# | Título | Tipo | Streams | |
---|---|---|---|---|
1 | IGOR | single | 706,694,236 | |
2 | IGOR | single | 1,009,037,988 | |
3 | IGOR | track | 47,797,175 | |
4 | IGOR | track | 48,135,751 | |
5 | IGOR | track | 48,170,482 | |
6 | IGOR feat. Vito Adu | track | 47,640,907 | |
7 | IGOR | track | 48,074,981 | |
8 | IGOR feat. bloodydriver | single | 1,043,724,040 | |
9 | IGOR | single | 1,058,377,194 | |
10 | IGOR | single | 1,061,258,008 | |
11 | IGOR feat. J.Olly | single | 933,897,876 |


American Songwriter 70
O aguardado primeiro álbum de estúdio de IGOR, intitulado "IGORCENTRISM", marca sua ascensão como um artista notável, explorando uma variedade de temas sociais e identitários – algo que vem sendo recorrente em sua breve carreira. O projeto tem como abre-alas, ! introdutória "Manifesting..." e a mesma estabelece o tom ritualístico que marca presença em toda a duração do full-length. "Afrofusion" dá sequência a este ritual e vem celebrando a cultura afro e a ancestralidade. Faixas como "Communion" e "Pluck It Out" abordam temas como sexualidade, religião e ancestralidade de maneira provocativa e sagaz. "I’m Not a Girl" e "God Is a Drag", em parceria com o ícone Bloodydriver, metaforizam a identidade de gênero, enquanto "A Question Of Culture" é uma interlude com as visões e motivações do artista que prepara o terreno para "Ni**a Effect", juntamente com vito adu, que retrata a sexualização do homem negro dentro da sociedade. A colaboração com J.Olly em "Don't Touch My Hair" vem para calebrar o cabelo crespo e cutucar a forma pejorativa e negativa com o qual o mesmo é visto perante a maior parcela da sociedade. O álbum tem o seu desfecho feito pelo duo: "Bombastic, Offensive and Criminal" e "Holy Alligator" com ambas ampliando as questões e reflexões sociais que permearam todas as obras presentes neste cancioneiro. É inegável que há um certo cuidado lírico por parte de seu criador, contudo o mesmo soa engessado em certos pontos. Sem demonstrar uma flexibilidade criativa, o que acaba gerando uma sensação de repetição da temática no projeto. No que diz respeito ao visual, assinado pelo próprio e com HTML por Nick Diaz, embora, a primeira vista, seja deslumbrante; acaba carecendo de atenção aos detalhes. Seja por uma ausência do estudo de luz e sombra, ou pela falta de uma edição mais apurada mesmo, até mesmo pela ausência de cuidado ao preencher as caixas de texto do encarte com as informações que deveriam estar lá – em vez de manter o texto sem sentido que inicialmente aparece pela ferramenta. Em suma, "IGORCENTRISM" serve para mostrar o potencial de Igor e o firmar como um artista promissor, além de alguém que sabe como abordar questões relevantes de maneira interessante, contudo, às vezes, ele acaba pecando pelo excesso e isso pode tornar a experiência com o seu disco um tanto cansativa.
