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Nos apresentando o seu sexto disco, RAWAK lança Heartbreak Hotel: um álbum que o mesmo afirma ser o mais intenso e maduro de sua carreira. Álbuns com storytellings e conceitos costumam pecar e deslizar em alguns lugares, mas, pelo que foi apresentado, o intérprete de \"permanent\" nos conduzirá da forma certa. \"take me home\" apresenta um momento bem específico e melancólico do cantor: ele está em seu quarto, numa noite de natal, sem se sentir bem, ou mais especificamente: pede para levarem-o para casa, o que nos foi interpretado como o sentimento de não pertencer a algum lugar e se sentir fora do eixo. A canção, em um geral, tem uma musicalidade muito marcante e uma letra bem desenvolvida, que, mesmo com alguns pontos que poderiam ter sido revisados, não tiram a qualidade geral e o brilho dela. \"permanent\" é essencial na narrativa e, também, tem uma qualidade muito grande. Mesmo sentindo que ela poderia ter sido encurtada por acabar se estendendo mais do que deveria, não podemos negar que a composição é muito polida e referencia/conecta-se à canção anterior, esclarecendo até coisas que o ouvinte possa interpretar de formas diferentes. \"hostage\" tem erros perceptíveis e acaba se desgastando em seu desenvolvimento, por mais interessante que a sua história e ponto de vista seja. ela acaba indo de uma forma mais cansativa ao que \'permanent\' acabou passando, mesmo com alguns versos e linhas em específicos bons e consideravelmente inteligentes. \"close enough\" traz exatamente o que se propõe a ser no disco: necessária. a composição e sua sonoridade são envolventes, e, mesmo sendo uma letra grande, não é cansativa; muito pelo contrário! É um highlight do disco, sendo uma pop-perfection. \"whispers feat. Jade X\" é, também, um outro highlight. O diálogo de RAWAK e Jade X, os versos de cada um e o storytelling da canção estão todos no ponto certo, com linhas inteligentes como \'If you think you\'re falling like a feather/Check outside, how stormy is your weather?\'. \"diet\" é um exemplo de quando você está em uma relação e suas inseguranças te batem e te sufocam de uma forma insuportável, mas você não consegue tirá-las pra fora, ou, muitas vezes, uma pessoa está ali causando-as: e este é o caso. A música é, sem dúvidas, angustiante e triste, pois retrata a forma a qual alguém pode se submeter a tantas dores ao nível de ser o que o outro parceiro realmente quer ou inconscientemente deseja; e esta é uma canção também com vastas interpretações, mas os sentimentos principais são claros: insuficiência, insegurança e sofrimento. \"emotionless\" é furiosa, ácida e agressiva. Podemos dizer que a lírica da canção se conecta com as outras e expande ainda mais a nossa visão sobre essa pessoa na vida de RAWAK, que, pelo que sabemos, não é alguém muito agradável e saudável; no mais, a canção é muito boa. \"instinct\" é reluzente e singular. mesmo que ZANE seja apenas um detalhe na construção, sem tanto espaço, isso não foi algo ruim, pois a música conseguiu unir todos os pontos e, com sucesso, nos trouxe exatamente o que propôs, sendo uma grande parte do álbum. \"back in place\" é, inegavelmente, perfeita. A penúltima faixa do Heartbreak Hotel referencia todas as canções anteriores, dando, mais ou menos, um desfecho às situações, e reconhecendo os seus esforços para tudo, introduzindo-nos a um novo lugar. \"sunshine avenue feat. Amália, LASHAE & Stelar\" é o lado de fora disso tudo. É se perdoar pelo passado, seguir em frente e não deixar com que coisas te machuquem mais do que já machucaram. A canção tem poucos deslizes, que são compensados pelos versos ricos e storytelling totalmente bem montado. Em seu lado visual, \"Heartbreak Hotel\" entrega o melhor; cores vivas e marcantes, uma edição muito bem feita sem ser exagerada e desenvolvimento totalmente agradável. Em sua conclusão, \"Heartbreak Hotel\" consegue ser a virada necessária na carreira de RAWAK, que, mesmo antes já tendo a sua marca, agora consegue alcançar um patamar que poucos artistas conseguirão: e ele é um desses. Composição: 37/40 | Criatividade: 11/15 | Coesão: 17/20 | Visual: 25/25

