Após longos anos de espera, Allison nos apresenta seu álbum “Feel The Love”. Com um conceito bem característico, como sugere o título, a cantora nos insere em narrativas amorosas, sejam elas catastróficas, melancólicas ou até mesmo felizes. Sentir o amor em seus diversos aspectos é como Allison executou a proposta do álbum, por demasiadas vezes nos deparamos com uma proposta mais comum, e que por conta disso foge dos trilhos e eclode em algo totalmente diferente, mas nesse LP nós não sentimos isso com tanta força, ele é justaposto e segue a mesma linearidade, ainda imatura, em seu conceito. As composições são boas, elas ainda soam como um adolescente imaturo ainda com medo de enfrentar o mundo, se formos fazer uma comparação mais clara, as estrofes são repletas de versos simples, quase que tirados de um diário, o que é ótimo para se conectar com um certo tipo de público, mas se desprende de uma visão mais altruísta que Allison pode chegar, os versos são pouco explorados, talvez o uso direto tenha se fixado demais e com isso algumas das canções soam mais genéricas do que precisariam ser, como em “Young Girl” (Que encerra o álbum de forma rasa e pouco atrativa) e em “I Knew You were Not what “, em contrapartida temos “England Lights” e “Always Green” que não apenas utilizam do uso direto de referências, mas também os complementa com metáforas e sentidos diversos que trazem uma visão mais completa e genuína do que as demais. Possivelmente, essa abordagem mais simplista e pouco convidativa nas composições tenha sido o ponto mais fraco que encontramos na obra. A produção melódica oscila entre o Pop/Rock e o Country, ela foi bem estável em toda a tracklist, sempre contendo o apoio de violão e guitarra durante todos os momentos, algo que traz uma linearidade sonora, mesmo tendo canções mais pop esse instrumento une a todas de forma interessante. Os visuais são polídos, agradáveis em seu tom mais quente e colabora com uma boa linearidade no encarte, alguns elementos são descartáveis como formas geométricas por todas as páginas, porém a métrica escolhida para formatação do texto e do próprio photoshoot foi bem dinâmica. De modo geral, Alisson traz consigo um novo começo sorrateiro, mesmo que apresente diversas falhas, ainda possui seu valor em garantir voz a um público mais juvenil, esperamos que ela consiga também apresentar o mesmo com outros grupos e saia de local que deambula entre o genérico e o sucesso instantâneo.
Composições: 19
Criatividade: 10
Coesão: 17
Visual: 17