TIME 88
Abrindo as portas para o seu controverso universo, "IGORCENTRISM" marca o impactante debute do cantor sul-africano Shangobunni Igor Mwangi, conhecido artisticamente como IGOR. O álbum é uma audaciosa expressão de sua identidade e visão de mundo, provocando reflexões sobre temas como fé, sexualidade e representatividade. A construção do disco é meticulosa, apresentando IGOR como uma figura divina que desafia os dogmas religiosos, enquanto reivindica seu espaço na sociedade contemporânea. Explorando uma fusão de afropop, dance/eletronic e hip-hop, "IGORCENTRISM" desafia as convenções musicais, criando um ambiente sonoro único. A variedade de gêneros reflete a diversidade de influências e experiências do artista, enquanto o conceito central do álbum é habilmente desenvolvido ao longo das faixas. As letras de IGOR merecem destaque, pois são o coração pulsante deste trabalho. O artista se arrisca ao abordar temas controversos de forma franca e poética, desafiando as narrativas convencionais da indústria musical. Faixas como "I'm Not a Girl" e "Nigga Effect" feat. vito adu, destacam-se como exemplos de composições poderosas, que transcendem as expectativas de um álbum de estreia, sobretudo na parte: “Passeando pelas minhas individualidades, me divertindo com todas as minhas cara metades… Sair do óbvio é recomendado a todas as idades” de I'm Not a Girl. No entanto, algumas faixas, como "God is a Drag", parecem desviar-se do tom qualitativo do álbum, embora ela esteja na temática geral, mas sugerindo uma oportunidade para uma edição mais criteriosa da tracklist. Visualmente, o disco é intrigante e provocativo, refletindo a promessa do disco de desafiar normas e convenções. Os tons terrosos e as texturas ricas adicionam uma camada de profundidade à experiência auditiva (por mais que excessivas em muitos pontos), enquanto algumas manipulações de rosto poderiam ter sido refinadas para melhorar a coesão estética do projeto, sendo um detalhe que faria toda a diferença. Em última análise, "IGORCENTRISM" é uma obra corajosa e ousada que marca o início promissor da carreira de IGOR. Sua capacidade de criar narrativas diferenciadas e desafiar as expectativas da indústria musical é admirável, e o álbum promete ser um ponto de referência para os futuros lançamentos do artista. Em um cenário musical cada vez mais diversificado, "IGORCENTRISM" destaca-se como um trabalho autêntico e desafiador, principalemente por ser sua estréia, e que merece ser apreciado, discutido. e admirado.

Spin 75
Em seu primeiro álbum de estúdio, Igor mergulha em um mundo de críticas sociais e mensagens de autoestima para quebrar paradigmas bíblicos voltados à sua sexualidade, cultura e raça de forma poderosa em diversas canções, onde suas composições mostram toda a força da sua experiência de forma audaciosa. Igor começa o álbum com "Manifesting...", dando introdução a toda a sua história de forma provocativa e incisiva, sendo uma introdução que coloca a proposta inicial na mesa. "Afrofusion" mostra o ritmo dançante e gingado de Igor, mas acaba pecando um pouco na profundidade que a música poderia ter apresentado. A música tem versos semelhantes durante toda a canção, e seu pré-refrão acaba sendo o ponto fraco da canção. "Communion" traz uma atmosfera musical mais sensual pelos seus versos mais coerentes, onde aqui, Igor está pronto para quebrar as correntes do estigma sexual, e os versos se completam de forma natural. O ponto negativo de "Communion" seria o seu terceiro verso, onde a ideia não fluiu tão bem com o que estava sendo feito e pareceu algo que precisava ser lapidado de forma mais natural. "Pluck It Out" chega com versos ardentes e atrevidos, e um acerto ao ser lançado como single de estreia de Igor, e assim de certa forma impactar com um tema fora da caixa. "I'm Not a Girl" é definitivamente uma música que transborda a autoestima de Igor e isso deve ser venerado de todas as formas, mas a canção carrega uma narrativa comum e apesar de seus versos tentarem fugir desse estereótipo, a construção da música não consegue ser surpreendente; onde acaba se tornando um pouco clichê, mas um pouco inteligente ao apresentar gênero binário como um evento. "God is a Drag" chega de forma poderosa e impactante dentro do álbum, e os seus versos são mais incisivos que a música anterior, talvez também por adicionar os versos assertivos de bloodydriver. A parte mais impactante da canção é definitivamente o pré-refrão, onde Igor expressa as palavras "I am whatever I want to be, I am queeration!", podemos ouvir em alto e bom som que Igor está prestes a mostrar a sua força. "A Question Of Culture" relata a história de vida de Igor e enriquece o álbum com vulnerabilidade. "N*gga Efect" contém uma mensagem importante e também uma crítica social, que fica mais forte ainda com os versos escritos por Vito Adu, que incrementam perfeitamente bem o desabafo de Igor na canção. Chegando na reta final do projeto, "Bombastic, Offensive and Criminal" mostra uma realidade brutal que não é vivida apenas por Igor, mas também por boa parte da população afro. A música é necessária, e funciona bem em seus versos sinceros e crus. Encerrando o álbum, "Holy Alligator" mostra uma boa metáfora criada pelo artista em versos coerentes com a proposta do projeto, e finaliza o álbum de forma pontual. Sua parte visual é bastante preciosa e coerente com o que Igor se propôs a mostrar, sendo a parte mais assertiva do álbum. De forma geral, o "IGORCENTRISM" consegue impactar não só visualmente, mas também suas músicas são banhadas em temáticas fortes e com valores históricos, mas que em alguns casos, poderiam ser melhores trabalhadas para arrancar o coração do ouvinte em cada palavra escrita, e isso acaba faltando em algumas canções. É possível notar que quase, se não todas as músicas do álbum, são focadas no empoderamento de certa forma, e isso deve ser celebrado, mas acaba causando um déjà-vu em algumas canções por expressar o mesmo tema central e as mesmas deixam a sensação de que está faltando algo diversificado liricamente para não se tornar um tanto massivo. "IGORCENTRISM" é um álbum de estreia impactante, e Igor soube deixar sua marca na indústria musical com seu primeiro álbum de estúdio, e tem um potencial enorme para seus próximos projetos serem ainda maiores.

