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Após um longo período, foi-se disponibilizado o segundo álbum de estúdio da australiana Gert Danvers, onde narra a trajetória baseia-se no pensamento comum: “como seria ver toda sua vida passando diante de seus olhos”. Com uma temática arriscada, porém executada de maneira nobre, refletindo os mesmos conceitos do artista plástico Caspar David Friedrich, com pinceladas das influências majestosas de gêneros musicais clássicos norte-americanos como o folk, rock e o country. Gert Danvers soube investir estudos em algo que proporcionou frutos em seu amadurecimento intelectual, afinal, não se há muitos projetos que abordam a precariedade e a solidão da mente humana. Introduzindo seu projeto de maneira apropriada, em “Swan Song”, é possível visualizar o falecimento do personagem, como proposto. A mensagem de um sentimento de lamentação em contraste do vazio é claro na canção, de fato. No entanto, houve uma certa fuga de ideias quando a visão da personagem foi arrancado de seus braços, tornando-se algo externo. Não se tirou os fascínios da letra, mas, poderia ter sido mais surpreendente se tais palavras saíssem de seu pensamento. Sucedendo à abertura, em “Self-potrait”, a melancolia e o ponderamento é explícito, não soando de maneira nada vaga. O levantamento de questões e incertezas sob si em primeiro, é o que humaniza e gera os primeiros contatos mais sólidos do ouvinte com o andarilho, a abertura até o encerramento entrega a fragilidade do sujeito em nossos braços. Posteriormente em “Where its Warm Inside” gera uma sucessão imperdível da faixa anterior, a dualidade desenvolvida dentro da obra é simplesmente avassaladora, algo bem estruturado e modelado, a busca da saciação da dependência que a compositora expôs foi arquitetado com perfeição em todos os detalhes descritíveis. Em “What did he do?”, é disponibilizado uma característica protestante do indivíduo, o debate interpessoal colocando sua crença e devoção à prova, fornece à (nós) algo cru e vivo. A sucessão do refrão para a ponte da faixa, é sem dúvidas, uma das coisas mais belas já vistas dentro do rito de passagem do disco. Em contraparte, sucedendo em \"Leave The Lights On\" é visível um certo fraquejamento no sentimentalismo da faixa, o que não significa que é uma música mal feita, longe disso. É uma obra posturada, possui uma estrutura firme e com materiais interessantes, todavia, faltou emocionalidade que o Wanderer propusera, o refrão (principalmente as três linhas de seu encerramento) é potente e chamativo, porém o restante pecou no requisito citado anteriormente.Seguindo à diante “Pink Elephants In The Backyard” agrega de maneira literal nos recursos que o disco recorre, a escritora atua com uma mão invisível, logo, é perceptível que os contos dentro da obra tem uma veracidade abundante. A pauta de uma crise de idade é exclamadora. O acabamento do primeiro verso, em conjunto do refrão por ele inteiro, conseguem dialogar esta sensação, é crucial enfatizar que Gert Danvers soube implementar abordagens não muito comentadas dentro do nosso cotidiano. Em encontro ao “Night Sky With Exit Wounds”, Gert Danvers discorre a suprassumo do poder das palavras, em outras expressões, na potência da escrita. A obra é plausível, no entanto, Gert espelha novamente uma canção com recursos vastos, com comoção limitada. Entretanto, como a faixa disserta: é difícil expressar-se sem cometer erros. Aproximando-se do ultimato, se em algum momento na avaliação já pontuamos algo como predileto, seu posto é automaticamente perdido para “Floating Foams”. A ambientação do ultrarromantismo habita nesta faixa, a fluidez desta melodia em formato de obra byroniana é de tamanha perspicácia, a manifestação da vida escorrer de nossas mãos como um espumante, e como não obtemos meios de mantê-lo, traz o verdadeiro sentido canônico de“Wanderer Above The Sea of Fog”, conseguindo ser retratado sem as máscaras da complexidade, o que possibilita ser totalmente acessível para o público, o pré-refrão fica aqui registrado como seu ápice. Adiante para a penúltima apresentação, “Chasing