em parceria com Thereza Khan. E self-titled “Apenas Eu”, faixa que representa o que há de melhor nesse trabalho. Aqui podemos ver claramente as habilidades da cantora e o conceito proposto, como no seguinte verso da track – “E agora só restou eu no meu mundo, apenas eu agora, apenas eu e mais ninguém” – A vulnerabilidade dessa track é o ponto máximo desse trabalho, esperamos ansiosamente que Lisa trabalhe essa faixa como single, pois terá um grande potencial nas premiações futuras. Partindo para a estética do disco, APENAS EU, traz um visual que à primeira vista incomoda, e incomoda muito! O encarte não é polido, e traz uma certa poluição visual não sendo possível ler claramente as letras no encarte. Mas em uma segunda avaliação, se atentando ao conceito, podemos concluir que o encarte remete a mente e o momento que Lisa está passando, onde tudo é uma bagunça tentando se encaixar como pode. Ainda que a produção visual siga essa linha conceitual, a arte poderia ter sido desenvolvida de uma maneira mais perspicaz. Talvez se as fontes fossem brancas, ou com tons mais claros fosse possível deslumbrar sobre o que tá escrito. E por fim, APENAS EU, não é uma bagunça completa como muitos pintaram. O álbum possui seus erros, e falha tanto nas estruturas das músicas quanto no aprofundamento lírico das mesmas. Mas é inegável a evolução de Lisa como compositora, ao trazer temas de grande relevância. Os erros aqui cometidos podem ser facilmente corrigidos nos próximos trabalhos, Banks está no caminho certo, só precisa pavimentar melhor a estrada que deseja trilhar.

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Após um longo período sem um novo álbum, Lisa Banks lança “Apenas Eu”, seu segundo álbum de estúdio que fala sobre a vida da artista, sobre seus amores, dores e perdas. Álbuns com esta temática são bastante arriscados, porque tendem a ser muito bons ou muito ruins, não há um meio termo aqui. E com “Apenas Eu”, não vemos a primeira opção. Apesar disto, este não é um exemplo que segue à risca essa regra, “Apenas Eu” traz um conceito já comum, que infelizmente possa soar um tanto quanto genérico, apesar de Lisa explicar que são todas situações reais e vividas, as histórias aqui contadas são repetitivas e poderiam ser encaixadas em qualquer outro álbum do mesmo gênero. O erro não é o conceito mal desenvolvido, porque, apesar de batido, quando bem executado, este problema pode ser deixado de lado, mas infelizmente Lisa não consegue transmitir com clareza alguns elementos, não desenvolvendo direito o conceito proposto. As músicas trazem ótimos conteúdos líricos, mas são datados e não conseguem ser tão promissoras, exemplo a faixa “Friends”, que traz uma ideia interessante, mas se perde em uma composição clichê e que provavelmente ao final do álbum, essa faixa já será esquecida. O mesmo acontece com “Dores do Amor”, colaboração com Cammile, que tinha tudo para ser uma grande faixa, mas com suas repetições e falta de aprofundamento, se perde e se torna algo descartável. Apesar disto, Lisa também acerta em muitas faixas, destaque a “Apenas Eu”, faixa título do trabalho, e “Dia Chuvoso”, que apresenta uma composição sentimental e instigante. “Fake Friends”, com participação de Marie Vaccari traz um conteúdo idôneo, mas que em alguns versos soa como algo imaturo ou adolescente. O conteúdo lírico é bom, principalmente quando analisado o fato de que Lisa Banks escreveu tudo sozinha, mas é repetitivo e imaturo. Talvez se fossem lançados como uma mixtape, o erro seria menor, como parte um álbum, não são tão boas. A ideia de trazer 3 línguas presentes neste trabalho também é interessante, o que dá ainda mais a sensação de ser um álbum pessoal, visto que Lisa ficou conhecida mundialmente por este artificio, de cantar em 3 idiomas. O instrumental não é nada muito característico, o que é bom, já que as composições não são nenhum pouco regionais, apesar de suas diferentes traduções. O visual é um pouco, infelizmente, negativo. Com produção de Thereza Khan, vemos aqui uma capa muito bonita e que encantaria qualquer um amante de design, mas infelizmente não vemos o mesmo nível de qualidade entre as páginas do encarte, que além de repetitivas – todas as páginas são basicamente iguais, com mudança de apenas uma imagem de Lisa centralizada – aparentam mal acabadas, com letras escuras em um fundo ainda mais escuro, dificultando a leitura do álbum. Infelizmente o visual é um ponto fraco por puro desperdício. Se seguisse a mesma técnica usada na capa, seria um grande ponto, não só para este álbum em especifico, mas também serviria de referência para álbuns futuros. No geral, vemos um álbum que tenta apresentar um conteúdo pessoal, mas erra na execução do mesmo. Letras com grande potencial se perdem em repetições imaturas, e um visual que tinha tudo para dar certo, é vítima de uma má execução. Lisa Banks é uma grande artista, e erros existem para serem concertados, se espera que em seus próximos trabalhos isto seja corrigido.