Rolling Stone 79
Um dos nomes mais notáveis do último ano em relação as mensagens implícitas em suas músicas, IGOR finalmente lançou seu primeiro álbum de estúdio intitulado “IGORCENTRISM”. O LP tem como propósito explorar diversos contextos e conceitos sociais e identitários, abraçando a versatilidade artística do sul-africano. O disco se inicia com uma faixa que funciona como uma “into/interlude, intitulada de "Manifesting..." e, pode ser definida como um ritual para receber a entidade de IGOR, a qual ira ditar o tom do projeto como um todo. Em seguida temos a continuação da intro com a canção "Afrofusion", a qual descreve a tal manifestação em forma cultura afro e ancestralidade, é possibilitando a adoção de referências afro e regionais, formando um acerto duplo para o início do disco. Seguindo pela tracklist, encontramos “Communion", faixa que aborda a sexualidade como forma de liberdade identitária, alfinetando convicções tradicionais como a religioso católica, associando a famosa passagem da “Santa Ceia” a uma orgia entre 12 pessoas. É uma faixa interessante, mas ao mesmo tempo, um tanto quanto provocativa em excesso. "Pluck It Out" é um dos grandes hits do projeto e, relaciona a sexualidade, a religião e a sua ancestralidade em uma fusão de versos rápidos e sagazes, de certa forma mais bem desenvolvido do que a faixa anterior. Um grande destaque do “‘centrism”. “I’m Not a Girl", e "God Is a Drag” em parceria com bloodydriver, são duas faixas que descrevem ainda a identidade de gênero ao metaforizarem figuras míticas com expressões populares da contemporaneidade, construindo uma atmosfera densa e reflexiva para o LP. Outros dois grandes acertos de IGOR. “A Question Of Culture" é um interlúdio para “Ni**a Effect” e, aqui conecta o público com sua vontade e a sua vulnerabilidade ao criar este projeto, preparando o terreno para a parceria com Vito Adu onde cantam sobre a sexualização do homem preto na sociedade, traduzindo o tópico para um grande destaque do disco. “Don't Touch My Hair” é uma colaboração com a rapper J. Olly e, traz o a problemática da relação social em virtude do cabelo crespo, pontuando a negatividade e a falta de consistência da sociedade em abraçar a ancestralidade e deixar as amarras preconceituosas em um outro plano, sendo a presença de Olly fundamental para a mesma. "Bombastic, Offensive and Criminal" e "Holy Alligator", são as últimas faixas do disco e, concluem a narrativa embarcada por Igor em uma síntese sucinta e concisa, deixando em aberto a reflexão sobre todos os questionamentos levantados pelo sul-africano durante toda a jornada, mesmo que suas execuções pudessem ter sido melhor desenvolvidas. A parte visual é assinada pelo próprio Igor e por, Nick Diaz, e é excepcionalmente muito bem desenvolvida em sua fotografia e conceito, transmitindo os conceitos abordados de maneira clara e objetiva. Entretanto, um dos pontos negativos está pela falta de um cuidado nas páginas do encarte ao estarem “incompletas” com a ausência de texto e informações que supostamente poderiam estar ali, dando lugar para o texto padrão “Lorem Ipsum”, o qual retira um pouco do brilho e da magnitude do cuidado gráfico visual como um todo. Em sumo, o primeiro álbum de Igor o amplifica para o público geral de maneira brilhante e , o coloca no radar para se tornar uma potência ao se levantar pautas importantes, mesmo que essa dosagem em alguns momentos seja necessária para que a exaustão não ocorra.