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Saltando para o seu sexto álbum de estúdio, o cantor mexicano Rawak disponibiliza ao mundo seu novo projeto musical titulado como: \"Heartbreak Hotel\". Em uma espécie de convite para a inauguração de seu hotel, o produtor musical atiça seus convidados com uma proposta de luxos exclusivos de sua mordomia, através do Reggae Jamaicano, com ilustres do mainstreaming do pop-rock, e alguns variados gêneros clássicos que será avistado pela frente. Em sua carta convidativa, \"Heartbreak Hotel\" foi-se construído com o intuito da restauração de dividas emocionais, que foram deixadas em cada experiência no passado, ou inserindo-se mais na narrativa, nos cômodos de quartos antigos que os abrigavam. Há cada faixa haverá um meio ou reação de lidar-se com o trauma, no entanto, conforme mais tempo você estabelece-se no Hotel, mais dele você dependerá. Em uma abertura receptiva, \"Take Me Home\" abre as alas do local, em forma de súplica do hóspede almejar cancelar seus planos e ir embora do lugar, no entanto, por alguma razão ele não consegue partir, isso o agoniza, só que o que mais ele poderia fazer? No fim, ele não estava só, mas também, não estava muito bem acompanhado. Os pensamentos do eu-lírico sonda de maneira sutil dentro da música, é perceptível ao aprofundar em sua escuta uma drástica recaída emocional, o letrista soube bem encenar esta parte da escrita. Entretanto, acenamos para que atenta-se a um verso específico, que constata a partir de \"Silenciei nosso bate-papo e quase o apaguei também\" (não foi definido qual verso seria), há momentos bem compostos, só que este verso em específico não soa necessário no trajeto da canção, que por sinal é boa introdução. Sucedendo as análises, \"Permanent\" é como se fosse um \"retrocesso\" nas memórias do persona, onde podemos entender de maneira mais ampla o que se passa na cabeça do mesmo. Aqui já constata com clareza que durante o processo de cura, o eu-lirico recorre a dar ao seu antigo relacionamento uma nova oportunidade, ou reformulando a frase: \"Abrindo uma nova porta, e trancando um antigo capítulo\", porém, aquilo não se era o suficiente, pois não havia mais encaixe para os dois, a fechadura estava enferrujada e Rawak precisava troca-la urgentemente. Ficamos aliviados por saber que o artista selecionou esta canção como o carro-chefe da obra, ela é inteligente de tantas maneiras que acreditamos que ninguém aplicará esta fórmula tão bem executada, como Rawak fez. O estimulo do Rock minimalista com a sutileza do pop, fez que a música alavancasse de maneira exponencial. Em \"Hostage\" é nítido que o eu-lírico se entrega de vez ao pecado, ele cogita fechar suas cortinas e não permitir que a luz de seu quarto revelasse os pontos imperfeitos de seu quarto, para pressentir a escrita, recomendamos que o ouvinte usufrua de sua lucidez. A composição possui uma dualidade rígida. Por um lado, é capaz de sentirmos que o personagem não está conseguindo residir com estas emoções, ele se sente em um enorme quebra-cabeça, em contrapartida, ele cogita velar estas partes maléficas, pelo fato de não saber reagir em relação à seguinte frase: \"O que virá a seguir?\". \"Close Enough\" ganha nosso selo de uma das canções prediletas do disco, sua escrita é simplória, mas crava marcas impactantes em nossas paredes. A baderna emocional aflorada e plural, o eu-lírico já não pressente uma distancia só física, mas sentimental. Os prazeres que ele adquiriu com o tempo com seu companheiro, com o tempo foi-se abandonado, a atmosfera deixada nesta faixa é extraordinária, não mudaríamos uma mobília sequer, pois o encanto já não seria mais o mesmo. \"Whispers\" uma colaboração com a renomada artista Jade X, é uma relato de uma outra perspectiva do ato da traição sob \"Heartbreak Hotel\". A canção utiliza uma forte analogia da selva, rumores sondam pelos corredores, e não se sabe sobre seus rastros de fato. A música é de certa forma bem escrita, contudo, soa confusa em diversos pontos. Algumas colocações não foram bem evidenciadas para nós, em resumo, é uma boa escrita, só que o conceito lírico sobreposta na mesma não conduziu uma boa experiência nata. \"Diet\" registra o ponto-chave do CD, a amplitude que a melodia guia o interlocutor pelo local é extravagante. A indagação do eu-lírico à respeito do romance clandestino do seu parceiro, com a ternura do personagem livrar-se de suas obrigações passionais é exclamante, a abordagem de que um relacionamento amoroso não se deve viver de método unilateral, mostra um lado amadurecido não só para o persona, quanto para a maneira que Rawak compõe. A silhueta deste aposento é estruturalmente perfeita. \"Diet\" abrange de tantas formas enriquecidas para a mente do indivíduo, que jamais questionaríamos alguma vitória em \"canção do ano\", atemporal nós diríamos. \"Emotionless\" traz uma vivência mais agressiva para \"Heartbreak