Shadows” convida não só o personagem, mas o leitor, a abraçar os fatos ocorridos, no entanto, com uma abordagem não muito explorada no trajeto: o tangimento de sua vida amorosa. Considerando que o protótipo de Wanderer é construído em cima do fluxo de consciência, acreditamos que poderia ter tido algum acréscimo de material para ter esclarecido melhor esta parte. Contudo, este indivíduo pode também ter dito sobre si, então deixamos esta parte na interpretação do público, a exageração dramaturga que a australiana disseca na composição sucede polidamente no álbum. Concluindo com sua faixa-título Wanderer Above The Sea of Fog”, resgata o real sentido de toda a jornada e reconstrói o pensamento subjetivo da morte, que é pensado como um desfecho de um ciclo, Danvers o redefiniu como — transcendência. A expurgação de um sentimento leviano que já habitou em vida, é a melhor forma de descrever esta faixa, a emocionalidade aderida em “WATSOF” é vitalícia e autêntica, conseguindo dar o fim de uma jornada puritana, porém repleta de malevolências nos escombros. “Wanderer Above The Sea of Fog” é um manifesto elaborado e coerente de ideias muito bem colocadas, Gert Danvers não poupou esforços na busca do entendimento da arte literária romantista, com alguns direcionamentos do modernismo, quando houve momentos retratando sobre o intimismo com Wanderer. Houve circunstâncias em que a lírica não se era o problema, e sim como era exposto às impressões do personagem, letras de esplendor, mas que não esboçavam reações precisas para aquilo que era necessário. Em relação a sua produção, é destacado que o material é produzido autenticamente pela australiana, embora não seja visto aos olhos mais críticos como recurso bem montado, é válido salientar que WATSOF foi-se modelado através do paisagismo, então, a combinação de tons mais barrosos, a arquitetação geográfica da paisagem, a inserção de cenários ecológicos são cumpridos. Embora que, haja certos deslizes em relação ao seu acabamento da estética e alguma escassez quando se trata organização destes espaços. A tipografia é modesta, ela não é bastante chamativa, porém, não atrapalha as fotografias que são possíveis foque do conteúdo. Gert Danvers soube conversar um arsenal intrigante com seu segundo disco — a sedimentação de algo: filosófico, arcaico, místico, porém efêmero, são valores que proporcionam de maneira ideal o que álbum quis transmitir. Dito isso, Gert Danvers nos proporciona um material enriquecedor e digno de atenção, a mesma conseguiu alavancar todas as expectativas de sua carreira investindo nessa criação artística, e é crucial atentarmos aos seus próximos passos. NOTAS: Composição: 28/36, Visual: 20/22,Coesão: 18/20, Criatividade: 22/22

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Em seu segundo álbum de estúdio, a australiana Gert Danvers nos apresenta uma proposta abundantemente interessante em “Wanderer Above The Sea of Fog”. Inspirado na obra de mesmo nome do pintor e escritor Caspar David Friedrich, a narrativa da vida, morte e suas modulações são muito bem desenhadas em todo decorrer do disco. Pautada de uma intelectualidade arriscada, a artista põe a fora suas melhores letras, carregadas de profundidade e estruturas linguísticas milimetricamente pensadas. Pontos super positivos caso a dosagem seja na medida ideal. Iniciando com a promocional “Swan Song”, em que já trata o relato, em terceira pessoa, da morte do eu-lírico, nota-se uma estrutura atípica mas ainda sim bem acompanhada pela composição, o que não foi um problema, mas que no seu decorrer, a profundidade proposta pela faixa acaba sendo inibida pela visão externa da protagonista, que, por sua vez, se tornou rasa e não apresentou características mais envolventes que levem ao mito popular de que antes de morrer o indivíduo vê toda sua vida passando diante de seus olhos, principalmente por ela ser uma canção introdutória. Posteriormente em “Self-Portrait\", é quando realmente toda complexidade descrita paira sobre a narrativa abordada e isso é perceptível pelas indagações do eu-lírico para com sua aparência, sendo