The Boston Globe 80
Após três fragmentos bem-sucedidos do projeto, IGOR lança “IGORCENTRISM” — seu primeiro álbum de estúdio. O disco inicia com “Manifesting (Introlude)” e “Afrofusion”. Faixas que exploram assuntos polêmicos, a segunda em si mostra uma faixa que combina a questão mais social com uma aura descontraída. São faixas que fazem bem o seu papel de introduzir o projeto, mas “Afrofusion” poderia se atentar a dar detalhes mais concretos; em certos momentos, soa um pouco “óbvia demais”. “Communion” fala diretamente sobre o sexo, as relações sexuais e seus desejos mais profundos, citando até mesmo uma orgia com os doze apóstolos da Bíblia. É uma boa canção, mas também acaba deslizando em certos pontos muito óbvios, carecendo de uma melhor especificidade do compositor. “Pluck It Out” traz uma faixa dançante e que combina diversos aspectos em um só; uma dança no inferno, uma celebração da sua liberdade. É uma excelente canção, que mostra aqui a personalidade do artista com facilidade e algo que era pouco visto nas anteriores do projeto. “I'm Not a Girl” fala sobre a não-binariedade do artista e basicamente como se deixar ser definido por A ou B é algo que ele não deixaria, se definindo como um evento. É uma boa canção, mas também parece um pouco óbvia em alguns momentos (como o primeiro e terceiro verso), entretanto outros momentos (segundo e quarto verso) conseguem recuperar o brilho. “God is a Drag”, em parceria com Bloodydriver, funciona muito bem no disco. Uma faixa muito dançante e com uma boa melodia, ela cumpre o seu papel em explorar assuntos polêmicos com certa naturalidade. “A Question of Culture (Interlude)” e “N***a Effect”, em parceria com Vito Adu, explora o aspecto social da sua vida, com todos os empecilhos e estigmas que a sociedade colocou em suas características. A segunda explora mais enfaticamente a sexualização do homem preto, assim como o racismo. É uma canção muito bem construída e explora muito bem seus questionamentos e suas sínteses de pensamento, mas funcionaria melhor como uma canção solo, já que Vito não parece trazer tanta coisa a faixa quanto esperado para um featuring. “Don't Touch My Hair”, em parceria com J.Olly, traz uma canção muito forte e necessária na tracklist. Além da boa composição feita por IGOR, o verso de J.Olly é perspicaz e muito bem pontuado pela rapper, que explora o assunto muito bem. “Bombastic, Offensive and Criminal” fala sobre não se sentir representado pelo que vê por aí, e como era difícil desenvolver diante a si mesmo com a falta da representatividade. É a melhor canção do disco, com uma lírica muito forte e natural. “Holy Alligator” finaliza o disco exaltando a excelência negra, aqui mostrando toda a sua força e usando o crocodilo como símbolo da coragem. É uma faixa bem interessante, entretanto sua execução fica bem abaixo das anteriores por não parecer ter seu “ponto singular”, assim parecendo que não entrega tanto ao disco quanto deveria. O visual, produzido por IGOR e Nick Diaz, é bem bonito e consegue trazer essa ambientação de um Deus ao disco muito bem. Talvez o uso da textura granulada pudesse ser menor, pois em certos momentos isso acaba afetando a experiência, mas é um projeto com um bom visual. Assim, “IGORCENTRISM” é um disco de estreia que atende as expectativas; existem letras muito boas e letras que não seguem o esperado, existem faixas que entregam mais que outras… mas no final, o saldo é muito positivo.

