“Clarity” é o terceiro álbum de estúdio da cantora asiática Suzy, resultado de vários singles nos últimos meses e uma colaboração com outros artistas, como outtathisworld, Leonardo Davi e outros. O disco apresenta um conceito relativamente simples e é sábio ao fazer isso, conseguindo trabalhar muito bem dentro da proposta e entregando boas faixas com um excelente visual. A primeira faixa, que também dá nome ao conjunto, é como uma epígrafe, apresentando, em síntese, o tema geral que será trabalhado nas próximas canções, tendo uma composição singular, minimalista e no ponto. Em seguida, “Who Can Really Love” detalha mais o assunto amoroso introduzido na intro, com uma composição muito boa, com um pré-refrão relativamente morno compensado por refrão, versos e ponte muito boas. A terceira faixa, “Take It Easy”, não apresenta a mesma qualidade das anteriores, tendo uma composição relativamente simples e que poderia ter sido melhor explorada caso apresentasse o mesmo tom visceral da segunda canção. A parceria com Mushroom tem uma boa composição e visual, demonstrando um outro lado de Suzy que foi introduzido em Take It Easy, finalmente sendo melhor explorado. Em “Colorful”, a artista apresenta uma positividade contagiante, sendo uma excelente faixa alto astral e que cumpre seu papel dentro do disco, que tem como proposta principal a própria positividade e negação da tristeza; é, portanto, o cerne do trabalho. A canção seguinte, composta em parceria com Leonardo Davi, tem uma letra que não corresponde à sua proposta exposta no TBT, sendo relativamente confusa e simples, apesar de um bom conceito base. “Party On My Own”, que também foi single do conjunto, é tudo aquilo que “What I Gotta Do It” deveria ser, apresentando um eu lírico feminino focado, amante de festas e que preocupa-se com a própria vida sexual sem pudor algum. “Sparks”, por sua vez, é indubitavelmente a melhor faixa do disco - Balk e outta têm um desempenho fenomenal com excelentes versos que também casam perfeitamente com a proposta da posta, sua inserção dentro de um corpo de trabalho maior, e a própria lírica de Suzy e Leonardo Davi, contendo um refrão contagiante. “This Chance Is Ours” representa uma conclusão da jornada do eu lírico após uma procura ao amor nas últimas faixas, focando em um letra mais romântica e delicada, uma ótima adição à “Clarity” e que exala fofura, incluindo também intertextos. “Hear What U Say” é outro expoente da ótima química entre Suzy e Leonardo Davi, entretanto, poderia estar posicionada junto à “Take It Easy” e “Waves”, já que é relativamente mais parecida com ambas, apesar de isso não ser de forma alguma um erro grave, apenas um detalhe. Por fim, “Feeling You (Again)”, a última canção, é mais melancólica e pessoal, uma boa letra que representa uma confissão do amor perdido do eu lírico - é muito boa mas não a mais ideal para fechar o álbum, já que destoa da mensagem de claridade e positividade dele, deixando uma contradição no ar que poderia ter sido evitada facilmente. O visual de “Clarity” é um espetáculo à parte, combinando muito bem com a proposta e seguindo uma estética limpa e simples, mas longe de preguiçosa ou defeituosa. É uma produção muito bela e coesa, que se estende por todo o encarte e capa, sem perder sua identidade e traduzindo a mensagem principal das letras. Dessa forma, conclui-se que “Clarity” é um álbum muito agradável e que destoa da onda pessimista que vem tomando conta de múltiplos trabalhos. Tem também uma ótima composição que poderia ser melhor em alguns pontos, mas nada grave, com todas faixas indo do bom ao excelente. Com um conceito simples e que casou bem com o que foi apresentado, é um exemplo de que bons álbuns não precisam ser mirabolantes para terem qualidade. || Composição: 30/40 || Visual: 22/25 || Criatividade: 10/15 || Coesão: 15/20 || Nota: 30+22+10+15=77