detalhadamente descritas, sobretudo em um trecho bem colocado do refrão: “Enquanto eu pinto meu autorretrato eu entendo, não há como melhorar”. Dando uma ótima continuidade, “Where It\'s Warm Inside” cai como uma luva no prosseguimento do disco e fortalece o andamento da crônica, trazendo uma roupagem mais sexual, o que explicita a dependência de meios que tragam um entusiasmo momentâneo à protagonista. Já em “What Did He Do?” temos a track mais sincera e perspicaz até então. A canção consegue se conectar com as demais, mas ainda sim ter sua singularidade e grandiosidade quando analisada isoladamente. A característica protestante que envolve a música é o que lhe deixa mais única entre as outras e o refrão iniciado com uma pergunta que é respondida da ponte em diante, faz da faixa ser o maior acerto do disco, principalmente pelo trecho: “Enquanto faço perguntas, mamãe chora e diz que estou condenado, mas eu prefiro ir para o inferno do que ser consumido”. Se afastando da magnificência da track anterior, “Leave The Lights On” chega um tanto quanto confusa na narrativa a qual foi inserida. “Não importa o quanto eu ore, à noite eu não consigo deitar” a canção mostra um eu-lírico diferente daquele proposto questionador e determinado de antes, o que não torna da lírica algo ruim, muito menos limita a personagem das suas experiências, mas peca fielmente na coesão do álbum. A seguir temos um desabafo sobre versos em “Pink Elephants In The Backyard”, que narra uma crise existencial vivida pela cantora e de forma bem literal, ela consegue escorrer bem pelos versos, mesmo que em alguns trechos pareçam perdidos na ideia central – talvez por retratar fielmente às confusões mentais da artista – como em: “Olhe o que você fez comigo, olhe o que suas pílulas fizeram comigo [...] Só posso sentir meu corpo caindo no chão”. Se tratando, talvez, de uma outra pessoa ou até dela mesma, o que não ficou claro. No entanto, mesmo assim a faixa cumpre bem sua função enquanto canção que acrescenta para a narrativa do álbum. Em “Night Sky With Exit Wounds” há uma forte presença da metalinguagem aplicada de forma excepcional, o eu-lírico fala sobre a enorme vontade em expressar poesia como arma para os seus medos e isso é facilmente compreensível. Todavia, novamente Gert se encurrala nos seus próprios sentidos. A canção que possui uma linha de raciocínio simples e bem feita acaba que por algumas vezes se instabilizando e criando a necessidade de diversas leituras para entender o porquê de algumas colocações e frases de efeitos ali postas, como por exemplo: “Ninguém está disponível para falar sobre meus sentimentos, minha casa não suportará os tetos mundiais [...] Eu deveria usar minha voz para sair da ilha”. Trechos com expressões e ambientes não supracitados e de um conhecimento geral não tão amplo. A diante temos “Floating Foams” onde podemos retornar de vez ao ambiente encantador e atraente do disco, com uma linguagem clara, no ponto, utilizando métodos líricos muito mais acessíveis e ainda sim sem perder o sentido e o interesse que o álbum emana. Destaques para o pré-refrão, em que a essência do trabalho geral da australiana é captada de maneira mais natural: “Eu vi você escapando dos meus dedos, você se desmaterializou como espumas flutuantes [...] Acho que não fui o suficiente para fazer você ficar”. Sem dúvidas, é a faixa que melhor descreve o Wanderer. Penúltima canção e também promocional do disco, “Chasing Shadows” relata a história do eu-lírico em uma situação pouco abordada no álbum. A personagem sente por não ter suas expectativas atingidas com alguém e ela lamenta por essa relação como uma canção típica de amor, mas com um toque Danvers de drama e contexto: “Eu sinto muito por tudo que eu fiz, estou ficando louca pensando que você poderia ser o único [...] Você tocou minha mente como um violino, não era para ser uma canção de amor”. Aqui, é possível notar um dos momentos que marcaram a vida do eu-lírico literalmente passando diante de seus olhos antes de sua morte, como já foi levantado nas faixas anteriores. Por fim, a faixa-título “Wanderer Above The Sea of Fog” encerra