Pitchfork 75
“IGORCENTRISM”, como o próprio título deixa entendido ao público que recebe o disco em mãos para experimentá-lo sonoramente e visualmente pela primeira vez, promete ser uma imersão dentro de um universo centrado na figura de IGOR, o artista por trás da obra, como uma divindade em seu próprio mundo onde as regras e noções sociais diferem das que o ouvinte se encontra acostumado a lidar, além de apreciar suas nuances mentais, emocionais e inclusive políticas. Liricamente, o projeto se inicia com a faixa “Manifesting...”, introdutória em sua estrutura, porém não menos elaborada; IGOR traz o sentido literal da manifestação de uma entidade para que esta possua seu andar, seu falar, seus pensamentos e seus sentimentos. Apesar de breve, deixa uma impressão curiosa para o que vem a seguir. Seguindo a idealização narrativa, “Afrofusion” é a segunda canção. Munida da junção do afrobeat com elementos de diversos outros gêneros, o cantor celebra seu novo estado de espírito após os eventos da faixa de introdução, nomeando os ritmos e os pensamentos que o possuem no momento. A construção narrativa pode beirar alguns clichês após um certo tempo, mas não tira o caráter leve e importante da canção dentro do álbum. Em “Communion”, terceira faixa do disco, IGOR descreve os eventos de um evento comunal e altamente sexual entre ele e mais 11 pessoas, uma alusão à contagem dos 12 discípulos de Jesus Cristo, mas em uma conotação peculiar. Os primeiros versos e o refrão são bem feitos e cumprem seu propósito, no entanto, o verso três, uma recriação da oração do Pai Nosso dentro da narrativa do sexo entre 12 indivíduos, ironicamente peca por abordar a subversão de forma superficial, podendo ter sido retrabalhada de forma mais incisiva no seu objetivo inicial para um melhor impacto no ouvinte. “Pluck It Out”, quarta faixa do disco e o primeiro single não só da era, como também da carreira de IGOR, prossegue ainda mais fundo na subversão religiosa iniciada em “Communion”; aqui, o artista faz citações diretas a um trecho da Bíblia para tentar questionar o porquê da negação dos próprios prazeres ser algo tão difundido no meio cristão. A ideia se apresenta de forma formidável, ainda que sua execução perca estamina na sua segunda metade. “I‘m Not a Girl”, em seguida, retrata a não-binariedade de IGOR e as camadas que o artista interpreta dentro de si mesmo; quando os versos se amarram ao conceito de não se encaixar dentro de padrões estabelecidos pela sociedade, é quando IGOR brilha, o que não acontece no mesmo nível quando o tema gira sua chave para se direcionar ao ego dentro do evento de sua existência. Mesmo assim, é um dos pontos altos do álbum e com potencial para ser um sucesso individual futuro. “God is a Drag”, a primeira das colaborações dentro do álbum, traz IGOR e bloodydriver em um single já lançado anteriormente onde eles se colocam no papel de Deus, a divindade, nos primeiros sete dias de criação do universo, com a reviravolta de sua identidade não ser a mais conhecida pelo mundo atual e sim uma identidade mais queer do que nunca. É uma canção construída de forma leve e que, por se prender ao seu conceito sem deixar de se divertir com a própria possibilidade, é a melhor da primeira metade do disco como um todo, justificando seu lançamento individual. Em “A Question of Culture”, interlúdio que abre a segunda parte do álbum, IGOR se despe de suas defesas criadas nas faixas anteriores e expõe, de forma vulnerável, como todo o contexto onde foi criado contribuiu para a persona que adotou na atualidade. É um depoimento falado construído de forma emotiva e que, por tal razão, move o ouvinte a entender e apreciar as camadas de IGOR para além de suas músicas, sendo uma adição essencial à narrativa pessoal que se pretendia colocar no projeto. A oitava faixa, “Nigga Effect”, possui participação de Vito Adu e desenvolve uma complexidade em seu conteúdo lírico mais séria e não vista na primeira metade do álbum em si; IGOR e Adu enfatizam suas posições de resistência dentro de uma sociedade que insiste em excluí-los por conta da cor de sua pele, o que torna a mensagem mais poderosa para além de suas entrelinhas. “Don‘t Touch My Hair”, a última das faixas colaborativas, traz IGOR junto a J.Olly em uma composição que mantém o nível de elevação da cultura preta como na faixa anterior, mas aqui, com atenção especial ao modo como os artistas apresentam seus cabelos; é uma canção bem construída nesse quesito e os versos de IGOR e de Olly complementam um ao outro muito bem. “Bombastic, Offensive and Criminal”, penúltima canção do CD, traz o mesmo nível de vulnerabilidade trazido pelo cantor no interlúdio que abriu a segunda parte da história; não se enxergando de forma representada positivamente na mídia, ele parte para uma jornada de ser a própria representação