Após o sucesso inicial dos seus singles, Stelar lança o seu mais novo álbum de estúdio, intitulados como \'Lovenotes\'. Com este projeto, a artista buscou retratar passos de um relacionamento que se torna tóxico, através de uma lírica pessoal e sentimental, Stelar trabalhou nos moldes clássicos da indústria, onde vemos a relação se formar de um jeito lindo, passando por períodos de turbulência, rompimento e superação. Até aqui não temos muitas novidades, entretanto, a escrita empregada traz um ar inovador à obra, as composições se sobressaem muito, a maioria delas são dramáticas, metafóricas e doloridas, conseguindo puxar o ouvinte para a história que está sendo contada. Esta é uma característica muito peculiar e única da escrita da Stelar, a capacidade de transmitir emoções da artista é inquestionável. Partindo para as composições, logo de começo temos \'The Greatest\', apesar de ser feliz e romântica, já nesta faixa temos o tom de todo o álbum: Viver um amor, e este amor é tão forte que machuca e faz a protagonista se esquecer de tudo. \"Olhando em seus olhos, eu não consigo nem falar/Eu esqueço de tudo, até que eu já fui fraca\". A parceria com MOE em \'Live Forever (Like A Sad Song)\' também se destaca em meio ao disco, as rimas, as referências e metáforas inteligentes agregam um tom refinado à canção, que teve um ótimo acerto ao chamar a cantora MOE, que carrega escrita poética natural, para colaborar. \'Lovenotes\' atinge seu ápice em \'Heaven Made Of Bones\', um dos maiores hits do último ano, a música é um espetáculo em todos os sentidos, a melancolia em cada verso, as metáforas referentes à Stelar e seu amado, a capacidade de transmitir emoções da artista chega ao seu ápice nela, sentimentos a sensação de dor e claustrofobia na pele, igual o eu lírico, sendo assim, é o primeiro single da era e o melhor do projeto. \"Nossa obra prima é pintada com sangue.\" / \"Eu te amo, mas não consigo respirar. O álbum ainda conta com as excelentes \'Small\', \'Visions\' e \'Melancholia\', no qual continuam e elevam a narrativa proposta pela cantora, principalmente na última citada, onde mais uma vez Stelar demonstra o poder de sua escrita melancólica e poética. Ela ainda consegue fechar o álbum muito bem com \'Our Song\', eximindo seus demônios e estando pronta para seguir em frente. A faixa mais fraca do projeto ficam por conta se \'After Midnight\', que soa como uma irmã menos potente de \'Heaven Made Of Bones\'. Outro ponto negativo do álbum é que em alguns momentos faltam pontos para serem agregados na narrativa, como na faixa \'Symbols In The Silence\', que apesar de manter o nível das composições, peca em agregar à narrativa. Na parte dos visuais, Stelar executa um bom trabalho, o álbum mistura romantismo, melancolia e experiências pessoais da cantora, conseguimos ver isso no encarte, então, de forma geral, ele cumpre o seu propósito. Por fim, Stelar entrega um projeto excepcional em
\'Lovenotes\'. Com lírica sentimental, profunda e poética, Stelar reafirma seu lugar como uma das melhores compositoras da atualidade, trazendo um álbum simples e aos moldes dos clássicos álbuns sobre relacionamentos turbulentos, a cantora atende ao seu propósito de emocionar com suas perspectivas.
COMPOSIÇÃO: 32 / COESÃO: 22 / CRIATIVIDADE: 21 / VISUAL: 18