o álbum de forma excelente. A canção resgata o sentido real da morte em sua forma mais pura, dialoga com o leitor/ouvinte fechando o ciclo que se iniciou turbulento em “Swan Song”, excedendo as expectativas. Um ótimo encerramento regado a uma estrutura simples e funcional, novamente sem excessos e com uma clareza no ponto. A criatividade do projeto é um de seus pontos mais fortes, por mais que a coesão venha a enfraquece-la por tabela, a mentalidade por trás do WATSOF é genial e extremamente bem pensada. A conexão e inspirações da obra com os clássicos literários são explícitas e representadas sutilmente, sem perder o brilho da autenticidade trazida por Gert para o disco. O visual é simples e isso não é um problema. Conhecendo o potencial artístico/visual da australiana, é triste dizer que a simplicidade aqui pesou para um trabalho que merecia maior atenção nesse aspecto. A permanência e insistência do simples para alavancar o lírico é algo super recorrente na indústria, mas notamos que nesse caso ele poderia ser melhor elaborado, visando a melhor visualização dos textos auxiliares/letras das faixas. A análise visual foi prejudicada por isso, mas ganhou pontos pela fotografia, intertextualidade e organização, que por sua vez se mostraram bem coerentes com a proposta apresentada. A concordância do disco é o seu ponto mais inquieto. É compreensível o esforço para manter a narrativa permeando por todas as faixas e isso é notável. Mas vimos também que entre umas canções e outras há lacunas consideráveis a serem pontuadas e que atrapalharam o desenvolver da leitura integral. Sua composição é rebuscada, breve e aguçada. Na maioria das vezes muito bem empregadas e em outras em excesso, pondo em xeque a interpretação e questionamento de algumas palavras postas nos contextos. Possuir um álbum democrático à leitura é possuir um álbum acessível a todos. Não por uma opção de tradução nas faixas, adendo para contextos externos ou algum glossário quando se utiliza palavras mais rebuscadas podem auxiliar melhor e abranger o público a consumir os trabalhos. Não foi tirado ponto desse quesito, mas ele é necessário como um conselho para a artista aplicar nos seus futuros projetos. \"Wanderer Above The Sea of Fog\" é um ótimo álbum que consegue elevar a carreira de Gert Danvers e trazer novas perspectivas a respeito da existência do ser sob uma forte bagagem linguística. Uma crônica de vida e morte narrada cruamente de modo artístico. Visual 20/27 — Composição 26/28 — Coesão 19/25 — Criatividade 19/20

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No ano mais forte de sua carreira, a australiana conhecida por emplacar números e alcançar o sucesso comercial, estabelece suas dores, mágoas e inseguranças em seu terceiro álbum de estúdio ‘Wanderer Above The Sea of Fog’, prestando homenagem ao artista plástico Caspar David Friedrich com a obra cujo título homônimo. “Andarilho sobre o mar de névoa” uma aposta um tanto interessante e brilhante para dissecar sobre um álbum de dez faixas, das quais cruzam entre a morte e a pós-vida. De fato, é um passo arriscado conceitualizar e contextualizar uma obra de arte em um disco, porém – apesar de surpresos, era algo de se esperar vindo da cantora. Em primeira instância, somos levados aos segundos finais de vida do lírico, onde é retratado de forma soturna e um tanto raivosa a vida do sujeito, “Swan Song” serve mais que uma faixa de abertura, a canção é ardilosa do começo ao fim, “A tragic and ordinary end to an tragic and ordinary Woman” e os demais versos carregados de angustia e tristeza encantam a obra como um todo, não é mais uma canção sobre morte, em “Swan Song” o lírico nos leva a um círculo completo, onde conseguimos entender começo, meio e fim e até mesmo o “pós-fim”, que termina com a cereja no bolo incluindo a barganha religiosa. Com “Self-Portrait”, Gert faz o ouvinte se aprofundar dentro da história, começando por suas inseguranças e descrenças. “I understand if you see me as a disgrace” é a linha mais ponderosa da canção, além do refrão estrondosamente depreciativo, a australiana consegue manejar a