de sua cultura e suas origens. Uma recorrência desta faixa advinda de “I‘m Not a Girl” é o modo como IGOR insere seu ego atual dentro de narrativas que não precisam necessariamente deste, o que desequilibra as emoções da faixa, mas não exclui sua importância. Em “Holy Alligator”, faixa final do disco, IGOR de fato soa como se deixasse seus votos finais ao manifesto que permeou as canções anteriores, colocando a representatividade elaborada por si em uma última ênfase, que promete bastante imersão na cultura e entrega o que foi prometido, sendo uma das faixas mais essenciais do álbum. Visualmente, “IGORCENTRISM”, produzido pelo próprio artista, é estonteante pelo uso de tons terrosos em seu banner e HTML, além das escolhas de planos de fundo para a inserção do artista como figura proeminente em momentos históricos retratados de forma alegórica. No entanto, o que diminui seu potencial são as discrepâncias na proporção entre os corpos e os fundos das imagens, além da presença dos chamados “lorem ipsum” — textos provisórios usados no mercado publicitário enquanto os definitivos não são inseridos na produção final — parecerem igualmente dissonantes. O resultado final para IGOR é a entrega de um álbum que promete substância dentro de seu narcisismo e, por mais que apresente a proporção inversa em alguns momentos, ainda é inegavelmente IGOR em sua mais pura personalidade, originalidade e performance socio-político-musical como um humano imerso nas suas questões.

Billboard 79
Após o lançamento de alguns singles na indústria, IGOR estreia com seu primeiro álbum de estúdio intitulado “IGORCENTRISM" onde discorre sobre si mesmo e tudo aquilo que lhe cerca, com onze faixas e colaborações com J. Olly, vito adu e bloodydriver. "Manifesting..." introduz o álbum de forma gloriosa, onde funciona como uma preparação para o início do disco, com belas referências em sua composição. "Afrofusion" continua a história da faixa anterior, mas aqui, IGOR se aprofunda de forma plural abordando várias vertentes de suas raízes, com uma lírica exemplar e de extremo destaque, principalmente em seu segundo verso. "Communion" usa a metáfora de doze discípulos em uma ceia, evocando um sexo com os presentes, a faixa soa um pouco "too much" pelo uso excessivo de provocação, apesar de usar elementos muito bem feitos, o terceiro verso da canção se perde pela metade, principalmente pela confusão que é causada nas linhas. "Pluck It Out" traz uma temática muito impactante, onde o uso de metáforas é muito bem usado, mas que, alguns versos destoam de outros e acabam causando uma confusão, mas em geral, a faixa possui uma ideia muito bem idealizada, mas a execução acaba por não ser tão boa assim. "I'm Not a Girl" eleva IGOR ao topo, onde o artista aborda sobre sua não-binaridade, com versos que apesar de um pouco exagerados pelo uso de muitas metáforas visuais em si, conseguem passar bem a mensagem do artista em geral, trazendo uma ponte clássica e muito bem escrita. "God Is a Drag" parceria com bloodydriver é uma faixa muito bem escrita e idealizada, onde a concepção é extremamente louvável, marcada pelo impacto imediato de ambas artistas em sua composição, é sem dúvidas uma das melhores faixas do disco até o momento. "A Question Of Culture" é uma interlúdio que aborda toda sua trajetória até os dias atuais, sobre sua familia e si mesmo em geral, sendo uma faixa muito emocionante e louvável, agregando muito ao disco até aqui. "N*gga Effect" com vito adu traz uma faixa muito impactante e emocionante, onde os artistas discorrem sobre o racismo e a sexualização de homens pretos na sociedade atual, com uma lírica muito bem estruturada e pensada, a faixa é mais uma canção com enorme potencial para virar single no futuro. "Don't Touch My Hair" com J.Olly continua a abordagem da faixa anterior, onde as linhas combinam muito bem entre si, mostrando como os artistas estão muito bem ligados na canção, onde o rap de J.Olly é uma parte muito bem feita. "Bombastic, Offensive and Criminal" traz a representatividade como um ponto forte, marcado pelo uso de muitas metáforas visuais, a canção possui um refrão extremamente característico de IGOR, se mostrando um grande compositor. "Holy Alligator" traz o empoderamento negro em sua composição, com referências a personagens históricos, a faixa se interliga muito bem as canções anteriores, sendo uma ótima canção de finalização do disco. O visual do álbum assinado por IGOR e Nick Diaz traz uma capa bem executada e louvável, apesar de que a qualidade do encarte não é um ponto forte, marcada por inúmeros erros de execução e escolhas de cores erradas. Em geral, IGOR nos apresenta um álbum bom, que apesar de algumas falhas notáveis, se demonstra como um artista muito promissor em inúmeros aspectos, nos deixando ansiosos para futuros trabalhos do artista.

