Em um album definido como "brutal e melancólico", Noan Ray retorna com seu segundo album de estúdio intitulado "TEENAGE". Album esse que traz consigo a jornada do cantor na transição de adolescência para a vida adulta em uma combinação entre os gêneros Alternative, Pop e Blues, o artista passeia maravilhosamente em seu conceito proposto. Começando com "the epilogue (monologue)", como seu próprio título sugere, é um poema de introdução e de certa forma retrospectiva, onde o eu lírico consegue compartilhar seus pensamentos de maneira muito assertiva e madura, contrariando o que é esperado quando se julga o disco pelo seu título. O album prossegue para sua segunda faixa, "happier :)", uma canção carregada de questionamentos em um tom irônico muito presente em seus versos, o artista consegue exprimir o que sente em suas colocações no decorrer da faixa. Em "I don't smoke weed" tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e nesse turbilhão de informações e detalhes encontramos uma autocrítica e crítica muito bem pensadas. "flowers" em comparação com as faixas anteriores é a que menos se destaca, seja por sua lírica ou por sua narrativa, não há um detalhe que prenda o ouvinte a querer ficar nela. "the cliff" surge então com a necessidade de voltar o album de volta aos seus trilhos e prosseguir com a narrativa a altura das primeiras faixas, no melhor formato de uma história sendo contada detalhadamente, o eu lírico se empenha em fazer o ouvinte imaginar os cenários que são descritos. A sexta faixa de nome "tangerine", traz uma atmosfera mais sensual para o album que até o momento não tinha aberto espaço para esse tópico. "MY HEAD is playing" em parceria com o BNA Alex Fleming em uma canção que explode em reflexões muito fáceis de serem idenfiticadas no cotidiano, em uma harmonia perfeita entre os artistas durante os versos. "luv me s2" é a perfeita baladinha que todo album precisa ter, em uma tentativa de reconhecer seu próprio valor, o eu lírico tenta aplicar consigo o mesmo esforço feito por ele para outra pessoa. "x dreams (interlude)" talvez o ato mais sexy da carreira de Noan Ray, consegue ser sensual sem parecer vulgar, sua escrita transparece confiança e o artista parece ter encontrado um lugar confortável para se expressar nesse estilo de narrativa. "saint noan :p" é uma extensão direta da faixa anterior e aparece como uma continuação perfeita da narrativa que começa a dar indicios de apresentar uma mudança de foco. "have fun!" traz consigo uma mensagem importante, onde o artista se posiciona sobre as cobranças estéticas e de certo forma as expectativas que colocam sobre ele, as quais ele está pouco preocupado em cumprir. "bury me in the graveyard" é uma das manifestações mais fieis do artista com o conceito geral do album, onde o seu conteúdo consegue ser muito claro e coeso com a proposta do album. Com "the goodb(eye)" uma faixa curta e introspectiva, o album encaminha para sua reta final, tendo em sequência "distortions" e "i like it more than bleeding :(" duas canções que parecem ser uma mistura de redenção e percepção do eu lírico sobre a realidade ao seu redor, ele reconhece que a pessoa que ele ama é muito importante e teme que os problemas de sua família reflitam sobre seu relacionamento. Noan consegue terminar o album de maneira interessante, ao ponto de deixar bastante brechas para uma continuação da narrativa construída até aqui. Em seu visual, encontramos algo muito bem polido e no ponto certo. Em breve retrospectiva, é possível categorizar o album como um excelente projeto feito por um artista que está seguro de seu trabalho e de sua realização.