canção para não se tornar entediante, fazendo com que o ouvinte descubra cada vez mais camadas ao decorrer dos versos. A inteligente e triunfante “Where It\'s Warm Inside” vem no momento certo, ao explorar a sexualidade e dependência emocional mais a fundo – do que vimos na faixa anterior, e é simplesmente fantástica a forma abordada, como no verso “Eu não estou com você porque te amo, e sim porque preciso”, é uma relação onde o lírico se apega por si mesmo, evoca todo o egoísmo e insuficiência da falecida, e é uma jogada de mestre a canção. A crítica sublime a religião e questões existenciais são trazidas à tona em “What Did He Do?” uma das canções mais complexas e intrínsecas do álbum, podendo causar estranheza pela riqueza de referências e linguagem, mas isso não faz a canção ser ruim, é muito mais que isso, é irônica, faz o ouvinte indagar dentro dos versos e realmente questionar tudo isso, além dos pontos de vista que são apresentados. Em “Leave The Lights On” o disco desacelera e é mostrado uma faceta mais tênue do lírico, ele está em seu quarto analisando o estado atual da vida, e recheada de metáforas inteligentes e precisas, Gert torna a canção interessante, algo que poderia ser corriqueiro virou algo confessional, e é intrigante como nessa canção há um pingo de esperança após tantas desgraças, o sujeito está no fundo do poço, mas sabe que ainda tem o que fazer, isso é o que torna “Leave The Lights On” mais perspicaz.Agora, temos uma dose maior de realidade, “Pink Elephants In The Backyard” é uma canção “coming-age”, com versos sagazes como “I thought I was a Woman but I’m just a little girl” e “Olhe o que suas pupilas fizeram comigo”, conseguimos sentir o âmago do lírico ao discorrer da música, sem dúvidas um grande destaque no disco. Uma canção que poderia muito parecer como um descarte ou desalocada do álbum, “Night Sky With Exit Wounds” é uma ótima forma de fugir do ordinário ao expressar uma espécie de bloqueio criativo, frisamos que a canção não é ruim, mas sim a mais leve do álbum, o que pode ser bom após as outras tracks insanas. Somos levados a “Floating Foams” onde Gert executa um movimento inteligente ao conectar com a canção anterior, fazendo com que atribua um significado maior ao disco todo, e tendo um dos refrões mais fortes do álbum. Com “Chasing Shadows”, Gert inspira um pouco mais de romance que precisávamos ver, suas referências são inteligentes e as rimas são essenciais, chegando assim na última canção do disco, a faixa-título “Wanderer Above The Sea of Fog” e definitivamente a melhor canção do disco, conseguimos relacionar automaticamente com a obra de Caspar David e o melhor disso é que “Wanderer Above The Sea of Fog” é imaginável, ganhamos poder de entrar dentro da obra e ver o lírico olhando a névoa refletir os flashbacks de sua vida pós-morte, mas também uma forma de deixar o passado no passado e transcender ao futuro, encontrar um mundo escondido – como diz a cantora. O visual como um todo é simples, mas entendível para a obra, é como uma espécie de poemas moldados para criar esse aspecto “intimista” do projeto, mas apesar disso, a australiana poderia ter usado um pouco mais de força para torna-lo tão interessante como o álbum, como o uso de fontes. Conectando todas as canções em uma só cadeia – a arte, o romance e a melancolia “Wanderer Above The Sea of Fog” é um dos melhores álbuns que podemos ver na indústria atual, é intrínseco e melodramático, às vezes seguir uma coesão linear nem sempre é uma boa jogada, Gert poderia ter feito o projeto descrevendo o começo da vida, o meio, e o final de forma sequencial, e o xeque-mate de “Wanderer Above The Sea of Fog” é esse, o álbum não apresenta uma linearidade previsível, mas ainda sim todos os temas se conectam e unem em um só, fazendo o ser mais especial ainda. Está na hora de colocar Danvers no mesmo patamar de compositora que Tessa Reimels ou até mesmo de Amalia, porque agora é notável a evolução da artista ao descrever seus sentimentos e estruturar uma canção com rimas e boas referências. COMPOSIÇÃO: 35/35 | CRIATIVIDADE: 20/20 | COESÃO: 15/15 | VISUAL: 25/30