The Line Of Best Fit 85
Como um dos novatos mais visíveis da última geração, IGOR lança seu álbum de estreia, "IGORCENTRISM", mergulhando em um conceito provocativo e controverso. Neste projeto, o cantor sul-africano explora temas que desafiam convenções religiosas e resgatam a história das pessoas negras. Em ato de abertura com um interlúdio, a "Manifesting..." é resumida como uma canção onde Igor "receberá um Santo"; Escrita como uma reza de invocação, onde Igor faz sua emancipação. Seguindo com a primeira canção, "Afrofusion" retrata uma manifestação da cultura afro e sua ancestralidade; Na canção, é possível observar citações de gêneros musicais de origem afro, no entanto, a canção soa repetitiva e simples, onde poderia haver mais um aprofundamento na pauta. Em um contraponto, "Communion" traz um contexto sexual polêmico, falando sobre a liberdade sexual, mas não apenas em seu estado mais literal, como uma provocação religiosa, fazendo uma associação a Santa Ceia com uma orgia sexual com 12 pessoas; A canção alcança seu objetivo em ser provocadora e controversa. Agora dando às caras com o single de estreia, o grande hit "Pluck It Out", aqui, a faixa assimila os conceitos das duas faixas anteriores em uma só; Retratando a cultura afro, ao trazer o Afrobeat e Hip-Hop em sua ambientação, a provocação religiosa também é pauta aqui; O grande diferencial é a lírica, onde Igor demostra mais organizado e polido, com versos muito bem feitos e organizados. Em "I'm Not a Girl", há uma saudação a não-binaridade de Igor, sem um contexto base como as faixas anteriores, que se apega em culturismo e religião, aqui o caminho é direto e rápido. Outro single, este com participação de bloodydriver, "God Is a Drag" é uma extensão da faixa "I'm Not a Girl", no entanto, agora com uma base que o album vinha seguindo, aqui o contexto de não-binaridade é bem mais trabalhado e aprofundado, trazendo também um questionamento sobre quem é Deus, um grande destaque do disco. A sétima faixa "A Question Of Culture", um interlúdio fascinante e poético, Igor retrata sua vida pessoal e discorre de forma emotiva falas onde o ouvinte pode sentir exatamente de onde vem o interesse do artista em trazer um album com este conceito. Em "Ni**a Effect", com participação de Vito Adu, retrata a sexualização do homem preto na sociedade de forma esplêndida, com destaque o primeiro verso com respostas sobre o que é cantado. Don't Touch My Hair, com partipação cantora e rapper J. Olly, traz um desenvolvimento em torno da problematização do cabelo crespo, enaltecendo e, também, expondo como as pessoas usam o cabelo afro de forma pejorativa em diversas nuances; O verso da rapper J. Olly é um desabafo em forma de rap, o grande destaque da canção. "Bombastic, Offensive and Criminal" é a canção mais "safe" do disco até então, retratando a juventude de Igor, é deixado de lado as provocações e opiniões, pra uma lembrança, uma canção que avaliando o disco todo, não chama muito atenção devido seu teor muito diferente. Concluindo o album com o single "Holy Alligator", que apesar de frases que despertam sentimentos reflexivos sobre a pessoa preta, a faixa possui muitas frases de efeito sem conexões e aprofundamento, versos curtos e um refrão que poderia ser melhor estruturado. Com o visual assinado pelo próprio Igor e, também, Nick Diaz, é um dos melhores visuais da ultima geração, tendo uma grande conexão com o conceito base e, também o desenvolvimento lírico do album, trazendo tanto a cultura afro em suas páginas, como analogias à religião; Com paletas de cores muito bem escolhidas, o visual é o grande ápice do projeto. Por fim, "IGORCENTRISM" solidifica Igor como um dos artistas mais controversos da indústria, evidenciando sua recusa em se contentar com o status quo e sua determinação em expressar suas ideias. No entanto, apesar da riqueza de temas abordados em seu disco de estreia, há momentos em que a profusão de assuntos torna-se exaustiva. Enquanto Igor brilha ao explorar sua ancestralidade e ao confrontar questões complexas, como a não-binaridade, sua abordagem das críticas religiosas parece simplista em comparação. É notável a mudança abrupta de temas ao longo do álbum, indo desde reflexões profundas sobre identidade até provocativas analogias sexuais. "IGORCENTRISM" é, indiscutivelmente, um debut acima da média, repleto de personalidade e evidenciando o entusiasmo de um artista que se compromete a oferecer o máximo de si. No entanto, seu único defeito reside na falta de um objetivo mais moldado.
