Entregando visuais de alto nível e músicas empoderadas, J.Olly lança seu primeiro álbum pós-reset e dá foco em minorias e suas vivências diárias. Levantando pontos como machismo, homofobia e até mesmo a prostituição, o álbum enche os olhos com o encarte muito bem executado e condizente com a estética pessoal de J.Olly e, também, com os temas abordados. As páginas, em sua maioria, utilizam de continuação de conteúdo, isto é, "vazam" as imagens para as demais páginas, dando uma continuidade visual para a obra. A cada página, a curiosidade aumenta, fazendo que fiquemos ansiosos para passar as páginas. Sem dúvidas, esta obra é uma perfeita referência visual para diversos artistas que também abordam pontos de vivência da minoria. Já na parte lírica, sentimos uma leve defasagem em algumas faixas. Possuindo um encarte tão forte, algumas faixas menos poderosas acabam sendo ofuscadas. É um ponto importante em uma confecção de álbum, principalmente quando se possui temas poderosos e que necessitam de força para caírem na massa social. A faixa preferida da redação é Broke Ur Phone, que conta com os vocais de Naomi. A faixa, que trata sobre um caso comum em nossa sociedade, revela a força feminina e de como deveríamos tratar as mulheres como o sexo mais forte. Ali, é revelado como as mulheres são, de fato, poderosas, ainda mais quando desejam ser. A traição é um tabu, embora seja comum em diversos relacionamentos monogâmicos. É um cenário, infelizmente, aceito por quem passa por ele — mulheres, normalmente, pensam que elas são as erradas, enquanto o seu marido quem está sendo errado. J.Olly fez certo em utilizar outra figura feminina de grande força para mostrar um meio de sair deste relacionamento. Stillness é um grande grito a massa, que finge não ouvir. É um álbum que necessitamos ter, não somente para dar voz a minoria, mas também para chocar a massa e fazer que mudem seus pensamentos.