The Greatest Showman é um álbum que possui um dos conceitos mais bem pensados da atualidade. A ideia de HuaN de abordar a vida como uma experiência de espetáculo circense soa fresca e singular, atraindo um público que outrora poderia não se identificar com o artista.
Vale ressaltar, no entanto, que HuaN leva alguns tropeços no decorrer desta obra. Logo no texto de apresentação, é dito que "na capa podemos ver apenas os olhos do artista, que são a janela da alma e também servem como entrada para nossos mais profundos pensamentos e sonhos", e em seguida "ela representa a superficialidade encontrada no decorrer de nossas vidas"; trechos que se contradizem e tornam a intenção real confusa.
Ressalvando-se essa má colocação, o visual do álbum é impecável. O encarte foi construído de maneira cuidadosa e atenciosa, de modo que, apesar de ser elaborado, não passa um aspecto pesado. A capa em si transmite mistério e instiga a descoberta do conteúdo interior.
Ao chegar às músicas, infelizmente, poucas são fiéis à efeverscência provocada pela proposta inicial do trabalho. 'Young Mind' (feat. Dallas) e 'Chaotic Good' são os pontos áureos da obra, e 'Dream Awake' possui a criativa brincadeira de sons e ideias nos versos que citam "rabbit hole" e "habbit role". Outras, como 'Emotional Machine' e 'Change' são promissoras mas necessitavam de mais polimento lírico; ao passo que 'Old Wounds' e 'Dust In The Wind' mereciam uma reestruturação de seus versos e estrofes. 'River Deep', mesmo não trazendo uma temática revigorante para o álbum, encerra o mesmo de modo conciso.
HuaN ainda está em seu segundo álbum e tudo indica que o cantor tem um longo caminho a percorrer, logo, a experiência proporcionada pelo tempo e a prática aprimorará sua abordagem musical. The Greatest Showman é um álbum que vale a pena de ser ouvido, pois proporciona com leveza momentos de descontração e de reflexão interessantes.
COESÃO GERAL: 78
APLICAÇÃO DO CONCEITO: 73
PRODUÇÃO LÍRICA: 65
PRODUÇÃO VISUAL (×0,5): 100
NOTA FINAL= TOTAL/3,5: 76