AllMusic 72
No álbum de estreia de IGOR, intitulado "IGORCENTRISM", encontramos um projeto que poderia ser definido em uma palavra: Ousadia. O cantor nos traz canções recheadas de críticas sociais e que abordam pontos de sua vida como sexualidade, negritude, O álbum se inicia com "Manifesting...", uma interlude que serve como introdução feita de forma provocativa que estabelece o tom para o que está por vir no disco. "Afrofusion", a primeira faxia completa do disco oficialmente, oferece uma ideia legal que não chega muito a lugar nenhum e só da voltas, apresentando versos repetitivos que não conseguem sustentar o interesse do ouvinte. No entanto, "Communion" mergulha em uma atmosfera sensual, explorando temas de autoaceitação e quebra de estigmas sexuais com versos coesos e envolventes, é uma faixa que acerta no que "Afrofusion" errou. "Pluck It Out", single do disco emerge como um destaque, com seus versos ardentes e provocativos, apresentando uma abordagem fora da caixa que impacta de forma poderosa, se mostrando ótima escolha como single. "I'm Not a Girl" nos traz uma proposta de mostrar a autoconfiança de IGOR, mas sua narrativa comum acaba não convencendo muito o ouvinte do que está sendo cantado, apesar de ser um conteúdo importante. "God is a Drag", outro single do disco, se destaca pelos versos incisivos e pela participação assertiva de bloodydriver, definitivamente uma das melhores faixas. "A Question Of Culture" traz uma dose de vulnerabilidade, enriquecendo o álbum com uma narrativa pessoal e envolvente, sendo uma faixa bem escrita. "N*gga Efect" oferece uma crítica social importante, reforçada pelos versos perspicazes de Vito Adu. "Bombastic, Offensive and Criminal" expõe uma realidade brutal, funcionando bem com seus versos sinceros e crus. Por fim, "Holy Alligator" encerra o álbum de forma precisa, oferecendo uma metáfora envolvente que reflete a proposta do projeto de maneira eficaz. O visual é assinado pelo próprio cantor e pelo cantor-produtor Nick Diaz.É um álbum com uma fotografia que impacta bastante o ouvinte, mas com um olhar detalhado você vê que esse impacto talvez está somente mascarando um pouco de outros pontos do encarte, como o seu escrito. Os escritos presente no disco significam nada, são palavras soltas colocadas automaticamente pelo programa de edição, deixando um álbum que poderia ser lindo com o aspecto de desleixo. Esperamos muito que o cantor se atente nisso em seus próximos trabalho. Em suma, "IGORCENTRISM" é um álbum de estreia que apesar de nos trazer temáticas fortes e dos valores históricos presentes em todo o álbum, algumas faixas poderiam ser melhor trabalhadas para alcançar seu pleno potencial. É um álbum que demonstra o talento e a visão de IGOR como artista, mas que ainda tem muito o que crescer em lírica, narrativa, temática e visual. Embora haja espaço para crescimento e aprimoramento, o álbum estabelece uma base sólida para futuros projetos, sugerindo um potencial promissor para o artista e que iremos acompanhar com olhos atentos.