Após um GRANDE período de espera, lançamentos de singles e eps, LASHAE finalmente lança seu tão aguardado álbum de estúdio, mostrando de uma vez que é a artista completa que todos tanto idolatram e se mostra capaz de elaborar um grande álbum. O álbum tem como conceito principal mostrar que a vida é uma bela época durante uma história contada de vida até a morte de uma pessoa, sendo o primeiro ponto positivo do álbum, podendo-se citar como pontos de criatividade. O álbum começa com ‘Rose-Colored World’, que apesar de ser uma boa introdução ao álbum e ter versos inteligentes, é a mais fraca do álbum e não seria a escolha mais inteligente pra single em um álbum com tantas músicas que lhe ofuscam. ‘The Boy Who Fell on Earth’ é uma faixa criativa e intrigante. Desde o primeiro verso ao seu couro final, é notável a criação de uma pequena e perfeita história contada com inteligência durante cada palavra, criada com maestria. Logo em seguida, dá início a tão famosa e aclamada ‘Hell or High Water’, em parceria com Jackie, sendo uma música revigorante e animada, que serve para levantar o astral do álbum. A adição de Jackie na música mostra o quanto as duas se conectam perfeitamente juntas mesmo sendo de gêneros distintos, já que não é a primeira vez que trabalham juntas e rende bons frutos. De fato, Hell Or High Water é uma canção bem estruturada, mas não parece se conectar com início do álbum – talvez o fato da música ter sido composta originalmente para outro álbum tenha pesado nisso, mas nada que destoe muito. ‘Eternity and a Day’ é uma boa faixa e uma proposta diferente das outras músicas, é uma nata canção de amor com Dylan Mellet com bastante química, sendo um ponto positivo. Mas vale ressaltar que pode não ser a canção correta para seguir após ‘Hell Or High Water’, porque ao mesmo tempo que a anterior dá um up, a seguinte dá um down pela temática, então seria interessante manter a linha para a música não fique um pouco ofuscada em relação ao tema da anterior. ‘Absinthe’ mostra um lado totalmente diferente da cantora, por estar mais livre e sensual, é uma faixa diferente na carreira em si e talvez não esteja tão conectada pelo o que vem a seguir. ‘Under My Bed’, ‘Don’t Mention the War’, ‘Full of Grace’ e ‘Long Day\'s Journey Into Night’ demonstram letras mais intensas, nuas e cruas, sentimentos vivos; porém não parecem se conectar com ‘Absinthe’ que vem logo antes. Todas as citadas na segunda meia parte do álbum demonstram um conteúdo lírico muito forte e no mesmo nível de qualidade, porém a faixa seguinte é a melhor de todo o projeto. ‘Requiem’ tem um apelo muito forte, onde você consegue sentir cada palavra como um peso na alma, sendo de longe a melhor faixa do projeto. Encerrando, Belle Époque é uma faixa animada e talvez a faixa perfeita para terminar o álbum de forma otimista. Seu visual transpira arte em todos os sentidos: LASHAE foi criativa, estudou e pesquisou significados para aplicar de forma que tudo se encaixasse perfeitamente bem. Em questão de visual, não podemos esperar menos de Marion LASHAE, porque é onde ela se destaca mais e não temos dúvidas que é um dos visuais mais fascinantes já vistos. Em coesão geral, o álbum peca em alguns momentos e perde pontos por isso, onde sua tracklist parece um pouco bagunçada e algumas músicas não conversam entre si, mas nada afeta a qualidade lírica, visual e criativa do álbum, mostrando de fato ser uma artista completa. Definitivamente, ‘Belle Époque’ é um álbum que foi construído para ser uma obra de arte, que apesar de precisar de pequenos ajustes, LASHAE conseguiu entregar um álbum de estreia de grande porte.