Hotel\", aqui é outro registro da planta do mapa artístico de que o intérprete do álbum é um letrista versátil. Claro que há leves deslizes dentro da música, só que isto não influência tanto no apreço construída, ela expande um espaço no quarto que Rawak habitava de maneira tão aliviante, que acreditamos que foi um ótimo desabafo lírico, ainda mais quando se havia pouco espaço, como discorre a ambientação de \"Heartbreak Hotel\". \"Instinct\" cooperação com Zane, também encena de maneira simbólica um bom momento para o álbum. O duelo de narrativas e pontos de vistas divirgentes na faixa é muito bem pautada. Pode ser um equívoco nosso, entretanto, \"Instinct\" pode levar o título da melhor colaboração, não só do disco, mas também uma das mais instigantes da carreira de ambos artistas. \"Back In place\" carrega consigo como a faixa mais agridoce do \"Heartbreak Hotel\". Ela carrega pureza e tranquilidade indescritível, a inserção de um ponto conclusivo para a relação dois personagens foi calibrado com excelência. É possível nos colocarmos no lugar do personagem, e ludibriar em nossas mentes que por fim ele alcançou seu primeiro andar, e que entregava as chaves de seu quarto, \"Heartbreak Hotel\" já não lhe servia mais. Por fim, \"Sunshine Avenue\" um featuring que engloba grandes nomes do alternativo: Amália, Lashae & Stelar. Traz como despedida de sua hospedagem e das bagagens depreciativas que o acompanhara, uma música reconfortante e resiliente, a participação de Stelar e Lashae agregaram em múltiplos sentidos. Em contrapartida, Amália não foi muito bem o que aguardávamos, sua presença na obra é próximo a inexistente, pois não assumiu uma parte de sua autoria além do acompanhamento do lead artist, e um refrão de encerramento. Ganchando a situação, o refrão poderia ter sido mais retalhado, apesar disso, deu um desfecho agradável. \"Heartbreak Hotel\" é uma narrativa intensa sobre a afetuosidade que abrigou no peito de Rawak, a obra é bastante chamativa, há bastante regiões para se observar de maneira positiva. O que recomendamos ao compositor mexicano, é reparar algumas circunstâncias da obra em que soam reaplicadas em outras faixas, embora seja um projeto com intuito de dialogar à respeito do romance e do auto conhecimento, poderia ter implementado discussões evolutivas para o personagem que surtisse uma evolução mais abrangente, assim como prestar atenção em casos de que, muita desenvoltura abstrata, pode prejudicar grandes ideias, como foi citado anteriormente na resenha. Em relação a sua estética, ele foi muito bem programado, as paletas do vermelho e amarelo em contraste de alguns cenários do preto em branco, geram uma intenção sedutora para o público consumir com os olhos os encartes, as fotografias e implementação figurativas de mapa são sustentáveis, o que entrega um material satisfatório. Enquanto sua tipografia dentro do encarte, talvez poderia ter ousado em uma outra mais condizente, no entanto, compreendemos que uma fonte mais gritante poderia atrapalhar a proposta. Em suma, Rawak entrega uma aventura através de sua grande capacidade artística, \"Heartbreak Hotel\" possui uma originalidade tão extasiante, que mesmo sendo uma temática rústica, Rawak conseguiu reinventar uma proposta moderna e leal a si. NOTAS- COMPOSIÇÃO: 30/36 CRIATIVIDADE: 15/22 COESÃO:20/20 VISUAL: 20/20

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Rawak é um artista conhecido por sempre mergulhar de cabeça em canções sobre sua vida pessoal, e em seu mais novo álbum completo, leva-nos a uma viagem através até o “Heartbreak Hotel”, que por definição do artista é “um lugar onde pessoas vão quando estão com o coração partido e a mente prejudicada”. Ao longo das canções Rawak permeia cada parte de si, iniciando com “take me home”, a canção introdutória em que o cantor se vê tentando voltar para casa, que aqui pode ser visto como sentir-se seguro, acolhido por alguém, no caso, seu parceiro. Enquanto assiste todos viverem suas vidas, divertirem-se e sorrirem, Rawak canta sobre estar preso a alguém que apesar de amá-lo, não o faz feliz: /“Eu acho que você não é minha casa.”/ Finaliza. Em “permanent”, assim como em “take me home”, Rawak está preso a alguém, alguém que não o faz e não o fez bem, após idas e vindas, mesmo continuando juntas, aquelas coisas nunca serão esquecidas, o cantor diz: /“Todas as cicatrizes são permanentes, mesmo que você não as veja”/. Em “hostage”, temos uma experiência semelhante, mas aqui, Rawak afirma não conseguir desprender de alguém, mesmo tendo noção de tudo o que as pessoas — seus amigos — ao redor, dizem sobre a relação: “Dizem que eu sou maluco, mas eu ainda estou aqui, sendo seu refém“. /“[...] Mesmo que você me abrace forte, não sinto que você está perto o suficiente”/. Rawak finaliza o refrão de “close enough”, canção que o cantor de certa forma diz: “Eu estou com você, mas você não parece estar comigo”, lidando com um relacionamento de certa forma unilateral, e apegado a alguém que não parece compartilhar de sentimentos recíprocos. Em sua primeira parceria dentro do LP, ao lado de Jade X, “whispers”, temos um momento de entendimento do cantor sobre quem mantivera ao seu lado até então, cantando em: /“Eu lentamente percebo que você não é o que eu acredito”/, aqui os trazem a tona momentos de mentiras e traições de seu parceiro, que mesmo demorando um tempo para assimilar tudo, os sussurros sempre estiveram lá. /“Eu acho que preciso de uma dieta para aliviar a dor”/. Em um dos melhores momentos do álbum, Rawak encontra-se aos poucos em meio a sua dor em “diet”, mesmo que haja narrativas que conversam (até demais) com canções anteriores, aqui o cantor apresentou-nos uma visão diferenciada do esclarecimentoda acerca do quão saudável uma relação é, não em uma visão unilateral do caso, mas de ambos os lados, um momento de amadurecendo, mesmo que gradativo, mesmo que ainda sobrem lembranças e sentimentos, eles reconhecem o limite do quão necessário é alguém continuar em sua vida. Dando continuidade ao trabalho, mas com uma quebra da melancolia, em “emotionless”, Rawak continua seu entendimento sobre quem esteve ao seu lado, por um tempo, mas aqui, com certa agressividade, vemos a ruptura de algumas barreiras emocionais, enxergando todos os erros de seu parceiro, e conhecendo consequências de inúmeras cicatrizes que a relação trouxe, ele canta: /“Eu acho que você me fez um sociopata, e é engraçado dizer [...] Levei meses para perceber que não pertenço a você”/. “instinct”, parceria com Zane, temos duas visões dentro de uma relação em declínio, onde ao mesmo tempo que um dos lados diz o que sente e mostra que algo está errado, o outro lado tenta justificá-las incansavelmente, sendo também um grande momento do trabalho, principalmente por haver um desvio de narrativas semelhantes, a canção debruça os artistas sobre uma discussão trágica e ilógica, de alguém que não assume seus erros, tentando atribuí-los a qualquer pessoa ou situação possível, no caso da canção, em não pensar muito antes de tomar certas atitudes indevidas. Em seus dois momentos finais, Rawak adentra numa nova perspectiva de superação e compreensão de onde pertence, sendo o melhor momento do álbum, “back in place” trás uma magnífica alusão, enquanto desce para o primeiro andar de seu “Heartbreak Hotel”, assiste todos os pontos altos e baixos de sua relação, tudo que pude ficar, tudo que teve de deixar ir, e vai de encontro até um novo início, vendo sua vida fazer sentido novamente, o cantor finaliza: /“Eu acho que deveria agradecer a Deus, porque finalmente tudo está de volta no lugar”/. Ainda seguindo esta premissa, agora ao lado de Lashae, Stelar e Amalia, Rawak faz um apanhado de tudo que viveu ao lado de seu parceiro, de todos os erros de todos os momentos em que a dor prevalecia, e mesmo não tendo superando-os completamente, canta: /“Me encontre na Sunshine Avenue, nós vamos jogar fora as más vibrações, é hora de seguir em frente...”/. A canção trás um final agridoce para a experiência, não é como se estivesse tudo entendido, mas pelo menos o primeiro passo, de ressignificar algumas marcas, já foi dado. “Heartbreak Hotel”, peca um pouco em trazer momentos muito parecidos em diversas canções, principalmente em seu primeiro ato, canções como “take me home”, “permanent”, “hostage”, “close enough” e até mesmo “whispers”, trazem abordagem distintas mas que sempre giram em torno do fato de sentir-se preso a alguém que não a faz bem, as canções obviamente não perdem seu potencial lírico, mas se perde um pouco numa versatilidade narrativa que um álbum precisa para não soar repetitivo. Salvo os detalhes citados acima, a visual de “Heartbreak Hotel” é esplêndido, suas referências ao título, com algumas plantas de hotéis impressas nas páginas, até mesmo a paleta escolhida, trouxe a imersão necessaria para que a experiência visual fosse completa e satisfatória o suficiente. E mesmo com alguns pontos a serem trabalhos em futuros lançamentos, Rawak conseguiu entregar um trabalho sincero e impactante. VISUAL: 15* CRIATIVIDADE: 21 COESÃO: 15 COMPOSIÇÃO: 30